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Formação de jogadores de futebol: a transição do futsal para o campo

20/8/2018

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​Vários jogadores brasileiros de futebol com destaque internacional, quando eram crianças, iniciaram a prática esportiva no futsal. Casos conhecidos como Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Neymar, são alguns exemplos. No grupo que disputou a Copa de 2018, 12 dos 23 jogadores da Seleção Brasileira foram federados no futsal, como mostrou esta reportagem. Também é frequente ouvirmos comentaristas de futebol elogiando jogadores com “habilidade de futsal”.
 
Por que será que o futsal é tão lembrado assim na formação de jogadores?
 
O futsal é amplamente praticado pelas crianças no Brasil, devido as facilidades de ter quadras poliesportivas nas escolas e bairros. Isso resulta em ganhos significativos na formação de jogadores de futebol, com maior habilidade com a bola.
 
Quanto menores são as crianças, o ideal é que o espaço de jogo seja menor. Além disso, que o número de participantes também seja menor. Um jogo de 11 jogadores contra 11 é muito mais complexo do que 5 contra 5, em relação ao tamanho do espaço de jogo, em relação as diferentes possibilidades de passes. Isto tudo resulta numa dificuldade maior de controle sobre a bola e sobre as ações do jogo, como defender, atacar e fazer gols.
 
Quem já viu campeonatos de futebol de campo com crianças abaixo de 10 anos?
 
Costuma ser um monte de crianças correndo atrás da bola, com muitos chutões e quase nenhum passe. Geralmente ficam concentrados num dos lados do campo, no lado da equipe mais fraca. Qualquer chute alto a bola entra no gol, pois as traves dos adultos são gigantes para as crianças. Também existem casos que a bola utilizada também é dos adultos, parecendo uma “melancia” pesada para os pequenos jogarem. Obviamente que essa não é a iniciação esportiva adequada no futebol.
 
Crianças devem jogar em espaços adequados para crianças. No vôlei e no basquete também fazem estas adaptações, como o minivôlei com apenas 3 jogadores de cada lado, quadra menor e rede mais baixa, ou o minibasquete com uma cesta adaptada mais baixa e bola mais leve.
 
É possível reduzir as medidas dos campos de futebol e também das traves e bolas? Sim, muitos fazem isso. É um passo importante para facilitar essa adaptação. No entanto, na maior parte dos campos de futebol e competições de crianças, não fazem estas adaptações.
 
Por tudo isso que o futsal é a melhor forma de iniciação esportiva para crianças:
  • O espaço de jogo é menor. Os gols estão mais próximos tanto para defender quanto para atacar, ou seja, os participantes não estão correndo à toa. Estão constantemente tentando resolver os problemas do jogo, como superar a marcação, criar oportunidades de finalização e em recuperar a bola;
  • A participação das crianças é mais efetiva, com maior número de toques na bola do que no extenso campo de futebol;
  • A quadra, apesar de ser dura e as vezes áspera nas quedas, facilita o domínio da bola com quiques mais baixos e sem as irregularidades do campo, tornando o jogo mais rápido;
  • O número de jogadores, com 5 para cada lado, torna mais fácil a compreensão do jogo, além das possibilidades de passes e também das responsabilidades de cada participante. Ninguém pode se “esconder” em quadra;
  • As constantes substituições também são um ponto positivo. Crianças costumam ter pouca resistência e nada mais justo que ao sentirem cansaço, sejam substituídas. Depois de descansar, entram novamente para jogar.
 
Além desses aspectos positivos óbvios da iniciação no futsal, a modalidade também costuma ser uma grande oportunidade de desenvolvimento técnico dos jogadores. Aqui, ainda podemos continuar falando sobre as crianças, mas também já incluir os adolescentes.
 
Como o futsal é jogado em espaços reduzidos, isso naturalmente proporciona:
  • Que os jogadores desenvolvam a habilidade de manter a posse de bola contra uma marcação próxima, aprendendo a protege-la sem desespero;
  • Que os jogadores utilizem as duas pernas para chutar e passar a bola;
  • Que os jogadores usem a habilidade individual para superarem a marcação adversária, com dribles com a bola e fintas sem a bola (movimentações para se livrar da marcação);
  • Que os jogadores consigam chutar rapidamente a bola, antes do bloqueio adversário;
  • Que os jogadores pensem rapidamente no que farão com a bola, antecipando os movimentos adversários, pois o jogo exige agilidade.
 
No futsal nem tudo é drible. Há muita movimentação sem bola e muitos passes rápidos que fazem o jogo fluir. Só que o drible está sempre ali, pronto para ser utilizado quando for necessário ou quando houver uma boa condição para isto. Seja por jogadores de ataque ou de defesa, afinal, a constante movimentação dos jogadores faz com que os defensores ataquem e os atacantes defendam muito mais do que ocorre no futebol.
 
Podem reparar, quando um jogador de futebol de campo joga no futsal, ele parece ficar desajeitado em quadra. O espaço para driblar e chutar a gol geralmente é pequeno e ele não consegue fazer com a mesma precisão que costuma fazer no campo.
 
E o contrário, jogadores de futsal se adaptam bem ao futebol de campo?
 
Geralmente sim, costumam demonstrar maior habilidade com a bola e facilidade com a marcação um pouco mais distante. No entanto, também sentem dificuldade em relação ao que falta no futsal, como chutes longos, passes longos e lançamentos. O domínio de bola também complica um pouco, devido as irregularidades do campo, acaba desacelerando os movimentos do jogador de futsal.
 
Por tudo isso que é extremamente importante saber a hora certa de fazer a transição dos jogadores de futsal para o campo, quando este for o objetivo final. Se transferir muito jovem, os benefícios do futsal não surtirão efeito, como o maior desenvolvimento da habilidade e o jogo rápido. Por outro lado, se atrasar a transferência, o jogador poderá perder muito tempo para se adaptar ao futebol e perder espaço na concorrência por vagas nas categorias de base dos clubes, atrapalhando o desenvolvimento final.
 
Se considerarmos que geralmente as crianças iniciam a prática regular do futsal por volta dos 8 anos de idade, transferir a partir dos 11, possibilitará que ele tenha praticado aproximadamente 3 ou 4 anos de futsal, consolidando melhor o aprendizado da modalidade.
 
Já a idade ideal para fazer esta transferência será entre 12 a 13 anos.
 
O limite máximo será até os 14 anos. Esta é a idade (categoria infantil sub15) que a maioria dos clubes de futebol inicia a seleção de atletas para a formação das equipes de competição. Tentar entrar nos clubes após esta idade, tornará tudo mais difícil, como maior tempo de adaptação e maior concorrência para ser selecionado. Fazer a transferência dos 15 anos em diante provavelmente já terá deixado a oportunidade passar. Existem alguns casos de sucesso, mas são exceções.
 
Nesse período, entre os 11 a 14 anos, o jogador poderá continuar atuando nas duas modalidades de forma simultânea, sem que ocorram treinamentos em excesso. Também é possível a inserção numa modalidade intermediária, conhecida em alguns lugares como futebol suíço, noutros como futebol society. Esta modalidade geralmente é disputada com 7 ou 8 jogadores, em campo de grama natural ou sintética, num campo maior que uma quadra, mas menor que o campo de futebol.
 
Oferece um pouco dos benefícios do futsal e um pouco dos benefícios do futebol. No entanto, como não é uma modalidade tradicional, com competições, raramente os clubes oferecem treinamento no futebol suíço, ficando muito mais para um esporte de lazer aos finais de semana.
 
Também é interessante possibilitar que os jovens jogadores tenham experiências no futevôlei e no futebol de areia. São modalidades que utilizam as mesmas técnicas de jogo do futebol, porém em situações completamente diferentes, com o piso totalmente irregular. Estas são modalidades que irão contribuir muito no domínio e controle de bola dos jogadores. Grandes nomes do futebol brasileiro também eram jogadores exemplares destas modalidades, como Zico, Júnior, Romário, Djalminha, Edmundo, Renato Gaúcho, entre tantos outros.
 
Resumindo as ideias acima, as modalidades futebol e futsal são parecidas, porém possuem diferenças significativas para o alto rendimento. O futsal pode contribuir muito mais na formação de jogadores de futebol do que o contrário. Naturalmente isso já ocorre no Brasil. Basta saber quando realizar a transferência do jogador de futsal para o futebol, sem perder o tempo certo. Quando possível, será benéfico também inserir o futebol suíço, o futevôlei e o futebol de areia.
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Autor: Luiz Antonio Ramos Filho
Mestre em Gestão do Esporte e Especialista em Futebol (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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Vamos falar sobre estratégia?

1/8/2018

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O Mundial de Futebol masculino acabou, discussões de todos os tipos passaram pelo e após o evento, mas tem um assunto que, especialmente no futebol (vou tentar justificar em instantes...), sempre vem à tona... A questão estratégica...
 
Sempre gosto de falar sobre esse assunto, mas a motivação para esse texto em específico surgiu após a leitura de um texto divulgado após a primeira rodada da Copa do Mundo:  “Como basquete e handebol explicam a abundância de bola parada e o sofrimento dos grandes na Copa”.
 
No texto, o autor sugere que as tendências estratégicas defensivas do handebol e ofensivas no basquetebol podem ser utilizadas para entendermos as opções estratégicas das equipes na primeira rodada do Mundial de futebol. O que mais me chama a atenção, no entanto, é um certo grau de surpresa na evidência de que a estratégia faz diferença...
 
Pois bem, por que considero importante falar sobre estratégia?
 
“Nem sempre é preciso ter os melhores jogadores para vencer, e sim a melhor estratégia”, disse Jurgen Klopp, como citado no texto acima. Muito simples. Num jogo de futebol, como em qualquer outra modalidade e coletiva, tendo em visita seu contexto aberto, complexo e imprevisível, a questão estratégica é fundamental. Isso, fundamento. É a base que sustenta um bom desempenho.
 
Em um jogo entre duas equipes que ignoram esse fato, outras coisas são cruciais. Mas num jogo em que uma equipe quer vencer, é preciso planejar como isso vai acontecer. Tecer como jogadores e equipe vão construir seu caminho e lidar com as (muitas) adversidades que vão surgir.
 
Estratégia pode ser entendida como um processo de caráter prospectivo que define os contornos da atuação tática do jogador. É um sistema de planos de ação de curto, médio ou longo prazo que visa atingir determinados objetivos (fazer um gol nos primeiros 20 min de jogo; permanecer entre as 4 primeiras equipes do campeonato; ser a equipe com mais jogadores a participar de uma Copa do Mundo, para exemplificar em diferentes escalas).
 
Por que acho que isso salta aos olhos especialmente no futebol?
 
Querendo ou não é a modalidade mais vista, mais comentada e mais cheia de entendedores (e corneteiros) do assunto. Muitos dos entendedores estão com o poder da fala e da escrita nas mãos, na mídia, e influenciam a forma como milhares de pessoas enxergam e entendem o futebol. Muitas vezes a questão estratégica é negligenciada ou subvalorizada. A discussão muitas vezes fica na superficialidade técnica.
 
Quantas vezes ouvimos a saudosa lembrança do futebol brasileiro de outrora, de grande maestria técnica, como a solução para as mazelas de desempenho do futebol atual? Enquanto lamentamos, veja um exemplo do que está rolando por aí:  https://rondos.futbol/2018/06/fluidez-posicional-y-el-futbol-del-futuro-una-primera-reflexion/
 
E por que acho esse assunto preocupante?
 
Minha preocupação sempre recai sobre a formação. Como jogadores e jogadoras podem pensar, atuar, compreender a lógica do jogo, de forma estratégica? Como devem ser planejados os treinos – em curto, médio e longo prazo – para que cada vez mais os atletas saibam compreender o jogo e criar a partir das escolhas estratégicas de sua equipe?

Por que muitos jogadores estranham um treino que do começo ao fim é conectado de intenções estratégico-táticas, onde correr ao redor do campo para aquecer não faz o menor sentido? Por que o Neymar não entende de "tática"?
 
A formação de jogadores e jogadoras inteligentes passa por um processo que explore a criatividade, as tomadas de decisão, a variabilidade motora, a resolução de problemas. A linguagem no treino deve ser a linguagem estratégico-tática. Ao longo da formação esportiva, professores e professoras devem conhecer a "matéria", para ter condições de criar um ambiente no qual as crianças e adolescentes construirão sua compreensão do jogo.
 
Quando atletas profissionais, seu treinador e treinadora devem ser conhecedores da modalidade na sua mais profunda especificidade, nos detalhes, nas nuances. Devem estudar constantemente e estar atentos às mudanças geradas pela evolução do jogo e pelas imposições adversárias.

Se vocês notaram, usei o termo tático junto ao termo estratégia, tendo em vista a sua íntima relação e interdependência.
 
Para finalizar, deixo aqui uma proposta:
 
Pense nos treinadores e treinadoras da(s) modalidade(s) esportiva(s) que acompanha. É possível perceber que eles estudam, que eles entendem profundamente o jogo?
 
Taí a deixa para um próximo texto. Até lá!
 
Agradeço ao meu amigo Diogo Castro, grande estrategista, por compartilhar dois dos artigos que compõem este texto.

Fonte da imagem: https://pixabay.com/pt/rush-futebol-grass-jogar-1335365/
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Autora: Thatiana Freire
Mestre em Estudos do Esporte e Especialista em Pedagogia do Esporte
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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