Gestão Desportiva

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Como permanecer na elite do voleibol brasileiro

16/3/2022

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Crédito: Divulgação equipe Unilife Maringá
Conquistar uma vaga na Superliga A de voleibol é uma missão extremamente difícil. Permanecer na competição em sua primeira temporada é ainda mais difícil, em que se destaca o nível de excelência da gestão da equipe Unilife Maringá.

Só uma administração neste patamar pode vencer as inúmeras adversidades de uma competição nacional do altíssimo nível. Os custos elevados de inscrição, de manutenção da equipe, viagens e demais despesas operacionais requerem alta qualidade na gestão dos recursos, de forma a manter a equipe competitiva e viável financeiramente.

O segundo ponto de destaque é a dificuldade financeira em que o país atravessa. Isto reflete na dificuldade de angariar patrocinadores, pois em tempos de recessão, investimentos em patrocínios geralmente ficam reduzidos. Desta forma, cabe a gestão do clube ampliar as negociações com as empresas patrocinadoras, oferecendo qualidade do projeto esportivo e credibilidade.

A credibilidade é demonstrada através de expressivos resultados já alcançados pela equipe na temporada anterior, com a divulgação da marca nas mídias sociais em larga escala, além da cobertura efetiva na imprensa local e nacional. Isto é, a garantia que os valores investidos terão bons resultados de exposição na mídia, reforçando a marca dos patrocinadores perante o público.

O terceiro ponto de destaque é o acerto nas contratações de comissão técnica, atletas e membros de apoio, que compreendem a seriedade do projeto e levam este empenho para dentro de quadra, no máximo esforço para a entrega de resultados.

Agora, após confirmar a permanência na elite nacional, deve ser realizada uma ampla avaliação da temporada, com as correções necessárias para que o projeto continue em desenvolvimento e atinja resultados ainda mais significativos no cenário esportivo brasileiro. 
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Autora: Patricia Deud
Bacharel em Educação Física (Dom Bosco). Responsável pelas páginas de Facebook e Instagram com cobertura das equipes Sesi Vôlei Bauru (Superliga A), Ama Vôlei Maringá (Superliga B e A) e Vôlei Marechal (Superliga C).

Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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A estruturação do futebol nos Estados Unidos

3/3/2022

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Crédito: Niwreig - Flickr
O fato de que os Estados Unidos são uma potência mundial em diversos esportes é nítido, e que nos últimos anos estão investindo cada vez mais dinheiro e reforços no futebol, também. Porém, o que pouco se sabe, é como o futebol é gerido por aqui.

A estrutura americana para o “soccer”, como eles chamam o futebol (football é conhecido somente como o futebol americano), é composta por ligas, e os clubes se franquiam a elas. A principal, a MLS (Major League Soccer), começou a ser pensada quando a Federação de Futebol dos Estados Unidos (US Soccer) se comprometeu a criar uma liga profissional de futebol como uma condição para se tornarem país sede da Copa do Mundo de 1994. Em 1993 a liga é fundada, e em 1996 começa a ser disputada com 10 times.

Hoje, com uma média salarial de US$ 325.000/ano e 28 times participantes, a MLS ainda não aparece entre as 10 ligas mais rentáveis do mundo, segundo dados da Sports Unfold. E é esse o objetivo a ser alcançado com tanto investimento sendo feito - juntar a MLS no topo desse ranking, onde vemos em primeiro, segundo e terceiro lugar a NFL (National Football League), a MLB (Major League Baseball) e a NBA (National Basketball Association), respectivamente. Quanto a ser um franqueado, o clube que deseja entrar para a MLS deve pagar um valor mínimo de US$ 200 milhões, além de construir um estádio nos padrões da competição, e apresentar um bom plano de negócios e acionistas. O Charlotte FC, que fará sua temporada inaugural nesse ano, pagou US$ 325 milhões para se franquear, o maior valor até então.

A MLS possui também um teto salarial para os atletas, sendo o máximo de US$ 530.000/ano - com exceção dos designated players, que são atletas permitidos pela liga para receberem mais do que esse teto, com o objetivo de trazer jogadores já consagrados para a competição. Por conta de a liga ser organizada no modelo de franquias, com clubes empresa, a competitividade é bem equilibrada, já que todos os clubes possuem as mesmas regulamentações, budgets e incentivos.

​Particularmente, acho que esse sistema daqui traz certa monotonia para o esporte em si – como não tem acesso e rebaixamento, perde-se um pouco daquela emoção que todo fim de Brasileirão, por exemplo, nos traz. Todavia, devemos lembrar que mais do que essa emoção, os americanos buscam o espetáculo. Além do time de futebol do coração, eles têm o time de beisebol, hóquei, basquete para torcerem. Esse sistema é confortável na visão de muitos, tanto que em 2017, a média de público da MLS era de 21.500 pessoas, comparado com 16.137 torcedores no Brasileirão do mesmo ano.
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Crédito: arquivo pessoal
Desde o surgimento da MLS, várias outras ligas foram sendo criadas, estabelecendo uma hierarquia no futebol dos Estados Unidos. A US Soccer reconhece as ligas como profissionais somente até a terceira divisão. A 4ª divisão, por um consenso dos envolvidos no esporte, foi então estabelecida como semiprofissional. Os campeonatos nos Estados Unidos são divididos por conferências/regiões, devido à grande extensão do país. A MLS, por exemplo, é dividida em conferência leste e oeste, e assim que se tem o campeão dessas duas conferências, os mesmos disputam entre si para consagrar o campeão nacional.

Como segunda divisão, logo atrás da MLS, temos a USL Championship (United Soccer League). Inaugurada em 2011, hoje conta com 28 clubes nos Estados Unidos e Canadá. Muitas dessas equipes são os times B de clubes da MLS. A média salarial é de US$ 30.000/ano. No seu início, a taxa para se franquear e entrar na liga era de US$ 250.000, e em 2018 esse valor passou dos US$ 7 milhões.

Na terceira divisão temos a USL League One e a NISA. A primeira, sendo anunciada em 2017 com o pontapé inicial em 2019, vem com o propósito de entrar em regiões do país que não possuem acesso a um clube profissional local, lançando novos clubes em cidades com população entre 150.000 a 1 milhão de habitantes. Buscam locais que tenham estádios para ser casa dos clubes, e acima de tudo, que tenham negócios locais fortes com interesse de investir e ter um time local. Hoje conta com 11 times, e uma média salarial de US$ 15.000/ano.

Já a NISA (National Independent Soccer Association), com sua temporada inaugural em 2019, conta com 10 equipes, e tem planos de criar um sistema de acesso e descenso assim que tiverem 24 equipes, sendo a primeira liga de futebol profissional nos EUA a ter esse sistema. Também com uma média salarial de US$ 15.000/ano, a NISA não cobra taxa de franquia, sendo uma ótima alternativa para ter um clube de futebol profissional nos EUA. Porém, os requerimentos são um investidor no clube, que possua um mínimo de 35% do time e tenha um patrimônio líquido de mais de US$ 10 milhões de dólares - fora o valor do clube e de sua residência pessoal; e também um estádio do clube com capacidade mínima de 1.000 lugares.
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Crédito: NERevolution - Flickr
Fechando a pirâmide americana do futebol, temos na quarta divisão a Nisa Nation, UPSL, USL League Two, NPSL e NSL. Todas são ótimas portas de entrada para ganhar visibilidade e assinar um contrato com um time profissional, ou para conseguir uma bolsa de estudos através do esporte em muitas universidades. A UPSL possui um sistema de acesso e descenso, sendo dividida em premier division - correspondente à primeira divisão; e division I - correspondente à segunda divisão. São mais de 250 equipes em mais de 20 conferências. Mesmo sendo semiprofissional, os jogos são sempre transmitidos por plataformas como a Eleven Sports, tendo assim os atletas a oportunidade de criarem seus materiais de apresentação.

A USL League Two é uma a liga de verão, que vai de maio até julho apenas, diferentemente das outras que geralmente têm duas temporadas no ano – primavera (março-julho) e outono (setembro-dezembro). É alvo de muitos clubes que pertencem e são operados por um clube profissional, e que mandam seu time Sub23 para a disputa. Muitos atletas universitários participam aqui também, já que nesse período geralmente estão de férias de verão. As taxas para ingresso nas ligas semiprofissionais ficam em torno de US$ 2.000 – 3.000, mais valores de árbitros, campo, e outros gastos e investimentos necessários durante a temporada.

A Nisa Nation, extensão da NISA da terceira divisão, começou a ser disputada ano passado, e é uma associação com várias outras ligas amadoras do país para produzir um campeonato com mais visibilidade, duração e competitividade. Na última temporada foram 10 times divididos em 2 conferências. Funciona como uma porta de entrada para futuros clubes NISA Pro, e por não possuir uma taxa para se franquear, é uma boa opção para os clubes colocaram seus times reserva para jogar, assim como uma opção para os clubes participarem e se prepararem antes de voltar a temporada oficial da liga que participam originalmente – como uma pré-temporada com jogos.

Os campeonatos, em sua maioria, são organizados em pontos corridos na temporada regular dentro de cada conferência, e após esses jogos regionais, começam os playoffs (mata-mata), onde vão disputando os campeões de cada conferência entre si para consagrar o campeão nacional.

​Um modelo muito diferente do que estamos acostumados no Brasil, com seus prós e contras. Aqui muito se preza pelo espetáculo, por isso não importa a época, o esporte, o campeonato, os estádios e arenas estão sempre cheios. Muito ainda está pra acontecer no futebol nos Estados Unidos, e que eles ainda farão da MLS uma das maiores ligas do mundo, é só questão de tempo.
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Autora: Giovana Zavarelli Grassmann Bobbo​
Gestora Esportiva e Diretora de Operações e Logística do Olé Football Club (mais sobre a autora)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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A estruturação esportiva de uma modalidade: Natação Santa Mônica

23/12/2021

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Crédito: Cléber Patrício
Por mais que falte uma estrutura esportiva clara no Brasil, é evidente que são os clubes os grandes locais de formação de atletas no país. O recente crescimento do Comitê Brasileiro de Clubes com o repasse de verbas para a estruturação de locais de treinamentos e equipe técnicas evidenciou ainda mais a importância dos clubes na formação esportiva no Brasil.

Segundo dados do CBC, 6 das 7 medalhas de ouro conquistadas pelo Brasil em Tóquio vieram através de atletas formados em clubes. Do total de 21 medalhas conquistadas, 14 foram de atletas de clubes vinculados ao CBC e 88% da delegação olímpica em Tóquio era de atletas vinculados a clubes. Mas como acontece na prática, a estruturação de uma modalidade esportiva?

Para responder essa pergunta conversei com o Diretor de Esportes Aquáticos do Santa Monica Clube de Campo, Eduardo de Oliveira Gomes, especialista em Administração e Marketing Esportivo e que atua na área de gestão esportiva em clubes e federações há 15 anos.

Eduardo contou um pouco do processo de estruturação da natação do clube, que nas palavras dele: “transformaram o Santa Mônica de mero coadjuvante no esporte, na terceira força do Sul do Brasil, e um clube que vem crescendo muito no cenário nacional nos esportes aquáticos”.

Os números comprovam isso, em 2019, antes da pandemia o clube possuía 1.200 associados matriculados nas atividades aquáticas e a equipe de competição possuía 150 atletas, entre natação e nado artístico. Recentemente, entre 30 de novembro e 04 de dezembro o clube organizou com muito êxito, o campeonato brasileiro infantil de natação. Essa competição foi a maior do Brasil em 2021, com a participação de mais de 700 atletas. Foram 114 clubes participantes, e o Santa Mônica finalizou a competição na 11ª colocação geral, conquistando a 7ª colocação no feminino.

Ainda em 2021, 2 atletas do clube disputaram as seletivas olímpicas. Na natação, Rafaela Raurich que também é Campeã Pan-Americana e na Maratona Aquática, Henrique Figueirinha, o maior pontuador na modalidade ao longo do ano. Na Paraolimpíada de Tóquio, Eric Tobera trouxe a medalha de bronze para o clube e o nado artístico teve atletas convocadas para a seleção nacional. Sem dúvida um ano de muito sucesso.

Vendo os resultados nas águas, pode até passar despercebido que a modalidade é relativamente recente no clube, iniciou nos anos 90, e posteriormente com a inauguração da piscina olímpica em 2016, e a filiação ao CBC – Comitê Brasileiro de Clubes, os esportes aquáticos tiveram grande impulso. Houve um aumento do número de praticantes, maior organização da equipe de competição, contratação de profissionais, aquisição de equipamentos modernos, dentre várias outras ações que levaram o Santa Monica aos resultados expressivos que o clube alcança atualmente.

Um clube que recentemente completou 60, com uma área de 72 alqueires, e em torno de 25.000 associados (entre titulares e dependentes) que hoje possui umas das melhores e mais bonitas piscinas olímpicas do Brasil. Construída dentro das normas da FINA, coberta, com espaço termo acústico e ecologicamente correta.

Além disso, são 2 salas de academia para os atletas e 1 sala de fisioterapia, ambas compartilhadas com as demais modalidades e equipadas com modernos aparelhos. A equipe técnica é composta pela supervisora dos esportes aquáticos Joyce, atleta olímpica e campeã Pan-Americana de basquete. O Head Coach da natação é Walde Saldanha, técnico de atletas de seleção brasileira, e que esteve à frente da natação do Clube Curitibano por muitos anos, além de mais 6 técnicos de natação e 1 técnica de nado artístico. Compartilhado com outras modalidades o Santa Mônica ainda possui 4 preparadores físicos e 2 fisioterapeutas.

Além do apoio do CBC, para manter e desenvolver a modalidade, o clube conta também com um Projeto da Lei de Incentivo Federal e para o ano de 2022 irá iniciar um projeto social em parceria com a Prefeitura de Pinhais, onde 40 crianças entre 7 e 8 anos estarão iniciando a prática da natação, no contraturmo escolar nas dependências do clube. Mais uma possível fonte de novos talentos.

​Os resultados obtidos pelo Santa Mônica em tão pouco tempo chamam atenção do que pode ser construído com um bom planejamento e organização. A médio e longo prazo os resultados tendem a serem ainda melhores e ficam de exemplo para outras entidades que ainda estão iniciado, ou mesmo pensando em se organizar em alguma modalidade.
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Autor: Daniel Vila Hreczuck
Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Supervisor de Esportes de Raquetes no Clube Curitibano (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
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Vôlei Taubaté Funvic: Um relato de experiência sobre a estrutura do projeto

19/11/2021

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Crédito: CBV
Muitos órgãos públicos já entenderam da importância e da relevância que o esporte pode ter para desenvolver uma região, uma comunidade, movimentar financeiramente um local entre outros fatores que só o esporte agrega. Inclusive comentei sobre esse tema há algum tempo atrás usando os Jogos da Aventura e Natureza realizados no estado do Paraná.
 
Para mostrar que também é possível fazer essa união de órgão público até com o esporte de rendimento, hoje o texto é do Thiago Hoffmann Saldanha Estefano, profissional de Educação Física, especialista em Gestão em Marketing Esportivo, e com experiência de 10 anos atuando principalmente na área de marketing e gestão esportiva, empreendedorismo e gestão pública esportiva. Ele esteve envolvido com o projeto do Vôlei Taubaté Funvic de 2014 até meados de 2021, quando o projeto encerrou suas atividades na cidade do Vale do Paraíba do estado de São Paulo e foi transferido para a cidade de Natal no Rio Grande do Norte (RN) depois do rompimento da parceria entre a Funvic e a Prefeitura de Taubaté.
O projeto - Relato de Thiago Hoffmann Saldanha Estefano
 
O projeto Vôlei Taubaté Funvic foi um grande destaque nos últimos 8 anos (2013-2021) no cenário esportivo, principalmente para aqueles que acompanham de perto a modalidade. Durante o período que o projeto esteve presente na cidade de Taubaté/SP conquistou ótimos resultados em quadra, como os títulos da Superliga A (2018/2019 e 2020/2021), Copa Brasil (2015 e 2017), Supercopa (2019 e 2020), Troféu Super Vôlei (2020), Campeonato Paulista (2014, 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019) e Copa São Paulo (2015), totalizando 14 títulos em 8 anos de projeto. Porém, através de um modelo de política pública, mostrou que investir no esporte não se resume somente em títulos, mas também através do desenvolvimento de projetos sociais e infraestrutura, onde se entende por política pública um conjunto de ações estipuladas pelo governo que atinge e traz benefícios para a população.
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Crédito: CBV
Contudo, cabe ressaltar que há divergências políticas acerca do investimento realizado pelo Poder Público no projeto de uma equipe de alto rendimento. Se, por um lado, há discursos fortemente amparados na perspectiva que as equipes de alto rendimento trazem um grande retorno de visibilidade e reconhecimento positivo do nome da cidade e são capazes de criar oportunidades de entretenimento nos tempos livres, retorno para o comércio local, turismo para a cidade, investimento nas categorias de base e formação de atletas, otimização dos espaços físicos e promoção de projetos sociais, que por consequência, esses promovem a  integração social, a promoção da saúde e a possibilidade da construção de um futuro melhor para os usuários.

​Em antagonismo, existe a crítica quanto ao investimento público em equipes de alto rendimento, visto que o Art. 214 da Constituição Federal de 1988 Lei Orgânica do município de Taubaté e a Lei n. 9.615/1998, conhecida como “Lei Pelé”, diz que o investimento no esporte educacional deve ser priorizado pela gestão pública. Embora se possam tecer críticas a este tipo de investimento, é inegável que o mesmo cumpriu um importante papel social perante os demais setores da sociedade e principalmente, o poder público as outras manifestações esportivas não foram prejudicadas, ao contrário, assim como o rendimento, houve um aumento no investimento do esporte educacional e de participação.

O objetivo deste texto é detalhar a inserção de uma grande equipe da modalidade de voleibol na cidade de Taubaté, localizada no Vale do Paraíba do estado de São Paulo, e como este projeto influenciou a política pública esportiva do município e deixou legados positivos para o esporte da cidade.
 
Para tanto, o método usado neste texto, teve como base o relato de um profissional que esteve presente em boa parte da história vencedora do time de voleibol da cidade de Taubaté e que prestou os seus serviços de 2014 a 2021 na área de marketing e comunicação, sem função executiva ou de diretoria responsável pelas principais tomadas de decisão.
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Crédito: CBV
O projeto Vôlei Taubaté Funvic na visão da Política Pública do município de Taubaté
 
O projeto Vôlei Taubaté Funvic sempre esteve intimamente ligado aos interesses do poder público, visto que o esporte sempre teve um papel de destaque no plano de governo do último prefeito de Taubaté (2013-2020), José Bernardo Monteiro Ortiz Júnior. Em razão disso, junto com a sua equipe técnica formada por profissionais de educação física, doutores, mestres e especialistas cada um em sua área de atuação na Secretaria de Esportes e Lazer, definiu 3 (três) modalidades âncoras que levariam o nome da cidade de Taubaté, e entre elas estava a modalidade de voleibol, reforçando assim a missão da Secretaria de Esportes e Lazer durante o período da gestão 2013 a 2020 que era de “fomentar ações por meio da prática de atividade física, esportiva e de lazer junto à comunidade, com a finalidade de democratizar o acesso e ampliar a cultura corporal do movimento, nos âmbitos educacional, competitivo e de participação" e da sua visão que era de “ser referência nacional como excelência em gestão pública esportiva municipal, inserindo Taubaté na condição de protagonista”
 
Para que isso fosse possível, houve um aumento do investimento público municipal no esporte durante o período da última gestão. Este aprovado em assembleia na câmara dos vereadores, assim como todos os outros recursos aplicados no município através da LOA (Lei Orçamentária Anual). No caso do esporte de alto rendimento, foi criado em 2012 o Fundo de Assistência ao Desporto Amador de Taubaté (FADAT), onde são destinados valores em formato de bolsa-auxílio para os profissionais ligados aos projetos aprovados pelo Conselho Diretor do FADAT. As entidades da cidade que se enquadram no regulamento do edital de chamamento público podem se inscrever para tentar pleitear o apoio por meio de recursos financeiros, físicos e de logística junto ao FADAT.
 
Falando especificamente do projeto do Vôlei Taubaté Funvic, a entidade proponente que pleiteou a verba do FADAT foi a Fundação Universitária Vida Cristã (Funvic) a qual era a responsável em fazer a gestão do projeto sob a supervisão dos gestores da Secretaria de Esportes e Lazer de Taubaté, a qual recebia o apoio financeiro e estrutural da Prefeitura de Taubaté, e como contrapartida manteve a parceria com mais de 50 empresas durante a sua trajetória de 8 anos na cidade do Vale do Paraíba, as quais apoiaram o time por meio de patrocínio direto, verba incentivada (federal e municipal) e também por meio de serviços.

​Muitos desses parceiros vinham por meio de contato com o antigo prefeito que fazia um approach inicial com os representantes das empresas e depois era apresentado uma proposta comercial de patrocínio esportivo visando fazer uma parceria com a equipe de voleibol da cidade. Muitas dessas empresas vinham com o interesse de manter um bom relacionamento com a cidade e passar uma boa imagem para os torcedores e moradores de Taubaté, visto que a maioria tinha alguma sede ou investimento na cidade. Foram poucas as empresas que tinham interesse realmente em explorar todas as contrapartidas contratuais que a equipe colocava como direito de acordo com as cotas fechadas.
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Crédito: CBV
O papel do gestor de marketing e comunicação no Vôlei Taubaté Funvic
Dito isso, o desafio para trabalhar no marketing da equipe teve início quando eu ainda estava trabalhando na Secretaria de Esportes e Lazer de Taubaté no cargo de gestor de esportes responsável pelo marketing e comunicação no ano de 2014. Além do trabalho com as demandas da Secretaria de Esportes e Lazer que envolviam os departamentos de eventos, esporte social, administrativo e também o da competição, eu também era o responsável por auxiliar no marketing da equipe do vôlei, visto a grandeza e a representatividade que o projeto teve para a cidade.

Portanto, no vôlei, eu ficava responsável por:
  • Gerenciar a agência que prestava o serviço de gestão de redes sociais, site, criação, fotos e assessoria de imprensa;
  • Relacionar com os parceiros da equipe, seja para ativação da marca ou somente para manter um bom relacionamento com a entrega de ingressos, convites de eventos, uniformes, visitas dos atletas e mantê-los informados sobre as notícias da equipe;
  • Relacionamento com as torcidas organizadas;
  • Gestão das ações sociais que envolviam a equipe;
  • Organização de eventos, tais como: festival minivôlei, tarde de autógrafo, apresentação da equipe, desfile das principais conquistas, coletivas de imprensa, Media Day, visita dos atletas nas escolas (vice-versa), visita dos atletas em centros sociais, campanhas sociais (doação sangue, covid, dengue), entre outros;
  • Aprovação dos layouts dos uniformes e de toda identidade visual que envolvia a marca da equipe;
  • Investimento em inovação e tecnologia como por exemplo a criação da rádio Vôlei Taubaté junto com aplicativo para reserva dos ingressos;
  • Coordenar o Match Day, verificando se todos os itens do checklist estavam de acordo para que o evento acontecesse da melhor forma, como por exemplo: placas de publicidade, DJ, animador de torcida, mascote, imprensa, voluntários, área reservada para patrocinadores, e etc.;
  • Responsável por emitir relatórios para os gestores da Secretaria de Esportes e Lazer e também para os patrocinadores referente ao ROI.
 
Trabalhar no marketing de uma equipe a qual recebe investimento público e privado é saber discernir entre os objetivos do marketing esportivo que tem como uma das principais características o retorno financeiro e os objetivos marketing político que tem por característica o reconhecimento do governo, talvez este tenha sido o maior dos desafios, pois nem tudo que era sugerido era aprovado, muitas vezes por dificuldades de budget para o setor de marketing ou por simplesmente não estar dentro do que era esperado pelos gestores do projeto.
 
Concluo o texto dizendo que o projeto Vôlei Taubaté Funvic deixou um grande legado positivo para a cidade de Taubaté, colocou o esporte de Taubaté no nível mais alto da prateleira, através deste investimento a cidade ficou reconhecida mundialmente, e como consequência, no guarda-chuva da equipe, por meio de um política pública esportiva estruturada, muitas outras ações foram benéficas para a cidade de Taubaté, o qual chamo de política pública invisível, que é tudo aquilo que está conectado com o time, porém não tem a mesma visibilidade da equipe de alto rendimento.

Cito aqui a formação das categorias de base, criação de uma escola de atletas em período integral em sinergia com a Secretaria de Educação, projetos esportivos sociais voltado para crianças, adolescentes, adultos e idosos, entretenimento para o cidadão taubateano, retorno social para a entidades da cidade por meio das trocas de ingressos por mantimentos (em média 20 toneladas de alimentos foram arrecadados por temporada), turismo para a cidade (cerca de 20% do público vinham de outras cidades da região do Vale do Paraíba e grande São Paulo), melhorias na infraestrutura do ginásio e RH especializado para atender tanto a equipe adulta quanto às categorias de base, possibilidade de ver a equipe da sua cidade em jogos transmitidos na tv e no streaming.

​Pode-se dizer, portanto, que os retornos citados acima legitimam o investimento no esporte de alto rendimento, mesmo que neste caso seja idealizado pelo poder público e que seja um compromisso na agenda do líder governamental e logo não prejudique o investimento nas outras manifestações esportivas.
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Autor: Daniel Vila Hreczuck
Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Supervisor de Esportes de Raquetes no Clube Curitibano (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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O esporte não precisa de tantas regras

4/11/2021

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Crédito: Robert Collins - unsplash
Alguns dias atrás minha namorada me enviou uma mensagem perguntando sobre as medidas da rede e da quadra de beach tennis. O motivo é que próximo da casa dela tem uma quadra de areia e ela queria ver se poderíamos jogar lá. Isso me lembrou de uma conversa que eu tive com um diretor técnico da Federação Paranaense de Tênis em que ele falava que o tênis não era tão praticado no Brasil porque todos buscavam muita formalidade na prática.

Ao contrário do futebol, que era possível jogar com bola de meia, chinelo no lugar dos gols, com apenas uma trave, muitas modalidades não deram esse passo de simplificar o acesso e ao longo do tempo da federação vivenciei algumas experiências que reforçaram isso.
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Crédito: Portal do Professor
Uma dessas experiências foi uma conversa em que apresentamos a ideia de produção de bola e raquetes com material reciclável para algum setor público e tivemos a resposta de que os professores só trabalhavam com material oficial.

Na minha visão a maior barreira que o esporte enfrenta no Brasil é essa formalização excessiva de sua prática. Quando eu era criança pegava dois bancos, colocava uma vassoura por cima deles e jogava tênis com o meu pai no corredor do nosso apartamento. Na minha visão estava jogando tênis, era divertido e me fez gostar da modalidade.
Na faculdade tive uma aula com o esgrimista olímpico Athos Schwantes e ele apresentou um pouco do TCC dele, em que ele mostrou que com material reciclável e adaptado era possível fazer vários objetos para ensinar esgrima nas escolas com segurança. Eu acredito que as entidades esportivas deveriam pensar mais nisso, nessa simplificação do esporte para facilitar sua massificação. Aqui eu já deixo um exemplo que eu acho muito interessante, a Arena Ping-Pong criada pela Confederação Brasileira de Tênis. Ao invés de ficar gritando ao mundo que não é ping-pong o nome do esporte, a CBTM abraçou o ping-pong, o que é genial, pois é assim que todos chegam ao tênis de mesa.
O próprio tênis começou a se adaptar, a metodologia de ensino para crianças já conta com raquetes adaptadas, redes menores e tamanho da quadra reduzido. Claro que ainda existe o custo desses materiais, mas a simples redução da quadra já possibilitou o ensino da modalidade em vários locais diferentes de uma quadra de tênis.

Quando eu saio jogar beach tennis com a minha namorada, estamos pensando em lazer e diversão, não nos importa se a rede tem o tamanho correto, as especificações da raquete, o tamanho da quadra, as regras da Federação Internacional e como é feita a contagem de pontos. Quando eu jogava tênis com meu pai também não importava para nós essas questões, assim como não importa para as crianças que estão aprendendo a modalidade e para muitos adultos que só querem praticar o esporte para se divertir ou pensando em saúde.
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Crédito: arquivo pessoal
Quando superarmos esse paradigma de que para praticarmos esportes precisamos seguir um monte de regras, provavelmente o esporte será mais praticado no Brasil, independente da modalidade.
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Autor: Daniel Vila Hreczuck
Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Supervisor de Esportes de Raquetes no Clube Curitibano (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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Campeonatos Estaduais, o “aquecimento” para a Superliga

22/8/2021

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Crédito: Unilife Maringá Vôlei (divulgação)
Após o encerramento dos jogos olímpicos de Tóquio e paralelo aos Campeonatos Sul-Americanos que darão vaga ao campeonato mundial de seleções, estão começando os campeonatos estaduais de vôlei de clubes.

São competições com número reduzidos de clubes, porém extremamente importantes para que os gestores esportivos e as comissões técnicas possam avaliar inúmeras coisas, entre elas:
  • Resultados e performance da equipe;
  • Retorno da repercussão das mídias;
  • A participação da torcida de forma efetiva;
  • Satisfação dos patrocinadores relacionada à divulgação e retornos financeiros nas redes sociais e jogos.

Em relação ao aspecto financeiro, as equipes têm a possibilidade de realizarem o balanço final da competição e tomarem o conhecimento real de quanto lucraram com a competição e quanto poderão investir na Superliga.

Em 2020 não houve público nos jogos em razão da pandemia e os lucros foram reduzidos. Acredita-se que com o retorno gradativo das torcidas nos ginásios, as equipes terão uma renda maior e uma “folga” financeira maior, além de poderem contar com a renda proveniente de seus patrocinadores.

Quando as equipes possuem lojas online organizadas, podem lucrar com a venda de uniformes e outros acessórios que poderão deixar a torcida de alguma forma, sentindo-se mais próxima da equipe e ajudando a mantê-la, embora com a crise econômica que atingiu o país, este lucro também teve a possibilidade de redução.

Os gastos para a inscrição da Superliga é elevado e não basta apenas fazer a inscrição e sim conseguir manter a equipe financeiramente até o final da competição. Para isso é necessário uma excelente gestão e administração financeira, controle de gastos principalmente nestes dois últimos anos em que são exigidos materiais de higienização e esterilização de tudo o que é utilizado pelos membros da equipe. Os cuidados para evitar a contaminação do vírus são realizados constantemente após cada treino e a cada jogo.

​Alguns campeonatos estaduais já estão acontecendo, outros em breve irão iniciar. As torcidas estão ansiosas para poderem assistir suas equipes atuando em quadra, com belas partidas, levando o carinho às jogadoras e fazer a festa nas vitórias com gritos e explosões de felicidade. Que todos possam voltar a sorrir e que as equipes possam fazer uma Superliga com excelente qualidade do primeiro ao último jogo.
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Autora: Patricia Deud
Bacharel em Educação Física (Dom Bosco). Responsável pelas páginas de Facebook e Instagram com cobertura das equipes Sesi Vôlei Bauru (Superliga A), Ama Vôlei Maringá (Superliga B e A) e Vôlei Marechal (Superliga C).

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O investimento financeiro gera medalhas?

17/8/2021

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Crédito: Tokyo 2020
No dia 8 de agosto foram encerradas as Olimpíadas de Tóquio com a melhor participação brasileira nos Jogos. O recorde de número de medalhas foi quebrado (21), o recorde de ouros igualado e o país obteve a melhor classificação da história no quadro de medalhas. Se skate e surf ajudaram bastante essa conta, o fator investimento jogou contra durante o último ciclo olímpico conforme noticiado pelo UOL.

Peguei algumas informações do Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná para trazer dados sobre o esporte no Brasil para que possamos fazer uma reflexão de como o investimento acaba impactando os resultados Olímpicos.

Para começar vale destacar um marco no esporte olímpico do Brasil, a Lei Agnelo-Piva. Sancionada em 16 de julho de 2001 ela prevê que: “2% da arrecadação bruta das loterias federais em operação no país, descontadas as premiações, sejam destinados em favor do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), na seguinte proporção: 85% para o COB e os 15% restantes para o CPB.” A Confederação Brasileira de Clubes (CBC) posteriormente a criação da lei também foi incluída nela. Ou seja, desde 2002 o esporte brasileiro recebe verba pública direta para acontecer.

Por curiosidade se verificarmos a quantidade de medalhas no Brasil em Olimpíadas antes dessa data, teremos 66 em 19 edições dos jogos. E essa conta é muito favorecida pelos Jogos Olímpicos de 96 e 2000 que juntos contabilizam 27 medalhas.

Se você é uma daquelas pessoas que dá mais valor ao ouro, precisa saber que nesse mesmo período o Brasil conquistou 12. De 2004 para cá, primeira Olimpíada com o aporte da Lei Agnelo-Piva, foram 5 edições, um total de 75 medalhas, 25 delas de ouro. O gráfico abaixo, retirado do Instagram do Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná mostra essa evolução.
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Crédito: Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva UFPR
Se considerarmos apenas a Lei Agnelo-Piva, o valor investido no esporte pelo Governo Federal vem aumentando quase que constantemente desde 2002, com uma estagnação entre 2016 e 2018, mas voltando a crescer em 2019. Foram 3 bilhões de reais investidos ao todo. A matéria do UOL mencionada no começo desse texto, justifica esse aumento em virtude do aumento de apostas nas loterias. Esse valor aportado pelo Governo Federal é diferente para cada confederação de acordo com 12 critérios que o Comitê Olímpico Brasileiro segue (saiba mais).

Podemos acrescentar a esse número os valores investidos pelo Programa Bolsa Atleta, que segundo a Secretaria Especial do Esporte, é um investimento médio anual de R$ 98,4 milhões de reais. Novamente aqui encontramos uma data comum, foi em 2005 que o programa começou a distribuir valores aos atletas. Por mais questões que ele levante se o valor é suficiente para fazer o atleta se dedicar apenas ao seu treinamento é uma forma de investimento. Abaixo o histórico de bolsistas do Programa Bolsa Atleta.
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Crédito: Secretaria Especial do Esporte
​Isso sem falar em valores de Lei de Incentivo Federal, de leis de incentivo ou bolsas atletas estaduais e municipais, do valor investido pelas forças armadas em atleta, do valor repassado pelo Comitê Brasileiro de Clubes. Não quero aqui debater se esses valores são suficientes ou insuficientes, mas quero trazer a reflexão de que após a Lei Piva em 2001 e o Bolsa Atleta em 2005 o número de medalhas do Brasil nos Jogos Olímpicos cresceu. Seria fruto desses investimentos ou um acaso? Qual a sua opinião?
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Autor: Daniel Vila Hreczuck
Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Supervisor de Esportes de Raquetes no Clube Curitibano (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
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Um modelo de gestão: Confederação Brasileira de Tênis de Mesa

12/7/2021

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Crédito: Washington Alves (COB)
Grande parte da minha visão de gestão esportiva foi construída na Federação Paranaense de Tênis. A entidade é auto sustentável e realiza seu trabalho através das receitas originarias de anuidades de jogadores e clubes/academias, além das inscrições em eventos. Acredito que pelo fato de existirem muitas academias de tênis, que procuram obter lucro através do esporte, eu também criei a visão de que o esporte precisa incidir mais em aspectos econômicos.
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Para efetivar essas ideias no Brasil, em virtude da maior parte do dinheiro que mantém o esporte ser público, é necessária muita inteligência e criatividade. E o exemplo na minha opinião é a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa. ​E não digo isso apenas pelas inúmeras condecorações que a entidade têm quando se fala em governança, o que já é louvável. O Rating Integra, o GET e o Sou do Esporte reconheceram o trabalho da entidade nesse quesito. Mas o que me chama atenção é a excelência de ideias e a forma que a CBTM está vendo o esporte, como algo além de competições de tênis de mesa.
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Começa pelo fato de que a entidade em seu site possui um Manual de Gestão feito para as federações, ligas e clubes filiados, o que já mostra mais um claro diferencial e a preocupação com seus filiados.

Outro diferencial é que a entidade também pensa no que oferecer de retorno para seus patrocinadores, algo que na minha visão, ainda é muito negligenciado no esporte. A CBTM realizou um estudo de Valuation para conseguir valorizar seus produtos e garantir que o valor das propostas de patrocínio sejam proporcionais ao que é entregue pela entidade. Segundo o site da própria entidade, o Valuation utiliza a qualidade e a quantidade de impactos que a entidade realiza ao longo de um ano para definir o valor que entra na proposta. Hoje a Tibhar e as Loterias Caixas são patrocinadores da confederação.
Lógico que a CBTM também realiza ações muito comuns entre as entidades esportivas, como uma TV própria, leis de incentivo ao esporte e licenciamento, mas um projeto específico é muito inovador e chama muito atenção: a Arena Ping-Pong.
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Tive o grande prazer de conversar com o diretor esportivo, Geraldo Ricado H. Campestrini, que colaborou bastante para a produção desse texto e é ele quem começa contando o que é o projeto da Arena Ping-Pong: “A proposta é buscar uma proximidade com empresas por meio da instalação de locais de prática, acessíveis a colaboradores das próprias empresas. Uma forma de, tanto ampliarmos a prática do tênis de mesa, quanto estreitarmos relacionamentos comerciais com expectativa de ampliação de investimentos”.
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Através desse projeto a CBTM cria espaços dentro de empresas para através do tênis de mesa gerar socialização, descompressão e esporte aos funcionários. A Confederação Brasileira de Futebol foi a pioneira em receber esse projeto.

​Seguindo nas ideias inovadoras, o Business Plan da entidade foi produzido com o objetivo de melhorar a comunicação com o mercado e dessa forma, atrair mais investimentos. A proposta é criar um grupo empresarial, a TM Brazil, que fará o gerenciamento de ativos intangíveis como: imagem da seleção brasileira, propriedades comerciais, ativações, marca e submarcas da CBTM e do tênis de mesa brasileiro.

“Nossos projetos estão conectados, especialmente, para colocar o praticante (de todos os níveis) no centro das nossas ações/atividades. E, a partir da melhoria do relacionamento com eles, ampliarmos as possibilidades de geração de receitas”, completa Geraldo.
O que eu mais gosto em todo esse desenvolvimento realizado pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, é o fato que eles extrapolaram o esporte como uma simples competição. Eles estão vendo sua modalidade de todas as formas possíveis de se ver o esporte: lazer, financeira, competitiva e formação. Explorando toda a abrangência que o esporte têm.
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É por isso, que para mim, a CBTM é o melhor modelo de gestão de confederações e federação que o Brasil têm. Você conhecia o trabalho da entidade? O que achou de todos os projetos?
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Autor: Daniel Vila Hreczuck
Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Supervisor de Esportes de Raquetes no Clube Curitibano (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
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Gestão esportiva efetiva é igual a ascensão

21/6/2021

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Crédito: Neon Brand - unsplash
Olá, já fazem algumas semanas que realizei uma live em meu Instagram, cujo tema foi Gestão Esportiva Efetiva, cujo o objetivo era fazer com que as pessoas compreendessem um pouco melhor como deve ser uma Gestão Eficiente em seu time. Tive a colaboração de grandes convidados, Renato Bragagnollo, gestor no SESI-SP, José Barros, professor da Pós Graduação em Gestão do Esporte do SENAC-SP e Denize Diniz, consultora técnica das categorias de base do Texas United Volleyball Club dos Estados Unidos, que trouxeram sua expertise de anos de experiências, cuja discussão foi tão rica que resolvi compartilhar os principais pontos aqui com vocês.

Em nossa conversa os pontos que mais se destacaram foram que um gestor deve saber fazer contratos, entender como cuidar do financeiro, procurar e entender formas de gerir adequadamente, além de entender de legislação, recursos humanos e administração, dominar o conhecimento da gestão, saber fazer projetos e trabalhar com um marketing inteligente que foque em empresas divulgando suas marcas.

Além disso, um bom gestor é quem sabe delegar, é necessário saber realizar um bom planejamento estratégico, entender de periodização, deve conhecer e entender os órgãos reguladores, ser um facilitador de processos, entender de logística, possuir uma boa equipe multidisciplinar a sua disposição, saber trabalhar em equipe, ter “humildade” assumindo seus erros quando ocorrerem.

Ainda foram destacados os seguintes pontos: não se pode depender de verba pública, isto é, “marketing não se resume a patrocínio”, “gestor deve ser um líder”, e “deve-se conhecer seu time”, ou seja, o que cada um é capaz de fazer e onde estão as fragilidades. Foram dicas valorosas e com certeza ensinamentos que poderão ajudar muitas pessoas a se aprimorarem no meio esportivo, pois a gestão é do time, da equipe, do grupo e de si mesmo.

Uma sugestão, é que vocês releiam as dicas e as pratiquem no seu dia-a-dia, pois um bom gestor pode de fato auxiliar seu time a crescer e vencer, ou pode ser o responsável pela sua decadência.

Um grande abraço a todos e até a próxima!!!
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Autor: Paulo Penha
Psicólogo do Esporte, Gerente de Saúde Esportiva da PSICCOM (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
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A caminho do NBB: Coritiba Monsters

11/5/2021

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Crédito: Coritiba Football Club
​O Novo Basquete Brasil (NBB) é um modelo para mim em vários aspectos: desde a estrutura de como a liga é formada, sua gestão e principalmente a comunicação e o marketing da entidade. A temporada de 2020/2021 contou com a presença de 16 equipes, que se enfrentaram em 30 jogos para definir os classificados aos playoffs. Com a parceria feita com a NBA no ano de 2014, a liga brasileira de basquete vem buscando ganhar espaço na mídia.
​Antes de se chegar na NBB existe a LDB, Liga de Desenvolvimento de Basquete que foi disputada pela última vez em 2019 com a participação de 13 clubes. A LDB é uma competição de base do basquete e desde a edição de 2017 começou a ser disputada por equipes sub-22. Se 2019 foi a última vez que a competição foi realizada, foi nesse ano também a primeira participação do atual Coritiba Monsters / Sociedade Thalia. Segundo Adair Rocha, presidente do Coritiba Monsters, com quem conversei para fazer esse texto, a LDB fica apenas atrás na NCAA como campeonato de basquete de base no mundo.
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Adair também é fundador da Associação Viver Mais (AVM), que em parceria com o Coritiba Foot Ball Club, a Sociedade Thalia lançaram o Coritiba Monsters, que está se estruturando aos poucos e vislumbra chegar em algum momento na NBB. A tarefa entre outros quesitos esbarra na necessidade de possuir cerca de 2 milhões de reais, valor necessário para comprovar ao NBB que a equipe irá conseguir participar do campeonato todo. Por efeito de comparação, o mesmo custo para o Campeonato Adulto de Basquete da Confederação Brasileira de Basketball, é de 500 mil reais. E apenas o dinheiro não basta, a equipe antes de entrar no NBB precisa conquistar o primeiro ou segundo lugar do Campeonato Adulto de Basquete.
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O projeto está sendo construído por pessoas muito capacitadas e com muito pé no chão, dessa forma atualmente todos os recursos obtidos pelo Monsters são destinados a equipe de basquete, como toda a parte administrativa sendo feita de forma voluntária ou através de parcerias.

​Em resumo a estrutura da entidade hoje é: presidente, 2 coordenadores técnicos, consultor técnico, preparador físico, fisioterapeuta, psicólogo, médico, departamento jurídico e um departamento responsável pela captação de recursos municipais, estaduais e federais.
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As receitas da entidade são principalmente através do Programa Nota Paraná, da Lei de Incentivo Municipal, da Lei de Incentivo Estadual – Proesporte e da Lei de Incentivo Federal, Programa CBB Cuida, além de alguns patrocinadores principais: Hospital Novo Mundo, Cobertura Nacional e o SSW Sistemas.
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A parceria com a Sociedade Thalia, permite ao Monsters ter uma ótima estrutura para treinamento e conseguir participar das competições de basquete oferecidas pelo CBC. O Coritiba, mas famoso no esporte devido ao futebol, contribui com o peso da camisa, a grande quantidade de torcedores e um grande reforço na parte de comunicação do Monsters, que recentemente precisou fechar outra parceria com o Clube Duque de Caxias, para poder atender demandas de ginásio para a realização de jogos oficiais.

O Coritiba Monsters é um ótimo exemplo de pessoas que querem fazer as coisas acontecerem e os dois caminhos acima dão ótimos exemplos para quem quer tirar alguma ideia do papel, onde buscar recursos, buscar parcerias para obtenção de espaços ou para suprir demandas técnicas e operacionais. E pelo ótimo exemplo acredito que é importante citar alguns dos nomes envolvidos no projeto além do Adair, o qual já mencionei que colaborou com o texto: Rolando Ferreira Júnior (ex-jogador da seleção brasileira de basquete – Diretor técnico e Padrinho do Coritiba Monsters), Francisco Peçanha, Fabio Pellanda e Irmã Adelina Bressan (Fundadora da AVM. Particularmente queria também agradecer ao Isaac Brito Junior por fazer a ponte e me oportunizar a conversa com o Adair que originou esse texto.

Mesmo visando chegar no alto rendimento e profissionalismo da NBB, o Coritiba Monsters mantém a essencial de ter o esporte como uma ferramenta de inclusão, por isso em parceira com a ADFP, a entidade possui também o basquete em cadeira de rodas e logo terá alguma ação no basquete para surdos, além de apoiar um atleta do paraciclismo.

Convido você conhecer mais sobre o Coritiba Monsters acessando o site: coritibamonsters.com.br e também a anotar o nome desse projeto que dentro de alguns anos pode se tornar referência no Brasil.
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Autor: Daniel Vila Hreczuck
Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Supervisor de Esportes de Raquetes no Clube Curitibano (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
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