Recentemente participei de um treinamento em gestão com um grupo que atua na área financeira, especificamente em uma rede cooperativa de bancos, setor que é uma realidade distinta ao meu atual trabalho, todavia, acredito que esta certificação é replicável em todos os campos de atuação profissional, cada uma com a sua possibilidade de aplicação. A certificação M30 é baseada em uma nova realidade de gestão das organizações, baseada em princípios ágeis, que requerem velocidade na comunicação para as tomadas de decisão, ferramentas tecnológicas, transparência, autonomia no dia-dia de trabalho, capacidade de pensamento complexo entre outras qualidades. Neste texto quero destacar o potencial da gestão esportiva para trabalhar com este novo cenário que requer muitas competências. Sempre comento que o esporte é plural, ou seja, trabalha diretamente com muitas disciplinas. Esporte é uma atividade meio, que com sua multidisciplinariedade provoca a necessidade do desenvolvimento e conhecimento em diversos setores. E isso, está diretamente relacionado com o pensamento complexo. A complexidade em facilitar ou gerenciar os processos esportivos passa pelo conhecimento de áreas como: administração, recursos humanos, jurídico, financeiro, liderança, organização, conhecimento técnico de diversas modalidades, estratégia, governança, infraestrutura, marketing, comunicação, tática, preparação física, fisiologia, nutrição, psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia, scouting entre outras. Neste sentido, os profissionais que trabalham com esporte estão muito atualizados com esta tendência que vem crescendo nos últimos anos, o que o método ágil chama de profissional “T-shaped” – designação dada ao profissional que precisa de um conhecimento sólido em uma disciplina específica (especialista) e ao mesmo tempo precisa compreender várias disciplinas (generalista). Somado a isso, no perfil deste profissional está a capacidade de se reinventar a todo momento e buscar por soluções em ambientes que oscilam com certa recorrência. Acredito que no atual momento, o desafio para as organizações esportivas está em nível de cultura organizacional, quando a visão estratégica dos gestores deve caminhar para a capacitação e treinamento de seus colaboradores, para o entendimento deste cenário e suas atualizações. A criação de uma cultura ágil, com tecnologia e comunicação eficaz, tendem a mudar o rumo da visão centenária das instituições. Nos vemos na próxima!
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Todos nós já ouvimos e lemos a respeito dos possíveis “legados” provocados pela pandemia para os diversos setores da sociedade. Mas afinal, você sabe o que significa esse conceito? E ainda, como ele pode ser tão importante quando o assunto é o esporte, ou mais especificamente, a formação esportiva? No campo esportivo, o conceito de legados tem sido associado nos últimos anos aos megaeventos esportivos, tais como os Jogos Olímpicos e Paralímpicos ou a Copa do Mundo de Futebol da FIFA. Podemos definir esse conceito como as alterações decorrentes de um determinado evento, bem como as consequências que tais mudanças provocam em diversas estruturas e segmentos: econômico, político, social, cultural, religioso, mobilidade urbana, turismo... e, entre outros, no segmento esportivo. Muito se discute atualmente nas mídias e veículos especializados em esporte, quais seriam os legados da pandemia em relação aos grandes eventos esportivos, tais como o adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, a reorganização das grandes ligas americanas e dos Grandes Prêmios de Fórmula 1, ou ainda, o adiamento das grandes competições nacionais, principalmente do nosso carro chefe, o futebol (para muitas mídias é o único carro!). É fato que a pandemia provocará diversos efeitos para as grandes organizações esportivas e seus atletas profissionais. Com certeza, esse cenário do “alto rendimento esportivo” vai demorar algum tempo para atingir sua recuperação e voltar a obter resultados econômicos tão expressivos, seja na venda de ingressos, contratos de transmissão de jogos, captação de patrocínios ou comercialização dos produtos. Mas é fato também que tais organizações terão melhores condições para se reerguerem. E isso deve acontecer num futuro próximo, assim esperamos! Mas também existem vários outros personagens que estão esquecidos e que são tão importantes para que essa cadeia produtiva permaneça viva por muito tempo. Na outra ponta desse iceberg temos milhares de outras organizações esportivas, que mesmo antes da pandemia, sofriam constantemente com a falta de recursos para sustentar suas atividades. Sabe aquele clube, aquela ONG, aquele projeto social que oferecia aulas de esportes e eram responsáveis por movimentar milhares de crianças, adolescentes e jovens? São eles que lapidavam diferentes sonhos e desejos de se tornar um atleta! São eles que mantinham milhares de pessoas com uma vida fisicamente ativa! São eles que oportunizavam um local para que esse público pudesse se socializar, se divertir e se tornarem melhores cidadãos. E é para esse contexto que devemos, também, nos preocupar!!! Será que as entidades representativas já estão discutindo possíveis soluções para auxiliar tais organizações? Será que secretários de esportes estão planejando políticas públicas que possam contribuir para que essas entidades e seus respectivos projetos, continuem sobrevivendo? Será que empresas privadas estão planejando alguma iniciativa de responsabilidade social, onde o esporte também esteja incluído? Será que cada um de nós estamos nos esforçando para que o legado da pandemia possa ainda, ser positivo? E você, conhece alguma iniciativa aí na sua cidade, que esteja provocando uma “sobrevida” às pequenas entidades esportivas? Deixe seu comentário sobre o assunto! Participe!
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Entidades Desportivas
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Abril 2023
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