O treinamento integrado no futebol, tem como objetivo juntar todas as capacidades físicas, técnicas, táticas e psicológicas necessárias para a alta performance. Aproximando assim, de fato, da realidade do jogo.
No passado, a preparação era vista como capacidades divididas, em que os métodos de treinamento de modalidades individuais influenciaram diretamente a forma que os jogadores de futebol treinavam. Por isso tornou-se tão comum ver jogadores trotando longos períodos ao redor do campo, ou mesmo fazendo tiros de velocidade em distâncias acima de 50 metros. A bola era pouco utilizada como parte do treinamento físico. O desenvolvimento da preparação física específica do futebol passou a analisar melhor o que realmente era exigido durante um jogo e de que forma os jogadores deveriam ser treinados. Inserir a bola e exigências técnicas e táticas passaram a ser o foco da preparação. Afinal, o jogo exige máxima concentração dos jogadores. Quando já estão cansados, necessitam cruzar a bola, fazer passes e lançamentos, chutes a gol, marcarem os adversários e se posicionarem da melhor forma em campo. Por isso, não basta correr ao redor do campo, pensando em outras coisas distantes do jogo de futebol. Esta compreensão sobre as exigências específicas do jogo levou aos preparadores físicos criarem o método de treinamento integrado. Isto significa que é planejada uma combinação de treino técnico e tático, baseado em parâmetros físicos que é um dos objetivos do treino. Por exemplo, jogos em campos reduzidos, em que há maior contato com a bola, porém sem perder a essência do jogo, como superar a marcação adversária, tentar fazer gols e ter que marcar os adversários para recuperar a bola. Neste tipo de treinamento, o preparador físico consegue controlar variáveis para atingir seus objetivos. Se cada jogo for com pouco tempo, deverá ser mais intenso. Se for tempo longo, a tendência é que o ritmo caia, direcionando o treinamento para a resistência. Da mesma forma ocorre em relação a variação das medidas do campo. Campo pequeno aproxima os jogadores e exige ações rápidas. Campo grande oferece mais espaços aos jogadores e o ritmo cai, mas aumenta as distâncias de deslocamento. Jogadores a mais ou a menos numa equipe, também influenciam no ritmo do jogo e nas exigências físicas dos participantes. Temos as capacidades físicas envolvidas no jogo, como, resistência aeróbia e anaeróbia, velocidade máxima, resistência de velocidade, potência, resistência de força, além das habilidades técnicas e do poder de concentração em situações de cansaço. Tudo isto pode ser bem treinado de forma planejada entre o preparador físico e treinador. Existem métodos de controle do treinamento, para verificar se está na intensidade pretendida, como a frequência de batimentos cardíacos, as escalas de percepção de esforço e até mesmo uma coleta sanguínea para análise da concentração de lactato no sangue. No entanto, sugiro um controle de percepção de esforço subjetivo (escala de Borg), escala de dor (local do corpo onde o atleta sente um desconforto) e de recuperação, que são ótimos indicativos para atletas que já conhecem o próprio limite do corpo. Por tudo que foi exposto acima, caberá ao preparador físico planejar o treinamento em conjunto com o treinador, para que o treinamento seja otimizado, de forma integrada, envolvendo todas as capacidades físicas, técnicas e táticas, incluindo o desgaste mental necessário para a preparação adequada dos jogadores. Assim, aproximaremos ao máximo o treino da realidade do jogo e tornaremos o treinamento mais interessante para os jogadores.
0 Comments
Leave a Reply. |
Formação de Atletas
Área reservada para a discussão de temas sobre a pedagogia, a psicologia, o treinamento e as demais áreas da formação de atletas
Histórico
Agosto 2024
Categorias |