No dia 30 de março do corrente ano, foi realizado o primeiro Fórum sobre a Profissionalização do Desporto em Angola, no anfiteatro do MAPTSS (Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social), em Luanda. O evento foi promovido pelo Ministério da Juventude e Desportos, que contou com a participação de federações, dirigentes desportivos, atletas e ex-atletas, treinadores e ex-treinadores, associações e escolas de formação desportivas. O evento foi para apresentar e explicar ao pessoal do desporto das vantagens que tem um profissional, tanto nos descontos de pensão, como lhe assegura no contrato com o clube e a federação e como garantir os direitos sob guardados no final da sua carreira. Este debate é necessário, pois em Angola o atleta não é valorizado depois do seu tempo útil e todos eles não são inscritos na Segurança Social, vivendo dos favores dos colegas ou mesmo de alguma ajuda da federação. Tanto é prematuro dizer que a dependência do desporto angolano é grande devido ao déficit de material humano, desportivo e de fábricas, os clubes não conseguem ajudar o desenvolvimento do país porque verdade seja dita, muitos dos atletas não vivem do desporto, eles não são disciplinados, não vivem do salário e são poucas equipas com profissionais por causa dos custos e pagamento exigidos por eles. Pois com isso queremos dizer que em Angola não tem desportos profissionalizados teremos de passar por um processo muito grande e com a participação da mídia, grandes indústrias e fábricas, estruturas desportivas, formação e material humano e muito mais. Angola está a perder atletas e praticantes do desporto em todas províncias por falta de apoio e assim são afastadas e desmotivadas.
Entre os vários constrangimentos, é possível apontar a insuficiência flagrante de equipamentos desportivos e de serviços de apoio à prática desportiva. Assim é que esperamos que este projecto contribua para a concretização das metas estabelecidas na Estratégia do Desenvolvimento do Desporto em Angola... Como dizia Pires, "só os Estados com dirigentes capazes conseguem ter um desporto capaz de unir o mesmo Estado e proporcionar mais empregos” (Pires, 1996: 289).
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No dia 20 de fevereiro acabou o 27º Rally Transparaná, uma das maiores competições off-road da América Latina. Integrante dos Jogos de Aventura e Natureza, o evento movimentou a economia de diversas cidades do estado, conforme o objetivo dos Jogos criados em 2019.
O impacto do esporte na economia pode ter sido bem maior se imaginarmos que os atletas podem levar mais que um acompanhante e que ainda existem todas as pessoas envolvidas no staff dos eventos. De qualquer forma fica aqui um exemplo prático de como o esporte aliado com o turismo pode ser um fator produtivo na economia, seja com a realização de eventos amadores, seja com eventos de alto rendimento. Você conhece outros bons exemplos nesse sentido?
Pelo contato que eu tive com esporte nesses anos de trabalho, tive a sensação que em virtude de sua relação com o governo brasileiro como forma de promover a pátria desde os anos 40 e, por sua relação direta com entidades sem fins lucrativos como: clubes, federações e confederações, o esporte têm medo de cobrar pelos seus serviços e por isso os recursos ficam inexistentes.
Voltando a questão principal desse texto que é sobre o esporte incidir mais em aspectos econômicos, a experiência que eu vivenciei durante o trabalho na Federação Paranaense de Tênis me despertou para esse lado. A FPT sofreu um pouco do impacto desse mundo durante a época Guga, o sucesso do catarinense gerou uma demanda alta de alunos, que fez surgirem academias de tênis visando atender a demanda de pessoas querendo aprender a modalidade e que não eram sócias de clubes, de olho é claro no lucro. Isso fez a Federação ter inclusive que adaptar seu estatuto para aceitar que entidades com fins lucrativos também pudessem fazer parte das entidades vinculadas a FPT, antes apenas entidades sem fins lucrativos podiam participar da entidade. Claro que a inserção de entidades com fins lucrativos dentro de uma entidade sem fins lucrativos também fez com que a entidade tivesse que pensar no esporte pelo lado financeiro. Isso na minha visão contribuiu muito para a Federação Paranaense de Tênis se tornar exemplo para outras. Tanto que a reestruturação da Federação Mineira de Tênis foi baseada no trabalho feito no Paraná.
A modalidade ultrapassou o limite das cidades litorâneas e já atingiu cerca de 300 mil praticantes no país. Destaque para o fato do esporte ser muito fácil de praticar e conseguir envolver a família inteira, o que tem sido um grande diferencial. O beach tennis é um esporte recente e já foi percebido por muitos como uma grande oportunidade de negócio, como aconteceu com o tênis na época do Guga, mas com a diferença que, desde sua chegada no Brasil, o tênis é estruturado com base no conceito do “sem fins lucrativos”, enquanto o beach tennis tende mais para o que aconteceu com o spinning ou com o crossfit, e se baseia mais nas entidades do “com fins lucrativos”. O crossfit inclusive também se utiliza de eventos para chamar atenção e fidelizar seu público.
A modalidade na verdade virou um estilo de vida, já que muitos praticantes amadores agora querem viajar para jogar os torneios. A Confederação Brasileira de Tênis atrelou aos torneios profissionais da Federação Internacional de Tênis, a necessidade de realização de torneios amadores, o que também faz com que os praticantes fiquem perto de excelentes jogadores e gerem receitas para a entidade. Além disso, ela migrou do tênis uma competição infantojuvenil, transformando-a em um evento amador: a Copa das Federações. Um evento em que as federações estaduais mandam a suas equipes para disputar quem é o estado mais forte do país. A Copa das Federações reforçou os torneios amadores estaduais, porque agora para você ser conseguir uma vaga na Copa das Federações pelo estado do Paraná é necessário ser vinculado a Federação Paranaense de Tênis, pagar a anuidade e jogar os torneios estaduais, para se colocar entre os melhores do ranking de sua categoria. E isso vale independentemente do seu nível, pois a Copa das Federações libera disputas do iniciante ao avançado. O grande prêmio por essa briga? Os convocados pela FPT vão para a Copa das Federações com tudo pago para o evento que ocorre em Jurerê. Além disso, recebem uniforme e podem dizer que foram convocados para a seleção estadual e são os melhores do estado em sua categoria. Outro atrativo que os torneios estaduais e nacionais têm é a conquista de alunos. Os professores participam das competições para vender o seu trabalho, bons resultados chamam alunos e isso reflete também nas academias, tanto que no Paraná existe o Interclubes de Beach Tennis, em que os clubes e academias formam suas equipes para definir o melhor do estado. É uma ótima forma de fazer o cliente vestir a camisa da instituição e se engajar ainda mais.
Acredito que se mais modalidades conseguissem ter esse impacto e se até mesmo os governos percebessem essa cadeia, o esporte e a sociedade em geral iria ganhar e crescer. E você, o que você pensa sobre o assunto?
No dia 20 de dezembro foi encerrada a Liga Nacional de Futsal (LNF), a vitória do Magnus sobre o Corinthians marcou o encerramento de uma competição que teve que se adaptar de forma considerável devido a pandemia para finalizar sua 25ª edição. Criada em 1996 a LNF se baseou na NBA para criar seu modelo de franquias, dessa forma era necessário comprar uma franquia ou associar-se a uma já existente, uma ideia acredito que pioneira no Brasil.
“Temos nas redes sociais hoje quase 150 mil seguidores, é claro nosso o maior patrimônio é nosso torcedor que além de comparecer aos jogos, consume os materiais esportivos vendidos nas lojas on-line e física o clube”. Com esse engajamento digital realmente expressivo, o Pato ainda consegue trabalhar sua imagem nas transmissões de TV e na Pato TV. Para tentar evidenciar mais o tamanho do sucesso da equipe de Pato Branco, usando como efeito de comparação o futebol, na plataforma do Instagram o Pato Futsal possui hoje quase metade do número de seguidores do Coritiba Foot Ball Club (197 mil) e mais seguidores que o Paraná Clube (90 mil) e o Londrina Esporte Clube (74,6 mil). Uma estrutura de cerca de 31 pessoas fazem o Pato Futsal uma das grandes equipes nacionais de futsal. O presidente, quatro diretores, um assistente administrativo, quatro integrantes da comissão técnica da categoria de base, seis integrantes da comissão técnica da equipe adulta e 14 atletas compõem a entidade.
Na próxima terça-feira (26/01) abre novamente o edital para inscrição do Programa Bolsa Atleta Federal. Tenho minhas opiniões sobre o programa, prós e contras, mas como nunca trabalhei diretamente com o programa, o objetivo desse texto não é gerar polêmica, é apenas trazer alguns dados interessantes sobre o programa. Para quem quiser pleitear a bolsa o link de acesso é: https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/bolsa-atleta/inscricoes As fontes usadas foram o próprio site do Governo Federal e o site Inteligência Esportiva. Inclusive, se você não conhece o trabalho do Inteligência Esportiva, convido a conhecer. Era uma ação conjunta entre o Centro de Pesquisa em Esporte, Lazer e Sociedade (CEPELS) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR) da Secretaria Especial de Esportes do Ministério da Cidadania, essa ação foi encerrada recentemente, mas o site ainda contém inúmeras informações relevantes sobre o esporte no Brasil, especialmente sobre o Bolsa Atleta. Agora vamos aos dados, começando pela função do Programa Bolsa Atleta: “O programa garante condições mínimas para que (atletas) se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paraolímpicas”. Acredito que é importante trazer aqui uma reflexão que vou desenvolver um pouco mais na sequência. Devido aos valores ofertados em algumas categorias de bolsa, vêm a questão se o programa realmente cumpre sua função ou acabando servindo mais como um programa de welfare state, ou seja, apenas uma bolsa auxílio. Se você quiser saber mais sobre o tema tem uma dissertação de doutorado muito boa sobre o assunto aqui. Vou falar resumidamente do tema a seguir.
Como os atletas estão em diferentes níveis da carreia, o Programa Bolsa Atleta concede o benefício em seis diferentes categorias: Base, Estudantil, Nacional, Internacional, Olímpica/Paralímpica e Pódio, com valores mensais que variam de R$ 370 a R$ 3.100. Aqui podemos voltar a reflexão se o Programa atende seu objetivo de dar condições mínimas para o atleta se dedicar ao esporte. Imaginando que o salário mínimo é de R$ 1.100,00, uma bolsa de R$ 370 não seria suficiente para se sustentar no país, o que não seria suficiente para atender o objetivo do programa de garantir condições mínimas para que os atletas se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e competições.
Por fim, no site do Inteligência Esportiva é possível verificar o valor total recebido por cada atleta que já fez parte do programa, então procurei os nomes dos atletas que já estão garantidos nos Jogos de Tóquio segundo o Governo Federal:
Um dos grandes temas discutidos na questão esportiva no Brasil é a dificuldade na obtenção de recursos financeiros. A iniciativa esportiva basicamente é financiada pelo estado através de leis federais, estaduais e municipais, com situações muito pontuais de patrocínio direto a entidades ou atletas. Diante disso, trago abaixo algumas sugestões baseadas em experiências próprias do que é possível fazer dependendo do tipo de agente esportivo. Tive certa experiência trabalhando no Programa Geração Olímpica do Paraná, na época em que ainda era chamado de Programa Talento Olímpico, o maior projeto estadual de bolsa atleta existente no país. Também vivenciei quase 8 anos na Federação Paranaense de Tênis, uma entidade autossustentável, sem recursos públicos, o que é diferente da grande maioria das entidades no país e recentemente entrei no Clube Curitibano. Dessa forma, irei abordar nas próximas linhas a questão da federação, atleta e clube que são diretamente minha experiência profissional e minhas sugestões para esses 3 tipos de agentes esportivos. ATLETAS Se você morar em uma cidade como Curitiba, pode ser um bom lugar para ser atleta. Dependendo de seus resultados você pode conseguir alguma verba através da Secretaria Municipal de Esportes Lazer e Juventude (SMELJ), bolsa estadual através do Programa Geração Olímpica e bolsa federal através do Bolsa Atleta. Cada programa tem editais próprios e abrem em períodos diferentes, então é importante ficar atento aos períodos que as inscrições abrem e os critérios necessários para participar. Os programas federal e estadual têm bolsas com valores definidos, enquanto o municipal você pode solicitar uma determinada verba, mas para isso precisará fazer um projeto nos moldes solicitados. O governo do estado do Paraná tem também o Proesporte, que é a lei de incentivo ao esporte estadual, nela é possível escrever um projeto e solicitar determinada verba, algo que também é possível na Lei de Incentivo Federal. Nesses dois últimos casos e, também na busca por um patrocínio pessoal que seja independente de recurso público, é muito importante pensar em qual será o retorno para quem aportar o dinheiro. É fundamental que o patrocinador ou o apoiador do projeto tenha algum retorno interessante, mesmo que esteja utilizando recursos vindos de renúncia fiscal. Existem inúmeros atletas por aí e inúmeros projetos que podem ser mais atraentes para o patrocinador devido a isso, ou simplesmente devido a modalidade. Falando em modalidade pode ser interessante buscar um clube que seja filiado ao CBC. O Comitê Brasileiro de Clubes possibilita pagamentos de hospedagem e passagens em viagens e, para os clubes é importante que existam atletas competindo por eles. Alguns clubes em algumas modalidades não conseguem preencher as vagas apenas com os associados, o que abre vaga para o chamado sócio atleta. Além disso, ter resultados bons a nível sul-americano pode ser suficiente para a obtenção de bolsas de estudos nos Estados Unidos em que é possível conciliar faculdade com a vida esportiva em ótimas estruturas. CLUBES / CENTROS ESPORTIVOS / ACADEMIAS Os clubes normalmente já possuem uma receita da mensalidade do sócio que é revertida proporcionalmente para cada modalidade, enquanto centros esportivos e academias esportivas vivem dos pagamentos mensais dos serviços prestados. Para essas instituições que visam lucro, criar um modelo associativo, nos moldes de um clube, pode ser uma alternativa. Dada a devida proporção é o que os clubes de futebol fazem no sócio torcedor. Ter uma receita fixa ajuda muito em um planejamento. Realizar eventos pode também ser uma boa alternativa para arrecadar recursos ou mesmo manter os alunos motivados. Normalmente, o valor da inscrição de um evento serve para custear as despesas do próprio evento, então ele tem um caráter mais de manutenção de clientes/sócios. Porém, realizar eventos oficiais (federação, confederação) pode ser uma forma de ter arrecadação extra. No caso específico do tênis, por exemplo, realizar um torneio federado gera receitas para o promotor, o que pode ser utilizado pela academia ou pelo departamento de tênis do clube com uma receita extra. Como já mencionado no item anterior existem leis municipais, estaduais e federais que podem receber projetos esportivos. Os projetos podem ser de realização de eventos, capacitações, treinamentos entre outros. A Lei de Incentivo ao Esporte do Estado do Paraná (PROESPORTE) e a Lei de Incentivo ao Esporte Municipal de Curitiba permitem até que pessoas físicas inscrevam projetos, ou seja, os professores ou diretores do local podem inscrever o projeto caso o clube possua alguma pendência com o governo ou mesmo não queira se comprometer a escrever o projeto em apenas uma modalidade. FEDERAÇÃO / CONFEDERAÇÃO As confederações de esportes Olímpicos recebem um valor do COB para realizar as suas atividades, então, de certa forma já recebem algum recurso. Em algumas modalidades inclusive esse valor é repassado as federações, sendo a única fonte de recursos. As federações que não têm a dependência desse repasse, basicamente tem suas receitas advindas de eventos e de taxas federativas. Algumas cobram para emissão de declarações e relatórios, outras cobram taxa de filiação ou taxa de anuidade. Minha percepção é que muitas entidades falham em perceber, incentivar e obter recursos de eventos amadores adultos por estarem muito concentradas no rendimento ou no infanto-juvenil. Não que a base não seja importante, mas existem estudos que apontam que o maior consumidor do esporte, e consequentemente o maior financiador, são os amadores. Usando experiência própria, a Federação Paranaense de Tênis consegue boa parte de suas receitas com esse perfil de jogadores. Aqui novamente projetos de incentivo ao esporte estaduais e federal são opções, afinal como eu já falei no início desse texto o maior financiador do esporte no Brasil é o estado. Algumas confederações já perceberam que ter uma gestão, muito profissional, muito transparente, utilizando vários princípios de governança, pode ser uma forma de tornar a entidade atraente para patrocinadores. Pode levar um certo tempo, mas acredito que esse último item é fundamental não apenas para a conquista de recurso como para a manutenção financeira saudável da entidade. Essa foram algumas breves sugestões para tentar auxiliar pessoas ou instituições que estão procurando formas de conseguir recursos financeiros. Esqueci de alguma? Deixe seu comentário.
Nas sociedades actuais a importância atribuída ao Desporto é inquestionável, sobretudo como uma das principais formas de ocupação do tempo livre. O Desporto nos dias de hoje é visto como um meio de aglutinação e consolidação social, através da prática desportiva organizada, uma vez que proporciona o desenvolvimento de conceitos básicos da vida em comunidade tais, como, o respeito pelas regras, o trabalho de equipa, o voluntariado, a superação, o apoio aos desfavorecidos, luta por uma saúde pública, só para citar alguns... A nova Lei de base do sistema desportivo angolano, Lei 05/14 de 20 de Maio, constitui um instrumento decisivo que espera-se que permita reactivar com novo impulso e com directrizes claras, a promoção e o desenvolvimento do desporto e actividade física no país. Com efeito, pela primeira vez e, a partir da promulgação desta Lei, a actividade desportiva é claramente concebida como uma preocupação social do Estado, que deve ser objecto de uma política pública, tal como acontece com a educação, saúde ou habitação entre outras. Esta é uma temática em que procura relacionar o desporto com a unidade nacional, bem como a promoção da paz e do desenvolvimento, num esforço bem-sucedido na medida em que o desporto é visto como um dos fenómenos sociais que acompanha o desenvolvimento global, sendo um importante veículo universalmente reconhecido de aproximação entre povos, e um importante meio de inclusão social (Constantino, 2006), tal como já referi anteriormente. O desporto enquanto modalidade e enquanto ciência precisa de pessoas corajosas, que venham a escrever e divulgar mais sobre este fenómeno mundial que une vários povos para a manutenção da saúde humana, quer física, mental e espiritual. Devemos considerar também o potencial de interferência positiva do desporto a nível das relações diplomáticas entre os Estados, como um elemento de actuação multiforme, isto é, no que concerne a aproximação e confraternização entre os povos, do ponto de vista pedagógico, de socialização e ressocialização, como uma alavanca para o turismo, criação de novos postos de emprego, a nível do desenvolvimento e do crescimento socioeconómico, educação ao espírito solidário, habilidades para o trabalho em equipa e outras valências. Do ponto de vista específico, procuramos alcançar os seguintes seis objectivos:
Embora exista uma quase unanimidade quanto aos factores que tendem a dificultar o desenvolvimento da actividade desportiva em Angola, importa enfatizar que existem, de facto, vários constrangimentos que têm impedido uma acção concertada das diferentes instituições e agentes nacionais para ultrapassá-los. De entre os vários constrangimentos, é possível apontar:
Contudo é visível que a maior parte das acções públicas do Desporto em Angola são ainda pontuais e com um carácter marcadamente assistencialista. Isto é, são realizadas na sua generalidade, através do apoio material às diferentes federações desportivas e ao Comité Olímpico Angolano (COA), bem como a construção de Infraestruturas desportivas por via de realização de eventos desportivos como foram os casos do Campeonato Africano de Futebol 2010 e do AFROBASQUET 2012, faltando de facto a elaboração de uma política desportiva nacional clara (Gestores desportivos), sustentável e continuada, pois o Plano Nacional de Desenvolvimento 2013/17 no que se refere ao Desporto é um exemplo ilustrativo disso mesmo. Todavia a aprovação da principal Lei reguladora do Desporto em Angola em 2014, poderá marcar de facto o início de uma nova era (até a data presente esperamos anciãmente). Deste modo, afigura-se extremamente importante, na medida em que pretende demonstrar as diversas formas como, a actividade desportiva pode construir-se num instrumento indispensável para o desenvolvimento e a unidade dos povos, com especial destaque para Angola pós-conflito. Evidentemente, o desporto pode e permite a aproximação e confraternização entre os povos, de que são maiores exemplo os Jogos Olímpicos. O desporto promove a divulgação de uma melhor imagem externa dos países, já que os eventos mais importantes são vistos por milhões de pessoas em todo o mundo; pode estimular a educação tradicional e desenvolver maior interação das pessoas com o meio ambiente, criar emprego, fomentar turismo e o desenvolvimento socioeconómico. No âmbito social, o desporto tem função pedagógica no processo de formação do indivíduo, ressaltando a disciplina, o respeito à hierarquia e às “regras do jogo”, a solidariedade, o espírito de equipa e outros factores do desenvolvimento humano. Pode ser utilizado como instrumento de resgate social e também vem sendo considerado um antídoto à violência de entre outros. No âmbito econômico, o desporto envolve muitos recursos financeiros; movimenta uma grande indústria diversificada e especializada na produção de equipamentos desportivos, uniformes, equipamentos protectores e calçados, entre outros. Movimenta também a indústria do entretenimento atendendo a sua valência espectacular que leva a mídia ao desporto, como factor determinante para a sua divulgação, ganhando como contrapartida graus de audiência em todo o mundo e com isso um retorno incalculável do negócio da publicidade e advertíeis. Constitui meio de vida para milhares de pessoas em todo o mundo, pois é uma actividade de grande geração de empregos que envolve desde médicos, professores, técnicos, dirigentes, fisiologistas, nutricionistas, dirigentes até pessoal de apoio que trabalha em rouparia, lavandaria e comércio de artigos desportivos, entre outros. Além disso, estimula o sector de construção, aumenta o fluxo turístico e propicia o surgimento de novos produtos e serviços. Com a temática que se propõe a investigar, pretende-se contribuir de forma modesta e científica no que tange à hermenêutica do pensamento político no campo desportivo, ou seja, as estratégias e políticas do desporto como elemento essencial para o desenvolvimento da juventude em Angola. Por outro lado, pretende-se apresentar a importância do desporto para a juventude angolana, apoiando-nos na doutrina já existente e largamente desenvolvida sobre a matéria. A promoção de políticas públicas desportivas nos Estados nacionais, atestam a relação cada vez maior da relação entre a política e o desporto. No entanto os estudos dessas relações são historicamente recentes, situando-se o seu desenvolvimento, aos contributos de Jean Meynaud (1966), professor da Universidade de Montreal e autor de vários livros sobre temas desportivos. Desde então as autoridades públicas têm vindo a manifestar uma forte tendência a interessar-se por assuntos desportivos, promovendo mediante investimentos públicos, a prática desportiva multifacetada, bem como o seu desenvolvimento. Estas tendências se têm manifestado também notavelmente em Angola, praticamente desde a Independência do país, mas fundamentalmente depois de 2002 (ano da paz definitiva do nosso país). O desporto em Angola e sua organização Na verdade, como o desporto é um direito fundamental dos cidadãos, que tende a formação e o desenvolvimento da personalidade, compete desta feita ao Estado acautelar e promover os meios necessários à prática desportiva, esperando este, que o associativismo se afirma na sua organização e desenvolvimento. O desporto é sem dúvida um factor de unidade Nacional que contribui para a saúde das populações e a mitigação de práticas nocivas à convivência social, nomeadamente no seio dos adolescentes e jovens. O desporto não só contribui para a eliminação de práticas nocivas como também promove uma saúde psicológica e física por parte de quem o pratica como saúde emocional e motivacional por parte do público assistente. Em outros termos, o desporto contribui, como foi acima referenciado, para uma saúde da população funcionando também como elo entre os diferentes povos e culturas. Sendo, Angola um país que se apresenta como um museu cultural o desporto funciona como um lenitivo para inibir todos os complexos e rivalidades históricas, acidentais, políticas, religiosas, étnicas entre outros, que possam existir no seio do povo angolano. Eis a razão por excelência da tendência de nossa parte enquanto funcionária do Ministério da Juventude e Desportos, investigadora científica e analista de factos, fenómenos a acções políticas do Estado angolano, que incentivou de certa forma à elaborar e compilar o presente estudo científico (Livro: Desporto factor de desenvolvimento e Unidade Nacional – Uma análise a realidade angolana - Editora Acácia, 2017). O governo assegura a direcção e coordenação permanente e efectivas dos organismos da administração do Estado, com intervenção nas áreas do Desporto. Assegurando por isso, através do recpectivo Departamento especializado, a programação global da actividade desportiva. Num outro plano, cabe ao Estado com critérios descentralizados em articulação com poder local, a construção de instalações desportivas. Por último, o órgão competente do governo (Ministério da Juventude e Desportos) cabe o papel de apoiar administrativa e financeiramente o desenvolvimento da actividade desportiva nas escolas e comunidades, evidenciando de certa forma a grande importância da formação de quadros desportivos para cuidarem do desporto a partir da base, ou seja, a formação dos quadros, técnicos e profissionais de desporto, começando nas escolas ou com condições necessárias para o exercício da prática desportiva embrionária. Os recursos financeiros empregues nestes subsistemas devem ser direccionados para a capacitação e actualização dos conhecimentos dos professores de educação física, melhoria dos equipamentos desportivos das escolas e demais instituições de ensino e aprendizagem, daí ser-lhes conferidos (aos recursos) um carácter de prioridade pelo grande número de agentes neles envolvidos. O desporto é financiado através de recursos ordinários no Orçamento Geral do Estado e de outras verbas extraordinárias, provenientes de fundos e de desenvolvimento, exclusivamente a ele vocacionado.
Recentemente participei de um treinamento em gestão com um grupo que atua na área financeira, especificamente em uma rede cooperativa de bancos, setor que é uma realidade distinta ao meu atual trabalho, todavia, acredito que esta certificação é replicável em todos os campos de atuação profissional, cada uma com a sua possibilidade de aplicação. A certificação M30 é baseada em uma nova realidade de gestão das organizações, baseada em princípios ágeis, que requerem velocidade na comunicação para as tomadas de decisão, ferramentas tecnológicas, transparência, autonomia no dia-dia de trabalho, capacidade de pensamento complexo entre outras qualidades. Neste texto quero destacar o potencial da gestão esportiva para trabalhar com este novo cenário que requer muitas competências. Sempre comento que o esporte é plural, ou seja, trabalha diretamente com muitas disciplinas. Esporte é uma atividade meio, que com sua multidisciplinariedade provoca a necessidade do desenvolvimento e conhecimento em diversos setores. E isso, está diretamente relacionado com o pensamento complexo. A complexidade em facilitar ou gerenciar os processos esportivos passa pelo conhecimento de áreas como: administração, recursos humanos, jurídico, financeiro, liderança, organização, conhecimento técnico de diversas modalidades, estratégia, governança, infraestrutura, marketing, comunicação, tática, preparação física, fisiologia, nutrição, psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia, scouting entre outras. Neste sentido, os profissionais que trabalham com esporte estão muito atualizados com esta tendência que vem crescendo nos últimos anos, o que o método ágil chama de profissional “T-shaped” – designação dada ao profissional que precisa de um conhecimento sólido em uma disciplina específica (especialista) e ao mesmo tempo precisa compreender várias disciplinas (generalista). Somado a isso, no perfil deste profissional está a capacidade de se reinventar a todo momento e buscar por soluções em ambientes que oscilam com certa recorrência. Acredito que no atual momento, o desafio para as organizações esportivas está em nível de cultura organizacional, quando a visão estratégica dos gestores deve caminhar para a capacitação e treinamento de seus colaboradores, para o entendimento deste cenário e suas atualizações. A criação de uma cultura ágil, com tecnologia e comunicação eficaz, tendem a mudar o rumo da visão centenária das instituições. Nos vemos na próxima!
Todos nós já ouvimos e lemos a respeito dos possíveis “legados” provocados pela pandemia para os diversos setores da sociedade. Mas afinal, você sabe o que significa esse conceito? E ainda, como ele pode ser tão importante quando o assunto é o esporte, ou mais especificamente, a formação esportiva? No campo esportivo, o conceito de legados tem sido associado nos últimos anos aos megaeventos esportivos, tais como os Jogos Olímpicos e Paralímpicos ou a Copa do Mundo de Futebol da FIFA. Podemos definir esse conceito como as alterações decorrentes de um determinado evento, bem como as consequências que tais mudanças provocam em diversas estruturas e segmentos: econômico, político, social, cultural, religioso, mobilidade urbana, turismo... e, entre outros, no segmento esportivo. Muito se discute atualmente nas mídias e veículos especializados em esporte, quais seriam os legados da pandemia em relação aos grandes eventos esportivos, tais como o adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, a reorganização das grandes ligas americanas e dos Grandes Prêmios de Fórmula 1, ou ainda, o adiamento das grandes competições nacionais, principalmente do nosso carro chefe, o futebol (para muitas mídias é o único carro!). É fato que a pandemia provocará diversos efeitos para as grandes organizações esportivas e seus atletas profissionais. Com certeza, esse cenário do “alto rendimento esportivo” vai demorar algum tempo para atingir sua recuperação e voltar a obter resultados econômicos tão expressivos, seja na venda de ingressos, contratos de transmissão de jogos, captação de patrocínios ou comercialização dos produtos. Mas é fato também que tais organizações terão melhores condições para se reerguerem. E isso deve acontecer num futuro próximo, assim esperamos! Mas também existem vários outros personagens que estão esquecidos e que são tão importantes para que essa cadeia produtiva permaneça viva por muito tempo. Na outra ponta desse iceberg temos milhares de outras organizações esportivas, que mesmo antes da pandemia, sofriam constantemente com a falta de recursos para sustentar suas atividades. Sabe aquele clube, aquela ONG, aquele projeto social que oferecia aulas de esportes e eram responsáveis por movimentar milhares de crianças, adolescentes e jovens? São eles que lapidavam diferentes sonhos e desejos de se tornar um atleta! São eles que mantinham milhares de pessoas com uma vida fisicamente ativa! São eles que oportunizavam um local para que esse público pudesse se socializar, se divertir e se tornarem melhores cidadãos. E é para esse contexto que devemos, também, nos preocupar!!! Será que as entidades representativas já estão discutindo possíveis soluções para auxiliar tais organizações? Será que secretários de esportes estão planejando políticas públicas que possam contribuir para que essas entidades e seus respectivos projetos, continuem sobrevivendo? Será que empresas privadas estão planejando alguma iniciativa de responsabilidade social, onde o esporte também esteja incluído? Será que cada um de nós estamos nos esforçando para que o legado da pandemia possa ainda, ser positivo? E você, conhece alguma iniciativa aí na sua cidade, que esteja provocando uma “sobrevida” às pequenas entidades esportivas? Deixe seu comentário sobre o assunto! Participe!
A menção feita neste título, relembra um texto publicado pelo meu então professor na pós-graduação, Erich Beting, colunista do portal UOL, em abril de 2012, que relatava a vinda dos espetáculos esportivos nunca antes vistos no Brasil. Naquele momento começava minha carreira no mundo esportivo, os Jogos de Londres 2012 ainda não tinham acontecido e o mercado esportivo começava a aquecer no Brasil com a vinda dos megaeventos. Até então, neste percurso, o país tinha realizado algumas paradas como Jogos Pan Americanos 2007, Jogos Mundiais Militares 2011, Mundial Feminino de Handebol 2011 e no caminho ainda vinham eventos como Copa das Confederações FIFA 2013, e os megaeventos Copa do Mundo FIFA 2014 e os Jogos Rios 2016. Outros acontecimentos que agregaram a esta pomposa agenda foram CONMEBOL Copa América 2019 e Copa do Mundo FIFA Sub-17 2019. Quando trato no título sobre o “fim da rota”, quero trazer ao debate a mensagem que este caminho poderia ter sido estendido até meados de 2023, quando o Brasil era potencial candidato a realização da Copa do Mundo Feminina FIFA 2023. Devido ao atual momento em que vivemos, com o espaço reduzido de pautas esportivas nas mídias em geral, passou despercebida a desistência do Brasil como candidato a sede deste evento. Em nota oficial, de 08 de junho de 2020, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) cita como motivo principal do não acontecimento a falta de garantias do Governo Brasileiro, considerando o imprevisto cenário econômico provocado pela pandemia mundial. A possibilidade de realização deste evento, agora incumbência de Austrália e Nova Zelândia, poderia impulsionar ainda mais o mercado do futebol feminino no Brasil, que está em crescimento, e busca estabilizar-se no cenário nacional como uma pauta possível de investimentos para entidades esportivas, novos patrocinadores e despertar o interesse para qualificação de novos profissionais. A criação e manutenção de equipes de futebol feminino é uma realidade para clubes de Série A que disputam o Brasileirão 2020 e vai ser tratada em breve, nos textos publicados em nossas mídias sociais e neste blog. E agora? Qual a nossa próxima parada?
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Entidades Desportivas
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Abril 2023
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