Gestão Desportiva

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Gestão esportiva efetiva é igual a ascensão

21/6/2021

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Crédito: Neon Brand - unsplash
Olá, já fazem algumas semanas que realizei uma live em meu Instagram, cujo tema foi Gestão Esportiva Efetiva, cujo o objetivo era fazer com que as pessoas compreendessem um pouco melhor como deve ser uma Gestão Eficiente em seu time. Tive a colaboração de grandes convidados, Renato Bragagnollo, gestor no SESI-SP, José Barros, professor da Pós Graduação em Gestão do Esporte do SENAC-SP e Denize Diniz, consultora técnica das categorias de base do Texas United Volleyball Club dos Estados Unidos, que trouxeram sua expertise de anos de experiências, cuja discussão foi tão rica que resolvi compartilhar os principais pontos aqui com vocês.

Em nossa conversa os pontos que mais se destacaram foram que um gestor deve saber fazer contratos, entender como cuidar do financeiro, procurar e entender formas de gerir adequadamente, além de entender de legislação, recursos humanos e administração, dominar o conhecimento da gestão, saber fazer projetos e trabalhar com um marketing inteligente que foque em empresas divulgando suas marcas.

Além disso, um bom gestor é quem sabe delegar, é necessário saber realizar um bom planejamento estratégico, entender de periodização, deve conhecer e entender os órgãos reguladores, ser um facilitador de processos, entender de logística, possuir uma boa equipe multidisciplinar a sua disposição, saber trabalhar em equipe, ter “humildade” assumindo seus erros quando ocorrerem.

Ainda foram destacados os seguintes pontos: não se pode depender de verba pública, isto é, “marketing não se resume a patrocínio”, “gestor deve ser um líder”, e “deve-se conhecer seu time”, ou seja, o que cada um é capaz de fazer e onde estão as fragilidades. Foram dicas valorosas e com certeza ensinamentos que poderão ajudar muitas pessoas a se aprimorarem no meio esportivo, pois a gestão é do time, da equipe, do grupo e de si mesmo.

Uma sugestão, é que vocês releiam as dicas e as pratiquem no seu dia-a-dia, pois um bom gestor pode de fato auxiliar seu time a crescer e vencer, ou pode ser o responsável pela sua decadência.

Um grande abraço a todos e até a próxima!!!
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Autor: Paulo Penha
Psicólogo do Esporte, Gerente de Saúde Esportiva da PSICCOM (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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A caminho do NBB: Coritiba Monsters

11/5/2021

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Crédito: Coritiba Football Club
​O Novo Basquete Brasil (NBB) é um modelo para mim em vários aspectos: desde a estrutura de como a liga é formada, sua gestão e principalmente a comunicação e o marketing da entidade. A temporada de 2020/2021 contou com a presença de 16 equipes, que se enfrentaram em 30 jogos para definir os classificados aos playoffs. Com a parceria feita com a NBA no ano de 2014, a liga brasileira de basquete vem buscando ganhar espaço na mídia.
​Antes de se chegar na NBB existe a LDB, Liga de Desenvolvimento de Basquete que foi disputada pela última vez em 2019 com a participação de 13 clubes. A LDB é uma competição de base do basquete e desde a edição de 2017 começou a ser disputada por equipes sub-22. Se 2019 foi a última vez que a competição foi realizada, foi nesse ano também a primeira participação do atual Coritiba Monsters / Sociedade Thalia. Segundo Adair Rocha, presidente do Coritiba Monsters, com quem conversei para fazer esse texto, a LDB fica apenas atrás na NCAA como campeonato de basquete de base no mundo.
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Adair também é fundador da Associação Viver Mais (AVM), que em parceria com o Coritiba Foot Ball Club, a Sociedade Thalia lançaram o Coritiba Monsters, que está se estruturando aos poucos e vislumbra chegar em algum momento na NBB. A tarefa entre outros quesitos esbarra na necessidade de possuir cerca de 2 milhões de reais, valor necessário para comprovar ao NBB que a equipe irá conseguir participar do campeonato todo. Por efeito de comparação, o mesmo custo para o Campeonato Adulto de Basquete da Confederação Brasileira de Basketball, é de 500 mil reais. E apenas o dinheiro não basta, a equipe antes de entrar no NBB precisa conquistar o primeiro ou segundo lugar do Campeonato Adulto de Basquete.
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O projeto está sendo construído por pessoas muito capacitadas e com muito pé no chão, dessa forma atualmente todos os recursos obtidos pelo Monsters são destinados a equipe de basquete, como toda a parte administrativa sendo feita de forma voluntária ou através de parcerias.

​Em resumo a estrutura da entidade hoje é: presidente, 2 coordenadores técnicos, consultor técnico, preparador físico, fisioterapeuta, psicólogo, médico, departamento jurídico e um departamento responsável pela captação de recursos municipais, estaduais e federais.
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As receitas da entidade são principalmente através do Programa Nota Paraná, da Lei de Incentivo Municipal, da Lei de Incentivo Estadual – Proesporte e da Lei de Incentivo Federal, Programa CBB Cuida, além de alguns patrocinadores principais: Hospital Novo Mundo, Cobertura Nacional e o SSW Sistemas.
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A parceria com a Sociedade Thalia, permite ao Monsters ter uma ótima estrutura para treinamento e conseguir participar das competições de basquete oferecidas pelo CBC. O Coritiba, mas famoso no esporte devido ao futebol, contribui com o peso da camisa, a grande quantidade de torcedores e um grande reforço na parte de comunicação do Monsters, que recentemente precisou fechar outra parceria com o Clube Duque de Caxias, para poder atender demandas de ginásio para a realização de jogos oficiais.

O Coritiba Monsters é um ótimo exemplo de pessoas que querem fazer as coisas acontecerem e os dois caminhos acima dão ótimos exemplos para quem quer tirar alguma ideia do papel, onde buscar recursos, buscar parcerias para obtenção de espaços ou para suprir demandas técnicas e operacionais. E pelo ótimo exemplo acredito que é importante citar alguns dos nomes envolvidos no projeto além do Adair, o qual já mencionei que colaborou com o texto: Rolando Ferreira Júnior (ex-jogador da seleção brasileira de basquete – Diretor técnico e Padrinho do Coritiba Monsters), Francisco Peçanha, Fabio Pellanda e Irmã Adelina Bressan (Fundadora da AVM. Particularmente queria também agradecer ao Isaac Brito Junior por fazer a ponte e me oportunizar a conversa com o Adair que originou esse texto.

Mesmo visando chegar no alto rendimento e profissionalismo da NBB, o Coritiba Monsters mantém a essencial de ter o esporte como uma ferramenta de inclusão, por isso em parceira com a ADFP, a entidade possui também o basquete em cadeira de rodas e logo terá alguma ação no basquete para surdos, além de apoiar um atleta do paraciclismo.

Convido você conhecer mais sobre o Coritiba Monsters acessando o site: coritibamonsters.com.br e também a anotar o nome desse projeto que dentro de alguns anos pode se tornar referência no Brasil.
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Autor: Daniel Vila Hreczuck
Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Supervisor de Esportes de Raquetes no Clube Curitibano (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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Unesco pede investimento em Educação Física de qualidade

27/4/2021

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Crédito: unsplash
Durante a pandemia eu percebi alguns avanços da Educação Física aqui em Curitiba e no Paraná. Depois de muito tempo fechado e algumas lutas os profissionais da área e entidades como academias de musculação, tênis e natação passaram a ser considerados essenciais ainda em 2020 no munícipio e, no começo de 2021 o estado informou que os profissionais da área seriam vacinados no grupo prioritário, porque esses também eram considerados da área da saúde.
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Essas informações para mim eram claras, e talvez eram claras também para a maioria dos formados na área, mas precisou de uma pandemia para a sociedade perceber isso. Agora a UNESCO está tentado alertar isso ao mundo.
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Só para deixar bem claro a grandeza do pedido, a entidade é uma agência especializada da ONU, focada em Educação, Ciência e Cultura com o objetivo de garantir a paz por meio da cooperação intelectual entre as nações, acompanhando o desenvolvimento mundial na busca de soluções para os problemas que desafiam a sociedade.
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No dia 2 de fevereiro de 2021 a UNESCO fez uma publicação em seu site com o título: “UNESCO calls for investment in quality physical education to support COVID-19 recovery”, algo como UNESCO pede investimento para educação física de qualidade para auxiliar na recuperação do COVID-19. O texto mostra dados importantes como:
  • Quase um quarto da população mundial possui alguma doença crônica que enfraquece o sistema imunológico, o que aumenta sua vulnerabilidade ao vírus;
  • Transtornos psicológicos aumentaram exponencialmente durante a pandemia, especialmente entre jovens;
  • Inatividade física pode ser considerada uma outra pandemia paralela, contribuindo para 5 milhões de mortes prematuras anualmente;

O texto segue trazendo uma abordagem preocupada em inserir bons programas de atividades físicas e esportes nas escolas, mas de uma forma que incentive as pessoas a seguirem praticando atividade física o resto de sua vida. Logicamente, que implícito no texto, está a questão de continuar oferecendo opções de atividades físicas de qualidade para os adultos, afinal não adianta ensinar as pessoas a praticarem exercícios quando crianças, se eles não têm onde praticarem quando adultos. Alguns dos benefícios dessa proposta são:
  • Melhora a saúde física;
  • Diminuição de doenças psicológicas crônicas;
  • Constrói no individuo resiliência sócio emocional;
  • É um caminho de alto impacto e pouco custo para o combate ao sedentarismo;

Em razão disso, a UNESCO com o apoio do Comitê Olímpico Internacional lançou durante a Global Sports Week duas publicações orientando ações nesse sentido. Farei um texto futuro falando especificamente de cada uma delas, mas para não deixar esse texto aqui muito longo vou apenas citar o nome e deixar o link, caso você tenha interesse: Making the case for inclusive quality physical education policy development: a policy brief e How to influence the development of quality physical education policy: a policy advocacy toolkit for youth . A primeira publicação argumenta a favor da inclusão de uma política de oferecer educação física de qualidade, enquanto a segunda mostra como fazer isso.

​A UNESCO chama através desse documento todos os atores do esporte, atividade física, educação, saúde e juventude, a participarem dessa ação e contribuírem para acelerar a recuperação do COVID-19.
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A UNESCO também percebeu que apesar de todos saberem da importância da atividade física, na prática isso não é tão levado a sério, então o que aconteceu em Curitiba e no Paraná, que eu mencionei no primeiro parágrafo desse texto, ocorre no mundo todo. Segundo pesquisas da entidade, apesar de em 97% dos países no mundo a educação física ser obrigatória, apenas:
  • 79% dos países tem a matéria no currículo;
  • Em 54% dos países a Educação Física é vista como menos importante que outras matérias;
  • Apenas 53% das escolas primárias possuem professores de Educação Física adequadamente treinados;

Esses números acabam tendo um impacto que contabiliza para 6% da mortalidade global por ano, uma vez que a inatividade física causa mais mortes do que fumar.
​A conscientização sobre a importância da saúde e da atividade física me parece ser global, porém o descaso com a educação física e o esporte também. Ter uma entidade gigante e influente como a UNESCO falando em prol da causa pode ser muito positivo no médio e longo prazo para as entidades e profissionais relacionados a atividade física e esportes e, é claro, a toda população. Por isso eu vou encerrar esse texto reforçando o pedido da Unesco para você que está lendo. As informações estão aí, vamos levar para o máximo de pessoas que conseguirmos:
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Autor: Daniel Vila Hreczuck
Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Supervisor de Esportes de Raquetes no Clube Curitibano (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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Super Liga de Futebol da Europa: a invasão do modelo de ligas dos Estados Unidos

20/4/2021

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Crédito: thesuperleague.com
Se você tem interesse por esportes em geral, provavelmente deve estar sabendo que no futebol europeu surgiu uma proposta de criar uma nova Super Liga. O resumo dessa proposta é:
  • 15 clubes grandes permanentes, sendo que 12 já confirmaram interesse: os espanhóis Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid, os ingleses Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham e os italianos Inter de Milão, Milan e Juventus. No entanto 3 grandes recusaram: os alemães Bayern e Borussia e o francês PSG;
  • 5 outros clubes classificados por desempenho na temporada anterior, mas que poderão ser rebaixados;
  • No total serão 20 clubes, divididos em dois grupos de 10, em que os 4 melhores de cada grupo classificam para as quartas de final com eliminatórias de ida e volta até a final que será em jogo único e campo neutro;

​Basicamente o objetivo é fazer uma liga em que estarão todos os clubes populares, evitando clubes médios e pequenos ou de países sem muita tradição, atraindo maiores quantidades de público, patrocínios, interesse da mídia e por fim, se libertar da gestão e do monopólio da UEFA (Federação de Futebol da Europa).
​O Presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, foi um dos idealizadores da nova liga e expôs os argumentos dele nessa entrevista (veja o vídeo a seguir). Basicamente os argumentos dele são que os jovens já não possuem tanto interesse pela UEFA Champions League (UCL) e que com essa mudança, fará uma liga mais atrativa para todos. Essa não é a primeira vez que Pérez choca o mundo do futebol. Nos anos 2000, ele foi o criador do time dos Galácticos, quando reuniu na mesma equipe os melhores e mais caros jogadores do mundo na época (Ronaldo, Zidane, Figo, Beckham, Raul, Roberto Carlos, Hierro, entre outros). O marketing conseguiu reverter boa parte das despesas do elenco.
Até aí, a ideia da Super Liga parece ser inovadora, mas e a UEFA Champions League, que já é tão badalada como a melhor competição de clubes do mundo, como fica? A princípio o discurso é que os grandes clubes continuarão disputando a UCL também. Parece faltar lógica, devido ao excessivo número de jogos que fazem num ano, principalmente os clubes ingleses que disputam o Campeonato Inglês, a Copa da Inglaterra e a Copa da Liga Inglesa, com jogos na véspera do natal ou em dia de Ano Novo.

No fundo, é uma briga política e por dinheiro. Querem retirar os poderes da UEFA sobre os clubes. É importante lembrar que atualmente boa parte destes grandes clubes são geridos por grupos de investimentos, sendo que muitos deles dos Estados Unidos. Então, para quem conhece o modelo de ligas e franquias norte-americana, fica fácil entender essa Super Liga, sem rebaixamentos dos fundadores e sem ordens da UEFA.

As reações de dirigentes, clubes e treinadores
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No entanto, essa proposta não foi bem recebida pela comunidade do futebol europeu em geral. A recusa do Bayern, Borussia e PSG já deixou evidente que não será fácil implantar a nova competição. Além disso, a UEFA e a FIFA deixaram claro que deverão punir os clubes e atletas por esta liga “pirata”.

Na prática, esta punição poderá resultar em exclusão dos clubes da Champions League e dos atletas da Copa do Mundo e da Eurocopa. Agora a briga ficou séria, afinal, qual atleta quer simplesmente abrir mão de disputar a Copa do Mundo por causa de brigas políticas de dirigentes? O dinheiro importa, mas hoje, os atletas já são muito bem pagos nesse nível que estamos falando. Você já deve ter visto atletas recusando propostas de caminhões de dinheiro da Ásia e do Oriente Médio, para permanecerem em um clube de maior visibilidade e com chances de ser convocado para a seleção nacional.

Outra complicação são as reações adversas dos clubes excluídos de praticamente a Europa inteira (Ajax, Feyenoord, PSV, Porto, Benfica, Sporting, Lyon, Olympique, Roma e Lazio, só para citar alguns). Ainda existem as reações adversas das torcidas, dos ex-jogadores e treinadores. Abaixo coloquei algumas opiniões relevantes, basicamente dizendo que o futebol não precisa de toda essa ganância, que deve respeitar um pouco mais a própria história de participação dos diversos clubes e que o sistema de rebaixamentos e acessos deve ser respeitado.
No vídeo abaixo, Gary Neville, ex-jogador do Manchester United e Seleção da Inglaterra demonstrou grande indignação com essa proposta. Chegou até sugerir que os dirigentes sejam afastados e os clubes punidos.
Rio Ferdinand, ex-jogador do Manchester United e da Seleção da Inglaterra, comentou  sobre a ambição dos ricos ficarem mais ricos, deixando os pobres mais pobres, de ignorarem totalmente a história do futebol (vídeo apenas no idioma inglês).
Diego Simeone, ex-jogador da seleção Argentina e atual treinador do Atlético de Madri se esquivou de uma opinião mais forte, dizendo apenas que os treinadores são preparados para treinar a equipe e que os dirigentes deverão tomar as melhores decisões para o clube.

No mesmo vídeo, Pep Guardiola, ex-jogador da seleção da Espanha e atual treinador do Manchester City, demonstrou ser contra a criação da Super Liga. Comentou que deve haver melhorias dos campeonatos nacionais, com menos equipes e com mais divisões, mas que a Super Liga não é a melhor solução, pois deve-se manter as rivalidades locais.
Jurgen Klopp e José Mourinho, famosos treinadores do Liverpool e Tottenham respectivamente, demonstraram estarem contrariados a esta nova liga. Me parece que o Mourinho inclusive foi desligado do clube por causa dessa discordância, apesar de o clube ter publicado que o motivo foi o baixo desempenho que a equipe vem apresentando. Já Karl-Heinz Rummenigge, um dos maiores nomes do futebol alemão e representante do Bayern de Munique também se posicionou contra (veja imagem abaixo).
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Crédito: Instagram - FC Bayern
Ainda chamo a atenção para alguns detalhes sobre tudo isto:

a) Me surpreendeu a recusa do Bayern de Munique, pois o clube possui uma postura predadora no campeonato nacional como estratégia de gestão, contratando sempre os maiores talentos dos rivais, deixando-os mais enfraquecidos, como Neuer (Schalke 04), Götze, Hummels e Lewandowski (Borussia), só para citar alguns. Caso queira ler mais sobre isto, clique aqui e aqui;

b) O Campeonato Espanhol não tem clubes grandes simplesmente porque Real Madrid e Barcelona recebem praticamente 50% de todos os recursos da TV, enquanto os demais se matam pelo resto. Se esta divisão fosse mais justa, como é na Inglaterra, certamente teríamos novamente La Coruña, Atlético de Madrid, Valencia, Villa Real, entre outros, com um desempenho melhor, tornando o campeonato mais disputado e imprevisível;

c) Caso a Super Liga realmente tenha interesse de manter o ecossistema do futebol saudável, poderia propor algo como o mecanismo de solidariedade que foi feito na Eredivisie da Holanda, em que parte do faturamento dos clubes da primeira divisão é distribuído para ajudar a manter os clubes menores. Só que aqui voltaremos a faltar com a lógica, pois é justamente por mais dinheiro que estão montando este novo torneio... me parece que não terá uma solução solidária;

d) No Brasil há uma necessidade de reestruturação do calendário, afinal os clubes grandes jogam em excesso, enquanto os clubes pequenos possuem um calendário deficitário de apenas três meses de atividade no ano inteiro. Além disso, os campeonatos estaduais realmente têm despertado pouco o interesse dos torcedores. As conclusões básicas são: clubes pequenos dependentes das federações, que com poder político conseguem obrigar os grandes a jogarem os estaduais, para não sofrerem punições da CBF. Como o futebol brasileiro é mais desunido que o Europeu, também não se entendem por aqui.
 
Se você quiser ler maiores detalhes sobre a Super Liga, recomendo:

Site oficial da Super Liga

Formato, criadores e polêmicas: entenda a nova Superliga da Europa

Superliga criada. Entenda por que ela é séria ameaça para UEFA e FIFA

FIFA pode excluir atletas e clubes por Superliga? Especialistas explicam

Caso você queira ver mais sobre os protestos e posicionamentos dos clubes e dirigentes europeus clique aqui. 
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Autor: Luiz Antonio Ramos Filho
Mestre em Gestão do Esporte e Especialista em Futebol (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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Da inclusão social ao alto rendimento: ADFP

12/4/2021

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Crédito: Prefeitura de Curitiba
Acredito que o que me faz gostar tanto de esporte são inúmeras histórias de superação que são vistas em qualquer modalidade que você procure. Além disso, ver seres humanos desafiando seus limites, obtendo recordes ou conquistando feitos que parecem improváveis, além de me inspirar, me deixa mais e mais fascinado com a capacidade que as pessoas têm. E nesse aspecto, acredito que o paradesporto é o auge.

Tive maior contato durante o tempo em que trabalhei no Programa Talento Olímpico, atual Geração Olímpica, e fiquei fascinado. Nesse tempo conheci vários atletas de uma instituição chamada ADFP – Associação de Deficientes Físicos do Paraná, dos quais vários deles foram para as Paralimpíadas de 2016.

​Então, unindo esse meu fascínio pelo paradesporto, como a vontade que eu tenho desde que comecei a escrever textos sobre esportes de abordar o tema, procurei meu amigo Clodoaldo Zafatoski, diretor financeiro da ADFP para fazer um texto, contando um pouco sobre a entidade.
Segundo seu o site, ela foi fundada em 1979 visando oferecer vários serviços aos deficientes físicos. Sua atuação ocorre através de serviço social, mercado de trabalho, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, enfermagem, educação, dança e esporte. O trabalho da entidade é fantástico em todos os aspectos, mas para o texto aqui vamos manter o foco na questão do atendimento esportivo.
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A ADFP vê o esporte como um motivador para a qualidade de vida, e por isso tem a oferta de 8 modalidades paradesportivas: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha paralímpica, esgrima em cadeira de rodas, natação, tênis de mesa, tiro esportivo e triathlon, seja por lazer ou rendimento.
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Durante sua existência a entidade soma mais de 240 mil atendimentos através de parcerias, ações sociais e projetos. As principais fontes de recurso da ADFP provêm de doações diretas de pessoas física e/ou jurídica, vendas de produtos no Bazar Beneficente feito na loja física e no site OLX, através do programa Luz Solidária e do programa Nota Paraná.
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Atualmente, 9 setores constituem a entidade. São eles: Diretoria, Administrativo/Financeiro, Comunicação, Projetos, Serviço Social, Reabilitação, Esporte, Serviços Gerais e Recepção. E são 27 funcionários registrados em CLT operacionalizando a entidade junto das pessoas que estão em cargos eletivos.
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Na parte esportiva hoje a entidade conta com 73 atletas, sendo 4 deles já estão classificados para a Paralimpiada de Tóquio: Eliseu dos Santos (bocha), Jovane Guissone (esgrima), Welder Knaf (tênis de mesa) e Carmem Oliveira (esgrima). Eliseu tem em seu currículo cinco medalhas paralímpicas, sendo duas em Pequim, duas em Londres e uma no Rio de Janeiro, Jovane Guissone tem um ouro conquistado nas Paralímpiadas de 2012 e Welder Knaf possui a prata conquistada nos Jogos de Pequim em 2008.

​Não estou falando apenas de uma entidade que faz um trabalho excelente na reabilitação, falo também de uma entidade capaz de atender a demanda de treinamento de paratletas campeões paralímpicos.
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Crédito: ADFP
O que eu mais gosto na história da ADFP é essa união do esporte de rendimento com a utilidade esportiva para a sociedade, já que pessoas são reabilitadas de forma gratuita tendo as modalidades esportivas como uma das ferramentas que auxiliam no processo. Durante a reabilitação, alguns apresentam mais aptidão para certos esportes e com isso são levados ao alto rendimento.
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Se você gostou da história, quer saber mais ou mesmo colaborar recomendo entrar no site da ADFP e conhecer mais sobre essa fantástica entidade que alia um enorme serviço à sociedade com um igualmente grandioso serviço ao paradesporto: adfp.org.br
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Autor: Daniel Vila Hreczuck
Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Supervisor de Esportes de Raquetes no Clube Curitibano (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
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1º Fórum Sobre Profissionalização do Desporto em Angola

6/4/2021

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Crédito: Ministério da Juventude e Desportos de Angola
​No dia 30 de março do corrente ano, foi realizado o primeiro Fórum sobre a Profissionalização do Desporto em Angola, no anfiteatro do MAPTSS (Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social), em Luanda. O evento foi promovido pelo Ministério da Juventude e Desportos, que contou com a participação de federações, dirigentes desportivos, atletas e ex-atletas, treinadores e ex-treinadores, associações e escolas de formação desportivas. O evento foi para apresentar e explicar ao pessoal do desporto das vantagens que tem um profissional, tanto nos descontos de pensão, como lhe assegura no contrato com o clube e a federação e como garantir os direitos sob guardados no final da sua carreira. Este debate é necessário, pois em Angola o atleta não é valorizado depois do seu tempo útil e todos eles não são inscritos na Segurança Social, vivendo dos favores dos colegas ou mesmo de alguma ajuda da federação.

​Tanto é prematuro dizer que a dependência do desporto angolano é grande devido ao déficit de material humano, desportivo e de fábricas, os clubes não conseguem ajudar o desenvolvimento do país porque verdade seja dita, muitos dos atletas não vivem do desporto, eles não são disciplinados, não vivem do salário e são poucas equipas com profissionais por causa dos custos e pagamento exigidos por eles. Pois com isso queremos dizer que em Angola não tem desportos profissionalizados teremos de passar por um processo muito grande e com a participação da mídia, grandes indústrias e fábricas, estruturas desportivas, formação e material humano e muito mais. Angola está a perder atletas e praticantes do desporto em todas províncias por falta de apoio e assim são afastadas e desmotivadas.
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Crédito: Helvarina Pereira
​Temos muito a dizer sobre tal coisa, dizer que "O Desporto sem fábrica de equipamento e profissionais qualificados não pode existir profissionalismo no desporto...". No que é atinente as instalações, a grande dificuldade prende-se como facto de que as demais províncias carecem de condições logísticas para os atletas, assim como a maioria das províncias não tem campos em condições para a prática desportiva. O que constitui uma ameaça muito séria à organização interna do desporto em Angola, onde os atletas são esquecidos e desvalorizados. Como podemos profissionalizar o desporto se os nossos atletas não vivem do desporto, principalmente depois da aposentadoria.
​Ficou ainda demonstrado que o desporto angolano encontra-se numa fase embrionária e carece de muita atenção pois constitui um potencial muito forte para a Unidade Nacional e expansão de Angola na comunidade internacional. O desporto é uma actividade que vem ganhando relevância econômica, exemplo disso está no crescente número de empresas envolvidas no universo desportivo, bem como a adesão em massa da juventude na prática do desporto tanto no âmbito profissional como no âmbito do lazer e saúde.
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Crédito: Helvarina Pereira
​Que haja financiamentos reais e outros tipos de incentivos para as associações desportivas, os clubes, federações e outras organizações vocacionadas ao desporto em Angola. O aumento de novas oportunidades de contrato, patrocínio, investimentos e o apoio ao desporto federado, a melhoria da competitividade desportiva, a melhoria do nosso ranking da prática do desporto, a generalização da prática do desporto e actividades físicas. A melhoria do nosso estado de saúde que garantirá uma melhoria da qualidade de vida elevada dos atletas angolanos, entre outros dos objectivos de facto, vários constrangimentos que têm impedido uma acção concertada das diferentes instituições e agentes nacionais para ultrapassá-los. 
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Crédito: Helvarina Pereira
Entre os vários constrangimentos, é possível apontar a insuficiência flagrante de equipamentos desportivos e de serviços de apoio à prática desportiva. Assim é que esperamos que este projecto contribua para a concretização das metas estabelecidas na Estratégia do Desenvolvimento do Desporto em Angola...
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Como dizia Pires, "só os Estados com dirigentes capazes conseguem ter um desporto capaz de unir o mesmo Estado e proporcionar mais empregos” (Pires, 1996: 289).
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Autora: ​Helvarina Pereira
Graduada em Ciências Políticas e atua no Ministério da Juventude e do Desporto de Angola (contato)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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Gerando receitas através do esporte: Jogos de Aventura e Natureza

14/3/2021

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Crédito: Paraná Esporte
No dia 20 de fevereiro acabou o 27º Rally Transparaná, uma das maiores competições off-road da América Latina. Integrante dos Jogos de Aventura e Natureza, o evento movimentou a economia de diversas cidades do estado, conforme o objetivo dos Jogos criados em 2019.
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Retomando a linha de raciocínio do texto que publiquei no começo de fevereiro, sobre a necessidade do esporte incidir em aspectos econômicos, os Jogos da Aventura e Natureza são um bom exemplo de como os governos podem realizar isso na prática.
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​Criado em 2019, os Jogos da Aventura e Natureza foram uma proposta do governo do estado para movimentar algumas regiões do Paraná, fomentando o turismo através da realização de eventos esportivos. No ano de sua criação foram 5 etapas em 3 regiões diferentes do estado, passando por 27 cidades, através de eventos de 33 modalidades esportivas. Como o próprio nome do evento já diz, as modalidades que integram os jogos necessitam ter alguma relação com a natureza, alguns exemplos: balonismo, beach tennis, canoagem e pesca esportiva.
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​Na minha opinião o mais interessante da proposta dos Jogos da Aventura e Natureza é ter o esporte como um instrumento para movimentar economia. Fazendo isso pensando na disputa de competições de alto rendimento, mas também levando muito em consideração ações que utilizam o esporte como uma experiência, caso do cicloturismo ou mesmo como uma forma de levar atividade físicas para a população, como o slackline.

​​O Governo do Estado procurou as entidades de administração do desporto para a realização dos jogos e em parceria com a Federação Paranaense de Tênis realizou clínicas nas cidades que estavam realizando os jogos.
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Na época destinamos 5 professores, para 5 cidades diferentes por etapa, que ministraram clínicas de beach tennis para crianças da região. As clínicas ocorriam de segunda a sexta-feira, em média eram disponibilizados 6 horários diferentes e cada turma tinha capacidade para 10 crianças. O impacto estimado foi de 1500 crianças tendo acesso ao esporte por etapa, além dos professores de educação física que auxiliaram no evento e da disponibilização dos materiais utilizados para os municípios, deixando condições para eles seguirem ofertando a modalidade.

​Os materiais para essas clínicas de beach tennis, bem como boa parte dos materiais necessários para os eventos foram custeados pelo Governo do Estado, segundo Tiago Campos, Diretor de Inovação, Incentivo e Fomento ao Esporte e responsável pelos Jogos de Aventura e Natureza. Em média o gasto por etapa variou entre 800 mil e 1 milhão de reais e para cada 1 real que o estado investiu para a realização dos jogos, houve um retorno de 6 reais, considerando apenas o impacto imediato dos eventos em hospedagem, alimentação e logística.
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Esse cálculo foi realizado utilizando números do Conselho Paranaense de Turismo (CEPATUR), que aponta que o gasto médio do turista no Paraná é de cerca R$ 400 com hospedagem, alimentação e com os gastos no dia-a-dia. Esse número foi utilizado como base para a conta que considerou apenas os atletas e um acompanhante por atleta. Multiplicando o valor mencionado pela CEPATUR, pela quantidade de dias que as competições levam (cerca de 3) e pela quantidade de atletas presentes foi possível chegar nessa conclusão. Além disso, a equipe que organiza os jogos consultou o portal de transparência dos municípios que tiveram etapas para verificar o impacto econômicos nos meses com eventos.
​O impacto do esporte na economia pode ter sido bem maior se imaginarmos que os atletas podem levar mais que um acompanhante e que ainda existem todas as pessoas envolvidas no staff dos eventos. De qualquer forma fica aqui um exemplo prático de como o esporte aliado com o turismo pode ser um fator produtivo na economia, seja com a realização de eventos amadores, seja com eventos de alto rendimento. Você conhece outros bons exemplos nesse sentido?
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Autor: Daniel Vila Hreczuck
Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Supervisor de Esportes de Raquetes no Clube Curitibano (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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O esporte precisa incidir mais em aspectos econômicos

16/2/2021

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Crédito: Julian Schiemann - unsplash
Eu tenho uma opinião de que para conseguirmos fazer o esporte ganhar mais notoriedade ele precisa aprender a ser mais rentável, pois só assim conseguiremos começar a chamar atenção da sociedade.

​Baseada na definição de esporte acima, o texto de hoje é para trazer a reflexão de que o esporte deve começar a incidir mais nos aspectos econômicos.

​Não vou entrar no mérito da profissionalização do esporte, mas acredito que esse texto tem relação com isso e pode até ser um bom complemento para esse tema. ​Então se você quiser saber mais sobre o profissionalismo no esporte sugiro esse texto aqui.
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​Pelo contato que eu tive com esporte nesses anos de trabalho, tive a sensação que em virtude de sua relação com o governo brasileiro como forma de promover a pátria desde os anos 40 e, por sua relação direta com entidades sem fins lucrativos como: clubes, federações e confederações, o esporte têm medo de cobrar pelos seus serviços e por isso os recursos ficam inexistentes.
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Na verdade, dizer que os recursos para o esporte são inexistentes, ou mesmo aquele famoso jargão de “falta apoio ao esporte no Brasil”, na minha visão é relativa. Segundo o Panorama do Esporte no Brasil entre 2005 e 2019 foram investidos 749 milhões de reais via Bolsa Atleta Federal, 1 bilhão em confederações através da Lei Agnelo Piva e mais 320 milhões através de convênio.

​Considerando o relatório de gestão de 2019 da Lei de Incentivo ao esporte, entre 2007 e 2019 foram captados mais 2,6 bilhões de reais em projetos. Então considerando aproximadamente os últimos 15 anos, apenas o Governo Federal investiu 4,6 bilhões de reais no esporte e que retorno para sociedade isso trouxe? Bom acho que já discuti esse tema em um texto publicado em dezembro.
Voltando a questão principal desse texto que é sobre o esporte incidir mais em aspectos econômicos, a experiência que eu vivenciei durante o trabalho na Federação Paranaense de Tênis me despertou para esse lado. A FPT sofreu um pouco do impacto desse mundo durante a época Guga, o sucesso do catarinense gerou uma demanda alta de alunos, que fez surgirem academias de tênis visando atender a demanda de pessoas querendo aprender a modalidade e que não eram sócias de clubes, de olho é claro no lucro.

Isso fez a Federação ter inclusive que adaptar seu estatuto para aceitar que entidades com fins lucrativos também pudessem fazer parte das entidades vinculadas a FPT, antes apenas entidades sem fins lucrativos podiam participar da entidade. Claro que a inserção de entidades com fins lucrativos dentro de uma entidade sem fins lucrativos também fez com que a entidade tivesse que pensar no esporte pelo lado financeiro. Isso na minha visão contribuiu muito para a Federação Paranaense de Tênis se tornar exemplo para outras. Tanto que a reestruturação da Federação Mineira de Tênis foi baseada no trabalho feito no Paraná.​
​Para deixar mais claro, quando eu falo em incidir no aspecto econômico, não estou falando de uma liga nível NBA ou de um campeonato forte de mídia como o Campeonato Brasileiro de Futebol. Eu falo de existir uma cadeia esportiva gerando empregos, praticantes, aulas, eventos, novas academias, turismo, etc. Aquecendo a economia de certa forma.
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Por isso aqui eu vou dar o exemplo do beach tennis, uma nova modalidade que também gerou impacto na Federação Paranaense de Tênis, um impacto que eu presenciei.
 
No dia 02 de fevereiro a Federação Internacional de Tênis (ITF) postou um texto falando sobre o crescimento do beach tennis no Brasil. O texto mostra dados da Confederação Brasileira de Tênis, que dizem que nos últimos 3 meses houve um aumento de 50% nos praticantes de beach tennis no país, uma vez que a pandemia fez a busca pelo esporte aumentar, devido a segurança que o beach tennis proporciona com relação a transmissão do Covid-19.
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​A modalidade ultrapassou o limite das cidades litorâneas e já atingiu cerca de 300 mil praticantes no país. Destaque para o fato do esporte ser muito fácil de praticar e conseguir envolver a família inteira, o que tem sido um grande diferencial.

O beach tennis é um esporte recente e já foi percebido por muitos como uma grande oportunidade de negócio, como aconteceu com o tênis na época do Guga, mas com a diferença que, desde sua chegada no Brasil, o tênis é estruturado com base no conceito do “sem fins lucrativos”, enquanto o beach tennis tende mais para o que aconteceu com o spinning ou com o crossfit, e se baseia mais nas entidades do “com fins lucrativos”. O crossfit inclusive também se utiliza de eventos para chamar atenção e fidelizar seu público.​
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A praticidade do beach tennis, tem gerado mais praticantes. Mais praticantes geram destaque ao esporte que, além de entrar em clubes, começou a produzir inúmeras academias com quadras de areia, que agora além de futevôlei e vôlei de praia tem essa modalidade para vender.
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O maior interesse da sociedade tem gerado a necessidade de profissionais para ensinar a modalidade, abrindo um novo nicho para profissionais de educação física, além disso, para jogar beach tennis, é necessário raquete, bolinha e um vestuário adequado, o que despertou interesse de inúmeras grandes empresas, como por exemplo a Adidas. Isso também gera empregos, serviços e uma série de movimentações financeiras.
A modalidade na verdade virou um estilo de vida, já que muitos praticantes amadores agora querem viajar para jogar os torneios. A Confederação Brasileira de Tênis atrelou aos torneios profissionais da Federação Internacional de Tênis, a necessidade de realização de torneios amadores, o que também faz com que os praticantes fiquem perto de excelentes jogadores e gerem receitas para a entidade. Além disso, ela migrou do tênis uma competição infantojuvenil, transformando-a em um evento amador: a Copa das Federações. Um evento em que as federações estaduais mandam a suas equipes para disputar quem é o estado mais forte do país.

A Copa das Federações reforçou os torneios amadores estaduais, porque agora para você ser conseguir uma vaga na Copa das Federações pelo estado do Paraná é necessário ser vinculado a Federação Paranaense de Tênis, pagar a anuidade e jogar os torneios estaduais, para se colocar entre os melhores do ranking de sua categoria. E isso vale independentemente do seu nível, pois a Copa das Federações libera disputas do iniciante ao avançado.

O grande prêmio por essa briga? Os convocados pela FPT vão para a Copa das Federações com tudo pago para o evento que ocorre em Jurerê. Além disso, recebem uniforme e podem dizer que foram convocados para a seleção estadual e são os melhores do estado em sua categoria.

​Outro atrativo que os torneios estaduais e nacionais têm é a conquista de alunos. Os professores participam das competições para vender o seu trabalho, bons resultados chamam alunos e isso reflete também nas academias, tanto que no Paraná existe o Interclubes de Beach Tennis, em que os clubes e academias formam suas equipes para definir o melhor do estado. É uma ótima forma de fazer o cliente vestir a camisa da instituição e se engajar ainda mais.
​E tudo isso falando de um esporte que não passa na TV. Quando eu falo de incidir mais no aspecto econômico eu falo exatamente dessa cadeia, em que o esporte é atrativo para as pessoas, gera emprego para professores, gera novas empresas (academias), gera consumo de produtos despertando interesse de grandes empresas.

Essas empresas precisarão produzir esses produtos, gerando mais empregos e talvez até patrocinem atletas e entidades para se fortalecerem no mercado. Isso gera também recursos para que as entidades responsáveis por fazerem o esporte se desenvolver, no caso federação e confederação, possam reinvestir, fazendo o esporte crescer ainda mais. É um ganha, ganha para todos, sem falar na geração de receitas com turismo nas cidades que recebem eventos e na redução de gastos com doenças oriundas do sedentarismo.
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Acredito que se mais modalidades conseguissem ter esse impacto e se até mesmo os governos percebessem essa cadeia, o esporte e a sociedade em geral iria ganhar e crescer. E você, o que você pensa sobre o assunto?
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Autor: Daniel Vila Hreczuck
Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Supervisor de Esportes de Raquetes no Clube Curitibano (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
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A gestão de um clube profissional vencedor: Pato Futsal

1/2/2021

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Crédito: patofutsal.com.br
No dia 20 de dezembro foi encerrada a Liga Nacional de Futsal (LNF), a vitória do Magnus sobre o Corinthians marcou o encerramento de uma competição que teve que se adaptar de forma considerável devido a pandemia para finalizar sua 25ª edição.
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Criada em 1996 a LNF se baseou na NBA para criar seu modelo de franquias, dessa forma era necessário comprar uma franquia ou associar-se a uma já existente, uma ideia acredito que pioneira no Brasil.
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Para falar um pouco mais sobre o sucesso do futsal pedi a ajuda do meu amigo Isaac Brito, que trabalha para a equipe do Pato Futsal e nos trouxe várias informações sobre uma das franquias mais bem sucedidas da Liga nos últimos anos. O Pato foi bi-campeão da Liga em 2018 e 2019, chegando as quartas de final da competição em 2020.

Criado em 2010 o projeto Pato Futsal contou com o apoio de um grupo de empresários de Pato Branco-PR (84 mil habitantes) para adquirir a vaga da franquia da LNF, hoje eles cedem a equipe o direito de uso. O projeto todo então se amparou na tradição da modalidade no interior do Paraná, e hoje são inúmeras conquistas, com a equipe chegando a ser eleita pela Umbro Futsal Awards como uma das melhores do mundo em 2018.
Muito do sucesso da equipe se baseia no foco em formação nas categorias sub-15, sub-17 e sub-20 que são compostas por uma estrutura formada por um coordenador, um técnico, um preparador físico e um preparador de goleiros. Quando necessário o atleta realiza trabalho de fisioterapia com a equipe adulta.

O atual presidente do clube Luiz Sérgio Lavarda, filho do Sr. Dolivar Lavarda que nomeia o ginásio da cidade, nos contou que é indissociável a relação do projeto Pato Futsal com a formação dos atletas de base e o cidadão no alto rendimento. Segundo ele os desafios de se fazer esporte no pais são inúmeros, ainda mais pela modalidade futebol de salão não ser olímpica. Mesmo assim o projeto conta com os incentivos de leis Federais e Municipais, além dos patrocinadores diretos, apoiadores e seu plano de sócio torcedor no fomento do esporte na cidade de Pato Branco.
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“Temos nas redes sociais hoje quase 150 mil seguidores, é claro nosso o maior patrimônio é nosso torcedor que além de comparecer aos jogos, consume os materiais esportivos vendidos nas lojas on-line e física o clube”. Com esse engajamento digital realmente expressivo, o Pato ainda consegue trabalhar sua imagem nas transmissões de TV e na Pato TV.
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Para tentar evidenciar mais o tamanho do sucesso da equipe de Pato Branco, usando como efeito de comparação o futebol, na plataforma do Instagram o Pato Futsal possui hoje quase metade do número de seguidores do Coritiba Foot Ball Club (197 mil) e mais seguidores que o Paraná Clube (90 mil) e o Londrina Esporte Clube (74,6 mil).
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​Uma estrutura de cerca de 31 pessoas fazem o Pato Futsal uma das grandes equipes nacionais de futsal. O presidente, quatro diretores, um assistente administrativo, quatro integrantes da comissão técnica da categoria de base, seis integrantes da comissão técnica da equipe adulta e 14 atletas compõem a entidade. 
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Ainda conta com um contrato com uma empresa prestadora de serviço, para gerenciar os canais oficias do clube, redes sociais, campanhas para sócio torcedor, entre outras funções que permite ao Pato Futsal fornecer aos seus patrocinadores relatórios sobre o engajamento digital, visualizações, seguidores, comentários e etc.
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Eu particularmente fiquei impressionado com todo o trabalho do Pato Futsal, o clube é um fenômeno dentro e fora das quatros linhas para quem gosta de boa gestão.
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Você conhecia essa estrutura do futsal no Brasil? Gostou da história do Pato Futsal? Quer saber mais? Deixe seus comentários.
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Autor: Daniel Vila Hreczuck
Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Supervisor de Esportes de Raquetes no Clube Curitibano (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
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O panorama sobre o Programa Bolsa Atleta

26/1/2021

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Crédito: Ministério da Cidadania
Na próxima terça-feira (26/01) abre novamente o edital para inscrição do Programa Bolsa Atleta Federal. Tenho minhas opiniões sobre o programa, prós e contras, mas como nunca trabalhei diretamente com o programa, o objetivo desse texto não é gerar polêmica, é apenas trazer alguns dados interessantes sobre o programa. Para quem quiser pleitear a bolsa o link de acesso é: https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/bolsa-atleta/inscricoes

As fontes usadas foram o próprio site do Governo Federal e o site Inteligência Esportiva. Inclusive, se você não conhece o trabalho do Inteligência Esportiva, convido a conhecer. Era uma ação conjunta entre o Centro de Pesquisa em Esporte, Lazer e Sociedade (CEPELS) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR) da Secretaria Especial de Esportes do Ministério da Cidadania, essa ação foi encerrada recentemente, mas o site ainda contém inúmeras informações relevantes sobre o esporte no Brasil, especialmente sobre o Bolsa Atleta.

Agora vamos aos dados, começando pela função do Programa Bolsa Atleta: “O programa garante condições mínimas para que (atletas) se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paraolímpicas”.

Acredito que é importante trazer aqui uma reflexão que vou desenvolver um pouco mais na sequência. Devido aos valores ofertados em algumas categorias de bolsa, vêm a questão se o programa realmente cumpre sua função ou acabando servindo mais como um programa de welfare state, ou seja, apenas uma bolsa auxílio. Se você quiser saber mais sobre o tema tem uma dissertação de doutorado muito boa sobre o assunto aqui. Vou falar resumidamente do tema a seguir.
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Fonte: Governo Federal - Crédito: Vila do Esporte
Segundo o Governo Federal, o programa desde 2005, incentivou 27 mil atletas com 69,5 mil bolsas esportivas e atualmente beneficia 6.357 atletas com um investimento anual de 85,7 milhões de reais. Dos 38 atletas brasileiros já garantidos nas Olímpiadas de Tóquio, 90% são do bolsa atleta, e o investimento nesses 34 esportistas já classificados supera a casa de 15 milhões de reais desde o ciclo de 2016. Se considerada as 20 modalidades já garantidas em Tóquio, o valor passa para a casa dos 150 milhões de reais.

​No site Inteligência Esportiva existe um documento chamado “Panorama do Esporte Brasileiro” em que é possível acompanhar a quantidade de atletas e os valores investidos pelo programa desde seu início em 2005, até 2019:
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Crédito: Panorama do Esporte Brasileiro (2020)
Como os atletas estão em diferentes níveis da carreia, o Programa Bolsa Atleta concede o benefício em seis diferentes categorias: Base, Estudantil, Nacional, Internacional, Olímpica/Paralímpica e Pódio, com valores mensais que variam de R$ 370 a R$ 3.100. Aqui podemos voltar a reflexão se o Programa atende seu objetivo de dar condições mínimas para o atleta se dedicar ao esporte. Imaginando que o salário mínimo é de R$ 1.100,00, uma bolsa de R$ 370 não seria suficiente para se sustentar no país, o que não seria suficiente para atender o objetivo do programa de garantir condições mínimas para que os atletas se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e competições.
Por outro lado, o que são condições mínimas? Não necessariamente condições mínimas significa essa comparação com o salário mínimo, oferecer 370 reais pode atender esse critério. Essa foi uma reflexão que me marcou enquanto eu estava fazendo uma matéria do mestrado em educação física da UFPR como ouvinte no final do ano passado. Essa discussão veio à tona durante a aula de Políticas Públicas Relacionada ao Esporte, estudiosos da área se faziam esses questionamentos e queria deixar aqui para você que está lendo parar e pensar um pouco e se puder deixar sua opinião nos comentários.

​Seguindo com os dados do Programa Bolsa Atleta, temos abaixo os números de atletas beneficiados e o valor investido em cada tipo de bolsa, que segundo o Inteligência Esportiva totaliza 1,2 bilhões de reais desde seu início:
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Fonte: Inteligência Esportiva - Crédito: Vila do Esporte
​Por fim, no site do Inteligência Esportiva é possível verificar o valor total recebido por cada atleta que já fez parte do programa, então procurei os nomes dos atletas que já estão garantidos nos Jogos de Tóquio segundo o Governo Federal:
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Fonte: Inteligência Esportiva - Crédito: Vila do Esporte
Interessante ver a quantidade de atletas que estão recebendo bolsa há 4 anos ou mais anos que chegaram nas olimpíadas de Tóquio. Dos 17 nomes que encontrei, 11 se encaixam nesse prazo, lembrando que o surfe virou modalidade olímpica para essa edição.

Como já disse tenho algumas opiniões a favor e contra o Programa Bolsa-Atleta, mas acredito que não dá para negar que, quem é atleta quer conquistar essa bolsa para auxiliar nos seus custos.

​Além disso, temos a reflexão sobre o programa estar cumprindo seu objetivo que eu mencionei acima. Qual a sua opinião sobre o programa? Você acredita que ele ajuda o esporte brasileiro? Adoraria ouvir sua opinião.
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Autor: Daniel Vila Hreczuck
Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Supervisor de Esportes de Raquetes no Clube Curitibano (mais sobre o autor)
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