Durante a pandemia eu percebi alguns avanços da Educação Física aqui em Curitiba e no Paraná. Depois de muito tempo fechado e algumas lutas os profissionais da área e entidades como academias de musculação, tênis e natação passaram a ser considerados essenciais ainda em 2020 no munícipio e, no começo de 2021 o estado informou que os profissionais da área seriam vacinados no grupo prioritário, porque esses também eram considerados da área da saúde. Essas informações para mim eram claras, e talvez eram claras também para a maioria dos formados na área, mas precisou de uma pandemia para a sociedade perceber isso. Agora a UNESCO está tentado alertar isso ao mundo.
O texto segue trazendo uma abordagem preocupada em inserir bons programas de atividades físicas e esportes nas escolas, mas de uma forma que incentive as pessoas a seguirem praticando atividade física o resto de sua vida. Logicamente, que implícito no texto, está a questão de continuar oferecendo opções de atividades físicas de qualidade para os adultos, afinal não adianta ensinar as pessoas a praticarem exercícios quando crianças, se eles não têm onde praticarem quando adultos. Alguns dos benefícios dessa proposta são:
Em razão disso, a UNESCO com o apoio do Comitê Olímpico Internacional lançou durante a Global Sports Week duas publicações orientando ações nesse sentido. Farei um texto futuro falando especificamente de cada uma delas, mas para não deixar esse texto aqui muito longo vou apenas citar o nome e deixar o link, caso você tenha interesse: Making the case for inclusive quality physical education policy development: a policy brief e How to influence the development of quality physical education policy: a policy advocacy toolkit for youth . A primeira publicação argumenta a favor da inclusão de uma política de oferecer educação física de qualidade, enquanto a segunda mostra como fazer isso. A UNESCO chama através desse documento todos os atores do esporte, atividade física, educação, saúde e juventude, a participarem dessa ação e contribuírem para acelerar a recuperação do COVID-19.
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Se você tem interesse por esportes em geral, provavelmente deve estar sabendo que no futebol europeu surgiu uma proposta de criar uma nova Super Liga. O resumo dessa proposta é:
Basicamente o objetivo é fazer uma liga em que estarão todos os clubes populares, evitando clubes médios e pequenos ou de países sem muita tradição, atraindo maiores quantidades de público, patrocínios, interesse da mídia e por fim, se libertar da gestão e do monopólio da UEFA (Federação de Futebol da Europa).
Até aí, a ideia da Super Liga parece ser inovadora, mas e a UEFA Champions League, que já é tão badalada como a melhor competição de clubes do mundo, como fica? A princípio o discurso é que os grandes clubes continuarão disputando a UCL também. Parece faltar lógica, devido ao excessivo número de jogos que fazem num ano, principalmente os clubes ingleses que disputam o Campeonato Inglês, a Copa da Inglaterra e a Copa da Liga Inglesa, com jogos na véspera do natal ou em dia de Ano Novo. No fundo, é uma briga política e por dinheiro. Querem retirar os poderes da UEFA sobre os clubes. É importante lembrar que atualmente boa parte destes grandes clubes são geridos por grupos de investimentos, sendo que muitos deles dos Estados Unidos. Então, para quem conhece o modelo de ligas e franquias norte-americana, fica fácil entender essa Super Liga, sem rebaixamentos dos fundadores e sem ordens da UEFA. As reações de dirigentes, clubes e treinadores No entanto, essa proposta não foi bem recebida pela comunidade do futebol europeu em geral. A recusa do Bayern, Borussia e PSG já deixou evidente que não será fácil implantar a nova competição. Além disso, a UEFA e a FIFA deixaram claro que deverão punir os clubes e atletas por esta liga “pirata”. Na prática, esta punição poderá resultar em exclusão dos clubes da Champions League e dos atletas da Copa do Mundo e da Eurocopa. Agora a briga ficou séria, afinal, qual atleta quer simplesmente abrir mão de disputar a Copa do Mundo por causa de brigas políticas de dirigentes? O dinheiro importa, mas hoje, os atletas já são muito bem pagos nesse nível que estamos falando. Você já deve ter visto atletas recusando propostas de caminhões de dinheiro da Ásia e do Oriente Médio, para permanecerem em um clube de maior visibilidade e com chances de ser convocado para a seleção nacional. Outra complicação são as reações adversas dos clubes excluídos de praticamente a Europa inteira (Ajax, Feyenoord, PSV, Porto, Benfica, Sporting, Lyon, Olympique, Roma e Lazio, só para citar alguns). Ainda existem as reações adversas das torcidas, dos ex-jogadores e treinadores. Abaixo coloquei algumas opiniões relevantes, basicamente dizendo que o futebol não precisa de toda essa ganância, que deve respeitar um pouco mais a própria história de participação dos diversos clubes e que o sistema de rebaixamentos e acessos deve ser respeitado.
Jurgen Klopp e José Mourinho, famosos treinadores do Liverpool e Tottenham respectivamente, demonstraram estarem contrariados a esta nova liga. Me parece que o Mourinho inclusive foi desligado do clube por causa dessa discordância, apesar de o clube ter publicado que o motivo foi o baixo desempenho que a equipe vem apresentando. Já Karl-Heinz Rummenigge, um dos maiores nomes do futebol alemão e representante do Bayern de Munique também se posicionou contra (veja imagem abaixo). Ainda chamo a atenção para alguns detalhes sobre tudo isto: a) Me surpreendeu a recusa do Bayern de Munique, pois o clube possui uma postura predadora no campeonato nacional como estratégia de gestão, contratando sempre os maiores talentos dos rivais, deixando-os mais enfraquecidos, como Neuer (Schalke 04), Götze, Hummels e Lewandowski (Borussia), só para citar alguns. Caso queira ler mais sobre isto, clique aqui e aqui; b) O Campeonato Espanhol não tem clubes grandes simplesmente porque Real Madrid e Barcelona recebem praticamente 50% de todos os recursos da TV, enquanto os demais se matam pelo resto. Se esta divisão fosse mais justa, como é na Inglaterra, certamente teríamos novamente La Coruña, Atlético de Madrid, Valencia, Villa Real, entre outros, com um desempenho melhor, tornando o campeonato mais disputado e imprevisível; c) Caso a Super Liga realmente tenha interesse de manter o ecossistema do futebol saudável, poderia propor algo como o mecanismo de solidariedade que foi feito na Eredivisie da Holanda, em que parte do faturamento dos clubes da primeira divisão é distribuído para ajudar a manter os clubes menores. Só que aqui voltaremos a faltar com a lógica, pois é justamente por mais dinheiro que estão montando este novo torneio... me parece que não terá uma solução solidária; d) No Brasil há uma necessidade de reestruturação do calendário, afinal os clubes grandes jogam em excesso, enquanto os clubes pequenos possuem um calendário deficitário de apenas três meses de atividade no ano inteiro. Além disso, os campeonatos estaduais realmente têm despertado pouco o interesse dos torcedores. As conclusões básicas são: clubes pequenos dependentes das federações, que com poder político conseguem obrigar os grandes a jogarem os estaduais, para não sofrerem punições da CBF. Como o futebol brasileiro é mais desunido que o Europeu, também não se entendem por aqui. Se você quiser ler maiores detalhes sobre a Super Liga, recomendo: Site oficial da Super Liga Formato, criadores e polêmicas: entenda a nova Superliga da Europa Superliga criada. Entenda por que ela é séria ameaça para UEFA e FIFA FIFA pode excluir atletas e clubes por Superliga? Especialistas explicam Caso você queira ver mais sobre os protestos e posicionamentos dos clubes e dirigentes europeus clique aqui.
Acredito que o que me faz gostar tanto de esporte são inúmeras histórias de superação que são vistas em qualquer modalidade que você procure. Além disso, ver seres humanos desafiando seus limites, obtendo recordes ou conquistando feitos que parecem improváveis, além de me inspirar, me deixa mais e mais fascinado com a capacidade que as pessoas têm. E nesse aspecto, acredito que o paradesporto é o auge. Tive maior contato durante o tempo em que trabalhei no Programa Talento Olímpico, atual Geração Olímpica, e fiquei fascinado. Nesse tempo conheci vários atletas de uma instituição chamada ADFP – Associação de Deficientes Físicos do Paraná, dos quais vários deles foram para as Paralimpíadas de 2016. Então, unindo esse meu fascínio pelo paradesporto, como a vontade que eu tenho desde que comecei a escrever textos sobre esportes de abordar o tema, procurei meu amigo Clodoaldo Zafatoski, diretor financeiro da ADFP para fazer um texto, contando um pouco sobre a entidade.
O que eu mais gosto na história da ADFP é essa união do esporte de rendimento com a utilidade esportiva para a sociedade, já que pessoas são reabilitadas de forma gratuita tendo as modalidades esportivas como uma das ferramentas que auxiliam no processo. Durante a reabilitação, alguns apresentam mais aptidão para certos esportes e com isso são levados ao alto rendimento. Se você gostou da história, quer saber mais ou mesmo colaborar recomendo entrar no site da ADFP e conhecer mais sobre essa fantástica entidade que alia um enorme serviço à sociedade com um igualmente grandioso serviço ao paradesporto: adfp.org.br
No dia 30 de março do corrente ano, foi realizado o primeiro Fórum sobre a Profissionalização do Desporto em Angola, no anfiteatro do MAPTSS (Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social), em Luanda. O evento foi promovido pelo Ministério da Juventude e Desportos, que contou com a participação de federações, dirigentes desportivos, atletas e ex-atletas, treinadores e ex-treinadores, associações e escolas de formação desportivas. O evento foi para apresentar e explicar ao pessoal do desporto das vantagens que tem um profissional, tanto nos descontos de pensão, como lhe assegura no contrato com o clube e a federação e como garantir os direitos sob guardados no final da sua carreira. Este debate é necessário, pois em Angola o atleta não é valorizado depois do seu tempo útil e todos eles não são inscritos na Segurança Social, vivendo dos favores dos colegas ou mesmo de alguma ajuda da federação. Tanto é prematuro dizer que a dependência do desporto angolano é grande devido ao déficit de material humano, desportivo e de fábricas, os clubes não conseguem ajudar o desenvolvimento do país porque verdade seja dita, muitos dos atletas não vivem do desporto, eles não são disciplinados, não vivem do salário e são poucas equipas com profissionais por causa dos custos e pagamento exigidos por eles. Pois com isso queremos dizer que em Angola não tem desportos profissionalizados teremos de passar por um processo muito grande e com a participação da mídia, grandes indústrias e fábricas, estruturas desportivas, formação e material humano e muito mais. Angola está a perder atletas e praticantes do desporto em todas províncias por falta de apoio e assim são afastadas e desmotivadas.
Entre os vários constrangimentos, é possível apontar a insuficiência flagrante de equipamentos desportivos e de serviços de apoio à prática desportiva. Assim é que esperamos que este projecto contribua para a concretização das metas estabelecidas na Estratégia do Desenvolvimento do Desporto em Angola... Como dizia Pires, "só os Estados com dirigentes capazes conseguem ter um desporto capaz de unir o mesmo Estado e proporcionar mais empregos” (Pires, 1996: 289).
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Abril 2023
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