O ano de 2022 começou desejando o final da pandemia, esperançoso ao ver muitos eventos voltando, a vida caminhando em direção à normalidade novamente, e ainda mais, aguardando o tão esperado hexa da nossa querida Seleção Brasileira no final do ano. Copa do Mundo, muito se comenta, mas pouco se sabe realmente – quanto roda de dinheiro? Pensando nisso, resolvi fazer uma comparação com o Super Bowl para termos uma ideia da dimensão dos dois lados. A NFL (National Football League), está em primeiro lugar no ranking das ligas mais lucrativas do mundo, gerando por ano US$ 13 bilhões, seguida da MLB (Major League Baseball) e NBA (National Basketball Association) – Estados Unidos nunca estão de brincadeira quando o tema é esporte, não é?
Público presente O Super Bowl não requer o mesmo que a Copa do Mundo em termos de demanda para construção de estádios e infraestrutura para comportar a partida, contudo, nesse ano de 2022, a disputa entre Los Angeles Rams e Cincinnati Bengals, ocorreu no estádio mais caro do mundo, inaugurado em 2020, o SoFi Stadium, de US$ 5,5 bilhões. Batendo a capacidade máxima do estádio, foram 70.240 pessoas em público presente. Já na Copa do Mundo de 2018, na final entre França e Croácia no Luzhniki Stadium, o público presente foi de 78.011 pessoas.
Comerciais Os valores para uma empresa transmitir 30 segundos em comerciais durante o Super Bowl são de assustar – US$ 6,5 milhões, tendo cerca de 80 a 90 comerciais sendo transmitidos durante o horário do jogo, o que gera cerca de US$ 480 milhões em receitas. Para a Copa do Mundo 2018, o valor médio de um comercial de 30 segundos foi de US$ 437.707, e em termos de receita, foi divulgado que entre 2015 a 2018, em cima dos direitos de marketing da Copa 2018, foram arrecadados US$ 1,65 bilhão. A projeção para a Copa 2022 é de US$ 1,8 bilhão. Transmissão Nos Estados Unidos, a transmissão do Super Bowl acontece por rotatividade a cada ano entre a NBC, Fox e CBS – em 2021 foi a CBS, e esse ano foi a NBC. Cada uma delas pagou cerca de US$ 2 bilhões para transmitir a NFL e o Super Bowl no último acordo, e a partir de 2023, em um acordo válido por 11 anos e cerca de US$ 110 bilhões, se juntará a elas a ESPN e Amazon. Para a Copa 2018, a Fox e a Telemundo foram as responsáveis pela transmissão em território americano, e seguirão assim na Copa 2022 também. Pagaram, respectivamente, US$ 425 milhões e US$ 600 milhões no acordo. A receita gerada para a FIFA em cima dos direitos de transmissão entre 2015 e 2018 foi de US$ 3 bilhões. O acordo da Fox e Telemundo incluiu também os direitos da Copa do Mundo feminina de 2015 e 2019, tendo na última edição um dado muito interessante e inusitado – pela primeira vez, o custo médio de um anúncio de 30 segundos nas finais da Copa do Mundo feminina, superou o custo médio do anúncio de 30 segundos na final masculina, de 2018. Foram cobrados US$ 506.000 no feminino, US$ 68.293 a mais que os US$ 437.707 no masculino. Audiência A audiência do Super Bowl 2022, entre televisão e streamings, foi de 112.3 milhões de espectadores, tendo o recorde sido em 2015 com 114.4 milhões de pessoas assistindo. Para a final da Copa 2022, a audiência foi de 1.12 bilhão de pessoas ligadas no jogo, sendo a média de audiência durante todo o torneio de 3.5 bilhões de espectadores.
Despesas x Receitas Não são muito divulgados os gastos que a NFL tem para fazer acontecer um Super Bowl, mas sem dúvidas o que geram nesse dia é muito vantajoso para eles. Para a cidade sede do jogo, o custo fica em torno de US$ 300-500 milhões, contando gastos com preparação de estacionamentos, hotéis, transporte, outdoors, segurança, alimentação, etc. A receita estimada que entra para a NFL com o Super Bowl é de US$ 15,6 bilhões. Para a Copa 2018, no total, foram US$ 1,82 bilhão em despesas e US$ 5,36 bilhões em receitas – US$ 3,54 bilhões de lucro. Para esse ano, projetam também um lucro de cerca de US$ 3 bilhões. Lembrando que os gastos de infraestrutura são por conta do país sede, a FIFA só paga pela organização do evento e cobre as premiações, viagens e acomodações das seleções. Para a Copa do Mundo nos EUA, Canadá e México, em 2026, é esperado que gere mais de US$ 14 bilhões em receita e US$ 11 bilhões em lucros para a FIFA. Fato bem interessante pra se ter Copa do Mundo a cada 2 anos, não? E sobre o show do intervalo no Super Bowl? Por incrível que pareça, o show que esse ano contou com nomes como Snoop Dogg, Eminem e outros, custa US$ 0 – a NFL cobre os custos de transporte e produção, mas os cantores em si não ganham nada financeiramente. É sempre assim que funciona o Super Bowl. Os dois eventos são máquinas de fazer dinheiro, vistos por todo canto do mundo por milhões e milhões de pessoas. Seja pelo esporte em si, seja pelo espetáculo ou shows. O que vemos é um percentual muito pequeno de tudo que acontece nos bastidores. Por trás do jogo, há muita movimentação da indústria do turismo, do comércio local das cidades/país sede, gerando empregos, trazendo visitantes e alimentando a cultura. É sempre muito mais do que esporte e cifras.
0 Comments
|
Comunicação e Marketing
Área reservada para a discussão de temas sobre estratégias e ações de comunicação e marketing das entidades desportivas em geral
Histórico
Setembro 2022
Categorias |