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Copa do Mundo: o domínio ineficaz. Análise de Marrocos x Espanha

11/12/2022

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Fotografia
Crédito: Rhett Lewis - unsplash
Um dos favoritos para vencer a Copa do Qatar, no caso, a Espanha, enfrentou uma equipe que tinha como maior objetivo apenas passar de fase, no caso, o Marrocos. Quase todos que acompanham o futebol esperava uma vitória espanhola. Só que não aconteceu. O jogo acabou 0 a 0 e nos pênaltis Marrocos venceu por 3 a 0.
 
Inicialmente, vamos analisar alguns números do jogo (FIFA):
Fotografia
Fonte: FIFA.com
​A posse de bola, que representa o domínio do jogo, foi amplamente espanhola (68%), como já ocorre tradicionalmente nos jogos do Barcelona FC e da Seleção da Espanha desde os anos 2000. São equipes que priorizam a posse de bola, com a ideia que “se estamos com a bola, o adversário não consegue nos atacar”. Isto faz todo sentido, pois equipes que dominam o jogo pela posse de bola, possuem maiores chances de vencer os jogos.
No entanto, esse zelo pela posse de bola muitas vezes inibe as tentativas de ataque espanhol. Entre arriscar um chute de longa distância ou um cruzamento, que possuem baixos índices de conversão em gol, os espanhóis preferem ficar com a posse e tentarem criar melhores oportunidades de gols, por meio de passes curtos e movimentações dos atletas.

Então, se olharmos para os chutes a gol, durante 120 minutos (incluindo a prorrogação), vemos apenas 13 chutes no total da Espanha. Para quem dominou tanto a posse de bola, é um número muito baixo de tentativas, equivalente a 1,08 tentativas a cada 10 minutos de jogo. Só como parâmetro, imagina jogar durante 30 minutos de prorrogação e chutar apenas 3 vezes no gol adversário? É muito pouco para quem quer ganhar um jogo tão importante.

Ao aprofundar ainda mais no número de chutes a gol, vemos que apenas um chute foi no gol, os demais, ou foram para fora (6), ou tiveram algum tipo de bloqueio antes de chegarem no goleiro. Isto é, em 120 minutos, o goleiro marroquino foi realmente exigido uma vez. Só uma.

Ao analisarmos os cruzamentos, os espanhóis fizeram 27, no entanto, apenas 4 tiveram algum tipo de conclusão (cabeceio ou chute). Os marroquinos cruzaram apenas 10 vezes e também conseguiram as mesmas 4 conclusões. Isto nos mostra que a Espanha não baseia seu jogo nos cruzamentos. Os atacantes não entram na área esperando esse tipo de jogada e quando a bola vem de um cruzamento, há pouco empenho em concluir a jogada.

​Sabemos que os jogadores espanhóis são muito qualificados e habilidosos. No entanto, o modelo de jogo que a Espanha faz, é exatamente para a forma como os marroquinos estavam preparados para defender: equipe compacta na defesa, com muita pressão no adversário com posse de bola, sem oferecer tempo para pensar e espaço para jogar. Além disso, diversas coberturas fechando linhas de passes e possibilidades de dribles. Isto é, soluções práticas para dribles e passes curtos. A receita ideal para anular o ataque espanhol.
Fotografia
Crédito: FIFA.com
​Agora vamos pensar pelo lado dos marroquinos, ou pelo lado das equipes inferiores tecnicamente e que costumam ser dominadas nos jogos (com menor posse de bola). O que realmente incomoda para este tipo de equipe não é o adversário ficar com a posse de bola, rodando-a de um lado para o outro do campo. Todos os atletas já entram em campo sabendo que isto irá acontecer. A defesa até se acomoda numa situação dessa, sabendo quais jogadores devem marcar mais de perto ou não. Praticamente descansam enquanto defendem.
​O que realmente incomoda as equipes que jogam recuadas, sem posse de bola, como os marroquinos, são as jogadas incisivas que chegam na área o tempo todo, como:
  1. Adversários habilidosos, que buscam driblar em regiões próximas da área, superando a marcação adversária ou ocasionando faltas perigosas;
  2. Rápidas trocas de passes, com muita movimentação sem bola, fazendo com que a marcação precisa de constantes ajustes, aumentando as chances de erros de coberturas;
  3. Chutes de fora da área, que obrigam o goleiro a defender, podendo resultar em rebotes ou até em desvios na defesa capazes de superar o goleiro;
  4. Cruzamentos perigosos em direção ao gol. Mesmo que ninguém acerte o cabeceio, a bola ainda poderá entrar no gol. Além disso, o cruzamento possibilita superar pelo alto todo o bloco defensivo e cair justamente na cabeça do atacante. Um exemplo emblemático foi o gol do baixinho Romário entre os altos zagueiros suecos, na Copa de 1994. Cruzamento não deve ser feito de qualquer jeito, só jogando a bola na área, mas com a precisão de encontrar os atacantes.

Isto é, um “pacote de soluções ofensivas” que fazem a bola chegar na área marroquina o tempo todo, fazendo a vida do goleiro parecer um “inferno”, com o perigo rondando o tempo todo o gol dele. Desse “pacote”, os espanhóis usaram apenas metade das soluções (somente as duas primeiras).
​
Estas mesmas instruções estão no meu livro Futebol: as táticas aplicadas aos treinamentos e jogos, num capítulo específico sobre como atacar cada tipo de defesa (trecho e imagem a seguir):

Ataque contra marcação recuada (linha 4)
Para superar esse tipo de marcação, a equipe branca deverá ter vários jogadores bem abertos (#2, #6, #9 e #10), numa tentativa de abrir espaços na faixa central do campo, bem como oferecer opções de passes, com pouca cobertura adversária ao redor. Os jogadores #5, #7 e #8 deverão se movimentar muito para criarem espaços e receberem a bola com a marcação desequilibrada.
​

Além disso, é imprescindível uma troca rápida de passes, bons finalizadores de fora da área (longa distância) e jogadas nas pontas, com dribles rápidos e cruzamentos na grande área. Se a armação ofensiva for lenta, com pouca movimentação sem bola, passes curtos para trás e dribles desnecessários, dificilmente conseguirá oportunidades para finalizar ao gol adversário. (...) Os chutes de longa distância, quando são bem realizados, incomodam mais do que equipes que simplesmente circulam a bola e não finalizam a gol.
Fotografia
Crédito: Futebol: as táticas aplicadas aos treinamentos e jogos (Livro, 2022)

​O treinador espanhol Luis Henrique deu entrevistas dizendo que a equipe dele era a que tinha o futebol mais bonito da Copa do Qatar. Podemos concordar ou não, mas um fator essencial para se tornar campeão é a eficácia do seu jogo. A beleza do jogo deve ser traduzida em gols e vitórias. Podemos ter um time de malabaristas com a bola, que terão aplausos constantes do público, mas se o adversário fizer jogadas mais simples e conseguir mais gols que nós, a copa acaba, como acabou para os espanhóis.
No vídeo a seguir tem os melhores momentos do jogo em que é possível perceber pouco incômodo para o goleiro marroquino, inclusive que o Marrocos teve praticamente as mesmas chances de marcar gols como a Espanha teve, mas com muito menos posse de bola.
  • Se você gosta desse tipo de análise tática, te convido para ver também o texto anterior: Argentina 1 x 2 Arábia Saudita.
  • Quer saber mais sobre táticas de futebol? Conheça o livro Futebol: as táticas aplicadas aos treinamentos e jogos.
Fotografia
Autor: Luiz Antonio Ramos Filho
Mestre em Gestão do Esporte e Especialista em Futebol (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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Copa do mundo: quando a tática supera a técnica. Análise de Argentina 1 x 2 Arábia Saudita

7/12/2022

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Fotografia
Crédito: Rhett Lewis - unsplash
Nos esportes em geral, é relativamente fácil prever quando uma equipe irá vencer a outra, levando em consideração a qualidade técnica de cada elenco. No basquete e no vôlei, por exemplo, são necessários muitos pontos até definir o vencedor do jogo. Assim, diminui a chance de uma “zebra” acontecer.

Já no futebol, apenas um gol pode dar a vitória para um dos lados, mesmo que este lado tenha atuado num nível abaixo durante o jogo todo. Por exemplo, uma equipe chutou a gol umas 20 vezes enquanto o adversário chutou apenas uma vez. A probabilidade é que vençam os que tiveram mais oportunidades de fazer gol, no entanto, aqueles que chutaram apenas uma vez fizeram o gol. Há quem diga que essa é a beleza do futebol, a imprevisibilidade dos resultados.

Diante dessa descrição, vamos analisar um dos resultados mais surpreendentes da Copa do Mundo do Qatar, em 2022.

Argentina 1 x 2 Arábia Saudita

Inicialmente vamos analisar alguns números do jogo (FIFA):
Fotografia
Crédito: FIFA.com
​Pelos números demonstrados, é muito maior a probabilidade de a Argentina ter vencido o jogo. No entanto, como sabemos, surpreendentemente a Arábia Saudita venceu por 2 a 1. Como isso aconteceu? Teve um pouco de sorte? Certamente sim, tanto é que a Arábia Saudita nem conseguiu se classificar para a próxima fase. No entanto, também teve competência e uma ousadia tática que complicou o jogo para os argentinos.
Imagine que você é o treinador de uma equipe que é nitidamente inferior ao seu adversário. Ainda, acrescente nessa equação que no ataque adversário joga Lionel Messi, um dos maiores jogadores da história do futebol. Problema posto, qual seria a forma lógica e correta de você montar sua equipe? Bem fechado na defesa e explorando os raros contra-ataques que poderão surgir. Assim, os números do jogo apresentados fazem sentido, é o que realmente aconteceu.

Eis a grande questão, como os sauditas complicaram o jogo dos argentinos?

Jogar com a defesa compacta não é nenhum grande segredo, pois toda equipe que defende bem faz isto. O diferencial saudita foi atuar com a defesa em linha, provocando vários impedimentos (10) dos argentinos, que tiveram dificuldade em aprofundar o jogo e em movimentar num espaço reduzido. Só que não foi simplesmente uma defesa em linha básica, foi uma linha avançada (próxima do meio-campo), que conseguiu pressionar os meio-campistas argentinos, dificultando muito para os armadores criarem os melhores passes. Isto é, não deram tempo e espaço para os criadores do time fazerem as melhores jogadas.
​Em geral, para uma defesa atuar em linha com certo nível de segurança, recomenda-se que a linha avance até no máximo a intermediária do campo de defesa. Assim, em casos de lançamentos e passes em profundidade do adversário serão anulados pelo goleiro, que fará a “cobertura” da defesa. A imagem a seguir faz parte do livro Futebol: as táticas aplicadas aos treinamentos e jogos, que traz em maiores detalhes como deverá se portar uma defesa em linha.
Fotografia
Crédito: Futebol: as táticas aplicadas aos treinamentos e jogos (Livro, 2022)
​No entanto, os sauditas assumiram um risco grande ao fazerem a linha tão avançada, próxima do meio-campo, oferecendo muitos espaços para lançamentos dos atacantes velozes argentinos. Aqui aconteceu a ousadia saudita com uma boa dose de sorte: 3 gols argentinos foram anulados por impedimento. E não foram impedimentos claros, em que o atacante fica muito adiantado, foram aqueles lances em que se a bola tivesse saído milésimos de segundo antes, os lances teriam sido validados.

​Na imagem a seguir, o primeiro gol anulado de Messi, por impedimento, com a defesa saudita em linha muito avançada, próxima do meio-campo.
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Crédito: Cazé Tv - Youtube
​Na imagem a seguir, o segundo gol anulado de Lautaro Martinez (no meio da defesa saudita, inclinado à frente), por impedimento, com a defesa em linha numa região adequada, mas com o goleiro distante (cobertura ineficaz).
Fotografia
Crédito: Cazé Tv - Youtube
​Na imagem a seguir, o terceiro gol anulado de Lautaro Martinez, por impedimento, com a defesa “toda quebrada”, sem pressão no armador, num lance de sorte da defesa saudita.
Fotografia
Crédito: Cazé Tv - Youtube
​No vídeo abaixo é possível ver os melhores lances do jogo, incluindo os gols anulados:
​Outra curiosidade desse jogo foi o discurso do treinador Hervé Renard no intervalo, que ficou famoso, após a vitória improvável:
  • Se você gosta desse tipo de análise tática, te convido para ver também o texto seguinte: Marrocos 0 (3) x 0 (0) Espanha.
  • ​Quer saber mais sobre táticas de futebol? Conheça o livro Futebol: as táticas aplicadas aos treinamentos e jogos.
Fotografia
Autor: Luiz Antonio Ramos Filho
Mestre em Gestão do Esporte e Especialista em Futebol (mais sobre o autor)
Fonte: GestaoDesportiva.com.br
*As opiniões e informações publicadas nesse blog são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente os valores do GestaoDesportiva.com.br
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