Pelo contato que eu tive com esporte nesses anos de trabalho, tive a sensação que em virtude de sua relação com o governo brasileiro como forma de promover a pátria desde os anos 40 e, por sua relação direta com entidades sem fins lucrativos como: clubes, federações e confederações, o esporte têm medo de cobrar pelos seus serviços e por isso os recursos ficam inexistentes.
Voltando a questão principal desse texto que é sobre o esporte incidir mais em aspectos econômicos, a experiência que eu vivenciei durante o trabalho na Federação Paranaense de Tênis me despertou para esse lado. A FPT sofreu um pouco do impacto desse mundo durante a época Guga, o sucesso do catarinense gerou uma demanda alta de alunos, que fez surgirem academias de tênis visando atender a demanda de pessoas querendo aprender a modalidade e que não eram sócias de clubes, de olho é claro no lucro. Isso fez a Federação ter inclusive que adaptar seu estatuto para aceitar que entidades com fins lucrativos também pudessem fazer parte das entidades vinculadas a FPT, antes apenas entidades sem fins lucrativos podiam participar da entidade. Claro que a inserção de entidades com fins lucrativos dentro de uma entidade sem fins lucrativos também fez com que a entidade tivesse que pensar no esporte pelo lado financeiro. Isso na minha visão contribuiu muito para a Federação Paranaense de Tênis se tornar exemplo para outras. Tanto que a reestruturação da Federação Mineira de Tênis foi baseada no trabalho feito no Paraná.
A modalidade ultrapassou o limite das cidades litorâneas e já atingiu cerca de 300 mil praticantes no país. Destaque para o fato do esporte ser muito fácil de praticar e conseguir envolver a família inteira, o que tem sido um grande diferencial. O beach tennis é um esporte recente e já foi percebido por muitos como uma grande oportunidade de negócio, como aconteceu com o tênis na época do Guga, mas com a diferença que, desde sua chegada no Brasil, o tênis é estruturado com base no conceito do “sem fins lucrativos”, enquanto o beach tennis tende mais para o que aconteceu com o spinning ou com o crossfit, e se baseia mais nas entidades do “com fins lucrativos”. O crossfit inclusive também se utiliza de eventos para chamar atenção e fidelizar seu público.
A modalidade na verdade virou um estilo de vida, já que muitos praticantes amadores agora querem viajar para jogar os torneios. A Confederação Brasileira de Tênis atrelou aos torneios profissionais da Federação Internacional de Tênis, a necessidade de realização de torneios amadores, o que também faz com que os praticantes fiquem perto de excelentes jogadores e gerem receitas para a entidade. Além disso, ela migrou do tênis uma competição infantojuvenil, transformando-a em um evento amador: a Copa das Federações. Um evento em que as federações estaduais mandam a suas equipes para disputar quem é o estado mais forte do país. A Copa das Federações reforçou os torneios amadores estaduais, porque agora para você ser conseguir uma vaga na Copa das Federações pelo estado do Paraná é necessário ser vinculado a Federação Paranaense de Tênis, pagar a anuidade e jogar os torneios estaduais, para se colocar entre os melhores do ranking de sua categoria. E isso vale independentemente do seu nível, pois a Copa das Federações libera disputas do iniciante ao avançado. O grande prêmio por essa briga? Os convocados pela FPT vão para a Copa das Federações com tudo pago para o evento que ocorre em Jurerê. Além disso, recebem uniforme e podem dizer que foram convocados para a seleção estadual e são os melhores do estado em sua categoria. Outro atrativo que os torneios estaduais e nacionais têm é a conquista de alunos. Os professores participam das competições para vender o seu trabalho, bons resultados chamam alunos e isso reflete também nas academias, tanto que no Paraná existe o Interclubes de Beach Tennis, em que os clubes e academias formam suas equipes para definir o melhor do estado. É uma ótima forma de fazer o cliente vestir a camisa da instituição e se engajar ainda mais.
Acredito que se mais modalidades conseguissem ter esse impacto e se até mesmo os governos percebessem essa cadeia, o esporte e a sociedade em geral iria ganhar e crescer. E você, o que você pensa sobre o assunto?
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No dia 20 de dezembro foi encerrada a Liga Nacional de Futsal (LNF), a vitória do Magnus sobre o Corinthians marcou o encerramento de uma competição que teve que se adaptar de forma considerável devido a pandemia para finalizar sua 25ª edição. Criada em 1996 a LNF se baseou na NBA para criar seu modelo de franquias, dessa forma era necessário comprar uma franquia ou associar-se a uma já existente, uma ideia acredito que pioneira no Brasil.
“Temos nas redes sociais hoje quase 150 mil seguidores, é claro nosso o maior patrimônio é nosso torcedor que além de comparecer aos jogos, consume os materiais esportivos vendidos nas lojas on-line e física o clube”. Com esse engajamento digital realmente expressivo, o Pato ainda consegue trabalhar sua imagem nas transmissões de TV e na Pato TV. Para tentar evidenciar mais o tamanho do sucesso da equipe de Pato Branco, usando como efeito de comparação o futebol, na plataforma do Instagram o Pato Futsal possui hoje quase metade do número de seguidores do Coritiba Foot Ball Club (197 mil) e mais seguidores que o Paraná Clube (90 mil) e o Londrina Esporte Clube (74,6 mil). Uma estrutura de cerca de 31 pessoas fazem o Pato Futsal uma das grandes equipes nacionais de futsal. O presidente, quatro diretores, um assistente administrativo, quatro integrantes da comissão técnica da categoria de base, seis integrantes da comissão técnica da equipe adulta e 14 atletas compõem a entidade.
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