Muitas vezes ouvimos os atletas dizerem, “tenho que ser resiliente”, mas será que de fato ele sabe o que é ser resiliente? É muito fácil você falar que é um atleta resiliente, que você é um profissional resiliente, mas a capacidade de você poder se adaptar as situações e entender o enfrentamento é muito mais profundo do que geralmente se fala. Então, o que é ser resiliente? Resiliência é a capacidade da pessoa se adaptar a uma situação e também poder retornar a sua forma original, isso é, não deixando de ser quem ela é. É cada vez mais comum esse termo no mundo esportivo. Mas só o fato de você entender que existe um constructo interno, uma forma de pensar, uma forma de estruturar ações e comportamentos diante das adversidades, será que já te deixa pronto? A primeira pergunta que você deve fazer é “eu estou pronto pra encarar qualquer situação que venha nessa situação?”. Será que você analisa todas as circunstâncias e situações que podem acontecer em um determinado ambiente em decorrência das ações que você está praticando?! Geralmente não!!!! Geralmente dizemos que estamos preparados, mas na realidade você está preparado ou apenas acredita que está preparado e na hora “h” não conseguirá colocar em prática? E outros momentos você está preparado para uma ou duas variáveis que podem ocorrer naquele momento, mas você está pronto realmente pra enfrentar todas as variáveis possíveis para lidar com uma situação? Você consegue ter maleabilidade e flexibilidade de improviso? Essas são ações muito importantes dentro de um ambiente esportivo, o esporte está em constante movimento, ele muda constantemente. Nas últimas olimpíadas podemos observar diversas manifestações de variáveis emocionais que influenciaram na performance dos atletas, atletas que “ruíram”, “desmoronaram”, atletas campeões que caíram por não conseguirem lidar com pressões externas e questões internas, mas também pudemos perceber também outros atletas que surpreenderam, atletas que venceram, atletas que mantiveram estabilidades emocionais fantásticas. Vimos exemplo de atletas que enquanto seus adversários estavam visivelmente tensos e nervosos, eles em contrapartida estavam com semblantes tranquilos, serenos e obtiveram ótimos resultados em suas provas. Essa é a força mental, a capacidade de a pessoa ser resiliente no momento de estresse se adaptar e ter comportamentos adequados mantendo um estado de equilíbrio interno. No meu dia-a-dia em meus atendimentos e treinamentos, quando um atleta fala para mim “Doutor eu perdi tudo!!!” eu digo, “Ok, e o que você aprendeu com essa derrota?”. Para evoluirmos, devemos entender, aprender, e evoluir com nosso erros, há uma necessidade real de você estar constantemente fiscalizando a situação, você pode optar em estar despreparado, você pode falar “Meu Deus perdi e agora!?” ou de preferencia pode optar em pensar da seguinte maneira “Certo perdi, o que eu posso fazer então pra que isso não ocorra novamente?!”, ou ainda, “Onde realmente ocorreram minhas falhas nesse jogo de hoje ou nesse campeonato, nesse torneio, neste troféu...”, então aprendam com as situações, evoluam com elas. A resiliência que está dentro de você é o preparo interno para enfrentar qualquer adversidade que ocorra, estabilizar e enfrentar a situação, é perder aprender e seguir para a próxima ou vencer, comemorar, entender como ganhou, corrigir seus erros e seguir para o próximo jogo e/ou campeonato. Resumindo, estar sempre preparado e equilibrado. A resiliência é importante para que se permaneça forte no esporte. Nós tivemos agora em alguns eventos esportivos internacionais entre eles as olimpíadas de Tóquio a possibilidade de ver atletas brasileiros que tiveram quedas significativas em seus rendimentos em relação aos que eles faziam em 2019, em compensação outros que conseguiram bater suas marcas e conquistar novos recordes pessoais, mas e aí, como explicar essa diferença!? A explicação está justamente pela forma de adaptação, a resiliência interna, uma flexibilidade que a pessoa possui de lidar com todas as adversidades, então é importante uma reflexão e análise profunda sobre isso. Não importa se você é atleta, se você é técnico, profissional da área da saúde esportiva, pai, mãe, se pergunte: “Estou sendo resiliente com os problemas que acontecem em minha vida?”. “Estou me adaptando, encontrando recursos necessários para lidar com essas situações mantendo uma boa estabilidade emocional?”. E como saber se você está sendo resiliente? Primeiro analisar como está lidando com seus problemas, se com as dificuldades que estão surgindo está conseguindo superar diariamente qualquer barreira que apareça. Esses são alguns de vários comportamentos que podem indicar que você possivelmente está sendo resiliente, mas se está sofrendo, ansioso, estão acontecendo varias coisas e como consequência só consegue ficar irritado, está tendo episódios de insônia, dores de barriga, esses podem ser sintomas que você não está conseguindo lidar provavelmente com as adversidades e aí com certeza você não está sendo resiliente em certas situações. Então é fácil perceber, mas talvez ainda muito difícil desenvolver a auto avaliação e a autocrítica, a grande maioria não consegue fazer e elas são cruciais para se gerenciar as habilidades internas e conseguir assumir e reconhecer essas falhas. É importante encontrar as ferramentas necessárias e é claro se você sente que é muito difícil chegar nesse nível de insight sozinho, procure um Psicólogo do Esporte na sua região ou um online assim como eu faço a mais de 12 anos para todo o Brasil e exterior. Pois você seguindo orientações especificas que te levem a reconhecer as dificuldades e ao adquirir novas ferramentas cognitivas e comportamentais especificas, conseguirá atingir a resiliência na sua vida e na sua carreira esportiva, profissional, ou em qualquer situação em que você estiver. A importância da construção sólida do que é ser resiliente, não é simplesmente falar “eu sou resiliente”, está em você de fato utilizar as estratégias comportamentais e cognitivas específicas para atingir esse nível de performance mental. Um grande abraço a todos, e até a próxima!!!
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Na terça-feira passada (27) a vitoriosa ginasta norte-americana Simone Biles, chocou o mundo do esporte ao desistir de competir na final olímpica por equipes após cometer um erro. Sua principal argumentação pela desistência teve relação com saúde mental. Alguns meses atrás outra estrela vitoriosa também tomou atitude semelhante, Naomi Osaka citou depressão e abandonou Roland-Garros, um dos principais torneios do mundo. Ainda no mundo do tênis Dominic Thiem, após vencer seu principal título da carreira, o US Open, revelou desmotivação e também citou saúde mental em entrevista. Para fechar essa lista e não deixa-la muito extensa, temos também Michael Phelps, que já parou de competir, mas outro caso de atleta muito vitorioso que lida com depressão.
“No início da carreira esportiva, grande parte dos jovens atletas se sentem motivados pelo técnico e/ou a equipe técnica, mas com o decorrer do tempo, em muitos casos, há um decréscimo da motivação, pois apesar de uma maior alegria em relação a técnica aprimorada, realizações e vitórias, aspectos como relacionamentos sociais, estudos e lazer são deixados de lado, fazendo com que os atletas fiquem um quanto que desorientados sobre que rumo devem tomar e ao que dar prioridade. Fazendo com que muitos atletas tenham dificuldades em planejar e visualizar seus futuros. ” Trazendo para a minha experiência pessoal, passei 28 anos procurando agradar outras pessoas, fazendo escolhas que não eram minhas. Em dado momento tinha 2 empregos, trabalhava muito, tinha condição financeira de fazer muitas coisas, mas não tinha tempo e não me sentia feliz, pleno, realizado. Sentia que não estava usando minhas capacidades e que podia mais na vida. Vivia uma vida “morna”. Meu problema não era tanto profissional, por sorte sem querer acabei entrando na Educação Física, sempre trabalhei com isso, mas mesmo gostando não estava onde queria. E também não sabia para onde ir. Quando você passa anos seguindo decisões dos outros, você nem sabe o que você quer, para chegar na sensação de vazio é um pulo. Me pergunto quantos desses atletas seguem sonhos deles e quantos seguem sonhos dos pais ou dos outros. Novamente nesse ponto, Paulo Penha traz algumas informações cientificas sobre o tema:
O estresse controlado e a questão do ritmo frenético mencionada na vida dos atletas podem ser aplicados também para não atletas, na vida pessoal e profissional. O ritmo acelerado que a sociedade atual impõe muitas vezes nos impede de perceber o que está nos incomodando até o momento que já é tarde. Você escuta seus áudios na velocidade 2? Eu evito, procuro ditar meu ritmo na minha vida, senão ela te atropela. Mas para você ter essa consciência e disciplina acredito que ter um proposito, saber para onde você quer ir é essencial. É por isso que também conversei com Letícia Gonzalez. Formada em secretariado executivo ela se beneficiou da pandemia para parar, refletir sobre alguns pontos e decidiu investir em uma nova carreira. Hoje ela cursa psicologia e falou sobre a busca do propósito no podcast “Papo de Banheiro” de forma muito prática no episódio “3 passos para encontrar seu propósito”. “A pandemia me gerou ansiedade, principalmente na minha situação profissional. Todas as mudanças que aconteceram, especialmente no trabalho, me geraram muita ansiedade, o que me fez questionar se era aquilo mesmo que eu queria. Até aquele momento eu nunca tinha me questionando sobre isso, estava levando a vida, não tinha percebido que até minha faculdade tinham escolhido por mim. ” Contou Leticia sobre o que levou ela a refletir sobre a carreira. Então ela procurou algumas ferramentas de autoconhecimento, e foi quando ela encontrou o Canvas da Carreira, que é o que ela aborda no podcast mencionado acima, e gostaria de compartilhar aqui para contribuir para quem estiver precisando. Resumidamente são 3 pontos que você precisa observar em você para entender melhor para onde ir: “São três pontos importantes nessa ferramenta: valores, talentos e referências. Você precisa conhecer seus valores para procurar profissões ou empresas que tenham valores semelhantes. Você precisa saber seus talentos também para encontrar um trabalho que você possa utiliza-los. E você deve observar suas referências, quem são as pessoas que são seus exemplos? Tem uma frase que eu gosto nesse assunto que diz para onde seus olhos olham é para onde você quer ir”.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio já colocaram em pauta a saúde mental e talvez tenha algum impacto na questão dos cuidados com os atletas, afinal existe vida além do esporte, assim como existe vida além do trabalho. Autoconhecimento e propósito são talvez os principais pilares desse tema junto do autocuidado. Então compartilhe aqui o que você tem feito a respeito disso.
Depois de mais uma Live fantástica realizada em meu Instagram é impossível não falar sobre o assunto discutido, hoje trago para vocês os principais assuntos abordados nessa conversa tão interessante sobre o Mundo do Hipismo. Meus convidados foram: de São Paulo, Fábio Rodarte, cavaleiro, coach profissional com mais de 30 anos de experiência no esporte. De Curitiba, Rodrigo Carvalho, instrutor de equitação há oito anos, trabalha com equinos há cerca de 20 anos, e de Florianópolis, Rafael Lindner Dias, cavaleiro profissional que já venceu alguns Grande-Prêmios como do Haras MD e do Haras Fischer e a nível internacional saltou o GP do Best Jump e venceu prova em Moorsele na Bélgica e em Wellington nos EUA. “Destacou-se na conversa que o Hipismo é conexão, conexão com o outro e com si mesmo”, e que a importância do conjunto é fundamental no hipismo, se ter sintonia com o cavalo que está montando é essencial para formar um bom conjunto, percepção, sensibilidade, parceria, grandes segredos para o caminho do sucesso nesse esporte. Alguns dos conhecimentos básicos do cavaleiro/amazona devem ser: 1. Disciplina: todo atleta deve ter disciplina para o aprendizado; 2. Diagonal de trote: tirar o assento da sela na hora certa enquanto trota; 3. Galope do cavalo na mão certa: o equilíbrio do equino e também do atleta depende da mão certa no galope; 4. Alto: saber parar o cavalo sempre que necessário sem perder o equilíbrio; 5. Conjunto: ter sintonia com o cavalo que está montando é essencial para formar um bom conjunto. As principais dicas que surgiram foram: “frações de segundos podem te fazer perder o campeonato”, “1 minuto para fazer 90.000 coisas”, “a variável viva do conjunto interfere”, “pressões de pais é igual a desejos projetados”, “no hipismo há muito ego envolvido”, “deve-se entender sobre armação de percurso”, “a terapia ajuda no hipismo”, “a preparação física é necessária”, “para uma boa preparação física é necessário analisar o perfil necessário de cada atleta”, “o atleta precisa entender que acontece o refugo”, “o erro ajuda ao aperfeiçoamento”, “o erro está a favor do resultado”, “devem-se enfrentar os traumas”, “pensamentos organizados são iguais a ações organizadas”, “tem que se trabalhar a precisão do atleta”, “é necessário um ajuste fino”, “humildade e aprender com os experientes”. E para ficar firme e crescer no esporte, foi um consenso de todos que os atletas devem ter: paciência, amor, fé, positividade, determinação e comprometimento. Então agora coloco uma questão interessante, tirando alguns pontos que são específicos e exclusivos do hipismo, é tão diferente assim do seu esporte? Os quesitos necessários para ser campeão, são universais!!!! Um grande abraço, boa reflexão pessoal, e até a próxima!!!
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Novembro 2024
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