No mês de maio de 2018 a Seleção Brasileira de Rugby “fez história” e venceu pela primeira vez o Campeonato Sul-Americano de Rugby, sendo uma vitória inédita com a seleção argentina XV um dos grandes feitos desta conquista. Há poucos anos atrás tal vitória e conquista seriam inimagináveis!
Mas o que eu gostaria de abordar neste texto não é a vitória esportiva em si e sim a consequência do planejamento, profissionalização e reestruturação da Confederação Brasileira de Rugby que foi de grande importância para tal feito ter ocorrido. A minha dissertação de mestrado teve como um dos objetos de estudo o processo da profissionalização da gestão da CBRu. Durante as entrevistas do CEO, Sr. Agustin Danza e do então presidente Sr. Sami Arap, pude identificar que a proposta de profissionalização da gestão foi a base para a posterior profissionalização esportiva de atletas e comissão técnica, em busca de melhores resultados e popularização do Rugby no Brasil. O caminho apresentado pela CBRu para popularizar o Rugby no Brasil foi buscar a melhora dos resultados esportivos em médio prazo e uma sonhada classificação a Copa do Mundo de Rugby 2023, que será disputada na França, aumentando assim o interesse midiático em torno rugby brasileiro, por meio de uma seleção brasileira com imagem vencedora. Como ferramentas para a evolução esportiva foi utilizada a repatriação de alguns atletas que atuavam no exterior e teriam direito a cidadania brasileira por via familiar (mãe ou pai brasileiros), jogadores estrangeiros que viviam no Brasil há pelo menos três anos e a profissionalização de todo um grupo de jogadores para formar a seleção brasileira de rugby. Os jogadores profissionais treinam diariamente em dois núcleos, sendo o primeiro em São Paulo capital e o outro em São José dos Campos no interior paulista. Esta fórmula de se criar seleções fixas e profissionais já foi utilizada em outras modalidades como o handebol feminino e ginástica artística e mostrou-se eficiente momentaneamente, com grandes resultados esportivos, mas que a longo prazo não se mostrou sustentável pois tais resultados não alavancaram a modalidade como um todo no Brasil, ainda mais se falando da formação de jovens atletas na base. Apesar de estar provando de bons resultados esportivos de sua seleção brasileira nos últimos dois anos, o rugby brasileiro, a níveis de clube e formação de base, não se encontra no mesmo patamar de resultados em popularização, encontrando dificuldades para buscar novos atletas e assim desenvolver a modalidade de uma forma sustentável e duradoura. Fica o alerta para que a CBRu não cometa os mesmos erros de outras confederações no passado e que os clubes não depositem todas suas fichas esperando que a CBRu e federações resolvam todos os seus problemas. A opinião pessoal deste autor é que a CBRu vem fazendo um belo trabalho em prol da popularização da modalidade no Brasil, apostando suas fichas em uma seleção vencedora, trazendo assim mais apoio midiático e aporte financeiro. Cabe aos clubes buscar a melhoria de sua gestão, aproveitando o bom momento midiático, para trazer mais praticantes à modalidade, assim como novos apoiadores. O caminho não é fácil, mas há de se trabalhar muito para que seja vencedor. Dessa forma, levanto aqui uma discussão de como os clubes devem agir para melhorar sua gestão, seu aporte financeiro e como consequência o aumento de número de associados e atletas. Este será o tema do meu próximo texto. Um grande abraço e até a próxima!
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Entidades Desportivas
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Abril 2023
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