A Copa do Mundo mais cara da história vem dando o que falar dentro e fora de campo. Com todas as polêmicas envolvendo a construção de estádios, proibição de bebidas alcóolicas e demonstração de afeto em público, entre outros, o país sede investiu nada mais nada menos que R$ 1,22 trilhão, comparado com R$ 61,8 bilhões da Rússia em 2018. Quando olhamos além dos lindos estádios, estrutura da cidade luxuosa, vemos que tudo isso envolve muita tecnologia, seja dentro do espetáculo do jogo ou fora. Os oficiais do evento contam com ferramentas sofisticadas para controlar quase todos os aspectos dos jogos e seus arredores, procurando promover a melhor experiência a todos os que vão ao país. Começando com aspectos dentro de campo, vemos a bola Al Rihla sendo a primeira bola oficial de Copa do Mundo com tecnologia conectada. Em uma colaboração entre Adidas, FIFA e Kinexon, empresa líder em sensores de última geração e inteligência artificial, dados sobre a posição dos atletas em campo são combinados com sensores dentro da bola que rastreiam cada toque nela cerca de 500 vezes por segundo, informando instantaneamente os árbitros de vídeo onde e quem tocou na bola.
Com esse mesmo propósito de otimizar a tomada de decisão, sendo essas mais rápidas e precisas sobre os pênaltis, impedimentos, lances, os estádios possuem 12 câmeras de rastreamento em seus telhados que rastreiam 50 vezes por segundo a bola e até 29 pontos no corpo dos jogadores, calculando suas posições exatas no campo. É uma forma de detecção semiautomatizada de impedimentos, onde as localizações dos dados rastreados são enviadas aos árbitros de vídeo em tempo real, os quais após análise de um lance de impedimento, por exemplo, comunicam os árbitros em campo e que ao confirmarem, uma animação 3D é exibida no estádio e nas transmissões de TV para mostrar como que a decisão foi alcançada. Já extra campo, vamos começar a falar sobre os estádios. São oito deles, muito tecnológicos e luxuosos, e com muitos planos para o pós-Copa, para que não fiquem sem uso após tanto investimento. Para aliviar as altas temperaturas no Catar, sistemas de resfriamento foram implantados em sete dos oito estádios, onde o ar de dentro é puxado por aberturas estratégicas nas arquibancadas e perto do gramado, resfriado, filtrado e empurrado novamente para fora. O sistema de refrigeração é ativado com energia solar e tem sensores pelo estádio que ajudam a regular as temperaturas. Por meio de tecnologia, o resfriamento ocorre somente onde há pessoas, mantendo o local entre 17 e 23 graus Celsius. Para entender mais sobre o sistema, acesse o vídeo no link. Outra curiosidade é que, pensando também no calor, os estádios foram projetados e orientados de acordo com a posição do sol para maximizar a sombra no campo e arquibancada. As cores e materiais dos mesmos também foram calculadas para absorver o menos de calor possível. Após a Copa, os planos para os estádios incluem transformação em um conjunto de instalações comunitárias, com lojas comerciais, mercearias, clínicas de saúde e talvez até uma escola, como é o caso do Lusail; e para o 974, por exemplo, o plano é desmontá-lo completamente, algo que acontecerá pela primeira vez em uma Copa do Mundo, já que esse é formado por containers conectados por aço modular.
Para assegurar a segurança, mais de 15.000 câmeras com reconhecimento facial foram instaladas nos oito estádios e seus arredores, pelas quais os centros de comando e controle no Catar rastreiam os movimentos das pessoas durante os jogos, usando algoritmos para tentar evitar tumultos e detectar ameaças à segurança. Além dos estádios, o controle fica sobre metrô e ônibus também, contando com drones para estimar o número de pessoas nas ruas. Com o intuito de elevar ainda mais a experiência dos torcedores, a FIFA criou o aplicativo FIFA+ “Stadium Experience”, o qual permite torcedores na Copa do Mundo escanearem o campo com o celular através do app e visualizar as partidas em realidade aumentada (RA). O aplicativo reconhece automaticamente cada jogador em campo, e ao tocar neles, suas estatísticas individuais e de equipe aparecem, assim como velocidades em tempo real. Pelo app replays do VAR podem ser visualizados também, assim como um mapa de calor mostrando posse de bola, tentativas de gol, quantos passes foram feitos (certos ou errados), etc. O torcedor hoje muitas vezes não se contenta somente em ficar 90 minutos sentado assistindo, muitos querem interagir, ter mais detalhes, que é o que o uso do app oferece. Cada vez mais vemos a arte do esporte envolvida com tecnologia, inovações - seja para captar mais dados, melhorar as análises, engajar mais os torcedores. Há controvérsias de que esse uso de tecnologia, às vezes visto como exagerado, faz com que o esporte perca um pouco de sua beleza, sendo muito dependente, no caso de impedimentos por exemplo, do uso de recursos extra campo, e não só mais do conhecimento e entendimento dos árbitros, por exemplo. Eu vejo isso como um ciclo natural, assim como cirurgias hoje podem ser realizadas por robôs, a inteligência artificial se infiltra em todos os ramos, inclusive no futebol. Mas e você, o que pensa disso tudo?
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Abril 2023
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