Em qualquer atividade em que uma pessoa está inserida para que ela seja produtiva, ela precisa estar com todas as peças da sua vida em equilíbrio, mas algo que tem sido muito negligenciado na nossa sociedade atual é o momento da pausa para relaxar, e no esporte funciona da mesma forma. Sem momentos adequados de descanso e relaxamento o atleta percebe que rapidamente sua produtividade cai. É tão que sejam reservados momentos para parar, descaçar, relaxar e se divertir. Não importa em qual local, o atleta deve encontrar momentos espaços e momentos para que consiga dar uma pausa, pode ser a noite toda, algumas horas no dia ou apenas alguns minutos, isso realmente não importa de forma significativa, desde que esse momento que o atleta reserve seja realizado com qualidade. Relaxado, o atleta consegue otimizar suas atividades. É importante entendermos o quanto relaxar é realmente importante, de fato é essencial. Meus atletas sabem que descansar e relaxar são algo que coloco como fundamental em nossas atividades, que o atleta deve colocar em sua programação de treino. Na programação do treino, colocamos o tempo de descanso, de sono, relaxar e se divertir, tudo na sua proporção correta, isso faz com que o atleta otimize as suas habilidades e capacidades, melhore a sua motivação e também se sinta com mais energia e resistência. Após o atleta relaxar, ele poderá, por exemplo, treinar com muito mais foco e energia, porque ele está se respeitando, ele começa a se entender melhor e compreender suas demandas internas, o que o seu corpo está “falando” e “pedindo” e muitas vezes essa pausa, esse pequeno descanso é o suficiente para melhorar os resultados em sua performance. Estamos em um mundo “Workholic”, e no contexto esportivo de “Overtraining”, pois muitos pensam que fazer aquele “pouquinho a mais”, aquele além do que foi planejado para o treino pelo técnico fará toda a diferença. E não, ao contrário, isso pode levar o atleta a um extremo estresse físico e emocional podendo inclusive levar a uma lesão. O atleta deve relaxar, descansar, isto é, se respeitar. Relaxar é preciso, esse relaxamento é essencial, e caso o atleta mesmo fazendo o necessário, reservando um tempo especifico e na hora que tenta relaxar não consegue o Psicólogo do Esporte poderá auxiliar esse atleta o ensinando técnicas de relaxamento, para fazer um bom uso desse tempo reservado. Coloque na programação de vocês e lembre-se, isso faz parte do caminho da vitória e do sucesso. Espero que tenham apreciado a leitura e estou à disposição. Um grande abraço.
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Muitos atletas sonham em ir para outros países para seguirem seus sonhos dentro do seu esporte, já que, infelizmente, no Brasil muitos deles não são valorizados. Uma das melhoras formas é através de bolsas de estudo pelo esporte, seja para o High School (Ensino Médio) ou College/University (Universidades). Além de competir no seu esporte em níveis elevados, você ainda tem contato com uma outra cultura e aprende um novo idioma. Hoje trago algumas informações para quem tem o interesse de estudar fora do país, conciliando estudos e esporte de alto nível. Os Estados Unidos são o principal alvo, com uma ampla variedade de opções de cidades, clima, valores e nível a ser jogado no esporte. Cada universidade se encaixa em uma federação, podendo ser elas:
Tendo claro suas preferências e vontades – esporte, cidade, clima, curso – o primeiro passo para iniciar um processo de intercâmbio esportivo é achar uma agência do ramo, o que vai facilitar muito todo o processo. A SGM Sports (@sgmsports), por exemplo, tem parcerias com grandes High Schools e Universidades em esportes como Atletismo, Basquete, Futebol, Golf, Tênis, Vôlei de Praia, etc. As chamadas Boarding Schools, são os High Schools que oferecem moradia e alimentação, como um internato. Nesse nível se encaixam estudantes-atleta entre 14 e 18 anos, e para início do processo serão necessários documentos como passaporte, carteira de vacinação, histórico escolar com tradução juramentada (tradução específica dos documentos escolares por um profissional qualificado), formulários preenchidos da instituição, recomendações acadêmicas e carta do sponsor (responsável financeiro comprovando renda suficiente para pagamento da escola). Algumas escolas exigem o TOEFL, teste para comprovar nível de inglês, e outras não, oferecendo até o ESL (English as a Second Language), que são aulas de inglês para alunos com nível baixo ou zero no idioma. Algumas escolas exigirão também um vídeo do atleta no seu esporte. Tudo depende de instituição para instituição, por isso é tão importante que tenha uma agência envolvida, a qual auxiliará em cada detalhe. Já para os Colleges ou Universidades, o estudante-atleta já precisa de um nível bom de inglês (comprovado pelo teste TOEFL e/ou SAT), ter entre 18 e 23 anos, passaporte, carteira de vacinação, histórico escolar e diploma do Ensino Médio com tradução juramentada, formulários preenchidos da instituição, recomendações acadêmicas, carta do sponsor (responsável financeiro comprovando renda suficiente para pagamento da escola) e vídeo atlético. Geralmente o primeiro contato é feito diretamente com o treinador da modalidade do aluno dentro da universidade escolhida, para negociar uma bolsa através do esporte através do vídeo e recomendações. Após esse processo inicial, tanto no Ensino Médio quanto na Universidade, se inicia então o processo da matrícula, onde a instituição passa toda relação de formulários e documentos para a agência de intercâmbio intermediar tudo com o estudante-atleta. Após negociação da bolsa, caso haja uma, e envio dos documentos, o aluno ao ser aceito pela instituição deverá preencher o formulário I20 e pagar a matrícula. Com isso, a escola emite o I-20 – documento mais importante para tirar o visto de estudante (visto F1), que comprova que você está vinculado a uma instituição de ensino americana. Com os documentos da escola em mãos, você já pode agendar seu visto no consulado americano no Brasil. É muito difícil falar em valores reais de um High School e Universidades, já que tudo depende da bolsa adquirida através do esporte, do rendimento acadêmico do aluno, se inclui ou não moradia e alimentação, se tem aulas de ESL ou não, material esportivo, etc. Uma outra opção oferecida é o intercâmbio familiar, onde o pai e/ou mãe e todos os filhos podem ir juntos como estudantes. Agora com a “era home office”, é uma opção muito interessante, onde, por exemplo, a mãe pode ir como estudante de ESL (English as a Second Language – aulas de inglês), mestrado, tendo o visto F1, e o marido e os filhos vão com o visto F2, que é o de dependente. Ou seja, comprovando a renda para bancar a família no país, você consegue ir com toda família por 1-2 anos, e os filhos ainda conseguem estudar em escolas públicas do país, as quais também possuem ótimos incentivos ao esporte. Outro ponto importante é que estudantes estrangeiros não podem trabalhar legalmente dentro dos Estados Unidos, o visto F1 e F2 é somente para estudo. A validade do visto vai de acordo com a duração do seu I-20, o qual expira ao final do seu currículo acadêmico dentro do curso que optou (exemplo: faculdade de jan/2020 a dez/2023, seu I-20 vai até jan/2024, podendo ser estendido sem problemas caso necessário). Uma opção para estudantes estrangeiros conseguirem trabalhar durante a universidade é o CPT (Curricular Practical Training) e/ou o OPT (Optional Practical Training). Com o CPT, você ganha um status dentro do visto F1 que te permite trabalhar dentro sua área de estudo durante a graduação - um estágio remunerado. Após se formar, você pode aplicar para o OPT, o que dá ao estudante 12 meses para trabalhar legalmente dentro do país dentro da sua área de estudo também. Caso se forme, ou queira terminar sua graduação no Brasil, você deve pedir para a instituição que estiver para que validem seu histórico escolar, e com isso, no Brasil, você deve validar seu diploma/histórico de acordo com as regras do Ministério da Educação. Eles checam se as aulas/créditos que você teve na universidade estrangeira, batem com o mesmo currículo escolar/universitário no Brasil do seu curso. Caso não, eles solicitam que você faça algumas aulas em uma universidade nacional para equivaler o número de créditos/disciplinas e validarem seu diploma no território nacional. Reforço que cada caso é um caso, cada instituição tem suas regras. Porém, vemos muitos casos de sucesso de brasileiros vindo para os Estados Unidos com bolsas de estudo através do esporte em grandes escolas e universidades. O incentivo é muito grande nos esportes, muitos centros de treinamento dentro de universidades são melhores que de muito time da série B/C do Brasil. As universidades sempre têm olheiros de times profissionais por perto e muitos contatos para que seus estudantes-atletas avancem para o próximo nível. Você ganha muita visibilidade para tentar atingir o nível profissional no seu esporte, conquista um diploma superior em outro idioma e ganha experiência de vida. Caso seja do interesse do estudante-atleta também, muitos conseguem trabalho após a graduação como treinadores/auxiliares do seu esporte, seja dentro ou fora da instituição. É um leque que se abre, são novas oportunidades que aparecem.
Olá, hoje eu vou falar um pouquinho sobre a competitividade no esporte. Esse tema vem especificamente de uma demanda que volta e meia aparece em meu consultório. Não só atletas, mas principalmente pais de atletas se questionam sobre a competitividade que se tem no esporte e de maneira geral se ela é boa ou não, principalmente quando o atleta começa a ingressar no mundo da alta performance, onde o que rege são as competições e os resultados. Independente da modalidade esportiva a questão do vencer, do ganhar, do conseguir um índice, de subir no ranking, entre outros é uma constante em qualquer esporte. Como vocês já sabem, hoje trabalho com atletas de dezessete modalidades esportivas diferentes, e por isso consigo falar com propriedade sobre essa questão do vencer. Portanto, não importa o quanto os esportes podem ser diferentes entre si, um dos pontos em comum é a competitividade. Se pararmos para observar, desde a base, vamos dizer lá quando ainda se é criança na escola, em aula de educação física, por exemplo, conseguimos diferenciar, as crianças que estão ali simplesmente pra se divertir, brincar, simplesmente porque é divertido. Mas também observamos outras que acabam se diferenciando também, que no momento da pratica esportiva estão atentas às regras, ao o que esse esporte está exigindo delas e é justamente nesse momento que elas percebem que é esse o desejo delas, um desejo de se superar, um desejo de vencer, um desejo de conquistar algo a mais. Nesse momento começamos a perceber muitas vezes em crianças muito jovens ainda em torno de quatro, cinco anos, que já começam a manifestar essa competitividade. Então, nesse momento alguns se perguntam, “Nossa, mas é bom tem esse nível de competitividade nessa idade!?”. A questão aqui não é se é bom ou não, mas simplesmente que ela é normal, portanto é necessário que partamos desse ponto de vista a partir desse momento. A competitividade é normal, faz parte do ser humano, da sua constituição interna, da sua característica, tanto biológica, mas também cultural. Então, quando as pessoas falam assim: “Nossa, fulano/fulana é competitivo”, lembre-se que ser competitivo não é um problema, mas o que iremos analisar a partir de agora é como cada atleta individualmente age e reage perante sua própria competitividade e se ela é saudável para si mesmo e os outros que estão a sua volta. Para algumas pessoas ser competitivo e estar em uma competição é altamente desgastante, o atleta não possui um repertório interno o suficientemente completo e efetivo para gerenciar/ administrar essas questões. Esse é um de vários pontos que se converso em frequentemente com meus atletas em minhas sessões e palestras. O atleta caso deseje e esteja disposto a fazer o que é necessário, poderá entender sua demanda interna, desenvolver ferramentas personalizadas e aprender a manejá-las nos momentos adequados, dessa forma terá mais chance de conseguir melhor domar suas emoções em diferentes situações e ter uma qualidade melhor qualidade em seu jogo nas competições. Mas em alguns momentos pode ocorrer que a pessoa perceba que ela não tem estrutura interna para lidar com essa competitividade a tal nível e talvez ela precise dar alguns passos pra trás. Infelizmente vemos “por aí” alguns atletas que acabam por se desligar, alguns atletas que acabam por interromper suas carreiras porque percebem que justamente não é pra si aquilo, e ainda sempre surge a dúvida se seria essa a melhor decisão mesmo ou não, mas é óbvio, meu trabalho aqui é falar sobre os atletas que avançam e vão além, esse assunto poderemos deixar para uma próxima conversa. Já uma parcela da população nasceu com “aquilo”, aquela gana, com aquela vontade, com aquela adrenalina, a pessoa gosta realmente daquela competitividade, não importa em qual setor da vida e onde ela se envolva, ela quer ser a melhor, e irá fazer tudo que for necessário para conquistar o que deseja. Estar em um ambiente competitivo faz bem pra essa pessoa. Se ela se encontra na “mesmice”, naquela rotina que considera chata, não terá desafio e uma vida sem desafio se torna desinteressante, sem adrenalina. Então para um atleta que é altamente competitivo, que já nasceu com essa característica, como Psicólogo do Esporte tenho menos trabalho, pois teremos menos trabalho nível terapêutico, e poderemos mais rapidamente focar o desenvolvimento do trabalho no Treinamento Mental, ainda existem outras características que poderei abordar em uma conversa futura pra falar desses pontos específicos da pessoa que já nasce com essas características. Voltando ao foco, acredito que é muito bacana pegarmos esse ponto que muitos pais vêm me perguntar, e me questionar. “Poxa, meu filho é competitivo, mas eu sinto que ele não sabe o que está fazendo”, “... que está ficando doente...”, “... eu sinto que ele não está curtindo a vida...”, “não está administrando o seu tempo corretamente...”, “... não está gerenciando direito as coisas”, etc. Então, converso com esses atletas e detecto que eles são competitivos, eles gostam da competição, eles querem ser os melhore, mas não estão sabendo como conduzir “as coisas” de forma efetiva. Eu digo pra vocês, a competitividade em si é muito boa, ela inicialmente não faz mal, como eu disse pra vocês no início dessa conversa, ela é normal, faz parte da gente. Portanto não devemos gastar muita energia discutindo essa questão, devemos sim focar se o atleta está conseguindo conduzir as coisas de forma saudável em sua vida ou não. Caso ele não esteja conduzindo sua competitividade de da forma ideal, o Psicólogo do Esporte dará o suporte necessário a esse atleta, ele vai entender melhor o que está acontecendo internamente, o histórico de vida, poderá trabalhar as emoções, e vai conseguir encontrar ferramentas para que ele consiga então conduzir as coisas com qualidade, trazendo alta performance em sua vida, muito vigor, com muita força, e principalmente sem perder a sua qualidade de vida. Gosto de destacar que a pessoa deve conduzir todos os aspectos de sua vida de forma equilibrada e assim ela consegue de fato prosperar dentro e fora de seu esporte. Então, é muito importante você que é pai, mãe, treinador, mas principalmente atletas, parem um pouso e investiguem, façam uma autoanálise e detectem, para responder questões como: Como estou conduzindo essa minha competitividade interna? Eu estou levando isso de maneira saudável ou estou fazendo mal pra mim ou pra outras pessoas que estão à minha volta? De que forma a competitividade a será conduzida a partir de agora!? Você pode simplesmente terminar de ler esse material e pensar “ah dá muito trabalho, eu não vou fazer nada” ou poderá resolver tomar as rédeas da sua carreira esportiva e perceber que você pode mudar as coisas, mudar a forma como você sente, mudar as formas como você conduz a sua carreira e sua visão sobre a competitividade. Revisando, primeiro decida se você é competitivo ou não. Lembre-se não há problema em não ser competitivo, mas seja justo com você, pois sabe que com certeza se você não tem essa garra interna, esse desejo de chegar lá e realizar, será muito mais difícil você conquistar algo relevante no seu esporte. É importante lembrar, você não se vê como competitivo ou não, mas gostaria de ser, há como desenvolver isso. Existem algumas características de personalidade que são difíceis de mudar, mas há formas de compreendê-las e controlar alguns tipos de pensamentos e comportamentos depreciativos e aumentar esse potencial competitivo. Vamos encontrar formas de você poder gerenciar tudo com qualidade e alcançar o que se deseja, sem perder o que já se conquistou em sua vida. Então com esse texto quero que vocês reflitam um pouco e pensem sobre essa situação. Recomendo a vocês, que caso sinta que não está bom para você que não deixe da forma como está, resolva!!! As consequências positivas virão como a qualidade de vida que melhora e principalmente a capacidade de jogo, de conseguir resultados mais satisfatórios não uma vez, mas por muito tempo em suas carreiras esportivas. Um grande abraço a todos!!!
O texto de hoje é para aprofundar num tema que falei superficialmente, quando expliquei o modelo de formação esportiva dos Estados Unidos. Um comentário de uma leitora fez o alerta: “Olá Luiz, primeiramente quero parabenizar pela série de textos - têm sido muito interessante lê-los! Eu gostaria que você falasse um pouco mais sobre o que foi dito no último parágrafo, quando você cita o aspecto negativo desse modelo - relacionando-o à um nível inferior do futebol dos EUA comparado às equipes sul-americanas” (Andreza Rodrigues). Este foi o trecho do texto em questão que ela citou: “No entanto, há um aspecto negativo no modelo norte-americano. No futebol masculino, em que a concorrência internacional está muito acirrada e difundida em todo o mundo, só formar atletas nas escolas e faculdades tem se mostrado um nível inferior aos clubes sul-americanos e europeus. Por isso a seleção masculina dos EUA ainda não está entre as potências internacionais”. Então, para clarear essa questão, alguns motivos devem ser analisados: 1 – Nível escolar e universitário abaixo do nível de categorias de base de clubes O principal motivo é que nas escolas e universidades, o nível de exigência na formação dos atletas é inferior ao que ocorre em clubes esportivos. Isto ocorre porque o foco das escolas e universidades é a carreira escolar, enquanto nos clubes o foco é a carreira esportiva. Isto reflete diretamente no nível das competições que participam e no nível dos adversários. Atletas que treinam e competem em níveis mais elevados possuem maiores chances de atingirem o alto nível de performance. Isto é chamado “efeito de pares”. 2 – Abrangência da detecção de talentos Categorias de base de clubes de futebol selecionam atletas de outros estados e até de outros países. Quais faculdades fazem uma busca tão ampla? Muitos atletas de futebol até param de estudar precocemente, como é comum ocorrer aqui no Brasil. Novamente, o foco é na carreira esportiva e não escolar. Nesse sentido, quando algum atleta norte americano possui nível para integrar as categorias de base de clubes europeus, pode até mudar de país, para seguir num nível mais elevado de formação esportiva. Pouquíssimos norte-americanos já atuaram nos clubes europeus. Os maiores destaques que me lembro foram o meia atacante Clint Dempsey (Fulham) e os goleiros Tim Howard (Manchester United) e Brad Friedel (Totenham). Aqui tem uma lista com os destaques atuais, mas que ainda são poucos. 3 – Número de clubes de futebol em cada país O número de clubes que possuem categorias de base e futebol profissional possui relação direta com a revelação de jogadores. No Brasil, Argentina e na Europa, os clubes são muito tradicionais, grande parte com mais de 100 anos de existência. Os campeonatos nacionais geralmente possuem entre 3 a 4 divisões, com 20 equipes em média cada divisão. Nos EUA, a Major League Soccer (MLS) foi iniciada em 1996, dois anos após o país ter sido sede da copa do mundo de 1994. Ainda é algo muito recente, com apenas 26 anos de existência. Além disso, a MLS ocorre no formato de liga e franquias, assim como os outros quatro grandes esportes profissionais dos EUA (futebol americano, basquete, hóquei no gelo e beisebol). Nesse formato não há acessos de divisões inferiores e nem rebaixamentos. Isto é, restringe o número de clubes profissionais que participam da principal competição do país. Até existem outras ligas profissionais menores, mas que não conseguem acessar a liga principal. Assim, não há tantos incentivos para que existam clubes profissionais nos EUA e a maioria das cidades possuem apenas o esporte universitário, capaz de entregar bons resultados nos demais esportes nos Jogos Olímpicos, mas não no futebol. Além desses motivos, o nível técnico dos jogos da MLS ainda está abaixo dos principais centros. Geralmente jogadores que estão em fim de carreira na Europa vão atuar nos EUA, como já ocorreu com o Juninho Pernambucano, Zlatan Ibrahimovic, Davi Villa, David Beckham, entre outros. 4 – Número de atletas profissionais de alto nível Outra complicação do futebol é que para formar uma seleção de destaque internacional, não basta ter apenas 5 ou 6 excelentes jogadores e completar a equipe com jogadores medianos. Normalmente são necessários mais que 30 jogadores de alto nível, que são titulares em grandes equipes de futebol, para então selecionar os 23 que vão para a copa. Por exemplo, se olharmos na Seleção Brasileira, quantos jogadores diferentes o Tite convocou entre a copa de 2018 e 2022? Foram 88 atletas, que em sua maioria são titulares de clubes brasileiros ou europeus. Quando é convocado algum atleta que atua em competições de um nível inferior, como na China ou Oriente Médio, já surgem vários questionamentos se este atleta estará no nível desejado. Para as convocações, leva-se em consideração o modelo de jogo que o treinador pretende, o momento da carreira do atleta (se está bem ou mal), além do entrosamento da equipe. Em esportes individuais ou coletivos com poucos atletas (como por exemplo futsal, futebol de areia e vôlei de praia), é um pouco menos complicado montar uma seleção de alto nível, pois com menor número de atletas é possível ter uma seleção de alto nível. Nesta mesma linha de raciocínio, o rúgbi que necessita de 15 atletas titulares torna-se ainda mais complexo, pois requer um número ainda maior de atletas de alto nível. Por isso, são poucos os países que dominam as principais competições de rúgbi. 5 – Nível de concorrência internacional Aqui é uma situação que até mesmo as tradicionais equipes do futebol sofrem em algum momento. Isto é, não basta ter equipes e atletas de alto nível. É comum ficarem várias décadas sem conquistarem títulos importantes. Isto ocorre porque o futebol é amplamente difundido em todo o mundo, principalmente entre países da América do Sul e Europa. Quanto maior o número de concorrentes de alto nível, menores são as chances de uma equipe dominar. Posso citar alguns exemplos:
6 – Ranking FIFA O Estados Unidos é o atual 13º no ranking internacional da FIFA de 2022. Isto é uma posição significativa. Está à frente de países como Croácia (vice campeã da Copa 2018) e do Uruguai (bicampeão lá nos primórdios, em 1930 e 1950). Está logo atrás de Alemanha em 11º e México 12º. No entanto, o ranking FIFA não reflete diretamente o resultado numa copa do mundo. Os países somam pontos de acordo com os jogos mais recentes, com maiores valores quando são competições oficiais, como eliminatórias para a copa e poucos pontos quando jogam amistosos. No caso dos EUA, joga eliminatórias da CONCACAF, com países mais fracos em nível internacional e quando enfrenta seleções europeias e sul-americanas melhores, em amistosos, na maior parte das vezes sofre derrotas. Só para ilustrar essas distorções do ranking, antes da Copa de 2018, a Polônia não fez amistosos, jogou apenas as eliminatórias. Somou muitos pontos e conseguiu ficar entre os oito melhores no ranking mundial. Se tornou cabeça-de-chave na copa, no grupo H, evitando assim ser sorteada em grupos com países mais fortes. Na copa veio a realidade, ficou em último lugar no grupo que tinha Colômbia, Japão e Senegal, com apenas uma vitória. 7 – População e número de praticantes Outro aspecto interessante de ser analisado é o tamanho da população e o número de praticantes, que acaba refletindo na popularidade do futebol. Nesse quesito, Estados Unidos e China estão evoluindo bem, pois o futebol está se tornando cada vez mais popular nos dois países. A China tem investido em muitos programas de intercâmbio para o Brasil e para a Europa. Muitos creem que em algumas décadas, ambos poderão se tornar em potências no futebol. O problema é que na atualidade, os dois países ainda sofrem muito contra os concorrentes locais medianos nas eliminatórias para a copa do mundo. Precisavam dominar as eliminatórias, para sonharem com melhores resultados em copa.
Abaixo sugiro outros textos para ler sobre o assunto. Foram publicados em inglês, mas é possível usar o tradutor da internet para o português:
Quando comecei a escrever, não achei que o texto ficaria tão longo. Espero ter clareado a questão inicial.
No final de 2021, o Falcão, maior nome do futsal, participou no podcast Podpah (276). A conversa toda foi muito interessante, pois diversos assuntos foram abordados, desde a iniciação no esporte, a transição para o futebol, entre vários momentos na Seleção Brasileira de futsal. O trecho que mais me chamou a atenção, ocorreu aos 0:20:51, em que surge a discussão sobre o que é o dom do esporte, que alguns atletas parecem ter e outros não. Na opinião do Falcão, existe o dom, ou seja, uma habilidade extraordinária que não é treinável, que é inata de alguns atletas, por isso são diferentes da maioria dos atletas profissionais. Quem quiser acompanhar esse trecho, poderá ver no vídeo abaixo: Na mesma resposta, ele cita o exemplo de recepcionar a bola no peito e equilibrá-la, sem deixa-la cair no chão, mesmo em jogos oficiais, com adversários pressionando-o. No entanto, os mais atentos devem ter reparado que, o próprio Falcão cita que fazia esse tipo de domínio no peito várias vezes após os treinos. Eis aqui o centro dessa discussão. A habilidade extraordinária, incomum na maioria dos atletas é um dom ou pode ser treinável? Para começar a compreender essa questão, podemos analisar como foi a infância dos craques: o próprio Falcão, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Romário, Zico, Bebeto... Geralmente jogavam bola boa parte do dia, quase todos os dias, nas quadras, campos, ruas e terrenos baldios. Ou seja, foram expostos a práticas que promoveram o aprendizado. Ah, mas não tinha professor? Ainda bem que não, pois assim eles eram livres para brincarem com a bola. Se tivesse professor, provavelmente estaria orientando os meninos a passarem a bola para que a equipe evoluísse melhor. Brincando com amigos na rua, cada menino fazia o que queria com a bola. Pergunte a um desses craques quando ele começou a tentar fazer um drible elástico? A resposta, na infância. Pergunte a um zagueiro profissional, quantas vezes na vida ele já tentou dar um drible elástico... poucas vezes. Então essa é a diferença, uns treinaram desde cedo, outros quase nunca. Um exemplo interessante são as moças que jogam a “altinha” nas praias do Rio de Janeiro, demonstrando um nível de habilidade superior a maioria dos jogadores amadores que jogam futebol aos finais de semana. No vídeo abaixo aparece uma dupla, mas é comum ver várias rodas com várias moças fazendo este mesmo tipo de brincadeira nas praias cariocas. Veja no vídeo abaixo outro exemplo do que foi treinado. Existem várias mulheres que participam do futebol free style, com um nível de habilidade incomum até para atletas profissionais de futebol. Quantos atletas profissionais de futebol conseguem fazer o que ela faz? Poucos, porque não treinam isso. Novamente aqui o centro da discussão. Os atletas profissionais precisam ter a habilidade dessa moça do free style? Se tiverem, poderão ser melhores, mas não é esse tipo de habilidade que os credenciarão para se tornarem profissionais, mas aquilo que conseguem fazer durante um jogo oficial, seguindo as regras da modalidade e a eficiência tática que o jogo exige. Por exemplo, Johan Cruyff, o maior nome do futebol holandês, falou uma das frases mais marcantes no futebol: “Técnica não é ser capaz de fazer mil embaixadinhas. Qualquer um faz isso com prática e pode trabalhar em um circo. Técnica é passar a bola com um único toque, com a velocidade correta, no pé certo do seu companheiro” (Johan Cruyff). Ou seja, tudo que o atleta se dispõe a treinar, ele conseguirá ganhar certo nível de habilidade. Agora, de que forma isto será aplicado na prática é que fará toda a diferença, se será um craque do jogo ou apenas um malabarista com a bola. O craque é aquele que demonstra habilidade extraordinária para aquilo que é específico do esporte que ele pratica, por isso, é capaz de decidir jogos com jogadas improváveis, como dribles, chutes de voleio ou bicicleta e passes precisos e inesperados. Para os que almejam tornarem-se técnicos esportivos, é importante saber sobre as fases sensíveis de desenvolvimento motor. São os períodos mais adequados de desenvolvimento das capacidades, de acordo com a idade das crianças. Exemplo, os ganhos de coordenação motora que ocorre na infância, desde os 5 até os 12 anos de idade. Esse é o momento em que o corpo está se desenvolvendo e que se forem ensinadas e praticadas as habilidades do futebol, a coordenação específica será amplamente desenvolvida. Nenhum adolescente conseguirá ganhar a mesma habilidade de alguém que se desenvolveu desde a infância. Para ter coordenação motora, não basta apenas você saber como faz o movimento só com o cérebro. Sua musculatura e seu corpo precisam corresponder de forma precisa os comandos do seu cérebro. Por exemplo, quantas vezes vocês já ouviram isto? “Eu sei como é a técnica do chute, mas só sei chutar com a perna direita, minha esquerda é fraca, o chute não é bom”. Todos nós sabemos escovar os dentes e cortar um pedaço de carne com a faca. Faça um experimento. Troque a escova ou a faca de mão e faça aquilo que você já sabe. Conseguirá fazer, mas com uma dificuldade muito maior do que se fosse com o braço “treinado”. Só que estes são exemplos mais simples de coordenação, com movimentos repetitivos. A mesma coisa ocorre com a escrita, porém numa complexidade maior, experimente trocar a caneta de mão e veja o resultado. No caso dos esportes em geral e do futebol em específico, a complexidade de movimentos é muito maior, pois exige movimentação de todo o corpo, interação com a bola, com os colegas de equipe e dos adversários, tudo no tempo certo e geralmente em alta velocidade. Sem essas complexidades, fica mais fácil aprender. A maioria das crianças e atletas “comuns” acostumam jogar com espaço e tempo. Isto é, aprendem a passar, lançar e chutar com tempo para pensar e espaço para ajeitar o corpo sem oposição. Assim fica fácil aprender para jogar, mas isto é o básico do futebol. Agora voltamos ao futebol de rua quase anárquico, a correria do jogo informal não possibilita espaço e tempo, exigindo maiores adaptações motoras dos praticantes. Jogadores habilidosos são acostumados a ter marcação próxima, isto significa que aprendem bem a proteger a bola e a driblar em espaços pequenos. É um nível mais avançado de futebol. Quantos professores estimulam isso nas aulas? Ou só estão pensando em formar equipes? Formar equipes é um outro problema, porque quando meu foco é na equipe, vou ajeitar o time para encobrir as falhas individuais dos meus jogadores. É aqui que a maioria dos professores erram no início da formação esportiva, pois priorizam a equipe em vez do aprendizado individual. Exemplo, zagueiro que tem passe ruim, o volante busca a bola no pé dele. Lateral que tem dificuldade de cruzar, não avança até o ataque, deixa o meia fazer esta função. Volante que tem dificuldade de chutar de longe não chuta, passa a bola para o meia fazer... e assim vou amenizando as falhas dos jogadores em benefício da equipe. Mas o meu foco deveria ser formar jovens jogadores habilidosos e completos ou ganhar títulos? No fim, teremos uma equipe bem treinada recheada de jogadores incompletos. Bom para o professor que se promove com os resultados, ruim para os atletas que querem seguir carreira em outros clubes. Agora, reflita sobre a personalidade dos craques. Geralmente são os corajosos, que chamam o jogo para eles, querem a bola toda hora, não se escondem num jogo difícil. Esses mesmos na infância, geralmente eram os “fominhas”, queriam a bola toda hora, tentavam os dribles e os chutes sem medo de errar. Em relação aos colegas, até que gostavam disso, principalmente nos jogos difíceis, que alguém resolvesse o jogo: era só jogar a bola no craque! Para concluir, devemos compreender que a complexidade de formar um craque vai muito além da habilidade técnica. Depende de diversos fatores, como a quantidade de horas de prática que o indivíduo foi exposto na infância e adolescência, da personalidade em ser mais aguerrido, em ser mais corajoso. Depende também da compreensão da lógica do jogo (noção tática), da movimentação correta, do passe na direção e no tempo certo. Por fim e não menos importante, depende da capacidade física, como a agilidade, a velocidade, a força e a resistência. Organizar todos estes conteúdos, de acordo com o crescimento e as etapas de desenvolvimento das crianças e adolescentes é a base do planejamento da formação de atletas em longo prazo que os clubes esportivos buscam aperfeiçoar diariamente.
Saúde emocional e física é o caminho para o bem-estar. Precisamos ter vários aspectos de nossas vidas em equilíbrio para que possamos de fato estar bem com nós mesmos e assim conseguirmos evoluir no desempenho no esporte que praticamos. O bem-estar pode ser influenciado por aspectos como nível socioeconômico, cultura, gênero, idade, e a forma como cada atleta se avalia perante esses fatores (Silva, 2017). O bem-estar é subjetivo, e é criado pela soma de vários fatores. Portanto cada atleta deverá encontrar os pontos necessários para atingir a sua percepção de bem-estar (Kroeff, 2012). Portanto autoconhecimento e gestão interna são essenciais para que o atleta consiga equilibrar sua vida com qualidade sem perder rendimento em seu esporte. E o que mais vemos acontecer ou são atletas que relaxam demais, acabam não evoluindo nos treinos e competições e acabam por desistir do esporte, ou o oposto, são tão exigentes com si mesmos que abdicam até mesmo dos pequenos prazeres da vida em prol do avanço técnico tático e físico e negligenciam assim fatores emocionais tão importantes em suas vidas e dessa forma e acabam também por desistir de seu esporte. Percebam que o que coloquei acima mostra que o fim é o mesmo para ambas situações e por isso a necessidade sim de um equilíbrio adequado na vida de um atleta. Essa gestão pessoal o levará as grandes conquistas em seu esporte e na vida. Um grande abraço a todos!!!
Nessa coluna trago um tema comumente falado, então referenciei grandes autores que falam sobre o assunto, para trazer um embasamento científico a esse tema tão relevante. Motivação é a força base que impulsiona as pessoas a buscarem a satisfação pessoal. É um dos caminhos que levam o atleta a se superar com mais facilidade. Às vezes as recompensas podem ser consideradas apenas completar um treino difícil ou ganhar grandes competições, ser reconhecido pelo outros por seus feitos, entre muitos outros aspectos que variam de pessoa para pessoa (Marras, 2011). Destacam-se cinco componentes fundamentais da motivação: os fatores da personalidade e motivos, os fatores situacionais, as tendências resultantes, as reações emocionais e comportamento de rendimento (Weinberg e Gould, 2017). A motivação é a válvula propulsora do esporte, e se destacam valores como a coragem, disciplina, cooperação, tolerância, solidariedade, lealdade, liderança e perseverança, como aspectos motivacionais (Dosil, 2004) e (Lorenzi, 2005). Devemos estar atentos as variáveis motivacionais específicas de cada atleta, e o quanto antes identificarmos os aspectos mais relevantes em cada um, mais facilmente poderemos maximizar sua performance. Geralmente traçar uma meta com um atleta e definir junto com ele as etapas que deverão ser cumpridas até atingir o objetivo proposto é uma das atividades realizadas pelo Psicólogo, que tende naturalmente a aumentar a motivação do atleta, pois consegue dessa forma visualizar com mais facilidade a possibilidade real que tem para realizar suas conquistas em seu esporte. Encontre o motivo real, para ativar suas motivações e ações necessárias!!! Muita luz e prosperidade a todos!!!! Estou à disposição para trocar ideias com os leitores por Whatsapp e e-mail. Obrigado e até a próxima!!!
Esse é um tema que não gostamos muito de falar, mas que é real e, portanto, essencial discutirmos esse assunto. Anteriormente em uma Live minha no Instagram convidei quatro pessoas para debater esse assunto, foram Caio Cesar Fortuna, Médico da Seleção Brasileira de Futebol de Campo sub 17 e Médico das categorias de base do São Paulo Futebol Clube, Nikoli Maria Siqueira Jogadora do Vôlei Ibitinga, Ellen Nogueira Jogadora de Futebol do Real Brasília e Marco Antônio Moraes Leite treinador de Toronto Canadá. Resolvi trazer aqui para vocês nessa coluna uma síntese dos principais temas discutidos nessa conversa. O LCA (ligamento cruzado anterior) é o tecido que liga o fêmur à tíbia, na altura do joelho. A maioria das lesões do LCA ocorre durante a prática de determinados esportes, como basquete, futebol, tênis, entre outros. Os sintomas incluem inchaço no joelho, instabilidade e dor. O tratamento pode incluir intervenção cirúrgica e fisioterapia. Na área médica destaca-se que para avaliar corretamente deve-se pedir uma ressonância magnética, e se necessário realizar uma cirurgia. Em caso de cirurgia dar tempo para tendão entender a função de ligamento no pós-cirúrgico. Deve-se calcular em torno de 8 meses de reabilitação. Os atletas podem também sofrer de cinesiofobia, medo de retorno ao esporte, de sentir dor, de que tudo ocorra novamente. Um alerta é caso o atleta tenha joelho valgo, deve ficar com atenção redobrada e analisar o quadro. Todos os atletas, independente de seus esportes, devem se preocupar com a postura correta na hora de executar os movimentos no esporte pois caso contrário poderá facilitar o surgimento de lesões. Na preparação física, o Marcos nos reforça que deve-se entender que: “o treino é o mesmo, a única coisa que devemos tirar dele é a cadeira extensora. Acredite!!! Exercícios de cadeia fechada até o ponto que ele começa a sentir dor se sentir. Se ele não sentir, desce a lenha”. “Até porque hoje em dia tem muita gente que não está acompanhando a evolução da educação física e ainda acha que no tratamento de lesão os profissionais de educação física ainda tratam a pessoa como se ela estivesse com a lesão”. “Mas infelizmente, alguns profissionais acham que o atleta chega na academia e fala, eu fiz cirurgia de LCA, aí o profissional nem pergunta se ele já tratou com médico e fisioterapeuta e já coloca o atleta na cadeira extensora com limitação de ângulo. Achando que ele possui limitação. Aí alguns ainda acabam atrapalhando o trabalho feito na fisioterapia”. Então, “Se o atleta lesionou, ele vai para a cirurgia caso tenha sido preciso, depois da cirurgia ele vai para o fisioterapeuta, na fisioterapia ele recupera os movimentos. Quando ele sai da fisioterapia, ele está pronto como se fosse uma pessoa normal com os movimentos de extensão e flexão normais. Aí o papel do profissional de educação física, o personal trainer, será apenas de fortalecimento. Simples não tem segredo”. Já atletas pontuaram como os principais pontos, ter Fé, seguir adiante, tirar algo de bom do momento em que está passando, confiar na sua equipe de saúde, ter a força necessária, buscar sempre a superação, profissionais da saúde devem trabalhar em conjuntos profissionais de outras áreas, e com “humildade” aprender sempre mais. Deve-se amar o seu esporte e o apoio da família são fundamentais para a recuperação e superação da lesão e período de reabilitação. Então coloco aqui para vocês: “A lesão foi física e não mental!!!” Quando no esporte sofremos fisicamente automaticamente nossas emoções ficam abaladas e consequentemente a autoestima fica rebaixada, portanto, devemos lutar contra a maré de negativismo, lembrando que a lesão que está sofrendo ou já sofreu foi apenas física, e que o restante está intacto e que com motivação e foco na reabilitação poderá retornar no menor tempo possível as suas atividades normais, dessa forma a mente auxiliando o corpo a se regenerar. Espero que este texto possa auxiliar. Lembrando que sempre estou aberto para trocar ideias com os leitores pelos meus contatos. Obrigado e até a próxima!!!
Pessoal em um ótimo bate-papo com uma colega da área de Portugal, entramos em um consenso sobre alguns pontos que são essenciais para uma boa atuação do Psicólogo do Esporte nos dois países. Mas conhecer esses pontos não é bom apenas para os profissionais da Psicologia, mas também para todos os profissionais da comissão técnica, pais e atletas, pois além de compreenderem melhor qual o papel do profissional Psicólogo, poderão entender como cada um em sua área específica poderá se apropriar desses conhecimentos ao seu favor:
O conhecimento científico é a base para uma atuação profissional sólida embasada em ações que de fato trazem resultados. Já o conhecimento do esporte em que se está atuando é fundamental para a compreensão dos processos obrigatórios em que o atleta está envolvido e norteará a forma como o profissional deverá atuar. O profissional deve ser competente no que se faz isso é, um histórico comprovado, seguindo a ética que é tão importante, e o sigilo que é obrigatório dentro da área, entendendo que sim, podemos até estar falando em trazer resultados como vitória, aliás, esse é objetivo de todos que estão envolvidos, mas é principalmente estar determinado a fazer o seu melhor como profissional e explorar o máximo potencial de seu atleta e isso sim é ser competente no que se faz. O Psicólogo deve ser empático, com uma boa escuta, deve saber gerenciar bem as relações e ter uma posição de neutralidade no local em que atua, além disso, o ideal é que tenha conhecimentos básicos dos processos de aprendizagem, biomecânica, fisiologia, comunicação, entre outros. Prestar atenção aos históricos familiares e se há legados esportivos na família que direcionam o atleta desde sua infância a atingir um propósito familiar, e analisar se isso está ocorrendo de uma maneira sadia ou não na vida de um atleta e/ou família. O psicólogo para intervir adequadamente deve ter suas questões pessoais bem resolvidas, isto é não pode ajudar pessoas se não conseguir resolver seus próprios problemas, portanto, um Psicólogo do Esporte assim como seus atletas e familiares devem ser resilientes as adversidades sabendo lidar com dificuldades de forma inteligente, saudável e eficaz, para assim chegar as grandes conquistas no esporte. Espero que este texto possa gerar mais discussões sobre o assunto. Lembrando que sempre estou aberto para trocar ideias com os leitores por WhatsApp e e-mail. Obrigado e até a próxima!!!
O Governo Federal anunciou no dia 22 de setembro de 2021 o Programa Vem Ser! Será um programa de iniciação esportiva no contraturno escolar para crianças e adolescentes que será implantado em espaços públicos e privados, em parceria com prefeituras, governos estaduais e OSCIPs, com recursos do Ministério da Cidadania e de emendas parlamentares. Ainda não ficou muito claro como uma escola, um clube ou um município irão ter acesso ao programa, como os procedimentos para inscrições e condições para que sejam contemplados pelo programa. No entanto, esta iniciativa já começa a despertar o interesse de todos que enxergam no esporte uma forma de desenvolvimento dos jovens. No final de 2020, publiquei nesta coluna uma sequência com quatro textos falando sobre a realidade da educação física escolar no Brasil e um olhar de como países mais desenvolvidos tratam o esporte na infância e adolescência, especificamente nos Estados Unidos e na Grã Bretanha. No fim, fiz uma proposta de como poderíamos avançar no desenvolvimento esportivo do Brasil, iniciando justamente pelos esportes nas escolas, no contraturno escolar. Ter visto esta nova iniciativa do Governo Federal trouxe esperança de que finalmente o esporte de base poderá ter um rumo correto, como uma política do governo atual (a princípio) e que eventualmente poderá se tornar numa política de estado, caso o programa seja mantido daqui para frente, inclusive por outros políticos de partidos diferentes que venham assumir o Governo Federal. O programa esportivo federal irá fortalecer o esporte de base em âmbito nacional, ao invés do modelo de projetos isolados que costumam ser encerrados após um ano com problemas em prestações de conta e falhas graves de gestão dos recursos públicos. Isto quebra a sequência de desenvolvimento que o esporte necessita, pois os maiores prejudicados acabam sendo os próprios atletas interrompidos. Esta é uma das principais críticas que tenho ao que vinha sendo feito, afinal, os governos disponibilizavam recursos, mas com tantas burocracias e regulações, os recursos estavam chegando na maior parte apenas para os grandes clubes, com estrutura jurídica e contábil por trás, enquanto aqueles projetos mais necessitados em comunidades carentes não tinham acesso. Não é errado o governo ter forte controle sobre os recursos aplicados nos projetos. Errado é tornar tudo tão burocrático que se torna inacessível a quem realmente precisa. Então, para resolver esse entrave e fazer o dinheiro chegar na ponta, é necessária uma melhor organização para ajudar a desembaraçar estes trâmites, inclusive melhorando a qualidade da aplicação dos recursos. Veremos como o novo programa irá evoluir, mas já começo a pensar num segundo passo, ou seja, a implantação de programas esportivos nas universidades públicas e particulares. Isto dará a sequência que o esporte de base necessita, além de possibilitar que atletas consigam aliar o esporte com a educação superior, que tanto alertei nos meus textos anteriores. Isto dará uma sobrevida para muitos atletas de esportes com poucos recursos, como o caso do futebol feminino e de vários outros esportes olímpicos, em que os atletas poderão seguir praticando até a vida adulta e quem sabe representar o Brasil em eventos internacionais. Atualmente o esporte concorre com a educação no nosso país, pois ou o atleta treina ou ele estuda. Temos que fazer a aliança do esporte com a educação, em que os atletas serão incentivados a seguir nos dois ao mesmo tempo (vejam o exemplo dos EUA). Outra situação de destaque é o envolvimento de pessoas que conhecem a fundo as necessidades do esporte. Por exemplo, a ex-nadadora olímpica Fabíola Molina é uma das responsáveis pelo desenvolvimento do programa. O Deputado Federal Luiz Lima, também ex-nadador é outro que já demonstrou grande apoio a este novo programa. Nada mais justo que a pasta de esporte federal seja liderada por pessoas com conhecimento de esporte, ao invés de políticos que “não entendem nada de esporte, mas entendem de pessoas”, como já tivemos em governos anteriores.
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Formação de Atletas
Área reservada para a discussão de temas sobre a pedagogia, a psicologia, o treinamento e as demais áreas da formação de atletas
Histórico
Dezembro 2024
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