Esse é um tema que não gostamos muito de falar, mas que é real e, portanto, essencial discutirmos esse assunto. Anteriormente em uma Live minha no Instagram convidei quatro pessoas para debater esse assunto, foram Caio Cesar Fortuna, Médico da Seleção Brasileira de Futebol de Campo sub 17 e Médico das categorias de base do São Paulo Futebol Clube, Nikoli Maria Siqueira Jogadora do Vôlei Ibitinga, Ellen Nogueira Jogadora de Futebol do Real Brasília e Marco Antônio Moraes Leite treinador de Toronto Canadá. Resolvi trazer aqui para vocês nessa coluna uma síntese dos principais temas discutidos nessa conversa. O LCA (ligamento cruzado anterior) é o tecido que liga o fêmur à tíbia, na altura do joelho. A maioria das lesões do LCA ocorre durante a prática de determinados esportes, como basquete, futebol, tênis, entre outros. Os sintomas incluem inchaço no joelho, instabilidade e dor. O tratamento pode incluir intervenção cirúrgica e fisioterapia. Na área médica destaca-se que para avaliar corretamente deve-se pedir uma ressonância magnética, e se necessário realizar uma cirurgia. Em caso de cirurgia dar tempo para tendão entender a função de ligamento no pós-cirúrgico. Deve-se calcular em torno de 8 meses de reabilitação. Os atletas podem também sofrer de cinesiofobia, medo de retorno ao esporte, de sentir dor, de que tudo ocorra novamente. Um alerta é caso o atleta tenha joelho valgo, deve ficar com atenção redobrada e analisar o quadro. Todos os atletas, independente de seus esportes, devem se preocupar com a postura correta na hora de executar os movimentos no esporte pois caso contrário poderá facilitar o surgimento de lesões. Na preparação física, o Marcos nos reforça que deve-se entender que: “o treino é o mesmo, a única coisa que devemos tirar dele é a cadeira extensora. Acredite!!! Exercícios de cadeia fechada até o ponto que ele começa a sentir dor se sentir. Se ele não sentir, desce a lenha”. “Até porque hoje em dia tem muita gente que não está acompanhando a evolução da educação física e ainda acha que no tratamento de lesão os profissionais de educação física ainda tratam a pessoa como se ela estivesse com a lesão”. “Mas infelizmente, alguns profissionais acham que o atleta chega na academia e fala, eu fiz cirurgia de LCA, aí o profissional nem pergunta se ele já tratou com médico e fisioterapeuta e já coloca o atleta na cadeira extensora com limitação de ângulo. Achando que ele possui limitação. Aí alguns ainda acabam atrapalhando o trabalho feito na fisioterapia”. Então, “Se o atleta lesionou, ele vai para a cirurgia caso tenha sido preciso, depois da cirurgia ele vai para o fisioterapeuta, na fisioterapia ele recupera os movimentos. Quando ele sai da fisioterapia, ele está pronto como se fosse uma pessoa normal com os movimentos de extensão e flexão normais. Aí o papel do profissional de educação física, o personal trainer, será apenas de fortalecimento. Simples não tem segredo”. Já atletas pontuaram como os principais pontos, ter Fé, seguir adiante, tirar algo de bom do momento em que está passando, confiar na sua equipe de saúde, ter a força necessária, buscar sempre a superação, profissionais da saúde devem trabalhar em conjuntos profissionais de outras áreas, e com “humildade” aprender sempre mais. Deve-se amar o seu esporte e o apoio da família são fundamentais para a recuperação e superação da lesão e período de reabilitação. Então coloco aqui para vocês: “A lesão foi física e não mental!!!” Quando no esporte sofremos fisicamente automaticamente nossas emoções ficam abaladas e consequentemente a autoestima fica rebaixada, portanto, devemos lutar contra a maré de negativismo, lembrando que a lesão que está sofrendo ou já sofreu foi apenas física, e que o restante está intacto e que com motivação e foco na reabilitação poderá retornar no menor tempo possível as suas atividades normais, dessa forma a mente auxiliando o corpo a se regenerar. Espero que este texto possa auxiliar. Lembrando que sempre estou aberto para trocar ideias com os leitores pelos meus contatos. Obrigado e até a próxima!!!
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Pessoal em um ótimo bate-papo com uma colega da área de Portugal, entramos em um consenso sobre alguns pontos que são essenciais para uma boa atuação do Psicólogo do Esporte nos dois países. Mas conhecer esses pontos não é bom apenas para os profissionais da Psicologia, mas também para todos os profissionais da comissão técnica, pais e atletas, pois além de compreenderem melhor qual o papel do profissional Psicólogo, poderão entender como cada um em sua área específica poderá se apropriar desses conhecimentos ao seu favor:
O conhecimento científico é a base para uma atuação profissional sólida embasada em ações que de fato trazem resultados. Já o conhecimento do esporte em que se está atuando é fundamental para a compreensão dos processos obrigatórios em que o atleta está envolvido e norteará a forma como o profissional deverá atuar. O profissional deve ser competente no que se faz isso é, um histórico comprovado, seguindo a ética que é tão importante, e o sigilo que é obrigatório dentro da área, entendendo que sim, podemos até estar falando em trazer resultados como vitória, aliás, esse é objetivo de todos que estão envolvidos, mas é principalmente estar determinado a fazer o seu melhor como profissional e explorar o máximo potencial de seu atleta e isso sim é ser competente no que se faz. O Psicólogo deve ser empático, com uma boa escuta, deve saber gerenciar bem as relações e ter uma posição de neutralidade no local em que atua, além disso, o ideal é que tenha conhecimentos básicos dos processos de aprendizagem, biomecânica, fisiologia, comunicação, entre outros. Prestar atenção aos históricos familiares e se há legados esportivos na família que direcionam o atleta desde sua infância a atingir um propósito familiar, e analisar se isso está ocorrendo de uma maneira sadia ou não na vida de um atleta e/ou família. O psicólogo para intervir adequadamente deve ter suas questões pessoais bem resolvidas, isto é não pode ajudar pessoas se não conseguir resolver seus próprios problemas, portanto, um Psicólogo do Esporte assim como seus atletas e familiares devem ser resilientes as adversidades sabendo lidar com dificuldades de forma inteligente, saudável e eficaz, para assim chegar as grandes conquistas no esporte. Espero que este texto possa gerar mais discussões sobre o assunto. Lembrando que sempre estou aberto para trocar ideias com os leitores por WhatsApp e e-mail. Obrigado e até a próxima!!!
O Governo Federal anunciou no dia 22 de setembro de 2021 o Programa Vem Ser! Será um programa de iniciação esportiva no contraturno escolar para crianças e adolescentes que será implantado em espaços públicos e privados, em parceria com prefeituras, governos estaduais e OSCIPs, com recursos do Ministério da Cidadania e de emendas parlamentares. Ainda não ficou muito claro como uma escola, um clube ou um município irão ter acesso ao programa, como os procedimentos para inscrições e condições para que sejam contemplados pelo programa. No entanto, esta iniciativa já começa a despertar o interesse de todos que enxergam no esporte uma forma de desenvolvimento dos jovens. No final de 2020, publiquei nesta coluna uma sequência com quatro textos falando sobre a realidade da educação física escolar no Brasil e um olhar de como países mais desenvolvidos tratam o esporte na infância e adolescência, especificamente nos Estados Unidos e na Grã Bretanha. No fim, fiz uma proposta de como poderíamos avançar no desenvolvimento esportivo do Brasil, iniciando justamente pelos esportes nas escolas, no contraturno escolar. Ter visto esta nova iniciativa do Governo Federal trouxe esperança de que finalmente o esporte de base poderá ter um rumo correto, como uma política do governo atual (a princípio) e que eventualmente poderá se tornar numa política de estado, caso o programa seja mantido daqui para frente, inclusive por outros políticos de partidos diferentes que venham assumir o Governo Federal. O programa esportivo federal irá fortalecer o esporte de base em âmbito nacional, ao invés do modelo de projetos isolados que costumam ser encerrados após um ano com problemas em prestações de conta e falhas graves de gestão dos recursos públicos. Isto quebra a sequência de desenvolvimento que o esporte necessita, pois os maiores prejudicados acabam sendo os próprios atletas interrompidos. Esta é uma das principais críticas que tenho ao que vinha sendo feito, afinal, os governos disponibilizavam recursos, mas com tantas burocracias e regulações, os recursos estavam chegando na maior parte apenas para os grandes clubes, com estrutura jurídica e contábil por trás, enquanto aqueles projetos mais necessitados em comunidades carentes não tinham acesso. Não é errado o governo ter forte controle sobre os recursos aplicados nos projetos. Errado é tornar tudo tão burocrático que se torna inacessível a quem realmente precisa. Então, para resolver esse entrave e fazer o dinheiro chegar na ponta, é necessária uma melhor organização para ajudar a desembaraçar estes trâmites, inclusive melhorando a qualidade da aplicação dos recursos. Veremos como o novo programa irá evoluir, mas já começo a pensar num segundo passo, ou seja, a implantação de programas esportivos nas universidades públicas e particulares. Isto dará a sequência que o esporte de base necessita, além de possibilitar que atletas consigam aliar o esporte com a educação superior, que tanto alertei nos meus textos anteriores. Isto dará uma sobrevida para muitos atletas de esportes com poucos recursos, como o caso do futebol feminino e de vários outros esportes olímpicos, em que os atletas poderão seguir praticando até a vida adulta e quem sabe representar o Brasil em eventos internacionais. Atualmente o esporte concorre com a educação no nosso país, pois ou o atleta treina ou ele estuda. Temos que fazer a aliança do esporte com a educação, em que os atletas serão incentivados a seguir nos dois ao mesmo tempo (vejam o exemplo dos EUA). Outra situação de destaque é o envolvimento de pessoas que conhecem a fundo as necessidades do esporte. Por exemplo, a ex-nadadora olímpica Fabíola Molina é uma das responsáveis pelo desenvolvimento do programa. O Deputado Federal Luiz Lima, também ex-nadador é outro que já demonstrou grande apoio a este novo programa. Nada mais justo que a pasta de esporte federal seja liderada por pessoas com conhecimento de esporte, ao invés de políticos que “não entendem nada de esporte, mas entendem de pessoas”, como já tivemos em governos anteriores.
Muitas vezes ouvimos os atletas dizerem, “tenho que ser resiliente”, mas será que de fato ele sabe o que é ser resiliente? É muito fácil você falar que é um atleta resiliente, que você é um profissional resiliente, mas a capacidade de você poder se adaptar as situações e entender o enfrentamento é muito mais profundo do que geralmente se fala. Então, o que é ser resiliente? Resiliência é a capacidade da pessoa se adaptar a uma situação e também poder retornar a sua forma original, isso é, não deixando de ser quem ela é. É cada vez mais comum esse termo no mundo esportivo. Mas só o fato de você entender que existe um constructo interno, uma forma de pensar, uma forma de estruturar ações e comportamentos diante das adversidades, será que já te deixa pronto? A primeira pergunta que você deve fazer é “eu estou pronto pra encarar qualquer situação que venha nessa situação?”. Será que você analisa todas as circunstâncias e situações que podem acontecer em um determinado ambiente em decorrência das ações que você está praticando?! Geralmente não!!!! Geralmente dizemos que estamos preparados, mas na realidade você está preparado ou apenas acredita que está preparado e na hora “h” não conseguirá colocar em prática? E outros momentos você está preparado para uma ou duas variáveis que podem ocorrer naquele momento, mas você está pronto realmente pra enfrentar todas as variáveis possíveis para lidar com uma situação? Você consegue ter maleabilidade e flexibilidade de improviso? Essas são ações muito importantes dentro de um ambiente esportivo, o esporte está em constante movimento, ele muda constantemente. Nas últimas olimpíadas podemos observar diversas manifestações de variáveis emocionais que influenciaram na performance dos atletas, atletas que “ruíram”, “desmoronaram”, atletas campeões que caíram por não conseguirem lidar com pressões externas e questões internas, mas também pudemos perceber também outros atletas que surpreenderam, atletas que venceram, atletas que mantiveram estabilidades emocionais fantásticas. Vimos exemplo de atletas que enquanto seus adversários estavam visivelmente tensos e nervosos, eles em contrapartida estavam com semblantes tranquilos, serenos e obtiveram ótimos resultados em suas provas. Essa é a força mental, a capacidade de a pessoa ser resiliente no momento de estresse se adaptar e ter comportamentos adequados mantendo um estado de equilíbrio interno. No meu dia-a-dia em meus atendimentos e treinamentos, quando um atleta fala para mim “Doutor eu perdi tudo!!!” eu digo, “Ok, e o que você aprendeu com essa derrota?”. Para evoluirmos, devemos entender, aprender, e evoluir com nosso erros, há uma necessidade real de você estar constantemente fiscalizando a situação, você pode optar em estar despreparado, você pode falar “Meu Deus perdi e agora!?” ou de preferencia pode optar em pensar da seguinte maneira “Certo perdi, o que eu posso fazer então pra que isso não ocorra novamente?!”, ou ainda, “Onde realmente ocorreram minhas falhas nesse jogo de hoje ou nesse campeonato, nesse torneio, neste troféu...”, então aprendam com as situações, evoluam com elas. A resiliência que está dentro de você é o preparo interno para enfrentar qualquer adversidade que ocorra, estabilizar e enfrentar a situação, é perder aprender e seguir para a próxima ou vencer, comemorar, entender como ganhou, corrigir seus erros e seguir para o próximo jogo e/ou campeonato. Resumindo, estar sempre preparado e equilibrado. A resiliência é importante para que se permaneça forte no esporte. Nós tivemos agora em alguns eventos esportivos internacionais entre eles as olimpíadas de Tóquio a possibilidade de ver atletas brasileiros que tiveram quedas significativas em seus rendimentos em relação aos que eles faziam em 2019, em compensação outros que conseguiram bater suas marcas e conquistar novos recordes pessoais, mas e aí, como explicar essa diferença!? A explicação está justamente pela forma de adaptação, a resiliência interna, uma flexibilidade que a pessoa possui de lidar com todas as adversidades, então é importante uma reflexão e análise profunda sobre isso. Não importa se você é atleta, se você é técnico, profissional da área da saúde esportiva, pai, mãe, se pergunte: “Estou sendo resiliente com os problemas que acontecem em minha vida?”. “Estou me adaptando, encontrando recursos necessários para lidar com essas situações mantendo uma boa estabilidade emocional?”. E como saber se você está sendo resiliente? Primeiro analisar como está lidando com seus problemas, se com as dificuldades que estão surgindo está conseguindo superar diariamente qualquer barreira que apareça. Esses são alguns de vários comportamentos que podem indicar que você possivelmente está sendo resiliente, mas se está sofrendo, ansioso, estão acontecendo varias coisas e como consequência só consegue ficar irritado, está tendo episódios de insônia, dores de barriga, esses podem ser sintomas que você não está conseguindo lidar provavelmente com as adversidades e aí com certeza você não está sendo resiliente em certas situações. Então é fácil perceber, mas talvez ainda muito difícil desenvolver a auto avaliação e a autocrítica, a grande maioria não consegue fazer e elas são cruciais para se gerenciar as habilidades internas e conseguir assumir e reconhecer essas falhas. É importante encontrar as ferramentas necessárias e é claro se você sente que é muito difícil chegar nesse nível de insight sozinho, procure um Psicólogo do Esporte na sua região ou um online assim como eu faço a mais de 12 anos para todo o Brasil e exterior. Pois você seguindo orientações especificas que te levem a reconhecer as dificuldades e ao adquirir novas ferramentas cognitivas e comportamentais especificas, conseguirá atingir a resiliência na sua vida e na sua carreira esportiva, profissional, ou em qualquer situação em que você estiver. A importância da construção sólida do que é ser resiliente, não é simplesmente falar “eu sou resiliente”, está em você de fato utilizar as estratégias comportamentais e cognitivas específicas para atingir esse nível de performance mental. Um grande abraço a todos, e até a próxima!!!
Na terça-feira passada (27) a vitoriosa ginasta norte-americana Simone Biles, chocou o mundo do esporte ao desistir de competir na final olímpica por equipes após cometer um erro. Sua principal argumentação pela desistência teve relação com saúde mental. Alguns meses atrás outra estrela vitoriosa também tomou atitude semelhante, Naomi Osaka citou depressão e abandonou Roland-Garros, um dos principais torneios do mundo. Ainda no mundo do tênis Dominic Thiem, após vencer seu principal título da carreira, o US Open, revelou desmotivação e também citou saúde mental em entrevista. Para fechar essa lista e não deixa-la muito extensa, temos também Michael Phelps, que já parou de competir, mas outro caso de atleta muito vitorioso que lida com depressão.
“No início da carreira esportiva, grande parte dos jovens atletas se sentem motivados pelo técnico e/ou a equipe técnica, mas com o decorrer do tempo, em muitos casos, há um decréscimo da motivação, pois apesar de uma maior alegria em relação a técnica aprimorada, realizações e vitórias, aspectos como relacionamentos sociais, estudos e lazer são deixados de lado, fazendo com que os atletas fiquem um quanto que desorientados sobre que rumo devem tomar e ao que dar prioridade. Fazendo com que muitos atletas tenham dificuldades em planejar e visualizar seus futuros. ” Trazendo para a minha experiência pessoal, passei 28 anos procurando agradar outras pessoas, fazendo escolhas que não eram minhas. Em dado momento tinha 2 empregos, trabalhava muito, tinha condição financeira de fazer muitas coisas, mas não tinha tempo e não me sentia feliz, pleno, realizado. Sentia que não estava usando minhas capacidades e que podia mais na vida. Vivia uma vida “morna”. Meu problema não era tanto profissional, por sorte sem querer acabei entrando na Educação Física, sempre trabalhei com isso, mas mesmo gostando não estava onde queria. E também não sabia para onde ir. Quando você passa anos seguindo decisões dos outros, você nem sabe o que você quer, para chegar na sensação de vazio é um pulo. Me pergunto quantos desses atletas seguem sonhos deles e quantos seguem sonhos dos pais ou dos outros. Novamente nesse ponto, Paulo Penha traz algumas informações cientificas sobre o tema:
O estresse controlado e a questão do ritmo frenético mencionada na vida dos atletas podem ser aplicados também para não atletas, na vida pessoal e profissional. O ritmo acelerado que a sociedade atual impõe muitas vezes nos impede de perceber o que está nos incomodando até o momento que já é tarde. Você escuta seus áudios na velocidade 2? Eu evito, procuro ditar meu ritmo na minha vida, senão ela te atropela. Mas para você ter essa consciência e disciplina acredito que ter um proposito, saber para onde você quer ir é essencial. É por isso que também conversei com Letícia Gonzalez. Formada em secretariado executivo ela se beneficiou da pandemia para parar, refletir sobre alguns pontos e decidiu investir em uma nova carreira. Hoje ela cursa psicologia e falou sobre a busca do propósito no podcast “Papo de Banheiro” de forma muito prática no episódio “3 passos para encontrar seu propósito”. “A pandemia me gerou ansiedade, principalmente na minha situação profissional. Todas as mudanças que aconteceram, especialmente no trabalho, me geraram muita ansiedade, o que me fez questionar se era aquilo mesmo que eu queria. Até aquele momento eu nunca tinha me questionando sobre isso, estava levando a vida, não tinha percebido que até minha faculdade tinham escolhido por mim. ” Contou Leticia sobre o que levou ela a refletir sobre a carreira. Então ela procurou algumas ferramentas de autoconhecimento, e foi quando ela encontrou o Canvas da Carreira, que é o que ela aborda no podcast mencionado acima, e gostaria de compartilhar aqui para contribuir para quem estiver precisando. Resumidamente são 3 pontos que você precisa observar em você para entender melhor para onde ir: “São três pontos importantes nessa ferramenta: valores, talentos e referências. Você precisa conhecer seus valores para procurar profissões ou empresas que tenham valores semelhantes. Você precisa saber seus talentos também para encontrar um trabalho que você possa utiliza-los. E você deve observar suas referências, quem são as pessoas que são seus exemplos? Tem uma frase que eu gosto nesse assunto que diz para onde seus olhos olham é para onde você quer ir”.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio já colocaram em pauta a saúde mental e talvez tenha algum impacto na questão dos cuidados com os atletas, afinal existe vida além do esporte, assim como existe vida além do trabalho. Autoconhecimento e propósito são talvez os principais pilares desse tema junto do autocuidado. Então compartilhe aqui o que você tem feito a respeito disso.
Depois de mais uma Live fantástica realizada em meu Instagram é impossível não falar sobre o assunto discutido, hoje trago para vocês os principais assuntos abordados nessa conversa tão interessante sobre o Mundo do Hipismo. Meus convidados foram: de São Paulo, Fábio Rodarte, cavaleiro, coach profissional com mais de 30 anos de experiência no esporte. De Curitiba, Rodrigo Carvalho, instrutor de equitação há oito anos, trabalha com equinos há cerca de 20 anos, e de Florianópolis, Rafael Lindner Dias, cavaleiro profissional que já venceu alguns Grande-Prêmios como do Haras MD e do Haras Fischer e a nível internacional saltou o GP do Best Jump e venceu prova em Moorsele na Bélgica e em Wellington nos EUA. “Destacou-se na conversa que o Hipismo é conexão, conexão com o outro e com si mesmo”, e que a importância do conjunto é fundamental no hipismo, se ter sintonia com o cavalo que está montando é essencial para formar um bom conjunto, percepção, sensibilidade, parceria, grandes segredos para o caminho do sucesso nesse esporte. Alguns dos conhecimentos básicos do cavaleiro/amazona devem ser: 1. Disciplina: todo atleta deve ter disciplina para o aprendizado; 2. Diagonal de trote: tirar o assento da sela na hora certa enquanto trota; 3. Galope do cavalo na mão certa: o equilíbrio do equino e também do atleta depende da mão certa no galope; 4. Alto: saber parar o cavalo sempre que necessário sem perder o equilíbrio; 5. Conjunto: ter sintonia com o cavalo que está montando é essencial para formar um bom conjunto. As principais dicas que surgiram foram: “frações de segundos podem te fazer perder o campeonato”, “1 minuto para fazer 90.000 coisas”, “a variável viva do conjunto interfere”, “pressões de pais é igual a desejos projetados”, “no hipismo há muito ego envolvido”, “deve-se entender sobre armação de percurso”, “a terapia ajuda no hipismo”, “a preparação física é necessária”, “para uma boa preparação física é necessário analisar o perfil necessário de cada atleta”, “o atleta precisa entender que acontece o refugo”, “o erro ajuda ao aperfeiçoamento”, “o erro está a favor do resultado”, “devem-se enfrentar os traumas”, “pensamentos organizados são iguais a ações organizadas”, “tem que se trabalhar a precisão do atleta”, “é necessário um ajuste fino”, “humildade e aprender com os experientes”. E para ficar firme e crescer no esporte, foi um consenso de todos que os atletas devem ter: paciência, amor, fé, positividade, determinação e comprometimento. Então agora coloco uma questão interessante, tirando alguns pontos que são específicos e exclusivos do hipismo, é tão diferente assim do seu esporte? Os quesitos necessários para ser campeão, são universais!!!! Um grande abraço, boa reflexão pessoal, e até a próxima!!!
É isso mesmo, o sono, isso é dormir, é um dos caminhos, um dos requisitos essenciais para se ter sucesso no esporte e vencer os desafios do dia-a-dia. O sono é um tema muitas vezes negligenciado no contexto esportivo, visto parecer algo secundário, mas não é bem assim, ele se mostra de grande relevância e agora vamos entender um pouco melhor o porquê. O sono é uma necessidade biológica para recuperar as energias gastas durante o dia. A falta de qualidade de sono gera uma instabilidade no relógio biológico da pessoa, pois ela acordará com a sensação de cansaço, e sua produtividade durante o dia cairá, podendo gerar mal humor, baixa concentração, atenção e acesso a memória aumento da ansiedade e estresse, dificuldade de controlar o peso, inclusive aumentando o risco de lesões, esses aspectos e outros contribuem para diminuir o rendimento esportivo (Miguel, 2019) e (Nahas, 2003). Em pesquisas foram encontradas correlações expressivas entre a qualidade do descanso e repouso e os níveis de fadiga, e que estão proporcionalmente interligados, na hora que o descanso diminui a fadiga aumenta (Brandt, 2010). O tempo de reação de um atleta tem interferência por diversos fatores, entre eles o sono. O sono chega a ser considerado por muitos atletas como uma estratégia a ser utilizada para vencer (Léger, 2008) e (Samulski e Noce, 2002). O sono já é reconhecido por atletas de elite e treinadores como um componente de muita relevância para a regeneração dos atletas, sendo de extrema necessidade para um bom desempenho esportivo (O’Toole, 2005). Aos técnicos: antes de fecharem uma avaliação de seus atletas investigar todas as variáveis possíveis, pois em muitos momentos o motivo de um baixo rendimento esportivo se deve simplesmente a baixa qualidade de sono, e no momento em que se auxilia esse atleta a se reorganizar e valorizar o momento do sono pode ser o suficiente para que o seu desempenho melhore. Aos atletas: verifiquem antes de dormir se estão tempo demais no celular por exemplo, ou se o seu quarto é silencioso ou tem muito barulho, se é muito quente ou frio, e até mesmo se os travesseiros e colchões estão confortáveis. Fiquem atentos e bons sonhos!!! Um grande abraço e até a próxima!!!
As dificuldades de aprendizagem surgem bem cedo, em sua maioria antes dos sete anos de idade. Mas nem sempre são ocasionadas por debilidades psicofisiológicas ou por imaturidade. Tais variações entre o potencial da criança e o que ela realmente consegue executar devem sempre ser avaliadas com cuidado por um profissional especializado em dificuldades de aprendizagem. Lembrando que estas dificuldades ocorrem em qualquer idade. O que muitos não imaginam é que estas dificuldades podem se apresentar no contexto esportivo também, onde, por exemplo, o atleta possui dificuldades em entender as instruções do técnico, e não conseguir executar corretamente e/ou adequadamente o que lhe foi instruído pela não compreensão adequada do que lhe foi passado. Seus sintomas podem se manifestar como: ansiedade, falta de motivação, dificuldades para dormir. Muitas crianças começam a roer unhas, chorar sem motivo aparente, apresentar distúrbios alimentares. Algumas se queixam de cansaço permanente e dores que costumam ser imaginárias. Estão sempre frustradas e insatisfeitas. Podem surgir problemas psicossomáticos e de agressividade em diferentes níveis. Se nada é feito para sanar os sintomas citados acima, quando as crianças ficam um pouco mais velhas, não demonstram mais curiosidade, se tornam apáticas e sem interesses pelas atividades, já que mesmo se esforçando não conseguem acompanhar seus colegas nos treinos. Sua autoestima comprometida faz aparecer comportamentos que demonstram insegurança e condutas de compensação, como a agressividade, a rebeldia, o pouco caso, o boicote ao treino, entre outros. O que se torna preocupante, pois além do atleta se comprometer ainda mais, começa a atrapalhar o professor e a evolução de seus colegas. A baixa autoestima produz sentimentos de menos valia e insegurança, que pode acarretar em fracassos e derrotas. Por esses motivos, aconselho pais e professores a estarem atentos aos seus filhos e alunos. A procura de um Psicólogo do Esporte com conhecimentos em psicopedagogia, oferece desde cedo a oportunidade de afastar importantes dificuldades de aprendizagem na vida de muitas crianças, tanto no ambiente escolar como esportivo. Possibilitando dessa forma seu crescimento em ambos os contextos. Obrigado e até a próxima.
Falarei hoje sobre as saudades das mães e dos pais, quando suas filhas e filhos saem de casa pra jogar em outras cidades, e as saudades que os atletas possuem de seus familiares. Essa é uma das situações mais comuns no mundo esportivo que por muitas vezes são ignoradas por serem consideradas normais e incontroláveis. Por mais que se tem conhecimento que essa mudança faz parte do mundo esportivo e que é positiva para o amadurecimentos desses jovens atletas, o que não vemos são as dificuldades que acontecem quando essas saudades é mal elaborada, tanto pelos pais como pelos atletas, o mais comum são surgirem reações e emoções como medo, apreensão, depressão, ansiedade, pânico, fobias, angustias... Acredito que já deu para perceber que não são poucos os sintomas que podem aparecer e por esse motivo essa “separação” não poderá a partir de agora ser mais ignorada. Percebam que no parágrafo anterior coloquei a palavra separação entre aspas, com a intenção justamente de destacar que essa separação é física, mas de modo algum poderá ser emocional, muitos pensam que por estarem a milhares de quilômetros de distância que a relação que se tinha antes será perdida e por isso muitas vezes pais acabam por exigir demais de seus filhos ao pedirem atenção constante dos mesmo, que estão em outra cidades, com uma rotina muito diferente, com os horários apertados sendo exigido disciplina e resultados das equipes esportivas em que estão. Caso a família não consiga equilibrar o que se sente com o que se pode, há a possibilidade de se criar uma “bolha” de sofrimento cada vez maior que uma hora irá estourar e geralmente quem sofrerá e perderá mais será a/o atleta. Sensação de sufocamento proporcionado pelas famílias aliado as cobranças normais de treino poderão desenvolver psicopatologias que caso não identificadas e trabalhadas com a velocidade necessária poderão levar os atletas a uma desistência precoce em seus esportes. Portanto destaco nessa coluna a necessidade de se administrar adequadamente essa saudade e ao menor sinal que alguma das partes esteja sofrendo, algo deve ser feito imediatamente a respeito. Para que de fato no futuro as lembranças dessa fase sejam mais positivas do que negativas. Espero que tenham gostado dessa coluna, até a próxima.
E aí, e agora!? Acabou!? Desânimo, pensamentos depressivos, estafa mental estão ocorrendo em decorrência da pandemia, perdendo rendimento na sua vida e nos treinos. Isso ocorre porque você está se permitindo perder performance!!! Mas quero me explicar melhor, é óbvio que os que estão aqui lendo essa coluna e nesse momento estão em sofrimento por terem contraído o vírus ou algum familiar que contraiu ou até mesmo veio a óbito, é claro que você tem todo direito ao sofrimento. Mas e os atletas que estão apenas sofrendo os efeitos colaterais da pandemia como terem seus treinos suspenso em uma fase de lockdown, a que nível esse sofrimento é tolerável? Parece que sua vida “pausou”!? Mas se pergunte, porque parou, será que há justificativa o suficiente para a sua vida estagnar? Ou você está usando o contexto atual como uma desculpa para o insucesso!? Será que é possível você se reinventar nesse momento e conseguir ter ainda mais sucesso do que antes?!? Existem formas diferenciadas para lidar com a adversidade, e precisamos entender e saber como domá-la. Para que as mudanças positivas ocorram na sua vida é necessário que você faça algo ativamente positivo todos os dias para que de fato você se adapte a adversidade e consiga evoluir durante essa fase que nos limita de tantas formas, mas apenas nos limita não nos impedem de atingir nosso máximo potencial. Então um caminho é acordar no próximo dia, abrir os olhos e tentar enxergar as coisas diferentes, fazer um novo planejamento da sua vida, direcionar as atividades necessárias no dia e dessa forma cada dia avançar mais em direção de seus novos objetivos, e com isso a ansiedade reduz, a “depressão” cessa e você percebe como de fato é estar no controle. Algumas pessoas podem valorizaram seu próprio sofrimento e outras podem enaltecer suas conquistas, a decisão é apenas sua sobre a forma que deseja encarar cada uma dessas situações. Se necessário pegue um dia para se reorganizar, não faça mais nada, não trabalhe, não treine, reflita sobre sua vida, faça atividades que no seu dia-a-dia você não está acostumado a fazer, ajude seu cérebro a pensar de uma maneira diferente, e assim você terá mais facilidade para encontrar alternativas diferentes em sua vida nessa fase. E voltar aos seus treinos e atividades com outro vigor!!! Abra os olhos para valorizar as coisas que você já possui em sua vida e não apenas o que você já poderia ter se não fosse o lockdown. Dessa forma você pode perceber que seu sofrimento não está tão bem fundamentado assim. Tem que saber o momento de lutar, descansar e se reinventar. Olhe para sua vida querendo resolver e não sofrer!!!
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Formação de Atletas
Área reservada para a discussão de temas sobre a pedagogia, a psicologia, o treinamento e as demais áreas da formação de atletas
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Dezembro 2023
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