Na próxima terça-feira (26/01) abre novamente o edital para inscrição do Programa Bolsa Atleta Federal. Tenho minhas opiniões sobre o programa, prós e contras, mas como nunca trabalhei diretamente com o programa, o objetivo desse texto não é gerar polêmica, é apenas trazer alguns dados interessantes sobre o programa. Para quem quiser pleitear a bolsa o link de acesso é: https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/bolsa-atleta/inscricoes As fontes usadas foram o próprio site do Governo Federal e o site Inteligência Esportiva. Inclusive, se você não conhece o trabalho do Inteligência Esportiva, convido a conhecer. Era uma ação conjunta entre o Centro de Pesquisa em Esporte, Lazer e Sociedade (CEPELS) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR) da Secretaria Especial de Esportes do Ministério da Cidadania, essa ação foi encerrada recentemente, mas o site ainda contém inúmeras informações relevantes sobre o esporte no Brasil, especialmente sobre o Bolsa Atleta. Agora vamos aos dados, começando pela função do Programa Bolsa Atleta: “O programa garante condições mínimas para que (atletas) se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paraolímpicas”. Acredito que é importante trazer aqui uma reflexão que vou desenvolver um pouco mais na sequência. Devido aos valores ofertados em algumas categorias de bolsa, vêm a questão se o programa realmente cumpre sua função ou acabando servindo mais como um programa de welfare state, ou seja, apenas uma bolsa auxílio. Se você quiser saber mais sobre o tema tem uma dissertação de doutorado muito boa sobre o assunto aqui. Vou falar resumidamente do tema a seguir.
Como os atletas estão em diferentes níveis da carreia, o Programa Bolsa Atleta concede o benefício em seis diferentes categorias: Base, Estudantil, Nacional, Internacional, Olímpica/Paralímpica e Pódio, com valores mensais que variam de R$ 370 a R$ 3.100. Aqui podemos voltar a reflexão se o Programa atende seu objetivo de dar condições mínimas para o atleta se dedicar ao esporte. Imaginando que o salário mínimo é de R$ 1.100,00, uma bolsa de R$ 370 não seria suficiente para se sustentar no país, o que não seria suficiente para atender o objetivo do programa de garantir condições mínimas para que os atletas se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e competições.
Por fim, no site do Inteligência Esportiva é possível verificar o valor total recebido por cada atleta que já fez parte do programa, então procurei os nomes dos atletas que já estão garantidos nos Jogos de Tóquio segundo o Governo Federal:
0 Comentários
Um dos grandes temas discutidos na questão esportiva no Brasil é a dificuldade na obtenção de recursos financeiros. A iniciativa esportiva basicamente é financiada pelo estado através de leis federais, estaduais e municipais, com situações muito pontuais de patrocínio direto a entidades ou atletas. Diante disso, trago abaixo algumas sugestões baseadas em experiências próprias do que é possível fazer dependendo do tipo de agente esportivo. Tive certa experiência trabalhando no Programa Geração Olímpica do Paraná, na época em que ainda era chamado de Programa Talento Olímpico, o maior projeto estadual de bolsa atleta existente no país. Também vivenciei quase 8 anos na Federação Paranaense de Tênis, uma entidade autossustentável, sem recursos públicos, o que é diferente da grande maioria das entidades no país e recentemente entrei no Clube Curitibano. Dessa forma, irei abordar nas próximas linhas a questão da federação, atleta e clube que são diretamente minha experiência profissional e minhas sugestões para esses 3 tipos de agentes esportivos. ATLETAS Se você morar em uma cidade como Curitiba, pode ser um bom lugar para ser atleta. Dependendo de seus resultados você pode conseguir alguma verba através da Secretaria Municipal de Esportes Lazer e Juventude (SMELJ), bolsa estadual através do Programa Geração Olímpica e bolsa federal através do Bolsa Atleta. Cada programa tem editais próprios e abrem em períodos diferentes, então é importante ficar atento aos períodos que as inscrições abrem e os critérios necessários para participar. Os programas federal e estadual têm bolsas com valores definidos, enquanto o municipal você pode solicitar uma determinada verba, mas para isso precisará fazer um projeto nos moldes solicitados. O governo do estado do Paraná tem também o Proesporte, que é a lei de incentivo ao esporte estadual, nela é possível escrever um projeto e solicitar determinada verba, algo que também é possível na Lei de Incentivo Federal. Nesses dois últimos casos e, também na busca por um patrocínio pessoal que seja independente de recurso público, é muito importante pensar em qual será o retorno para quem aportar o dinheiro. É fundamental que o patrocinador ou o apoiador do projeto tenha algum retorno interessante, mesmo que esteja utilizando recursos vindos de renúncia fiscal. Existem inúmeros atletas por aí e inúmeros projetos que podem ser mais atraentes para o patrocinador devido a isso, ou simplesmente devido a modalidade. Falando em modalidade pode ser interessante buscar um clube que seja filiado ao CBC. O Comitê Brasileiro de Clubes possibilita pagamentos de hospedagem e passagens em viagens e, para os clubes é importante que existam atletas competindo por eles. Alguns clubes em algumas modalidades não conseguem preencher as vagas apenas com os associados, o que abre vaga para o chamado sócio atleta. Além disso, ter resultados bons a nível sul-americano pode ser suficiente para a obtenção de bolsas de estudos nos Estados Unidos em que é possível conciliar faculdade com a vida esportiva em ótimas estruturas. CLUBES / CENTROS ESPORTIVOS / ACADEMIAS Os clubes normalmente já possuem uma receita da mensalidade do sócio que é revertida proporcionalmente para cada modalidade, enquanto centros esportivos e academias esportivas vivem dos pagamentos mensais dos serviços prestados. Para essas instituições que visam lucro, criar um modelo associativo, nos moldes de um clube, pode ser uma alternativa. Dada a devida proporção é o que os clubes de futebol fazem no sócio torcedor. Ter uma receita fixa ajuda muito em um planejamento. Realizar eventos pode também ser uma boa alternativa para arrecadar recursos ou mesmo manter os alunos motivados. Normalmente, o valor da inscrição de um evento serve para custear as despesas do próprio evento, então ele tem um caráter mais de manutenção de clientes/sócios. Porém, realizar eventos oficiais (federação, confederação) pode ser uma forma de ter arrecadação extra. No caso específico do tênis, por exemplo, realizar um torneio federado gera receitas para o promotor, o que pode ser utilizado pela academia ou pelo departamento de tênis do clube com uma receita extra. Como já mencionado no item anterior existem leis municipais, estaduais e federais que podem receber projetos esportivos. Os projetos podem ser de realização de eventos, capacitações, treinamentos entre outros. A Lei de Incentivo ao Esporte do Estado do Paraná (PROESPORTE) e a Lei de Incentivo ao Esporte Municipal de Curitiba permitem até que pessoas físicas inscrevam projetos, ou seja, os professores ou diretores do local podem inscrever o projeto caso o clube possua alguma pendência com o governo ou mesmo não queira se comprometer a escrever o projeto em apenas uma modalidade. FEDERAÇÃO / CONFEDERAÇÃO As confederações de esportes Olímpicos recebem um valor do COB para realizar as suas atividades, então, de certa forma já recebem algum recurso. Em algumas modalidades inclusive esse valor é repassado as federações, sendo a única fonte de recursos. As federações que não têm a dependência desse repasse, basicamente tem suas receitas advindas de eventos e de taxas federativas. Algumas cobram para emissão de declarações e relatórios, outras cobram taxa de filiação ou taxa de anuidade. Minha percepção é que muitas entidades falham em perceber, incentivar e obter recursos de eventos amadores adultos por estarem muito concentradas no rendimento ou no infanto-juvenil. Não que a base não seja importante, mas existem estudos que apontam que o maior consumidor do esporte, e consequentemente o maior financiador, são os amadores. Usando experiência própria, a Federação Paranaense de Tênis consegue boa parte de suas receitas com esse perfil de jogadores. Aqui novamente projetos de incentivo ao esporte estaduais e federal são opções, afinal como eu já falei no início desse texto o maior financiador do esporte no Brasil é o estado. Algumas confederações já perceberam que ter uma gestão, muito profissional, muito transparente, utilizando vários princípios de governança, pode ser uma forma de tornar a entidade atraente para patrocinadores. Pode levar um certo tempo, mas acredito que esse último item é fundamental não apenas para a conquista de recurso como para a manutenção financeira saudável da entidade. Essa foram algumas breves sugestões para tentar auxiliar pessoas ou instituições que estão procurando formas de conseguir recursos financeiros. Esqueci de alguma? Deixe seu comentário.
Nas sociedades actuais a importância atribuída ao Desporto é inquestionável, sobretudo como uma das principais formas de ocupação do tempo livre. O Desporto nos dias de hoje é visto como um meio de aglutinação e consolidação social, através da prática desportiva organizada, uma vez que proporciona o desenvolvimento de conceitos básicos da vida em comunidade tais, como, o respeito pelas regras, o trabalho de equipa, o voluntariado, a superação, o apoio aos desfavorecidos, luta por uma saúde pública, só para citar alguns... A nova Lei de base do sistema desportivo angolano, Lei 05/14 de 20 de Maio, constitui um instrumento decisivo que espera-se que permita reactivar com novo impulso e com directrizes claras, a promoção e o desenvolvimento do desporto e actividade física no país. Com efeito, pela primeira vez e, a partir da promulgação desta Lei, a actividade desportiva é claramente concebida como uma preocupação social do Estado, que deve ser objecto de uma política pública, tal como acontece com a educação, saúde ou habitação entre outras. Esta é uma temática em que procura relacionar o desporto com a unidade nacional, bem como a promoção da paz e do desenvolvimento, num esforço bem-sucedido na medida em que o desporto é visto como um dos fenómenos sociais que acompanha o desenvolvimento global, sendo um importante veículo universalmente reconhecido de aproximação entre povos, e um importante meio de inclusão social (Constantino, 2006), tal como já referi anteriormente. O desporto enquanto modalidade e enquanto ciência precisa de pessoas corajosas, que venham a escrever e divulgar mais sobre este fenómeno mundial que une vários povos para a manutenção da saúde humana, quer física, mental e espiritual. Devemos considerar também o potencial de interferência positiva do desporto a nível das relações diplomáticas entre os Estados, como um elemento de actuação multiforme, isto é, no que concerne a aproximação e confraternização entre os povos, do ponto de vista pedagógico, de socialização e ressocialização, como uma alavanca para o turismo, criação de novos postos de emprego, a nível do desenvolvimento e do crescimento socioeconómico, educação ao espírito solidário, habilidades para o trabalho em equipa e outras valências. Do ponto de vista específico, procuramos alcançar os seguintes seis objectivos:
Embora exista uma quase unanimidade quanto aos factores que tendem a dificultar o desenvolvimento da actividade desportiva em Angola, importa enfatizar que existem, de facto, vários constrangimentos que têm impedido uma acção concertada das diferentes instituições e agentes nacionais para ultrapassá-los. De entre os vários constrangimentos, é possível apontar:
Contudo é visível que a maior parte das acções públicas do Desporto em Angola são ainda pontuais e com um carácter marcadamente assistencialista. Isto é, são realizadas na sua generalidade, através do apoio material às diferentes federações desportivas e ao Comité Olímpico Angolano (COA), bem como a construção de Infraestruturas desportivas por via de realização de eventos desportivos como foram os casos do Campeonato Africano de Futebol 2010 e do AFROBASQUET 2012, faltando de facto a elaboração de uma política desportiva nacional clara (Gestores desportivos), sustentável e continuada, pois o Plano Nacional de Desenvolvimento 2013/17 no que se refere ao Desporto é um exemplo ilustrativo disso mesmo. Todavia a aprovação da principal Lei reguladora do Desporto em Angola em 2014, poderá marcar de facto o início de uma nova era (até a data presente esperamos anciãmente). Deste modo, afigura-se extremamente importante, na medida em que pretende demonstrar as diversas formas como, a actividade desportiva pode construir-se num instrumento indispensável para o desenvolvimento e a unidade dos povos, com especial destaque para Angola pós-conflito. Evidentemente, o desporto pode e permite a aproximação e confraternização entre os povos, de que são maiores exemplo os Jogos Olímpicos. O desporto promove a divulgação de uma melhor imagem externa dos países, já que os eventos mais importantes são vistos por milhões de pessoas em todo o mundo; pode estimular a educação tradicional e desenvolver maior interação das pessoas com o meio ambiente, criar emprego, fomentar turismo e o desenvolvimento socioeconómico. No âmbito social, o desporto tem função pedagógica no processo de formação do indivíduo, ressaltando a disciplina, o respeito à hierarquia e às “regras do jogo”, a solidariedade, o espírito de equipa e outros factores do desenvolvimento humano. Pode ser utilizado como instrumento de resgate social e também vem sendo considerado um antídoto à violência de entre outros. No âmbito econômico, o desporto envolve muitos recursos financeiros; movimenta uma grande indústria diversificada e especializada na produção de equipamentos desportivos, uniformes, equipamentos protectores e calçados, entre outros. Movimenta também a indústria do entretenimento atendendo a sua valência espectacular que leva a mídia ao desporto, como factor determinante para a sua divulgação, ganhando como contrapartida graus de audiência em todo o mundo e com isso um retorno incalculável do negócio da publicidade e advertíeis. Constitui meio de vida para milhares de pessoas em todo o mundo, pois é uma actividade de grande geração de empregos que envolve desde médicos, professores, técnicos, dirigentes, fisiologistas, nutricionistas, dirigentes até pessoal de apoio que trabalha em rouparia, lavandaria e comércio de artigos desportivos, entre outros. Além disso, estimula o sector de construção, aumenta o fluxo turístico e propicia o surgimento de novos produtos e serviços. Com a temática que se propõe a investigar, pretende-se contribuir de forma modesta e científica no que tange à hermenêutica do pensamento político no campo desportivo, ou seja, as estratégias e políticas do desporto como elemento essencial para o desenvolvimento da juventude em Angola. Por outro lado, pretende-se apresentar a importância do desporto para a juventude angolana, apoiando-nos na doutrina já existente e largamente desenvolvida sobre a matéria. A promoção de políticas públicas desportivas nos Estados nacionais, atestam a relação cada vez maior da relação entre a política e o desporto. No entanto os estudos dessas relações são historicamente recentes, situando-se o seu desenvolvimento, aos contributos de Jean Meynaud (1966), professor da Universidade de Montreal e autor de vários livros sobre temas desportivos. Desde então as autoridades públicas têm vindo a manifestar uma forte tendência a interessar-se por assuntos desportivos, promovendo mediante investimentos públicos, a prática desportiva multifacetada, bem como o seu desenvolvimento. Estas tendências se têm manifestado também notavelmente em Angola, praticamente desde a Independência do país, mas fundamentalmente depois de 2002 (ano da paz definitiva do nosso país). O desporto em Angola e sua organização Na verdade, como o desporto é um direito fundamental dos cidadãos, que tende a formação e o desenvolvimento da personalidade, compete desta feita ao Estado acautelar e promover os meios necessários à prática desportiva, esperando este, que o associativismo se afirma na sua organização e desenvolvimento. O desporto é sem dúvida um factor de unidade Nacional que contribui para a saúde das populações e a mitigação de práticas nocivas à convivência social, nomeadamente no seio dos adolescentes e jovens. O desporto não só contribui para a eliminação de práticas nocivas como também promove uma saúde psicológica e física por parte de quem o pratica como saúde emocional e motivacional por parte do público assistente. Em outros termos, o desporto contribui, como foi acima referenciado, para uma saúde da população funcionando também como elo entre os diferentes povos e culturas. Sendo, Angola um país que se apresenta como um museu cultural o desporto funciona como um lenitivo para inibir todos os complexos e rivalidades históricas, acidentais, políticas, religiosas, étnicas entre outros, que possam existir no seio do povo angolano. ![]() Eis a razão por excelência da tendência de nossa parte enquanto funcionária do Ministério da Juventude e Desportos, investigadora científica e analista de factos, fenómenos a acções políticas do Estado angolano, que incentivou de certa forma à elaborar e compilar o presente estudo científico (Livro: Desporto factor de desenvolvimento e Unidade Nacional – Uma análise a realidade angolana - Editora Acácia, 2017). O governo assegura a direcção e coordenação permanente e efectivas dos organismos da administração do Estado, com intervenção nas áreas do Desporto. Assegurando por isso, através do recpectivo Departamento especializado, a programação global da actividade desportiva. Num outro plano, cabe ao Estado com critérios descentralizados em articulação com poder local, a construção de instalações desportivas. Por último, o órgão competente do governo (Ministério da Juventude e Desportos) cabe o papel de apoiar administrativa e financeiramente o desenvolvimento da actividade desportiva nas escolas e comunidades, evidenciando de certa forma a grande importância da formação de quadros desportivos para cuidarem do desporto a partir da base, ou seja, a formação dos quadros, técnicos e profissionais de desporto, começando nas escolas ou com condições necessárias para o exercício da prática desportiva embrionária. Os recursos financeiros empregues nestes subsistemas devem ser direccionados para a capacitação e actualização dos conhecimentos dos professores de educação física, melhoria dos equipamentos desportivos das escolas e demais instituições de ensino e aprendizagem, daí ser-lhes conferidos (aos recursos) um carácter de prioridade pelo grande número de agentes neles envolvidos. O desporto é financiado através de recursos ordinários no Orçamento Geral do Estado e de outras verbas extraordinárias, provenientes de fundos e de desenvolvimento, exclusivamente a ele vocacionado.
Recentemente participei de um treinamento em gestão com um grupo que atua na área financeira, especificamente em uma rede cooperativa de bancos, setor que é uma realidade distinta ao meu atual trabalho, todavia, acredito que esta certificação é replicável em todos os campos de atuação profissional, cada uma com a sua possibilidade de aplicação. A certificação M30 é baseada em uma nova realidade de gestão das organizações, baseada em princípios ágeis, que requerem velocidade na comunicação para as tomadas de decisão, ferramentas tecnológicas, transparência, autonomia no dia-dia de trabalho, capacidade de pensamento complexo entre outras qualidades. Neste texto quero destacar o potencial da gestão esportiva para trabalhar com este novo cenário que requer muitas competências. Sempre comento que o esporte é plural, ou seja, trabalha diretamente com muitas disciplinas. Esporte é uma atividade meio, que com sua multidisciplinariedade provoca a necessidade do desenvolvimento e conhecimento em diversos setores. E isso, está diretamente relacionado com o pensamento complexo. A complexidade em facilitar ou gerenciar os processos esportivos passa pelo conhecimento de áreas como: administração, recursos humanos, jurídico, financeiro, liderança, organização, conhecimento técnico de diversas modalidades, estratégia, governança, infraestrutura, marketing, comunicação, tática, preparação física, fisiologia, nutrição, psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia, scouting entre outras. Neste sentido, os profissionais que trabalham com esporte estão muito atualizados com esta tendência que vem crescendo nos últimos anos, o que o método ágil chama de profissional “T-shaped” – designação dada ao profissional que precisa de um conhecimento sólido em uma disciplina específica (especialista) e ao mesmo tempo precisa compreender várias disciplinas (generalista). Somado a isso, no perfil deste profissional está a capacidade de se reinventar a todo momento e buscar por soluções em ambientes que oscilam com certa recorrência. Acredito que no atual momento, o desafio para as organizações esportivas está em nível de cultura organizacional, quando a visão estratégica dos gestores deve caminhar para a capacitação e treinamento de seus colaboradores, para o entendimento deste cenário e suas atualizações. A criação de uma cultura ágil, com tecnologia e comunicação eficaz, tendem a mudar o rumo da visão centenária das instituições. Nos vemos na próxima!
Todos nós já ouvimos e lemos a respeito dos possíveis “legados” provocados pela pandemia para os diversos setores da sociedade. Mas afinal, você sabe o que significa esse conceito? E ainda, como ele pode ser tão importante quando o assunto é o esporte, ou mais especificamente, a formação esportiva? No campo esportivo, o conceito de legados tem sido associado nos últimos anos aos megaeventos esportivos, tais como os Jogos Olímpicos e Paralímpicos ou a Copa do Mundo de Futebol da FIFA. Podemos definir esse conceito como as alterações decorrentes de um determinado evento, bem como as consequências que tais mudanças provocam em diversas estruturas e segmentos: econômico, político, social, cultural, religioso, mobilidade urbana, turismo... e, entre outros, no segmento esportivo. Muito se discute atualmente nas mídias e veículos especializados em esporte, quais seriam os legados da pandemia em relação aos grandes eventos esportivos, tais como o adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, a reorganização das grandes ligas americanas e dos Grandes Prêmios de Fórmula 1, ou ainda, o adiamento das grandes competições nacionais, principalmente do nosso carro chefe, o futebol (para muitas mídias é o único carro!). É fato que a pandemia provocará diversos efeitos para as grandes organizações esportivas e seus atletas profissionais. Com certeza, esse cenário do “alto rendimento esportivo” vai demorar algum tempo para atingir sua recuperação e voltar a obter resultados econômicos tão expressivos, seja na venda de ingressos, contratos de transmissão de jogos, captação de patrocínios ou comercialização dos produtos. Mas é fato também que tais organizações terão melhores condições para se reerguerem. E isso deve acontecer num futuro próximo, assim esperamos! Mas também existem vários outros personagens que estão esquecidos e que são tão importantes para que essa cadeia produtiva permaneça viva por muito tempo. Na outra ponta desse iceberg temos milhares de outras organizações esportivas, que mesmo antes da pandemia, sofriam constantemente com a falta de recursos para sustentar suas atividades. Sabe aquele clube, aquela ONG, aquele projeto social que oferecia aulas de esportes e eram responsáveis por movimentar milhares de crianças, adolescentes e jovens? São eles que lapidavam diferentes sonhos e desejos de se tornar um atleta! São eles que mantinham milhares de pessoas com uma vida fisicamente ativa! São eles que oportunizavam um local para que esse público pudesse se socializar, se divertir e se tornarem melhores cidadãos. E é para esse contexto que devemos, também, nos preocupar!!! Será que as entidades representativas já estão discutindo possíveis soluções para auxiliar tais organizações? Será que secretários de esportes estão planejando políticas públicas que possam contribuir para que essas entidades e seus respectivos projetos, continuem sobrevivendo? Será que empresas privadas estão planejando alguma iniciativa de responsabilidade social, onde o esporte também esteja incluído? Será que cada um de nós estamos nos esforçando para que o legado da pandemia possa ainda, ser positivo? E você, conhece alguma iniciativa aí na sua cidade, que esteja provocando uma “sobrevida” às pequenas entidades esportivas? Deixe seu comentário sobre o assunto! Participe!
A menção feita neste título, relembra um texto publicado pelo meu então professor na pós-graduação, Erich Beting, colunista do portal UOL, em abril de 2012, que relatava a vinda dos espetáculos esportivos nunca antes vistos no Brasil. Naquele momento começava minha carreira no mundo esportivo, os Jogos de Londres 2012 ainda não tinham acontecido e o mercado esportivo começava a aquecer no Brasil com a vinda dos megaeventos. Até então, neste percurso, o país tinha realizado algumas paradas como Jogos Pan Americanos 2007, Jogos Mundiais Militares 2011, Mundial Feminino de Handebol 2011 e no caminho ainda vinham eventos como Copa das Confederações FIFA 2013, e os megaeventos Copa do Mundo FIFA 2014 e os Jogos Rios 2016. Outros acontecimentos que agregaram a esta pomposa agenda foram CONMEBOL Copa América 2019 e Copa do Mundo FIFA Sub-17 2019. Quando trato no título sobre o “fim da rota”, quero trazer ao debate a mensagem que este caminho poderia ter sido estendido até meados de 2023, quando o Brasil era potencial candidato a realização da Copa do Mundo Feminina FIFA 2023. Devido ao atual momento em que vivemos, com o espaço reduzido de pautas esportivas nas mídias em geral, passou despercebida a desistência do Brasil como candidato a sede deste evento. Em nota oficial, de 08 de junho de 2020, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) cita como motivo principal do não acontecimento a falta de garantias do Governo Brasileiro, considerando o imprevisto cenário econômico provocado pela pandemia mundial. A possibilidade de realização deste evento, agora incumbência de Austrália e Nova Zelândia, poderia impulsionar ainda mais o mercado do futebol feminino no Brasil, que está em crescimento, e busca estabilizar-se no cenário nacional como uma pauta possível de investimentos para entidades esportivas, novos patrocinadores e despertar o interesse para qualificação de novos profissionais. A criação e manutenção de equipes de futebol feminino é uma realidade para clubes de Série A que disputam o Brasileirão 2020 e vai ser tratada em breve, nos textos publicados em nossas mídias sociais e neste blog. E agora? Qual a nossa próxima parada?
Retorno às minhas atividades no Gestão Desportiva, depois de um ano bastante movimentado no cenário nacional. Ano eleitoral, indefinições sobre novos governos e incertezas sobre cenários políticos. E o que sabemos? O que sabemos é que teremos novos desafios para este e também para os próximos anos no esporte brasileiro. De imediato, em nível federal, o presidente eleito extinguiu o Ministério do Esporte, alocando a pasta junto ao Ministério da Cidadania, como uma Secretaria Executiva, compartilhando com a Cultura e o Desenvolvimento Social. Pelos comentários de especialistas na pasta pública, publicados em outros canais, a estrutura de Secretaria é mais enxuta, o que naturalmente provoca uma redução de investimentos no setor. Como o foco deste blog é a gestão estratégica e recursos, trago ao leitor uma boa notícia: a bolada que o esporte ganhou na Mega-Sena da Virada. No final do ano, muitas pessoas se mobilizam para participar dos tradicionais “bolões” da cobiçada Mega da Virada. O que nem todos que apostam sabem é que as loterias são uma das fontes de recursos do esporte nacional, dividindo com a seguridade social, cultura e segurança pública. E, claro, com os vencedores da aposta. A divisão dos recursos para o esporte, segundo o site da Caixa Econômica Federal, segue o seguinte roteiro:
A arrecadação total da Mega da Virada foi de R$ 886.048.366,00. Demonstrando a distribuição dos recursos, a partir dos mais beneficiados, tivemos o seguinte cenário:
O Esporte arrecadou R$ 62.200.595,29, ou seja, 7,02% do total, atrás da Seguridade Social (17,32%) e Segurança (10,26%). À Cultura são destinados 2,92% da arrecadação. Em números comparativos, o COB vai receber o equivalente a seis vezes ao repasse da Lei Agnelo Piva (LAP) para o badminton e ciclismo, assim como outros comparativos. Considerado o cenário atual de indefinições, e diante da possibilidade de redução de recursos, a Mega da Virada vem para contribuir com cifras significativas para o esporte nacional. A alocação destes recursos, e como eles serão administrados, deverão ser pauta para uma próxima oportunidade. E lembre-se: às quartas e sábados, via de regra, acontecerão outros concursos da Mega Sena! Boa sorte e até a próxima.
É comum ouvirmos que grande parte dos clubes e federações esportivas do Brasil ainda possuem gestões amadoras. No meu último texto, escrevi sobre o fim do Ministério dos Esportes e sobre a dependência dos nossos esportes profissionais por dinheiro público. Hoje vou falar sobre profissionalismo, que é a base de sustentação desse ramo de negócios. Sem fazer um grande histórico e consequentemente um texto longo, vou ilustrar essa situação com algo não tão distante. Na década de 1970 até 1990 era comum existirem os “badboys” nos esportes e na música, ídolos e astros desrespeitando fãs, jornalistas ou colegas de profissão. Até que os patrocinadores começaram a ver problema nisso, pois nenhum empresário responsável desejava aliar a marca da sua empresa a alguém com problemas de comportamento e notícias nas páginas policiais. Por isso que desde a década de 2000 aproximadamente, os badboys foram sumindo do mapa aos poucos. Ídolos do esporte e astros da música que viam a grana chegando dos patrocínios perceberam que tinham muito mais a ganhar tendo um bom comportamento. Já os badboys foram perdendo patrocínios e consequentemente dinheiro, ou seja, era melhor mudar o comportamento. Isso é algo muito próximo do que ocorre com a gestão de entidades esportivas. Os que apresentam “bom comportamento” tendem a receber mais patrocínios privados. Por exemplo a CBRu (Confederação Brasileira de Rugby). Pode não ser uma entidade perfeita, mas está mais avançada que muitas federações de esportes populares e com mais recursos. Logicamente que o investimento de patrocínio depende de outros fatores como a popularidade da modalidade, a visibilidade na mídia, a participação de atletas famosos, os resultados internacionais e etc. Entidades com “bom comportamento”, ou seja, com boas práticas de gestão possuem boa governança corporativa, transparência financeira, ética, cumprimento de metas e normas, entre outros parâmetros de qualidade. Aprofundando um pouco na questão do profissionalismo em si, isso não significa que algo é “profissional” porque tem dinheiro envolvido. Afinal, quantos jogadores amadores ganham dinheiro para jogar partidas de final de semana? Na gestão, quantos gestores recebem dinheiro e entregam resultados amadores? A palavra profissionalismo deveria carregar junto uma bagagem com outros significados, como: formação adequada, atitudes responsáveis e adequadas, metas e cobranças por resultados, eficiência, transparência, inovação, foco, dedicação... Vejamos, muitas modalidades que não aparecem na grande mídia reclamam da falta de espaço. Porém, o que estão fazendo para mudar isto? Ganhar popularidade? Quais projetos possuem? Qual visão de futuro? Dois exemplos e sugestões: 1. Aumentar o número de praticantes de uma modalidade ou federação? Que tal iniciar projetos voluntários em escolas públicas com atletas atuais ensinando crianças a modalidade? Que tal colocar metas crescentes para números de participantes por ano? O pessoal que trabalha com Badminton dá bons exemplos aqui e aqui. Aumentar o relacionamento com a comunidade poderá abrir portas com pequenos empresários, para depois tornar-se atraente para os grandes empresários. É ilusão querer grandes patrocínios sem o mínimo de profissionalismo e projeção. 2. Aumentar a exposição de torneios e transmissões? Já ouviu falar em streaming? Transmissões pela internet. Não é tão difícil fazer e nem tão caro. Hoje a tecnologia está acessível e torna tudo isso bem possível. Um exemplo real para campeonatos amadores é o mycujoo.tv. Deve existir outras plataformas e até mesmo os conhecidos Facebook e Youtube possuem serviços desse tipo. Outro exemplo é a câmera dinamarquesa Veo, que fica estática ao lado do campo e filma o jogo todo sem a necessidade de um cinegrafista. A câmera acompanha o movimento da bola e ainda fornece estatísticas. Esta câmera foi vencedora de prêmios de inovação em tecnologias do esporte. Quer incrementar a qualidade da transmissão com narração e comentaristas? Que tal uma parceria com uma faculdade de jornalismo e de educação física, em que os próprios alunos ficarão responsáveis pela transmissão, narração e reportagens. Os graduandos estarão aprendendo na prática e o evento ganhará um serviço a mais. Já está inserido numa faculdade? Que tal uma parceria com alunos de marketing, para criar um plano comercial e de busca de patrocínios? Não é fácil fazer tudo isso, se fosse qualquer um faria, mas com planejamento e profissionalismo é possível. A qualidade virá com o tempo, assim como o possível aumento de patrocínios. Por fim, de parcerias em parcerias, será possível melhorar a qualidade do serviço. Que poderá levar a grandes patrocínios. Já conseguiu patrocínio? Qual retorno você deu a ele? Algum relatório de exposição da marca e envolvimento com o público? Alguma pesquisa com o público sobre a percepção do patrocínio? Por que o patrocinador deverá renovar com seu evento? Buscar estas respostas possibilitará a criação de um plano interessante de marketing, patrocínio, visibilidade, envolvimento e retorno. Quantas entidades esportivas buscam estes planos?
A comunidade esportiva do Brasil vive um momento de apreensão e de baixa expectativa em relação às políticas públicas e investimentos no esporte. O presidente eleito Jair Bolsonaro já deixou claro que reduzirá o número de ministérios, buscando a economia de recursos públicos e a maior eficiência na gestão, além de priorizar investimentos em segurança pública, saúde e educação. O Ministério do Esporte passará a fazer parte do Ministério da Educação, como foi melhor explicado nessa matéria de Alexandre Pussieldi. Já nesse texto de Demétrio Vecchioli, o autor comenta sobre os desafios do novo presidente em relação ao esporte. A “década de investimento” no esporte brasileiro passou. Teve início nos grandes investimentos para o Pan Rio 2007, depois Copa 2014 e Jogos Olímpicos em 2016. Muito dinheiro gasto em infraestrutura, muita corrupção e quase nenhum recurso investido em programas esportivos. Durante esse período, muitos críticos alertaram que não bastava investir nos “atletas prontos”, era necessário pensar em programas para uso das estruturas construídas e maior investimento na formação de novos atletas. Uma ótima análise sobre investimentos equivocados pode ser vista nesse texto do Thalles Valle. Penso que o esporte profissional não pode depender dos recursos públicos. O grande motivo dele ser “esporte profissional” é justamente ter interesses e recursos que possibilitem a profissionalização, como patrocínios, rendas de público e de direitos de transmissão. Caso contrário, seria esporte amador ou no máximo, esporte semiprofissional, com o atleta conciliando o esporte com outra profissão. Para ilustrar essa situação, basta lembrar dos modelos de investimento da antiga União Soviética e dos EUA, as grandes potências olímpicas. O modelo soviético, comunista, com o poder público investindo no esporte profissional demonstrou ser inviável. Não existem tantos recursos públicos assim. Já o modelo americano demonstrou ser mais viável, com o investimento público no esporte escolar, colegial e até universitário. Isto é, enquanto a criança, o adolescente e o adulto jovem estão em formação escolar ou acadêmica, conciliam as atividades esportivas. Após este período, seguirá a carreira profissional quem tiver futuro e mercado, reservado aos verdadeiros talentos esportivos. Os demais, no mínimo terão uma formação acadêmica para seguir uma profissão regular. Retornando a situação brasileira, vivemos numa encruzilhada. Dependemos de dinheiro público para sustentar a maioria das modalidades olímpicas. Até no futebol, que gera recursos privados suficientes para se manter, há grandes investimentos públicos, como a Petrobrás, Eletrobrás, Caixa Econômica, entre outras que provavelmente esqueci. Se as modalidades profissionais não são autossustentáveis com recursos privados, precisam encontrar outras formas de sobrevivência. O modelo americano, aliado às universidades me parece ser a melhor saída. Para isto funcionar no Brasil, a comunidade esportiva deverá se preocupar em parcerias entre clubes e universidades, para que os atletas consigam bolsas de estudo. Além disso, focar na melhor organização dos jogos universitários, desde o nível municipal, estadual e nacional, deixando de ser um evento cervejeiro, para ser um evento realmente esportivo. Assim, com organização e alto nível, poderá despertar o interesse de patrocínios e da mídia esportiva. Os grandes destaques esportivos acabarão encontrando oportunidades profissionais para seguirem suas carreiras, seja no Brasil ou no exterior. Para encerrar este texto, é interessante analisar o caso do futebol profissional masculino. O Campeonato Brasileiro está entre os 10 mais valorizados do mundo. Possui investimentos e salários altos até mesmo para os padrões europeus. No entanto, quase todos os clubes possuem dívidas com o governo federal e não são cobrados por isso, não como uma empresa comum seria. O que acontecerá se as empresas públicas cortarem estes investimentos? Acaba o futebol brasileiro? Não, mas será forçado a entrar numa realidade de “fechar a conta”, ou seja, gastar menos do que ganha e naturalmente trazer para a realidade os salários dos jogadores e comissões técnicas. Bem-vindos para a responsabilidade e eficiência na gestão do esporte!
Terminadas as eleições, já é especulado a possível nomeação de ministros e já se cogitam nomes para cargos de confiança visando compor uma equipe para 2019. Nestes rumores, é cogitado que a pasta do Esporte, seja agregada possivelmente à outra pasta já existente (não sendo esta uma informação oficial, sendo tão somente fruto de rumores).
Neste texto, vou levantar alguns pontos a serem considerados para o entendimento à cerca desta possibilidade (que pode não ocorrer), vale destacar que o texto exprime a opinião do autor e somente dele. O orçamento para 2018 do Ministério do Esporte é de cerca de 1,5 bilhões de reais. Sendo que até o momento foram gastos, cerca de 220 milhões de reais. 95,57% dos gastos do Ministério do Esporte em seus valores contratados dispensaram licitação. Sendo que do total gasto, 99% deles foram para pagamento de serviços. Dentro dos gastos informados, cerca de 80 milhões de reais, foram gastos com administração geral. Ou seja, o que disto, foi realmente revertido para o desenvolvimento esportivo no país? Apenas para comparar, em 2016, o programa Militar destinou cerca de 18 milhões de reais aos seus atletas de rendimento, sendo que dos 462 atletas brasileiros que participaram dos Jogos Rio 2016, 145 eram vinculados a este programa e das 19 medalhas obtidas, 13 foram conquistadas por competidores vinculados ao programa. Também para efeitos comparativos, embora as 19 medalhas (totais) do país, tenham representado seu melhor resultado em edições dos Jogos Olímpicos de Verão, vale recordar os resultados (totais) de edições anteriores como em 2012 Londres com 17, 2008 Pequim com 16, 2004 Atenas com 10, 2000 Sydney com 12 e 1996 Atlanta com 15, ocasião em que o Brasil enviou ao evento, menos da metade da delegação que disputou os Jogos do Rio. Estes são dados a serem considerados, pois nem sempre MAIS dinheiro, significa MELHORES resultados, uma vez que nem todo dinheiro destinado, tem como destinatário final, o desenvolvimento e avanço esportivos. O objetivo aqui não é o de menosprezar ou desqualificar os serviços prestados pelo Ministério do Esporte, mas sim de exprimir que a estrutura atual pode ser otimizada (como tudo sempre pode) e não significando que a possível junção desta pasta à outra já existente, signifique retrocesso no campo do esporte, pelo contrário, apenas um uso mais consciente do recurso, uma vez que o programa Militar funcionou apoiando atletas que obtiveram resultados expressivos na última edição olímpica, este pode ser um modelo que venha a funcionar. Enquanto não há um desenvolvimento sério do Esporte, com uma proposta decente que atrele o esporte ao ensino, será necessário selecionar talentos que basicamente se desenvolveram “sozinhos” e ajuda-los já praticamente na fase adulta. Nem de longe é o que o esporte nacional precisa, mas é o mais perto que se pode fazer no curto prazo. Considerando as outras prioridades do país, não seria o enxugamento de gastos do Ministério do Esporte, que faria as já precárias condições enfrentadas por muitos atletas brasileiros em seu dia-a-dia, que iriam piorar. E aí? O que será que Bolsonaro fará? Manterá a Pasta e os recursos, exatamente como estão? Migrará a pasta para outra já existente? Cortará cargos? Criará novos cargos? Vale lembrar que em seu programa de governo, não havia uma proposta direcionada especificamente ao Esporte. Mas caso o presidente venha a ler este texto, fica aqui o apelo para o uso consciente do dinheiro, fazendo com que ele chegue, onde mais é necessário, que seguramente, não deve de ser nos grandes salários de Brasília. |
Entidades Desportivas
Área reservada para a discussão de temas sobre gestão de clubes, federações e entidades desportivas em geral
Histórico
Julho 2022
Categorias |