Retorno às minhas atividades no Gestão Desportiva, depois de um ano bastante movimentado no cenário nacional. Ano eleitoral, indefinições sobre novos governos e incertezas sobre cenários políticos. E o que sabemos? O que sabemos é que teremos novos desafios para este e também para os próximos anos no esporte brasileiro. De imediato, em nível federal, o presidente eleito extinguiu o Ministério do Esporte, alocando a pasta junto ao Ministério da Cidadania, como uma Secretaria Executiva, compartilhando com a Cultura e o Desenvolvimento Social. Pelos comentários de especialistas na pasta pública, publicados em outros canais, a estrutura de Secretaria é mais enxuta, o que naturalmente provoca uma redução de investimentos no setor. Como o foco deste blog é a gestão estratégica e recursos, trago ao leitor uma boa notícia: a bolada que o esporte ganhou na Mega-Sena da Virada. No final do ano, muitas pessoas se mobilizam para participar dos tradicionais “bolões” da cobiçada Mega da Virada. O que nem todos que apostam sabem é que as loterias são uma das fontes de recursos do esporte nacional, dividindo com a seguridade social, cultura e segurança pública. E, claro, com os vencedores da aposta. A divisão dos recursos para o esporte, segundo o site da Caixa Econômica Federal, segue o seguinte roteiro:
A arrecadação total da Mega da Virada foi de R$ 886.048.366,00. Demonstrando a distribuição dos recursos, a partir dos mais beneficiados, tivemos o seguinte cenário:
O Esporte arrecadou R$ 62.200.595,29, ou seja, 7,02% do total, atrás da Seguridade Social (17,32%) e Segurança (10,26%). À Cultura são destinados 2,92% da arrecadação. Em números comparativos, o COB vai receber o equivalente a seis vezes ao repasse da Lei Agnelo Piva (LAP) para o badminton e ciclismo, assim como outros comparativos. Considerado o cenário atual de indefinições, e diante da possibilidade de redução de recursos, a Mega da Virada vem para contribuir com cifras significativas para o esporte nacional. A alocação destes recursos, e como eles serão administrados, deverão ser pauta para uma próxima oportunidade. E lembre-se: às quartas e sábados, via de regra, acontecerão outros concursos da Mega Sena! Boa sorte e até a próxima.
0 Comments
É comum ouvirmos que grande parte dos clubes e federações esportivas do Brasil ainda possuem gestões amadoras. No meu último texto, escrevi sobre o fim do Ministério dos Esportes e sobre a dependência dos nossos esportes profissionais por dinheiro público. Hoje vou falar sobre profissionalismo, que é a base de sustentação desse ramo de negócios. Sem fazer um grande histórico e consequentemente um texto longo, vou ilustrar essa situação com algo não tão distante. Na década de 1970 até 1990 era comum existirem os “badboys” nos esportes e na música, ídolos e astros desrespeitando fãs, jornalistas ou colegas de profissão. Até que os patrocinadores começaram a ver problema nisso, pois nenhum empresário responsável desejava aliar a marca da sua empresa a alguém com problemas de comportamento e notícias nas páginas policiais. Por isso que desde a década de 2000 aproximadamente, os badboys foram sumindo do mapa aos poucos. Ídolos do esporte e astros da música que viam a grana chegando dos patrocínios perceberam que tinham muito mais a ganhar tendo um bom comportamento. Já os badboys foram perdendo patrocínios e consequentemente dinheiro, ou seja, era melhor mudar o comportamento. Isso é algo muito próximo do que ocorre com a gestão de entidades esportivas. Os que apresentam “bom comportamento” tendem a receber mais patrocínios privados. Por exemplo a CBRu (Confederação Brasileira de Rugby). Pode não ser uma entidade perfeita, mas está mais avançada que muitas federações de esportes populares e com mais recursos. Logicamente que o investimento de patrocínio depende de outros fatores como a popularidade da modalidade, a visibilidade na mídia, a participação de atletas famosos, os resultados internacionais e etc. Entidades com “bom comportamento”, ou seja, com boas práticas de gestão possuem boa governança corporativa, transparência financeira, ética, cumprimento de metas e normas, entre outros parâmetros de qualidade. Aprofundando um pouco na questão do profissionalismo em si, isso não significa que algo é “profissional” porque tem dinheiro envolvido. Afinal, quantos jogadores amadores ganham dinheiro para jogar partidas de final de semana? Na gestão, quantos gestores recebem dinheiro e entregam resultados amadores? A palavra profissionalismo deveria carregar junto uma bagagem com outros significados, como: formação adequada, atitudes responsáveis e adequadas, metas e cobranças por resultados, eficiência, transparência, inovação, foco, dedicação... Vejamos, muitas modalidades que não aparecem na grande mídia reclamam da falta de espaço. Porém, o que estão fazendo para mudar isto? Ganhar popularidade? Quais projetos possuem? Qual visão de futuro? Dois exemplos e sugestões: 1. Aumentar o número de praticantes de uma modalidade ou federação? Que tal iniciar projetos voluntários em escolas públicas com atletas atuais ensinando crianças a modalidade? Que tal colocar metas crescentes para números de participantes por ano? O pessoal que trabalha com Badminton dá bons exemplos aqui e aqui. Aumentar o relacionamento com a comunidade poderá abrir portas com pequenos empresários, para depois tornar-se atraente para os grandes empresários. É ilusão querer grandes patrocínios sem o mínimo de profissionalismo e projeção. 2. Aumentar a exposição de torneios e transmissões? Já ouviu falar em streaming? Transmissões pela internet. Não é tão difícil fazer e nem tão caro. Hoje a tecnologia está acessível e torna tudo isso bem possível. Um exemplo real para campeonatos amadores é o mycujoo.tv. Deve existir outras plataformas e até mesmo os conhecidos Facebook e Youtube possuem serviços desse tipo. Outro exemplo é a câmera dinamarquesa Veo, que fica estática ao lado do campo e filma o jogo todo sem a necessidade de um cinegrafista. A câmera acompanha o movimento da bola e ainda fornece estatísticas. Esta câmera foi vencedora de prêmios de inovação em tecnologias do esporte. Quer incrementar a qualidade da transmissão com narração e comentaristas? Que tal uma parceria com uma faculdade de jornalismo e de educação física, em que os próprios alunos ficarão responsáveis pela transmissão, narração e reportagens. Os graduandos estarão aprendendo na prática e o evento ganhará um serviço a mais. Já está inserido numa faculdade? Que tal uma parceria com alunos de marketing, para criar um plano comercial e de busca de patrocínios? Não é fácil fazer tudo isso, se fosse qualquer um faria, mas com planejamento e profissionalismo é possível. A qualidade virá com o tempo, assim como o possível aumento de patrocínios. Por fim, de parcerias em parcerias, será possível melhorar a qualidade do serviço. Que poderá levar a grandes patrocínios. Já conseguiu patrocínio? Qual retorno você deu a ele? Algum relatório de exposição da marca e envolvimento com o público? Alguma pesquisa com o público sobre a percepção do patrocínio? Por que o patrocinador deverá renovar com seu evento? Buscar estas respostas possibilitará a criação de um plano interessante de marketing, patrocínio, visibilidade, envolvimento e retorno. Quantas entidades esportivas buscam estes planos?
A comunidade esportiva do Brasil vive um momento de apreensão e de baixa expectativa em relação às políticas públicas e investimentos no esporte. O presidente eleito Jair Bolsonaro já deixou claro que reduzirá o número de ministérios, buscando a economia de recursos públicos e a maior eficiência na gestão, além de priorizar investimentos em segurança pública, saúde e educação. O Ministério do Esporte passará a fazer parte do Ministério da Educação, como foi melhor explicado nessa matéria de Alexandre Pussieldi. Já nesse texto de Demétrio Vecchioli, o autor comenta sobre os desafios do novo presidente em relação ao esporte. A “década de investimento” no esporte brasileiro passou. Teve início nos grandes investimentos para o Pan Rio 2007, depois Copa 2014 e Jogos Olímpicos em 2016. Muito dinheiro gasto em infraestrutura, muita corrupção e quase nenhum recurso investido em programas esportivos. Durante esse período, muitos críticos alertaram que não bastava investir nos “atletas prontos”, era necessário pensar em programas para uso das estruturas construídas e maior investimento na formação de novos atletas. Uma ótima análise sobre investimentos equivocados pode ser vista nesse texto do Thalles Valle. Penso que o esporte profissional não pode depender dos recursos públicos. O grande motivo dele ser “esporte profissional” é justamente ter interesses e recursos que possibilitem a profissionalização, como patrocínios, rendas de público e de direitos de transmissão. Caso contrário, seria esporte amador ou no máximo, esporte semiprofissional, com o atleta conciliando o esporte com outra profissão. Para ilustrar essa situação, basta lembrar dos modelos de investimento da antiga União Soviética e dos EUA, as grandes potências olímpicas. O modelo soviético, comunista, com o poder público investindo no esporte profissional demonstrou ser inviável. Não existem tantos recursos públicos assim. Já o modelo americano demonstrou ser mais viável, com o investimento público no esporte escolar, colegial e até universitário. Isto é, enquanto a criança, o adolescente e o adulto jovem estão em formação escolar ou acadêmica, conciliam as atividades esportivas. Após este período, seguirá a carreira profissional quem tiver futuro e mercado, reservado aos verdadeiros talentos esportivos. Os demais, no mínimo terão uma formação acadêmica para seguir uma profissão regular. Retornando a situação brasileira, vivemos numa encruzilhada. Dependemos de dinheiro público para sustentar a maioria das modalidades olímpicas. Até no futebol, que gera recursos privados suficientes para se manter, há grandes investimentos públicos, como a Petrobrás, Eletrobrás, Caixa Econômica, entre outras que provavelmente esqueci. Se as modalidades profissionais não são autossustentáveis com recursos privados, precisam encontrar outras formas de sobrevivência. O modelo americano, aliado às universidades me parece ser a melhor saída. Para isto funcionar no Brasil, a comunidade esportiva deverá se preocupar em parcerias entre clubes e universidades, para que os atletas consigam bolsas de estudo. Além disso, focar na melhor organização dos jogos universitários, desde o nível municipal, estadual e nacional, deixando de ser um evento cervejeiro, para ser um evento realmente esportivo. Assim, com organização e alto nível, poderá despertar o interesse de patrocínios e da mídia esportiva. Os grandes destaques esportivos acabarão encontrando oportunidades profissionais para seguirem suas carreiras, seja no Brasil ou no exterior. Para encerrar este texto, é interessante analisar o caso do futebol profissional masculino. O Campeonato Brasileiro está entre os 10 mais valorizados do mundo. Possui investimentos e salários altos até mesmo para os padrões europeus. No entanto, quase todos os clubes possuem dívidas com o governo federal e não são cobrados por isso, não como uma empresa comum seria. O que acontecerá se as empresas públicas cortarem estes investimentos? Acaba o futebol brasileiro? Não, mas será forçado a entrar numa realidade de “fechar a conta”, ou seja, gastar menos do que ganha e naturalmente trazer para a realidade os salários dos jogadores e comissões técnicas. Bem-vindos para a responsabilidade e eficiência na gestão do esporte!
Terminadas as eleições, já é especulado a possível nomeação de ministros e já se cogitam nomes para cargos de confiança visando compor uma equipe para 2019. Nestes rumores, é cogitado que a pasta do Esporte, seja agregada possivelmente à outra pasta já existente (não sendo esta uma informação oficial, sendo tão somente fruto de rumores).
Neste texto, vou levantar alguns pontos a serem considerados para o entendimento à cerca desta possibilidade (que pode não ocorrer), vale destacar que o texto exprime a opinião do autor e somente dele. O orçamento para 2018 do Ministério do Esporte é de cerca de 1,5 bilhões de reais. Sendo que até o momento foram gastos, cerca de 220 milhões de reais. 95,57% dos gastos do Ministério do Esporte em seus valores contratados dispensaram licitação. Sendo que do total gasto, 99% deles foram para pagamento de serviços. Dentro dos gastos informados, cerca de 80 milhões de reais, foram gastos com administração geral. Ou seja, o que disto, foi realmente revertido para o desenvolvimento esportivo no país? Apenas para comparar, em 2016, o programa Militar destinou cerca de 18 milhões de reais aos seus atletas de rendimento, sendo que dos 462 atletas brasileiros que participaram dos Jogos Rio 2016, 145 eram vinculados a este programa e das 19 medalhas obtidas, 13 foram conquistadas por competidores vinculados ao programa. Também para efeitos comparativos, embora as 19 medalhas (totais) do país, tenham representado seu melhor resultado em edições dos Jogos Olímpicos de Verão, vale recordar os resultados (totais) de edições anteriores como em 2012 Londres com 17, 2008 Pequim com 16, 2004 Atenas com 10, 2000 Sydney com 12 e 1996 Atlanta com 15, ocasião em que o Brasil enviou ao evento, menos da metade da delegação que disputou os Jogos do Rio. Estes são dados a serem considerados, pois nem sempre MAIS dinheiro, significa MELHORES resultados, uma vez que nem todo dinheiro destinado, tem como destinatário final, o desenvolvimento e avanço esportivos. O objetivo aqui não é o de menosprezar ou desqualificar os serviços prestados pelo Ministério do Esporte, mas sim de exprimir que a estrutura atual pode ser otimizada (como tudo sempre pode) e não significando que a possível junção desta pasta à outra já existente, signifique retrocesso no campo do esporte, pelo contrário, apenas um uso mais consciente do recurso, uma vez que o programa Militar funcionou apoiando atletas que obtiveram resultados expressivos na última edição olímpica, este pode ser um modelo que venha a funcionar. Enquanto não há um desenvolvimento sério do Esporte, com uma proposta decente que atrele o esporte ao ensino, será necessário selecionar talentos que basicamente se desenvolveram “sozinhos” e ajuda-los já praticamente na fase adulta. Nem de longe é o que o esporte nacional precisa, mas é o mais perto que se pode fazer no curto prazo. Considerando as outras prioridades do país, não seria o enxugamento de gastos do Ministério do Esporte, que faria as já precárias condições enfrentadas por muitos atletas brasileiros em seu dia-a-dia, que iriam piorar. E aí? O que será que Bolsonaro fará? Manterá a Pasta e os recursos, exatamente como estão? Migrará a pasta para outra já existente? Cortará cargos? Criará novos cargos? Vale lembrar que em seu programa de governo, não havia uma proposta direcionada especificamente ao Esporte. Mas caso o presidente venha a ler este texto, fica aqui o apelo para o uso consciente do dinheiro, fazendo com que ele chegue, onde mais é necessário, que seguramente, não deve de ser nos grandes salários de Brasília. Sem o objetivo de influenciar no voto de algum possível leitor, esperei o término do primeiro turno para enviar o texto.
Ao contrário de outras nações, o esporte no Brasil, ainda é muito dependente de recursos públicos para a sua manutenção e desenvolvimento e mais importante do que as discussões por redes sociais em qual candidato votar, é a leitura dos planos de governo dos presidenciáveis. Na última pesquisa de intenção de voto, realizada no dia 06/10/2018 pelo Data Folha (e divulgada pelo site do G1), os três primeiros candidatos com maior número de intenção de votos válidos eram Jair Bolsonaro (40%), Fernando Haddad (25%) e Ciro Gomes (15%). Destes três presidenciáveis, fiz questão de ler seus programas inteiros, buscando por medidas contundentes ao setor que me toca (setor esportivo). Embora eu me preocupe com o país de maneira geral, por senso crítico, gosto de procurar as medidas relacionadas ao esporte, pois entendo que como Mestrado em Gestão do Esporte, é onde eu possa colaborar com sugestões. O plano de Governo de Jair Bolsonaro possui 81 páginas no total e não cita a palavra Esporte. O plano de Governo de Fernando Haddad (divulgado como programa de Luis Inácio Lula da Silva) possui 58 páginas e menciona a palavra Esporte 27 vezes e o plano de Governo de Ciro Gomes possui 62 páginas e menciona a palavra Esporte 3 vezes (em apenas 1 tópico com 6 linhas). Em relação ao único plano de Governo com uma proposta real para o esporte (O de Haddad), destaco como boa ideia (a qual inclusive, sempre defendi) está na página 23, em que no tópico 3.1, sobre educação, menciona abrir os espaços escolares, para prática esportiva. Esta iniciativa ao meu entendimento é pertinente, pois as escolas públicas em sua maioria possuem ao menos uma quadra poliesportiva ao passo que como estrutura física, alguns municípios sequer disso dispõe. O item 3.6 do citado plano discorre especificamente sobre esporte e é chamado de: Agenda de Futuro para o esporte brasileiro e este, recomendo a leitura e crivo do leitor. Aqui deixo claro que antes do Pan de 2007, o único outro evento desta natureza havia ocorrido em 1963 (Pan de São Paulo) e embora os megaeventos esportivos tenham mais tarde sido flagrados e vinculados ao mau uso do recurso público, cabe ao critério próprio pontuar se valeu pagar o alto preço da corrupção, apenas pela oportunidade de receber o evento. Minha opinião é de que as iniciativas privadas deveriam não mais apostar em atletas já formados e prontos, mas sim, nas categorias de base, onde o recurso é mais definitivo, ao passo que o Brasil enquanto país, enfrenta diversos problemas sociais, econômicos e culturais, acaba por perder no esporte, uma chance real de reversão ou minimização destes problemas (os quais não pormenorizo por poder cometer o equívoco de esquecer a citação de algum). Mas nem sempre, apenas agregar o esporte ao discurso, se constitua de proposta... todavia vale a reflexão do tanto que o esporte caminhou até aqui e que rumo pode seguir... No mês de maio de 2018 a Seleção Brasileira de Rugby “fez história” e venceu pela primeira vez o Campeonato Sul-Americano de Rugby, sendo uma vitória inédita com a seleção argentina XV um dos grandes feitos desta conquista. Há poucos anos atrás tal vitória e conquista seriam inimagináveis!
Mas o que eu gostaria de abordar neste texto não é a vitória esportiva em si e sim a consequência do planejamento, profissionalização e reestruturação da Confederação Brasileira de Rugby que foi de grande importância para tal feito ter ocorrido. A minha dissertação de mestrado teve como um dos objetos de estudo o processo da profissionalização da gestão da CBRu. Durante as entrevistas do CEO, Sr. Agustin Danza e do então presidente Sr. Sami Arap, pude identificar que a proposta de profissionalização da gestão foi a base para a posterior profissionalização esportiva de atletas e comissão técnica, em busca de melhores resultados e popularização do Rugby no Brasil. O caminho apresentado pela CBRu para popularizar o Rugby no Brasil foi buscar a melhora dos resultados esportivos em médio prazo e uma sonhada classificação a Copa do Mundo de Rugby 2023, que será disputada na França, aumentando assim o interesse midiático em torno rugby brasileiro, por meio de uma seleção brasileira com imagem vencedora. Como ferramentas para a evolução esportiva foi utilizada a repatriação de alguns atletas que atuavam no exterior e teriam direito a cidadania brasileira por via familiar (mãe ou pai brasileiros), jogadores estrangeiros que viviam no Brasil há pelo menos três anos e a profissionalização de todo um grupo de jogadores para formar a seleção brasileira de rugby. Os jogadores profissionais treinam diariamente em dois núcleos, sendo o primeiro em São Paulo capital e o outro em São José dos Campos no interior paulista. Esta fórmula de se criar seleções fixas e profissionais já foi utilizada em outras modalidades como o handebol feminino e ginástica artística e mostrou-se eficiente momentaneamente, com grandes resultados esportivos, mas que a longo prazo não se mostrou sustentável pois tais resultados não alavancaram a modalidade como um todo no Brasil, ainda mais se falando da formação de jovens atletas na base. Apesar de estar provando de bons resultados esportivos de sua seleção brasileira nos últimos dois anos, o rugby brasileiro, a níveis de clube e formação de base, não se encontra no mesmo patamar de resultados em popularização, encontrando dificuldades para buscar novos atletas e assim desenvolver a modalidade de uma forma sustentável e duradoura. Fica o alerta para que a CBRu não cometa os mesmos erros de outras confederações no passado e que os clubes não depositem todas suas fichas esperando que a CBRu e federações resolvam todos os seus problemas. A opinião pessoal deste autor é que a CBRu vem fazendo um belo trabalho em prol da popularização da modalidade no Brasil, apostando suas fichas em uma seleção vencedora, trazendo assim mais apoio midiático e aporte financeiro. Cabe aos clubes buscar a melhoria de sua gestão, aproveitando o bom momento midiático, para trazer mais praticantes à modalidade, assim como novos apoiadores. O caminho não é fácil, mas há de se trabalhar muito para que seja vencedor. Dessa forma, levanto aqui uma discussão de como os clubes devem agir para melhorar sua gestão, seu aporte financeiro e como consequência o aumento de número de associados e atletas. Este será o tema do meu próximo texto. Um grande abraço e até a próxima! Após a estreia da Alemanha na Copa de 2018, em que a atual campeã foi derrotada para o México, foi muito falado pela imprensa em geral sobre uma “maldição” que ronda o jogo inicial das equipes que defendem o título. Como “maldição” tem relação direta com superstição e fica distante do que é racional, do que tentamos buscar pela análise técnica, podemos converter isso em uma espécie de “pressão excessiva” sobre os atuais campeões, que de certa forma pode atrapalhar o desempenho esportivo esperado. Abaixo apresento um rápido histórico, que demonstra quando começou a surgir essa conversa toda:
Notaram que não foi relacionado o campeão de 2002? Foi o Brasil, que na copa seguinte, em 2006 venceu sua estreia contra a Croácia e não sofreu o mesmo problema dos demais. Então, para tornar a “maldição” mais realista, dizem que ela ocorre apenas com os países europeus. Agora vamos aos fatos. A França realmente foi surpreendida por Senegal em 2002. Mais que isso, a França jogou com baixo rendimento nos jogos seguintes também. Zidane, o principal jogador estava machucado e entrou apenas na terceira partida, sem totais condições de jogo. A seleção francesa dependia muito dele e quando decidiu colocá-lo, já era tarde, foram eliminados. Já no caso da Itália em 2010, a questão é diferente. O futebol italiano não teve a mesma evolução que Alemanha e Espanha tiveram nos últimos 15 anos e que as seleções da Inglaterra e Bélgica estão conseguindo agora. Parece que o futebol italiano parou no tempo, continua apenas baseado em defesa e contra-ataque. Quase nunca domina o jogo, nem a posse de bola e nem toma as iniciativas do jogo. Desta forma, ela se iguala a equipes medianas e fica muito atrás das potências atuais do futebol. Ah, mas ela foi finalista da Eurocopa 2012? Foi, aos trancos e barrancos. Venceu a Alemanha com dois golaços de Balotelli, num jogo que deu tudo certo para a Itália e nada certo para os alemães. Na final, a Itália foi dominada pela Espanha e não demonstrou nenhuma capacidade para vencer o jogo. No caso da Espanha em 2014, ela enfrentou no primeiro jogo ninguém menos que a outra finalista de 2010, a Holanda. Qualquer resultado era possível. Impressionou porque a Espanha foi eliminada na primeira fase, mas também perdeu para o Chile, que só saiu da copa após perder nos pênaltis para o Brasil (com aquela bola no travessão no final do jogo). Ou seja, a primeira fase da Espanha já foi em nível de oitavas de final... ou final, no caso holandês. Aliás, na copa de 2010 que a Espanha foi campeã, também estreou com derrota contra a Suíça, nesse caso sem “maldição” nenhuma, apenas não conseguiu superar o bloco defensivo suíço. Por fim, a Alemanha em 2018 perdeu para o México, da mesma forma que perdeu para a Itália na Eurocopa 2012. Dominou o jogo, criou as melhores oportunidades e a bola não entrou. O adversário conseguiu alguns contra-ataques e a bola entrou. Fim de jogo com resultado inesperado. Quer outros exemplos de estreias com resultados inesperados?
Isto é, resultados inesperados acontecem muito no futebol. A pressão no jogo de estreia existe, principalmente porque espera-se muito das equipes que possuem os melhores jogadores do mundo. No entanto, é notável que mesmo entre grandes jogadores o entrosamento pode não ser o ideal no início do torneio. Afinal, eles se encontram algumas semanas antes e treinaram e jogaram pouco juntos. Depois, com o decorrer dos jogos, há uma tendência das melhores equipes dominarem os adversários e vencerem os jogos. Vejo tudo isso de uma forma mais ampla. Seja lá qual for o adversário da estreia, do campeão ou não, não existem mais equipes inocentes no futebol, como era comum nas copas anteriores à década de 1990. Hoje existe um intercâmbio muito forte no futebol. Jogadores de alto nível dos principais países estão atuando em diversos continentes. Por exemplo, há brasileiros, argentinos, alemães, espanhóis, franceses, holandeses espalhados em campeonatos da China, Rússia, Ucrânia, Cazaquistão, EUA, Japão, Emirados Árabes, Qatar, entre outros. Nenhum campeonato africano? Não, mas os melhores jogadores africanos atuam no futebol europeu, principalmente na França. Não existe mais país isolado ou inocente no futebol, pelo menos não entre os que chegam na copa do mundo com 32 seleções. Se os clubes não importam estrangeiros, exportam jogadores para os principais centros de futebol. As equipes inocentes que ainda existem, já são eliminadas nas eliminatórias para a copa, nas fases continentais. Só para completar os fatos, em praticamente todas as copas recentes tivemos a chegada de um ou mais países inesperados nas fases finais:
E agora que a copa de 2026 terá 48 equipes? Pois é, talvez assim aumentará as chances de termos novamente alguns países mais inocentes na copa e muitos resultados inesperados. É aguardar para ver.
Em artigo anterior, falei sobre a indicação dos “Senhores do Esporte” para nossa sociedade esportiva. Cargos públicos utilizados como moedas de troca por voto, por apoio político de determinado partido, ou mesmo para agradar uma determinada classe. E esses “Senhores” estão espalhados em diversas secretarias municipais, estaduais ou mesmo ministérios. Esses personagens fazem parte de nossa história esportiva desde que o esporte passou a ocupar o interesse de nossa população, ainda no final do século XIX. Politicamente o esporte sempre foi dominado por esses “Senhores”, os quais possuíam relação dependente e direta com seus administradores, aqueles que detinham o poder. E utilizando essa vantagem política, decidiam sobre o rumo do esporte como bem entendiam. Foi assim quando o Esporte foi utilizado como ferramenta para aquilo que diziam ser o “aprimoramento da raça”, foi assim quando utilizaram para aperfeiçoamento de um “corpo produtivo”, ou quando preparava para “possíveis batalhas”. Sem contar todas as ideologias que foram sustentadas por meio do esporte, lembrando uma ainda recente, quando o mesmo foi utilizado como estratégia de política externa, tentando promover ao mundo a imagem de um país emergente e de uma “economia confiável e em pleno crescimento”. Mas ao longo de toda essa história política que nos cercou, foram poucas as vezes que o Esporte foi utilizado como deveria... ou seja, como Esporte! Um fenômeno capaz de promover valores, capaz de auxiliar no processo educacional e capaz de gerar sonhos! Sonhos... como os do garoto “José”! Durante minha graduação, tive a oportunidade de conhecer esse garoto em um projeto de extensão universitária, no qual fui responsável em dar aulas de futebol para crianças de 10 a 14 anos. E aquele garoto sempre me chamava a atenção... “José” teve uma infância difícil. Não teve muito contato com o pai e as poucas vezes que isso ocorreu, provocaram experiências e lembranças extremamente negativas para o garoto, seja em seu corpo, sua mente e em seu coração. Já sua mãe, batalhadora, trabalhava o dia todo e se virava com o pouco que ganhava para tentar sustentar os filhos. E “José” era, com 12 anos, quem cuidava da casa e dos irmãos menores. Em sua rua, via diariamente vários de seus amigos sendo levados a utilizar drogas e cometer pequenos furtos. Como ele mesmo descrevia: “esse é meu mundo sor”. Ou seja, o garoto, em sua curta história de vida até então, já reunia vários fatores favoráveis que o estimulavam a buscar um caminho voltado para a violência ou criminalidade. O ambiente ao seu redor, os abalos físicos e psicológicos em função de sua relação com o pai, a ausência necessária da mãe, o peso de uma responsabilidade precoce... Mas era naquele campo de futebol que “José” se tornava importante. Ali ele se tornava um garoto comum, que brincava, sorria, se divertia com os amigos... e sonhava! Sim... ali ele conseguia sonhar! E seu sonho não era se tornar um jogador de futebol ou um atleta famoso e milionário. “José” sonhava com algo mais importante... Naquela época, participamos de um campeonato municipal. E durante o jogo de estreia, “José” nos confessou o seu sonho: “quero fazer um gol pra poder contar pra minha mãe”. Sim... esse era o sonho dele! Ter gratidão por todo o esforço que ela fazia pelos filhos... Dedicar a ela, aquele que seria um momento especial na vida dele! Valorizar aquela que representava sua família! E então eu lembro de ter falado aos outros alunos: “Ajudem o José a realizar o sonho dele, porque tenho certeza de que ele vai ajuda-los a realizar os seus sonhos também”. E José naquele dia me ensinou algo a mais sobre esse tal fenômeno chamado Esporte. Que nos auxilia a sonhar, a acreditar, a respeitar e valorizar o suor de um trabalho honesto e digno. Fenômeno que pode sim, ajudar a “blindar” e “proteger” uma criança de um ambiente desfavorável que a cerca. Fenômeno que pode auxiliar a construção de valores positivos, independente da bagagem que cada um tenha trazido consigo. Mas infelizmente, histórias como essa nunca foram contadas por esses “Senhores do Esporte”, que jamais tiveram capacidade suficiente pra compreender a dimensão e a relevância do Esporte como ferramenta de promoção de valores e de formação de cidadãos. E muitas vezes nem sequer pisaram em gramados, campos, quadras, tatames, ou mesmo passaram perto de piscinas pra entender o significado que essas instalações podem representar. Infelizmente, histórias como essa, poderão não se multiplicar em larga escala nos próximos anos, devido a um ciclo de investimentos escassos que se aproxima. Investimentos que estiveram disponíveis por vários anos, mas que não serviram nem ao menos para fomentar a prática esportiva em nosso país, nem tampouco pra fazer com que crianças deixassem de pagar uma taxa de inscrição, filiação, ou troca de categoria. Infelizmente, histórias como essa não foram suficientes pra fazer com que alguns gestores de confederações, clubes e entidades esportivas, tivessem a honra e a dignidade de investir, de forma transparente, os milhões de recursos que receberam do Estado durante todos esses anos. E hoje, tais gestores, mostram o tamanho de sua hipocrisia vindo a público lamentar e criticar essa decisão do governo. Infelizmente, histórias como essa talvez não sejam capazes de sensibilizar os membros do Poder Executivo e Legislativo de nosso país, aqueles que deveriam ser os representantes legítimos de uma comunidade, que deveriam lutar para que os nossos direitos fossem garantidos (tal como o artigo 217 de nossa Constituição Federal). E conseguir gerar nesses representantes um sentimento de revolta a ponto de se posicionarem de forma contrária à tal Medida Provisória. Infelizmente, é o Esporte sendo novamente esquecido no “banco de reservas”, porque um outro jogador problemático está chamando mais a atenção nesse momento. E com isso, os outros milhares de “Josés” espalhados por aí, não terão sua história pra contar dentro do Esporte. Mas quem sabe, talvez ainda sejam personagens dessa nova MP, assim que estiverem correndo de policiais em alguma pista, nadando na marginalidade ou jogando nos campos penitenciários de nosso país.
Faço a minha estreia como um dos redatores do site, agradecendo ao convite do editor e parabenizando a iniciativa que busca provocar o debate sobre a gestão esportiva em nível nacional. Estaremos juntos toda primeira semana do mês. Traremos textos diversos sobre temas que fazem parte do dia-a-dia da administração de organizações esportivas, independentemente de sua finalidade ou modalidade. A ideia é apresentar a diversidade de assuntos, em especial, em nível administrativo estratégico, demonstrando a amplitude e pluralidade do esporte. Os recursos que sustentam uma organização estão entre as diversas pautas que norteiam a gestão esportiva. Ao tratar de recursos, podemos falar de recursos humanos, tecnológicos e financeiros, entre outros. É este último que vamos abordar. As entidades esportivas, em sua maioria, são associações sem fins lucrativos, caracterizadas pela carência de recursos. Visando solucionar o problema dos recursos financeiros e incentivar a área, em 2006 o governo brasileiro sancionou a Lei 11.438/06, Lei de Incentivo ao Esporte, que veio para contribuir com o desenvolvimento do esporte nacional via associações esportivas. Através da Lei de Incentivo ao Esporte, o Governo Federal permite que as empresas tributadas pelo lucro real destinem até 1% do imposto devido a projetos esportivos de rendimento, educacional e de participação. As pessoas físicas podem destinar até 6% do imposto devido (esporte.gov.br). Para que sejam beneficiadas pelos incentivos, as organizações precisam estar em dia com as obrigações civis e se enquadrarem aos pré-requisitos dos órgãos reguladores; no caso da Lei de Incentivo ao Esporte, o Governo Federal, através do Ministério do Esporte. Segundo trabalho publicado no site incentiveprojetos.com.br, entre dezembro (2007) e dezembro (2017) o montante de recursos captados através da Lei de Incentivo ao Esporte alcançou a bilionária cifra de R$ 2.114.457.387,63, beneficiando 1.100 entidades e 3.183 projetos. Estes números demonstram a possibilidade de investir recursos no esporte por meio desta lei. O alcance da Lei de Incentivo não se limita à esfera federal. A sanção da lei 11.438/06 abriu precedente para a criação de novas legislações nas esferas estadual e municipal. Nestes casos, diferenciam-se pela origem dos recursos de cada autarquia. Em geral, os estados utilizam-se dos tributos de ICMS, enquanto os municípios de IPTU e ISSQN. Os órgãos reguladores, em geral, são as Secretarias de Esporte, que utilizam praticamente os mesmos critérios administrativos do Governo Federal. As leis de incentivo ao esporte são uma realidade no cenário esportivo brasileiro, atingiram nível de maturidade, tornando-se uma alternativa possível para as organizações esportivas, que devem explorar esta fonte de recurso como estratégia. Após uma década de aporte de recursos, em tempos de desaceleração de investimentos no esporte, cabe aos gestores buscarem alternativas para manterem as atividades esportivas em suas organizações. Nos vemos na próxima!
Inicio o ciclo de publicações neste veículo, trazendo um assunto que vem influenciando o destino do esporte brasileiro, desde os seus primórdios: a política! Sim... a política enquanto relação de poder, enquanto a vontade de poucos em tentar exercer efeitos sobre muitos. Ou seja, uma minoria que defende seus interesses próprios em detrimento aos interesses da grande maioria. Caso preferirem, podemos chama-la de “jogo” do poder, presente o tempo todo em qualquer instalação ou entidade onde exista algum tipo de prática esportiva. “Jogo” este que faz com que dirigentes despreparados assumam cargos de liderança em entidades e organizações esportivas. E ao se tornarem gestores, utilizam tais entidades para sua autopromoção, para ostentar sua imagem na mídia, para promover benefícios a si próprios e tentar permanecer nesses cargos pelo maior tempo possível. E ao fazerem isso, se esquecem de zelar pela promoção e pelo desenvolvimento do esporte a longo prazo. Assim, treinadores não conseguem realizar o seu trabalho devido à uma imediata cobrança por resultados. Atletas muitas vezes veem os seus direitos negados e sofrem para obter recursos suficientes para uma vida profissional dedicada ao esporte. E os futuros atletas então, que não conseguem se desenvolver dentro do cenário esportivo, por serem obrigados a obter desempenho semelhante aos melhores profissionais, mesmo quando ainda são crianças. Sem contar os torcedores, que simplesmente são colocados de lado e pagam um elevado preço em tentar assistir a um espetáculo que muitas vezes não empolga. “Jogo” que faz com que cargos executivos - nos mais variados órgãos públicos – se tornem moedas de trocas por apoio de algum partido político ou para a obtenção de determinado número de votos. E então, esses “Senhores do Esporte”, nomeados por prefeitos, governadores e presidentes, sem nunca ao menos ter se preocupado com o ambiente esportivo, se tornam nossos “representantes” e decidem o futuro de milhares de crianças, jovens e adultos. Pessoas essas que poderiam vivenciar mais políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do Esporte em suas comunidades. Que poderiam participar de mais projetos que utilizassem o Esporte como uma ferramenta para a educação de valores, para a melhoria das condições de vida ou como uma ferramenta para se tornarem cidadãos. “Jogo” que também prevalece em alguns veículos de comunicação e imprensa. Aqueles que deveriam levar a informação e auxiliar no desenvolvimento do Esporte, muitas vezes somente se preocupam com uma única modalidade esportiva, pois é nela que estão empenhados os maiores recursos financeiros. E assim, inúmeras Rafaelas, Arthurs, Thiagos, Felipes, Diegos, somente terão a chance de serem lembrados se conseguirem se destacar em uma edição de Jogos Olímpicos. E ainda assim, ficarão por um curto período em evidência e logo serão esquecidos novamente. E o que é ruim, poderia ser ainda pior...pois existem outras modalidades e conquistas que nem sequer alcançam esse espaço na mídia. Exemplo recente é a nossa Seleção Brasileira de Rugby XV, que obteve o inédito título de Campeã Sul-americana 6 Nações, numa campanha marcada pela vitória sobre a forte seleção argentina, pela primeira vez na história dessa modalidade. Mas conquistas como essa, que deveriam ser comemoradas por toda uma nação, infelizmente serão lembradas apenas pelos próprios atletas, seus familiares e alguns poucos apaixonados por essa modalidade esportiva. Mas, mesmo assim, nosso Esporte ainda vive... e nele também existem pessoas e entidades que querem realmente fazer a diferença. Pessoas comprometidas com o seu desenvolvimento, que lutam para melhorar as condições de infraestrutura, que levantam a bandeira por uma melhor governança nas entidades esportivas, que se colocam à disposição de uma nova e possível geração de praticantes e atletas, sem querer algo financeiro em troca. E é por isso, que continuo a acreditar... e ser parte desse processo. Lutar por aquilo que vivenciei desde criança, que me deu muitos dos melhores momentos da minha vida, que me ensinou a jamais desistir antes que o árbitro termine esse “jogo”. Árbitro este chamado vida. Ou seja, enquanto o “jogo” estiver acontecendo, ainda haverá chances de vencê-lo. E vencê-lo significa conseguir inserir uma única política nesse cenário... uma Política Nacional de Esporte, implantada em todas as suas esferas, em todos os ambientes, validada por todos os interessados e possíveis envolvidos. Por meio dela, conseguir oportunizar o acesso a diversas práticas esportivas, garantindo o direito de todo cidadão como assim prevê nossa Constituição Federal em seu artigo 217. “Jogo” difícil... mas possível de ser vencido. E que por meio dele, possamos gerar ao Esporte, o que é (ou deveria ser) do Esporte!
|
Entidades Desportivas
Área reservada para a discussão de temas sobre gestão de clubes, federações e entidades desportivas em geral
Histórico
Abril 2023
Categorias |