Após o encerramento dos jogos olímpicos de Tóquio e paralelo aos Campeonatos Sul-Americanos que darão vaga ao campeonato mundial de seleções, estão começando os campeonatos estaduais de vôlei de clubes. São competições com número reduzidos de clubes, porém extremamente importantes para que os gestores esportivos e as comissões técnicas possam avaliar inúmeras coisas, entre elas:
Em relação ao aspecto financeiro, as equipes têm a possibilidade de realizarem o balanço final da competição e tomarem o conhecimento real de quanto lucraram com a competição e quanto poderão investir na Superliga. Em 2020 não houve público nos jogos em razão da pandemia e os lucros foram reduzidos. Acredita-se que com o retorno gradativo das torcidas nos ginásios, as equipes terão uma renda maior e uma “folga” financeira maior, além de poderem contar com a renda proveniente de seus patrocinadores. Quando as equipes possuem lojas online organizadas, podem lucrar com a venda de uniformes e outros acessórios que poderão deixar a torcida de alguma forma, sentindo-se mais próxima da equipe e ajudando a mantê-la, embora com a crise econômica que atingiu o país, este lucro também teve a possibilidade de redução. Os gastos para a inscrição da Superliga é elevado e não basta apenas fazer a inscrição e sim conseguir manter a equipe financeiramente até o final da competição. Para isso é necessário uma excelente gestão e administração financeira, controle de gastos principalmente nestes dois últimos anos em que são exigidos materiais de higienização e esterilização de tudo o que é utilizado pelos membros da equipe. Os cuidados para evitar a contaminação do vírus são realizados constantemente após cada treino e a cada jogo. Alguns campeonatos estaduais já estão acontecendo, outros em breve irão iniciar. As torcidas estão ansiosas para poderem assistir suas equipes atuando em quadra, com belas partidas, levando o carinho às jogadoras e fazer a festa nas vitórias com gritos e explosões de felicidade. Que todos possam voltar a sorrir e que as equipes possam fazer uma Superliga com excelente qualidade do primeiro ao último jogo.
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No dia 8 de agosto foram encerradas as Olimpíadas de Tóquio com a melhor participação brasileira nos Jogos. O recorde de número de medalhas foi quebrado (21), o recorde de ouros igualado e o país obteve a melhor classificação da história no quadro de medalhas. Se skate e surf ajudaram bastante essa conta, o fator investimento jogou contra durante o último ciclo olímpico conforme noticiado pelo UOL. Peguei algumas informações do Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná para trazer dados sobre o esporte no Brasil para que possamos fazer uma reflexão de como o investimento acaba impactando os resultados Olímpicos. Para começar vale destacar um marco no esporte olímpico do Brasil, a Lei Agnelo-Piva. Sancionada em 16 de julho de 2001 ela prevê que: “2% da arrecadação bruta das loterias federais em operação no país, descontadas as premiações, sejam destinados em favor do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), na seguinte proporção: 85% para o COB e os 15% restantes para o CPB.” A Confederação Brasileira de Clubes (CBC) posteriormente a criação da lei também foi incluída nela. Ou seja, desde 2002 o esporte brasileiro recebe verba pública direta para acontecer. Por curiosidade se verificarmos a quantidade de medalhas no Brasil em Olimpíadas antes dessa data, teremos 66 em 19 edições dos jogos. E essa conta é muito favorecida pelos Jogos Olímpicos de 96 e 2000 que juntos contabilizam 27 medalhas. Se você é uma daquelas pessoas que dá mais valor ao ouro, precisa saber que nesse mesmo período o Brasil conquistou 12. De 2004 para cá, primeira Olimpíada com o aporte da Lei Agnelo-Piva, foram 5 edições, um total de 75 medalhas, 25 delas de ouro. O gráfico abaixo, retirado do Instagram do Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná mostra essa evolução. Se considerarmos apenas a Lei Agnelo-Piva, o valor investido no esporte pelo Governo Federal vem aumentando quase que constantemente desde 2002, com uma estagnação entre 2016 e 2018, mas voltando a crescer em 2019. Foram 3 bilhões de reais investidos ao todo. A matéria do UOL mencionada no começo desse texto, justifica esse aumento em virtude do aumento de apostas nas loterias. Esse valor aportado pelo Governo Federal é diferente para cada confederação de acordo com 12 critérios que o Comitê Olímpico Brasileiro segue (saiba mais). Podemos acrescentar a esse número os valores investidos pelo Programa Bolsa Atleta, que segundo a Secretaria Especial do Esporte, é um investimento médio anual de R$ 98,4 milhões de reais. Novamente aqui encontramos uma data comum, foi em 2005 que o programa começou a distribuir valores aos atletas. Por mais questões que ele levante se o valor é suficiente para fazer o atleta se dedicar apenas ao seu treinamento é uma forma de investimento. Abaixo o histórico de bolsistas do Programa Bolsa Atleta. Isso sem falar em valores de Lei de Incentivo Federal, de leis de incentivo ou bolsas atletas estaduais e municipais, do valor investido pelas forças armadas em atleta, do valor repassado pelo Comitê Brasileiro de Clubes. Não quero aqui debater se esses valores são suficientes ou insuficientes, mas quero trazer a reflexão de que após a Lei Piva em 2001 e o Bolsa Atleta em 2005 o número de medalhas do Brasil nos Jogos Olímpicos cresceu. Seria fruto desses investimentos ou um acaso? Qual a sua opinião?
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Abril 2023
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