Olá, já fazem algumas semanas que realizei uma live em meu Instagram, cujo tema foi Gestão Esportiva Efetiva, cujo o objetivo era fazer com que as pessoas compreendessem um pouco melhor como deve ser uma Gestão Eficiente em seu time. Tive a colaboração de grandes convidados, Renato Bragagnollo, gestor no SESI-SP, José Barros, professor da Pós Graduação em Gestão do Esporte do SENAC-SP e Denize Diniz, consultora técnica das categorias de base do Texas United Volleyball Club dos Estados Unidos, que trouxeram sua expertise de anos de experiências, cuja discussão foi tão rica que resolvi compartilhar os principais pontos aqui com vocês. Em nossa conversa os pontos que mais se destacaram foram que um gestor deve saber fazer contratos, entender como cuidar do financeiro, procurar e entender formas de gerir adequadamente, além de entender de legislação, recursos humanos e administração, dominar o conhecimento da gestão, saber fazer projetos e trabalhar com um marketing inteligente que foque em empresas divulgando suas marcas. Além disso, um bom gestor é quem sabe delegar, é necessário saber realizar um bom planejamento estratégico, entender de periodização, deve conhecer e entender os órgãos reguladores, ser um facilitador de processos, entender de logística, possuir uma boa equipe multidisciplinar a sua disposição, saber trabalhar em equipe, ter “humildade” assumindo seus erros quando ocorrerem. Ainda foram destacados os seguintes pontos: não se pode depender de verba pública, isto é, “marketing não se resume a patrocínio”, “gestor deve ser um líder”, e “deve-se conhecer seu time”, ou seja, o que cada um é capaz de fazer e onde estão as fragilidades. Foram dicas valorosas e com certeza ensinamentos que poderão ajudar muitas pessoas a se aprimorarem no meio esportivo, pois a gestão é do time, da equipe, do grupo e de si mesmo. Uma sugestão, é que vocês releiam as dicas e as pratiquem no seu dia-a-dia, pois um bom gestor pode de fato auxiliar seu time a crescer e vencer, ou pode ser o responsável pela sua decadência. Um grande abraço a todos e até a próxima!!!
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O Novo Basquete Brasil (NBB) é um modelo para mim em vários aspectos: desde a estrutura de como a liga é formada, sua gestão e principalmente a comunicação e o marketing da entidade. A temporada de 2020/2021 contou com a presença de 16 equipes, que se enfrentaram em 30 jogos para definir os classificados aos playoffs. Com a parceria feita com a NBA no ano de 2014, a liga brasileira de basquete vem buscando ganhar espaço na mídia.
Adair também é fundador da Associação Viver Mais (AVM), que em parceria com o Coritiba Foot Ball Club, a Sociedade Thalia lançaram o Coritiba Monsters, que está se estruturando aos poucos e vislumbra chegar em algum momento na NBB. A tarefa entre outros quesitos esbarra na necessidade de possuir cerca de 2 milhões de reais, valor necessário para comprovar ao NBB que a equipe irá conseguir participar do campeonato todo. Por efeito de comparação, o mesmo custo para o Campeonato Adulto de Basquete da Confederação Brasileira de Basketball, é de 500 mil reais. E apenas o dinheiro não basta, a equipe antes de entrar no NBB precisa conquistar o primeiro ou segundo lugar do Campeonato Adulto de Basquete. O projeto está sendo construído por pessoas muito capacitadas e com muito pé no chão, dessa forma atualmente todos os recursos obtidos pelo Monsters são destinados a equipe de basquete, como toda a parte administrativa sendo feita de forma voluntária ou através de parcerias. Em resumo a estrutura da entidade hoje é: presidente, 2 coordenadores técnicos, consultor técnico, preparador físico, fisioterapeuta, psicólogo, médico, departamento jurídico e um departamento responsável pela captação de recursos municipais, estaduais e federais. As receitas da entidade são principalmente através do Programa Nota Paraná, da Lei de Incentivo Municipal, da Lei de Incentivo Estadual – Proesporte e da Lei de Incentivo Federal, Programa CBB Cuida, além de alguns patrocinadores principais: Hospital Novo Mundo, Cobertura Nacional e o SSW Sistemas. A parceria com a Sociedade Thalia, permite ao Monsters ter uma ótima estrutura para treinamento e conseguir participar das competições de basquete oferecidas pelo CBC. O Coritiba, mas famoso no esporte devido ao futebol, contribui com o peso da camisa, a grande quantidade de torcedores e um grande reforço na parte de comunicação do Monsters, que recentemente precisou fechar outra parceria com o Clube Duque de Caxias, para poder atender demandas de ginásio para a realização de jogos oficiais. O Coritiba Monsters é um ótimo exemplo de pessoas que querem fazer as coisas acontecerem e os dois caminhos acima dão ótimos exemplos para quem quer tirar alguma ideia do papel, onde buscar recursos, buscar parcerias para obtenção de espaços ou para suprir demandas técnicas e operacionais. E pelo ótimo exemplo acredito que é importante citar alguns dos nomes envolvidos no projeto além do Adair, o qual já mencionei que colaborou com o texto: Rolando Ferreira Júnior (ex-jogador da seleção brasileira de basquete – Diretor técnico e Padrinho do Coritiba Monsters), Francisco Peçanha, Fabio Pellanda e Irmã Adelina Bressan (Fundadora da AVM. Particularmente queria também agradecer ao Isaac Brito Junior por fazer a ponte e me oportunizar a conversa com o Adair que originou esse texto. Mesmo visando chegar no alto rendimento e profissionalismo da NBB, o Coritiba Monsters mantém a essencial de ter o esporte como uma ferramenta de inclusão, por isso em parceira com a ADFP, a entidade possui também o basquete em cadeira de rodas e logo terá alguma ação no basquete para surdos, além de apoiar um atleta do paraciclismo. Convido você conhecer mais sobre o Coritiba Monsters acessando o site: coritibamonsters.com.br e também a anotar o nome desse projeto que dentro de alguns anos pode se tornar referência no Brasil.
Durante a pandemia eu percebi alguns avanços da Educação Física aqui em Curitiba e no Paraná. Depois de muito tempo fechado e algumas lutas os profissionais da área e entidades como academias de musculação, tênis e natação passaram a ser considerados essenciais ainda em 2020 no munícipio e, no começo de 2021 o estado informou que os profissionais da área seriam vacinados no grupo prioritário, porque esses também eram considerados da área da saúde. Essas informações para mim eram claras, e talvez eram claras também para a maioria dos formados na área, mas precisou de uma pandemia para a sociedade perceber isso. Agora a UNESCO está tentado alertar isso ao mundo.
O texto segue trazendo uma abordagem preocupada em inserir bons programas de atividades físicas e esportes nas escolas, mas de uma forma que incentive as pessoas a seguirem praticando atividade física o resto de sua vida. Logicamente, que implícito no texto, está a questão de continuar oferecendo opções de atividades físicas de qualidade para os adultos, afinal não adianta ensinar as pessoas a praticarem exercícios quando crianças, se eles não têm onde praticarem quando adultos. Alguns dos benefícios dessa proposta são:
Em razão disso, a UNESCO com o apoio do Comitê Olímpico Internacional lançou durante a Global Sports Week duas publicações orientando ações nesse sentido. Farei um texto futuro falando especificamente de cada uma delas, mas para não deixar esse texto aqui muito longo vou apenas citar o nome e deixar o link, caso você tenha interesse: Making the case for inclusive quality physical education policy development: a policy brief e How to influence the development of quality physical education policy: a policy advocacy toolkit for youth . A primeira publicação argumenta a favor da inclusão de uma política de oferecer educação física de qualidade, enquanto a segunda mostra como fazer isso. A UNESCO chama através desse documento todos os atores do esporte, atividade física, educação, saúde e juventude, a participarem dessa ação e contribuírem para acelerar a recuperação do COVID-19.
Se você tem interesse por esportes em geral, provavelmente deve estar sabendo que no futebol europeu surgiu uma proposta de criar uma nova Super Liga. O resumo dessa proposta é:
Basicamente o objetivo é fazer uma liga em que estarão todos os clubes populares, evitando clubes médios e pequenos ou de países sem muita tradição, atraindo maiores quantidades de público, patrocínios, interesse da mídia e por fim, se libertar da gestão e do monopólio da UEFA (Federação de Futebol da Europa).
Até aí, a ideia da Super Liga parece ser inovadora, mas e a UEFA Champions League, que já é tão badalada como a melhor competição de clubes do mundo, como fica? A princípio o discurso é que os grandes clubes continuarão disputando a UCL também. Parece faltar lógica, devido ao excessivo número de jogos que fazem num ano, principalmente os clubes ingleses que disputam o Campeonato Inglês, a Copa da Inglaterra e a Copa da Liga Inglesa, com jogos na véspera do natal ou em dia de Ano Novo. No fundo, é uma briga política e por dinheiro. Querem retirar os poderes da UEFA sobre os clubes. É importante lembrar que atualmente boa parte destes grandes clubes são geridos por grupos de investimentos, sendo que muitos deles dos Estados Unidos. Então, para quem conhece o modelo de ligas e franquias norte-americana, fica fácil entender essa Super Liga, sem rebaixamentos dos fundadores e sem ordens da UEFA. As reações de dirigentes, clubes e treinadores No entanto, essa proposta não foi bem recebida pela comunidade do futebol europeu em geral. A recusa do Bayern, Borussia e PSG já deixou evidente que não será fácil implantar a nova competição. Além disso, a UEFA e a FIFA deixaram claro que deverão punir os clubes e atletas por esta liga “pirata”. Na prática, esta punição poderá resultar em exclusão dos clubes da Champions League e dos atletas da Copa do Mundo e da Eurocopa. Agora a briga ficou séria, afinal, qual atleta quer simplesmente abrir mão de disputar a Copa do Mundo por causa de brigas políticas de dirigentes? O dinheiro importa, mas hoje, os atletas já são muito bem pagos nesse nível que estamos falando. Você já deve ter visto atletas recusando propostas de caminhões de dinheiro da Ásia e do Oriente Médio, para permanecerem em um clube de maior visibilidade e com chances de ser convocado para a seleção nacional. Outra complicação são as reações adversas dos clubes excluídos de praticamente a Europa inteira (Ajax, Feyenoord, PSV, Porto, Benfica, Sporting, Lyon, Olympique, Roma e Lazio, só para citar alguns). Ainda existem as reações adversas das torcidas, dos ex-jogadores e treinadores. Abaixo coloquei algumas opiniões relevantes, basicamente dizendo que o futebol não precisa de toda essa ganância, que deve respeitar um pouco mais a própria história de participação dos diversos clubes e que o sistema de rebaixamentos e acessos deve ser respeitado.
Jurgen Klopp e José Mourinho, famosos treinadores do Liverpool e Tottenham respectivamente, demonstraram estarem contrariados a esta nova liga. Me parece que o Mourinho inclusive foi desligado do clube por causa dessa discordância, apesar de o clube ter publicado que o motivo foi o baixo desempenho que a equipe vem apresentando. Já Karl-Heinz Rummenigge, um dos maiores nomes do futebol alemão e representante do Bayern de Munique também se posicionou contra (veja imagem abaixo). Ainda chamo a atenção para alguns detalhes sobre tudo isto: a) Me surpreendeu a recusa do Bayern de Munique, pois o clube possui uma postura predadora no campeonato nacional como estratégia de gestão, contratando sempre os maiores talentos dos rivais, deixando-os mais enfraquecidos, como Neuer (Schalke 04), Götze, Hummels e Lewandowski (Borussia), só para citar alguns. Caso queira ler mais sobre isto, clique aqui e aqui; b) O Campeonato Espanhol não tem clubes grandes simplesmente porque Real Madrid e Barcelona recebem praticamente 50% de todos os recursos da TV, enquanto os demais se matam pelo resto. Se esta divisão fosse mais justa, como é na Inglaterra, certamente teríamos novamente La Coruña, Atlético de Madrid, Valencia, Villa Real, entre outros, com um desempenho melhor, tornando o campeonato mais disputado e imprevisível; c) Caso a Super Liga realmente tenha interesse de manter o ecossistema do futebol saudável, poderia propor algo como o mecanismo de solidariedade que foi feito na Eredivisie da Holanda, em que parte do faturamento dos clubes da primeira divisão é distribuído para ajudar a manter os clubes menores. Só que aqui voltaremos a faltar com a lógica, pois é justamente por mais dinheiro que estão montando este novo torneio... me parece que não terá uma solução solidária; d) No Brasil há uma necessidade de reestruturação do calendário, afinal os clubes grandes jogam em excesso, enquanto os clubes pequenos possuem um calendário deficitário de apenas três meses de atividade no ano inteiro. Além disso, os campeonatos estaduais realmente têm despertado pouco o interesse dos torcedores. As conclusões básicas são: clubes pequenos dependentes das federações, que com poder político conseguem obrigar os grandes a jogarem os estaduais, para não sofrerem punições da CBF. Como o futebol brasileiro é mais desunido que o Europeu, também não se entendem por aqui. Se você quiser ler maiores detalhes sobre a Super Liga, recomendo: Site oficial da Super Liga Formato, criadores e polêmicas: entenda a nova Superliga da Europa Superliga criada. Entenda por que ela é séria ameaça para UEFA e FIFA FIFA pode excluir atletas e clubes por Superliga? Especialistas explicam Caso você queira ver mais sobre os protestos e posicionamentos dos clubes e dirigentes europeus clique aqui.
Acredito que o que me faz gostar tanto de esporte são inúmeras histórias de superação que são vistas em qualquer modalidade que você procure. Além disso, ver seres humanos desafiando seus limites, obtendo recordes ou conquistando feitos que parecem improváveis, além de me inspirar, me deixa mais e mais fascinado com a capacidade que as pessoas têm. E nesse aspecto, acredito que o paradesporto é o auge. Tive maior contato durante o tempo em que trabalhei no Programa Talento Olímpico, atual Geração Olímpica, e fiquei fascinado. Nesse tempo conheci vários atletas de uma instituição chamada ADFP – Associação de Deficientes Físicos do Paraná, dos quais vários deles foram para as Paralimpíadas de 2016. Então, unindo esse meu fascínio pelo paradesporto, como a vontade que eu tenho desde que comecei a escrever textos sobre esportes de abordar o tema, procurei meu amigo Clodoaldo Zafatoski, diretor financeiro da ADFP para fazer um texto, contando um pouco sobre a entidade.
O que eu mais gosto na história da ADFP é essa união do esporte de rendimento com a utilidade esportiva para a sociedade, já que pessoas são reabilitadas de forma gratuita tendo as modalidades esportivas como uma das ferramentas que auxiliam no processo. Durante a reabilitação, alguns apresentam mais aptidão para certos esportes e com isso são levados ao alto rendimento. Se você gostou da história, quer saber mais ou mesmo colaborar recomendo entrar no site da ADFP e conhecer mais sobre essa fantástica entidade que alia um enorme serviço à sociedade com um igualmente grandioso serviço ao paradesporto: adfp.org.br
No dia 30 de março do corrente ano, foi realizado o primeiro Fórum sobre a Profissionalização do Desporto em Angola, no anfiteatro do MAPTSS (Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social), em Luanda. O evento foi promovido pelo Ministério da Juventude e Desportos, que contou com a participação de federações, dirigentes desportivos, atletas e ex-atletas, treinadores e ex-treinadores, associações e escolas de formação desportivas. O evento foi para apresentar e explicar ao pessoal do desporto das vantagens que tem um profissional, tanto nos descontos de pensão, como lhe assegura no contrato com o clube e a federação e como garantir os direitos sob guardados no final da sua carreira. Este debate é necessário, pois em Angola o atleta não é valorizado depois do seu tempo útil e todos eles não são inscritos na Segurança Social, vivendo dos favores dos colegas ou mesmo de alguma ajuda da federação. Tanto é prematuro dizer que a dependência do desporto angolano é grande devido ao déficit de material humano, desportivo e de fábricas, os clubes não conseguem ajudar o desenvolvimento do país porque verdade seja dita, muitos dos atletas não vivem do desporto, eles não são disciplinados, não vivem do salário e são poucas equipas com profissionais por causa dos custos e pagamento exigidos por eles. Pois com isso queremos dizer que em Angola não tem desportos profissionalizados teremos de passar por um processo muito grande e com a participação da mídia, grandes indústrias e fábricas, estruturas desportivas, formação e material humano e muito mais. Angola está a perder atletas e praticantes do desporto em todas províncias por falta de apoio e assim são afastadas e desmotivadas.
Entre os vários constrangimentos, é possível apontar a insuficiência flagrante de equipamentos desportivos e de serviços de apoio à prática desportiva. Assim é que esperamos que este projecto contribua para a concretização das metas estabelecidas na Estratégia do Desenvolvimento do Desporto em Angola... Como dizia Pires, "só os Estados com dirigentes capazes conseguem ter um desporto capaz de unir o mesmo Estado e proporcionar mais empregos” (Pires, 1996: 289).
No dia 20 de fevereiro acabou o 27º Rally Transparaná, uma das maiores competições off-road da América Latina. Integrante dos Jogos de Aventura e Natureza, o evento movimentou a economia de diversas cidades do estado, conforme o objetivo dos Jogos criados em 2019.
O impacto do esporte na economia pode ter sido bem maior se imaginarmos que os atletas podem levar mais que um acompanhante e que ainda existem todas as pessoas envolvidas no staff dos eventos. De qualquer forma fica aqui um exemplo prático de como o esporte aliado com o turismo pode ser um fator produtivo na economia, seja com a realização de eventos amadores, seja com eventos de alto rendimento. Você conhece outros bons exemplos nesse sentido?
Pelo contato que eu tive com esporte nesses anos de trabalho, tive a sensação que em virtude de sua relação com o governo brasileiro como forma de promover a pátria desde os anos 40 e, por sua relação direta com entidades sem fins lucrativos como: clubes, federações e confederações, o esporte têm medo de cobrar pelos seus serviços e por isso os recursos ficam inexistentes.
Voltando a questão principal desse texto que é sobre o esporte incidir mais em aspectos econômicos, a experiência que eu vivenciei durante o trabalho na Federação Paranaense de Tênis me despertou para esse lado. A FPT sofreu um pouco do impacto desse mundo durante a época Guga, o sucesso do catarinense gerou uma demanda alta de alunos, que fez surgirem academias de tênis visando atender a demanda de pessoas querendo aprender a modalidade e que não eram sócias de clubes, de olho é claro no lucro. Isso fez a Federação ter inclusive que adaptar seu estatuto para aceitar que entidades com fins lucrativos também pudessem fazer parte das entidades vinculadas a FPT, antes apenas entidades sem fins lucrativos podiam participar da entidade. Claro que a inserção de entidades com fins lucrativos dentro de uma entidade sem fins lucrativos também fez com que a entidade tivesse que pensar no esporte pelo lado financeiro. Isso na minha visão contribuiu muito para a Federação Paranaense de Tênis se tornar exemplo para outras. Tanto que a reestruturação da Federação Mineira de Tênis foi baseada no trabalho feito no Paraná.
A modalidade ultrapassou o limite das cidades litorâneas e já atingiu cerca de 300 mil praticantes no país. Destaque para o fato do esporte ser muito fácil de praticar e conseguir envolver a família inteira, o que tem sido um grande diferencial. O beach tennis é um esporte recente e já foi percebido por muitos como uma grande oportunidade de negócio, como aconteceu com o tênis na época do Guga, mas com a diferença que, desde sua chegada no Brasil, o tênis é estruturado com base no conceito do “sem fins lucrativos”, enquanto o beach tennis tende mais para o que aconteceu com o spinning ou com o crossfit, e se baseia mais nas entidades do “com fins lucrativos”. O crossfit inclusive também se utiliza de eventos para chamar atenção e fidelizar seu público.
A modalidade na verdade virou um estilo de vida, já que muitos praticantes amadores agora querem viajar para jogar os torneios. A Confederação Brasileira de Tênis atrelou aos torneios profissionais da Federação Internacional de Tênis, a necessidade de realização de torneios amadores, o que também faz com que os praticantes fiquem perto de excelentes jogadores e gerem receitas para a entidade. Além disso, ela migrou do tênis uma competição infantojuvenil, transformando-a em um evento amador: a Copa das Federações. Um evento em que as federações estaduais mandam a suas equipes para disputar quem é o estado mais forte do país. A Copa das Federações reforçou os torneios amadores estaduais, porque agora para você ser conseguir uma vaga na Copa das Federações pelo estado do Paraná é necessário ser vinculado a Federação Paranaense de Tênis, pagar a anuidade e jogar os torneios estaduais, para se colocar entre os melhores do ranking de sua categoria. E isso vale independentemente do seu nível, pois a Copa das Federações libera disputas do iniciante ao avançado. O grande prêmio por essa briga? Os convocados pela FPT vão para a Copa das Federações com tudo pago para o evento que ocorre em Jurerê. Além disso, recebem uniforme e podem dizer que foram convocados para a seleção estadual e são os melhores do estado em sua categoria. Outro atrativo que os torneios estaduais e nacionais têm é a conquista de alunos. Os professores participam das competições para vender o seu trabalho, bons resultados chamam alunos e isso reflete também nas academias, tanto que no Paraná existe o Interclubes de Beach Tennis, em que os clubes e academias formam suas equipes para definir o melhor do estado. É uma ótima forma de fazer o cliente vestir a camisa da instituição e se engajar ainda mais.
Acredito que se mais modalidades conseguissem ter esse impacto e se até mesmo os governos percebessem essa cadeia, o esporte e a sociedade em geral iria ganhar e crescer. E você, o que você pensa sobre o assunto?
No dia 20 de dezembro foi encerrada a Liga Nacional de Futsal (LNF), a vitória do Magnus sobre o Corinthians marcou o encerramento de uma competição que teve que se adaptar de forma considerável devido a pandemia para finalizar sua 25ª edição. Criada em 1996 a LNF se baseou na NBA para criar seu modelo de franquias, dessa forma era necessário comprar uma franquia ou associar-se a uma já existente, uma ideia acredito que pioneira no Brasil.
“Temos nas redes sociais hoje quase 150 mil seguidores, é claro nosso o maior patrimônio é nosso torcedor que além de comparecer aos jogos, consume os materiais esportivos vendidos nas lojas on-line e física o clube”. Com esse engajamento digital realmente expressivo, o Pato ainda consegue trabalhar sua imagem nas transmissões de TV e na Pato TV. Para tentar evidenciar mais o tamanho do sucesso da equipe de Pato Branco, usando como efeito de comparação o futebol, na plataforma do Instagram o Pato Futsal possui hoje quase metade do número de seguidores do Coritiba Foot Ball Club (197 mil) e mais seguidores que o Paraná Clube (90 mil) e o Londrina Esporte Clube (74,6 mil). Uma estrutura de cerca de 31 pessoas fazem o Pato Futsal uma das grandes equipes nacionais de futsal. O presidente, quatro diretores, um assistente administrativo, quatro integrantes da comissão técnica da categoria de base, seis integrantes da comissão técnica da equipe adulta e 14 atletas compõem a entidade.
Na próxima terça-feira (26/01) abre novamente o edital para inscrição do Programa Bolsa Atleta Federal. Tenho minhas opiniões sobre o programa, prós e contras, mas como nunca trabalhei diretamente com o programa, o objetivo desse texto não é gerar polêmica, é apenas trazer alguns dados interessantes sobre o programa. Para quem quiser pleitear a bolsa o link de acesso é: https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/bolsa-atleta/inscricoes As fontes usadas foram o próprio site do Governo Federal e o site Inteligência Esportiva. Inclusive, se você não conhece o trabalho do Inteligência Esportiva, convido a conhecer. Era uma ação conjunta entre o Centro de Pesquisa em Esporte, Lazer e Sociedade (CEPELS) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR) da Secretaria Especial de Esportes do Ministério da Cidadania, essa ação foi encerrada recentemente, mas o site ainda contém inúmeras informações relevantes sobre o esporte no Brasil, especialmente sobre o Bolsa Atleta. Agora vamos aos dados, começando pela função do Programa Bolsa Atleta: “O programa garante condições mínimas para que (atletas) se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paraolímpicas”. Acredito que é importante trazer aqui uma reflexão que vou desenvolver um pouco mais na sequência. Devido aos valores ofertados em algumas categorias de bolsa, vêm a questão se o programa realmente cumpre sua função ou acabando servindo mais como um programa de welfare state, ou seja, apenas uma bolsa auxílio. Se você quiser saber mais sobre o tema tem uma dissertação de doutorado muito boa sobre o assunto aqui. Vou falar resumidamente do tema a seguir.
Como os atletas estão em diferentes níveis da carreia, o Programa Bolsa Atleta concede o benefício em seis diferentes categorias: Base, Estudantil, Nacional, Internacional, Olímpica/Paralímpica e Pódio, com valores mensais que variam de R$ 370 a R$ 3.100. Aqui podemos voltar a reflexão se o Programa atende seu objetivo de dar condições mínimas para o atleta se dedicar ao esporte. Imaginando que o salário mínimo é de R$ 1.100,00, uma bolsa de R$ 370 não seria suficiente para se sustentar no país, o que não seria suficiente para atender o objetivo do programa de garantir condições mínimas para que os atletas se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e competições.
Por fim, no site do Inteligência Esportiva é possível verificar o valor total recebido por cada atleta que já fez parte do programa, então procurei os nomes dos atletas que já estão garantidos nos Jogos de Tóquio segundo o Governo Federal:
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Entidades Desportivas
Área reservada para a discussão de temas sobre gestão de clubes, federações e entidades desportivas em geral
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Maio 2022
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