Você é falso!? Essa é uma grande questão dentro do meio esportivo. Não estou aqui me referindo a atletas que mentem, agem de má fé e/ou enganam outras pessoas, mas sim de atletas que muitas vezes esquecem de quem realmente são, a grande questão é o atleta que se perdeu e não consegue localizar qual sua verdadeira essência. Você atleta, acaba tendo uma tendência muitas vezes a querer copiar os grandes campeões, copiar um colega de treino, um colega de equipe e muitas vezes acaba por falhar, fazendo com que a autoestima se rebaixe, isso porque você não está fazendo do seu jeito, da sua forma ou no seu ritmo específico, você apenas está imitando e injustamente comparando seu resultado com o dos outros, mas está esquecendo realmente de quem é você, quais suas habilidade e especificidades. Ser falso, não é mentir para os outros, é sim mentir para si mesmo, não reconhecer suas particularidades, sua personalidade e/ou seu jeito de jogar. Atleta, não caia nesta cilada, isso é muito comum de acontecer e aumenta gradativamente a probabilidade de você desenvolver quadros de ansiedade e inclusive depressão. Nós precisamos encontrar sua essência, suas habilidades, características, seu ritmo de ser dentro do esporte, para que você consiga ser você mesmo com efetividade, produtividade e felicidade. Então, não seja falso com você mesmo assuma quem você é, e assim consiga ser mais produtivo e vitorioso no seu esporte. Um grande abraço a todos!
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Uma das grandes queixas dos atletas é a falta de concentração que muitas vezes ocorrem nos treinos, mas principalmente quando ocorrem nas competições, e quando isso ocorre o que fazer!? Iremos discutir um pouco esse assunto nessa coluna. Concentração é a capacidade de manter o foco de atenção sobre os estímulos importantes do meio que o cerca. Quando esse meio se altera, é necessário que a atenção se modifique também (Machado, 1997). Deve-se estar atento a todas as variáveis a sua volta, manter nesse momento um alto nível de atenção, e essa concentração elaborada é fundamental para um desempenho esportivo efetivo (Ziegler, 1994). Para se atingir o nível ideal de concentração deve-se aumentar seu foco e consciência da situação, assim como precisa usar o diálogo interno fortalecedor, isso é conversar com si próprio e dessa forma se compreender melhor (Weinberg e Gould, 2017). A Psicologia do Esporte ajuda o atleta a construir ferramentas internas para o controle da atenção e concentração, para isso precisamos também estar atentos a outras variáveis que atreladas e podem interferir no desenvolvimento dos atletas (Rúbio, 2010). A concentração pode ser continuamente aprimorada observando os programas técnicos e táticos de treinamento, e dessa forma desenvolver exercícios de concentração específicos com os atletas (Becker Jr e Samulski, 2002). O atleta concentrado e com bom foco, terá mais facilidade de relevar situações frustrantes e distrações externas, e se manterá na retidão de seus pensamentos para atingir seus objetivos propostos com sucesso. Um grande abraço a todos!
Um dos favoritos para vencer a Copa do Qatar, no caso, a Espanha, enfrentou uma equipe que tinha como maior objetivo apenas passar de fase, no caso, o Marrocos. Quase todos que acompanham o futebol esperava uma vitória espanhola. Só que não aconteceu. O jogo acabou 0 a 0 e nos pênaltis Marrocos venceu por 3 a 0. Inicialmente, vamos analisar alguns números do jogo (FIFA):
No entanto, esse zelo pela posse de bola muitas vezes inibe as tentativas de ataque espanhol. Entre arriscar um chute de longa distância ou um cruzamento, que possuem baixos índices de conversão em gol, os espanhóis preferem ficar com a posse e tentarem criar melhores oportunidades de gols, por meio de passes curtos e movimentações dos atletas. Então, se olharmos para os chutes a gol, durante 120 minutos (incluindo a prorrogação), vemos apenas 13 chutes no total da Espanha. Para quem dominou tanto a posse de bola, é um número muito baixo de tentativas, equivalente a 1,08 tentativas a cada 10 minutos de jogo. Só como parâmetro, imagina jogar durante 30 minutos de prorrogação e chutar apenas 3 vezes no gol adversário? É muito pouco para quem quer ganhar um jogo tão importante. Ao aprofundar ainda mais no número de chutes a gol, vemos que apenas um chute foi no gol, os demais, ou foram para fora (6), ou tiveram algum tipo de bloqueio antes de chegarem no goleiro. Isto é, em 120 minutos, o goleiro marroquino foi realmente exigido uma vez. Só uma. Ao analisarmos os cruzamentos, os espanhóis fizeram 27, no entanto, apenas 4 tiveram algum tipo de conclusão (cabeceio ou chute). Os marroquinos cruzaram apenas 10 vezes e também conseguiram as mesmas 4 conclusões. Isto nos mostra que a Espanha não baseia seu jogo nos cruzamentos. Os atacantes não entram na área esperando esse tipo de jogada e quando a bola vem de um cruzamento, há pouco empenho em concluir a jogada. Sabemos que os jogadores espanhóis são muito qualificados e habilidosos. No entanto, o modelo de jogo que a Espanha faz, é exatamente para a forma como os marroquinos estavam preparados para defender: equipe compacta na defesa, com muita pressão no adversário com posse de bola, sem oferecer tempo para pensar e espaço para jogar. Além disso, diversas coberturas fechando linhas de passes e possibilidades de dribles. Isto é, soluções práticas para dribles e passes curtos. A receita ideal para anular o ataque espanhol.
O que realmente incomoda as equipes que jogam recuadas, sem posse de bola, como os marroquinos, são as jogadas incisivas que chegam na área o tempo todo, como:
Isto é, um “pacote de soluções ofensivas” que fazem a bola chegar na área marroquina o tempo todo, fazendo a vida do goleiro parecer um “inferno”, com o perigo rondando o tempo todo o gol dele. Desse “pacote”, os espanhóis usaram apenas metade das soluções (somente as duas primeiras). Estas mesmas instruções estão no meu livro Futebol: as táticas aplicadas aos treinamentos e jogos, num capítulo específico sobre como atacar cada tipo de defesa (trecho e imagem a seguir):
O treinador espanhol Luis Henrique deu entrevistas dizendo que a equipe dele era a que tinha o futebol mais bonito da Copa do Qatar. Podemos concordar ou não, mas um fator essencial para se tornar campeão é a eficácia do seu jogo. A beleza do jogo deve ser traduzida em gols e vitórias. Podemos ter um time de malabaristas com a bola, que terão aplausos constantes do público, mas se o adversário fizer jogadas mais simples e conseguir mais gols que nós, a copa acaba, como acabou para os espanhóis. No vídeo a seguir tem os melhores momentos do jogo em que é possível perceber pouco incômodo para o goleiro marroquino, inclusive que o Marrocos teve praticamente as mesmas chances de marcar gols como a Espanha teve, mas com muito menos posse de bola.
Copa do mundo: quando a tática supera a técnica. Análise de Argentina 1 x 2 Arábia Saudita7/12/2022 Nos esportes em geral, é relativamente fácil prever quando uma equipe irá vencer a outra, levando em consideração a qualidade técnica de cada elenco. No basquete e no vôlei, por exemplo, são necessários muitos pontos até definir o vencedor do jogo. Assim, diminui a chance de uma “zebra” acontecer. Já no futebol, apenas um gol pode dar a vitória para um dos lados, mesmo que este lado tenha atuado num nível abaixo durante o jogo todo. Por exemplo, uma equipe chutou a gol umas 20 vezes enquanto o adversário chutou apenas uma vez. A probabilidade é que vençam os que tiveram mais oportunidades de fazer gol, no entanto, aqueles que chutaram apenas uma vez fizeram o gol. Há quem diga que essa é a beleza do futebol, a imprevisibilidade dos resultados. Diante dessa descrição, vamos analisar um dos resultados mais surpreendentes da Copa do Mundo do Qatar, em 2022. Argentina 1 x 2 Arábia Saudita Inicialmente vamos analisar alguns números do jogo (FIFA):
Imagine que você é o treinador de uma equipe que é nitidamente inferior ao seu adversário. Ainda, acrescente nessa equação que no ataque adversário joga Lionel Messi, um dos maiores jogadores da história do futebol. Problema posto, qual seria a forma lógica e correta de você montar sua equipe? Bem fechado na defesa e explorando os raros contra-ataques que poderão surgir. Assim, os números do jogo apresentados fazem sentido, é o que realmente aconteceu. Eis a grande questão, como os sauditas complicaram o jogo dos argentinos? Jogar com a defesa compacta não é nenhum grande segredo, pois toda equipe que defende bem faz isto. O diferencial saudita foi atuar com a defesa em linha, provocando vários impedimentos (10) dos argentinos, que tiveram dificuldade em aprofundar o jogo e em movimentar num espaço reduzido. Só que não foi simplesmente uma defesa em linha básica, foi uma linha avançada (próxima do meio-campo), que conseguiu pressionar os meio-campistas argentinos, dificultando muito para os armadores criarem os melhores passes. Isto é, não deram tempo e espaço para os criadores do time fazerem as melhores jogadas.
No entanto, os sauditas assumiram um risco grande ao fazerem a linha tão avançada, próxima do meio-campo, oferecendo muitos espaços para lançamentos dos atacantes velozes argentinos. Aqui aconteceu a ousadia saudita com uma boa dose de sorte: 3 gols argentinos foram anulados por impedimento. E não foram impedimentos claros, em que o atacante fica muito adiantado, foram aqueles lances em que se a bola tivesse saído milésimos de segundo antes, os lances teriam sido validados. Na imagem a seguir, o primeiro gol anulado de Messi, por impedimento, com a defesa saudita em linha muito avançada, próxima do meio-campo. Na imagem a seguir, o segundo gol anulado de Lautaro Martinez (no meio da defesa saudita, inclinado à frente), por impedimento, com a defesa em linha numa região adequada, mas com o goleiro distante (cobertura ineficaz). Na imagem a seguir, o terceiro gol anulado de Lautaro Martinez, por impedimento, com a defesa “toda quebrada”, sem pressão no armador, num lance de sorte da defesa saudita. No vídeo abaixo é possível ver os melhores lances do jogo, incluindo os gols anulados: Outra curiosidade desse jogo foi o discurso do treinador Hervé Renard no intervalo, que ficou famoso, após a vitória improvável:
Um dos fatores motivacionais primordiais que auxiliam os atletas positivamente são quando seus pais lhes deixam a decisão quanto ao esporte que irão optar, dando total liberdade para a escolha, procurando interferir o mínimo possível na decisão da modalidade esportiva que irão escolher, ficando somente em uma posição de aconselhamento e suporte. Algo que influi muito também no desenvolvimento esportivo é a necessidade de momentos de lazer, que devem incluir encontros com amigos, atividades esportivas em grupo, participação em associações e entidades sociais, com o atleta cultivando as amizades e estando satisfeito com seus relacionamentos. No início da carreira esportiva, grande parte dos jovens atletas se sentem motivados pelo Técnico e/ou a Equipe Técnica, mas com o decorrer do tempo, em muitos casos, há um decréscimo da motivação, pois apesar de uma maior alegria em relação a técnica aprimorada, realizações e vitórias, aspectos como relacionamentos sociais, estudos e lazer são deixados de lado, fazendo com que os atletas fiquem um quanto que desorientados sobre que rumo que devem tomar e ao que dar prioridade. Fazendo com que muitos atletas tenham dificuldades em planejar e visualizar seus futuros. Na maioria das vezes, os pais querem realmente ver os filhos terem uma maior autonomia, e conseguirem executar algumas atividades sozinhos, mas em muitas ocasiões, com a justificativa que os amam muitos, não conseguem e acabam os prendendo demais, não os deixando fazer nada sozinhos, e com isso acarretam problemas comportamentais sérios em seus filhos como por exemplo gritos, choros, xingamentos e a indisciplina. Antes que os pais queiram mudar o comportamento de seus filhos, devem observá-los. A tarefa dos pais é achar um meio de não reforçar a conduta indesejável e de fortalecer as condutas positivas. Devendo pensar num comportamento que irá substituí-lo positivamente. Caso a família não consiga equilibrar o que se sente com o que se pode, há a possibilidade de se criar uma “bolha” de sofrimento cada vez maior que uma hora irá estourar e geralmente quem sofrerá e perderá mais será a/o atleta. A sensação de sufocamento proporcionado pelas famílias aliado as cobranças normais de treino poderão desenvolver psicopatologias que caso não identificadas e trabalhadas com a velocidade necessária poderão levar os atletas a uma desistência precoce em seus esportes. Por consequência da profissionalização dos atletas, a pressão é maior, gerando dessa forma certo desconforto, diminuindo a alegria em estar treinando, e gerando maior apreensão em relação à técnica, por medo de frustração. Nesse ritmo frenético não se percebe o como este processo é maçante e árduo, e muita vezes se esquece que estamos lidando com pessoas (com suas particularidades e sentimentos), e não com máquinas. Quando os resultados não são satisfatórios, muitas vezes não se sabe o porquê está acorrendo isso e na maioria dos casos, atletas acabam por serem descartados como peças sobressalentes. Qualquer atleta está sujeito ao estresse, do amador ao profissional, é de extrema relevância que o estresse esteja sob o controle do atleta que busca o máximo rendimento esportivo. O mundo esportivo, precisa modificar a forma de lidar com suas principais peças que são os atletas, e aumentar o investimento e cuidados aos mesmos. Pois somente assim se estará garantindo uma base fixa para a conquista de vitórias, para que possam se tornar constantes e sólidas por um longo período nos parâmetros esportivos.
No trabalho multidisciplinar no esporte, destaca-se a importância e a conexão entra as áreas. Muitas vezes o atleta questiona sobre outras áreas além da Psicologia, há, por exemplo, várias perguntas sobre a alimentação e um programa nutricional, nesse caso, deve-se encaminhar para um nutricionista. Quando um atleta começa a ter queixas de dores no pós-treino, é necessário orientar a ir a um ortopedista e/ou fisioterapeuta, por exemplo. É necessário que os profissionais também entendam os seus limites. O profissional de uma área, independente da área que for, deve se perguntar: será que estou conseguindo dar respostas aos meus atletas? Será que esse conhecimento está dentro de minha alçada? Será que não estou me responsabilizando por coisa demais? O ideal é existir a “conexão”, cada profissional dentro do seu campo de atuação profissional, porém com interação com os profissionais das outras áreas, tudo isso para o benefício e rendimento do atleta. O Psicólogo pode ter uma noção da importância do nutricionista, mais ele não entende da Nutrição, o Psicólogo precisará encaminhar para o nutricionista. A mesma coisa sobre um coach, o coach sabe que se precisa do Psicólogo pra fazer um treinamento mental eficaz que traga resultados duradouros, vai ter que encaminhar para um Psicólogo. Os atletas e todos envolvidos devem entender o que diz respeito à área especifica do profissional que busca. Deve-se perguntar: qual profissional eu preciso? Qual é o meu objetivo? Uma equipe esportiva, uma comissão técnica, os atletas, pais e principalmente os profissionais da área da saúde esportiva, precisam realmente se comunicar, ajudar e entender como funciona cada área, e ir gerenciando, administrando corretamente sua própria área. Meus colegas sabem o quanto eu encaminho meus atletas, e por quê? Porque trabalho multidisciplinar feito de forma eficaz levará o atleta de uma maneira mais rápida e eficiente a atingir seus objetivos. Espero que esses apontamentos possam auxiliar a todos!!! Um grande abraço.
Os esportes são muito populares na atualidade. Frequentemente são transmitidos jogos profissionais ao vivo na televisão, tornando clubes e atletas famosos até mesmo fora do meio esportivo, como nas redes sociais e como representantes de marcas internacionais de que são patrocinados. Toda essa exposição do esporte profissional leva a comunidade em geral enxergar apenas alguns aspectos mais evidentes, como a fama, a riqueza e as manchetes dos noticiários, sejam dos títulos conquistados ou das confusões que os atletas se envolvem. No entanto, as pessoas em geral não percebem os reais benefícios que o esporte traz para a população. Um pouco de história Durante o século XIX, o Barão Pierre de Coubertain recebeu uma missão do governo da França. Ele teria que descobrir como era realizada a educação nos países mais avançados na época, para ajudar a desenvolver as escolas francesas. Ele visitou países da Europa e na América do Norte, com maiores destaques para a Inglaterra e Estados Unidos. As principais constatações foram que é preciso cuidar do corpo tão bem como cuidar da mente. Para isto, não bastava oferecer excelente instrução dentro de sala de aula, com diversas disciplinas e conhecimento avançado, mas com estudantes inativos, obesos, com problemas posturais e descoordenados. Afinal, não é possível separar um corpo doente de uma mente sã. Por exemplo, você não vê uma pessoa com dores musculares dizendo que está tudo bem, nem alguém gripado, pois afeta o corpo todo. A principal conclusão deste estudo é que as escolas deveriam oferecer aulas dentro e fora das salas de aula, cuidando da mente e do corpo. As ginásticas e as corridas começaram com maior destaque e aos poucos outros esportes foram criados, principalmente esportes coletivos com bolas, como o futebol (1863) e o rúgbi (1871) na Inglaterra, o basquete (1891) e o vôlei (1895) nos Estados Unidos. A desenvolvimento do esporte foi tão relevante nessa época que motivou a criação dos Jogos Olímpicos da era moderna, inspirados nos jogos da antiguidade da Grécia (776 antes de Cristo). O Barão de Coubertain é reconhecido como o responsável pela recriação do evento em 1896 em Atenas, na Grécia, que foi a primeira edição dos Jogos Olímpicos que temos da atualidade.
Este cenário resulta em crianças obesas desde os 3 a 4 anos, que crescem com a crença de que não levam jeito para a prática dos esportes. Na adolescência sofrem pela saúde do corpo e pela rejeição social, com dificuldades para ter amizades e namoros. No fim, temos diversos problemas psicológicos, de baixa autoestima, timidez, falta de confiança e até depressão. Os benefícios do esporte e porque toda a sociedade deveria incentivar É óbvio que os esportes trazem benefícios, mas quais são eles? Basicamente podemos dividir em três grandes áreas:
Benefícios Físicos Desenvolvimento geral das capacidades motoras básicas como velocidade, agilidade, força, coordenação, resistência, flexibilidade e equilíbrio. Os exercícios físicos em geral possibilitam um maior gasto calórico e controle do peso corporal, além da redução de problemas circulatórios (colesterol) e de atrofia muscular. Além disso, haverá um desenvolvimento específico das capacidades de acordo com as exigências do esporte. Por exemplo, a força e a flexibilidade são muito estimuladas na ginástica artística, a resistência no ciclismo e a agilidade no futsal. Ainda que alguns esportes exigem mais de um lado do corpo ou de um membro específico, como o braço dominante no tênis, a movimentação do jogo faz com que o corpo todo seja bastante ativo. Benefícios Técnico-Táticos Aprender a atuar em um ou mais esportes requer dominar os fundamentos técnicos, que é a coordenação específica exigida por cada esporte. Por exemplo, as técnicas do vôlei, como o toque, a manchete e a cortada são muito diferentes das técnicas do basquete como os passes, dribles e arremessos. Se mudarmos para o futebol, basicamente são usados os pés, ou seja, cada esporte enfatiza determinadas técnicas e habilidades. Além dos fundamentos técnicos, cada esporte possui um lado tático, de estratégia de como atuar melhor, seja em relação aos colegas de equipe ou em relação aos adversários. As táticas normalmente são abstratas e requerem grande nível de concentração e interpretação do jogo, ou da luta, seja qual esporte for. Por exemplo, no futebol as movimentações de ataque e de defesa, tipos de marcação (individual, por zona e mista). Entram também nesta área técnico-tática, os conhecimentos de regras específicas de cada esporte e dos regulamentos das competições que participam. Os atletas atuam conscientes do que podem ou não podem fazer, sabendo explorar ao máximo as possibilidades das regras. Benefícios Psicossociais A maioria das pessoas que praticam esportes não se tornam atletas profissionais, pois o esporte profissional é excludente, permanecem só os melhores. No entanto, você deve conhecer pessoas que jogam bola aos finais de semana com amigos. Alguns idosos, outros bem acima do peso ideal e mesmo assim vão jogar. Este é o lado psicossocial do esporte, em que estar junto aos amigos e gastar energia em algo que você gosta te dá um grande prazer, mesmo que no final estará suado e cansado. O exercício físico estimula a liberação de hormônios que causam o bem estar e a diminuição do estresse, além de melhorar a qualidade do sono.
Estes benefícios também influenciam no desempenho escolar, pois os atletas passam a ter maior respeito pelos professores, além de “gastarem energia” na prática esportiva, ficando mais calmos e concentrados dentro de sala de aula. Por fim, as crianças e adolescentes passam a gostar dos esportes e exercícios físicos, tornando-os conscientes para uma vida saudável e cuidados com o corpo. Atletas mudam de esporte, mas geralmente não deixam de praticar algum esporte. O plano ideal de oferecimento esportivo O ideal é que a iniciação esportiva, até os 12 anos, seja ampla e variada, possibilitando o contato das crianças com diferentes esportes, assim, maiores serão os benefícios no desenvolvimento, seja nos esportes coletivos ou individuais. Já na adolescência, a partir dos 13 anos, será normal que escolham manter a prática no esporte que possuem maior habilidade. Esta será a fase de aprofundamento esportivo, conhecida como fase de especialização, em que haverá maior participação de campeonatos e a tentativa de resultados. Para aqueles que tiverem grande aptidão para o esporte, poderão eventualmente seguir a carreira na idade adulta, a partir dos 20 anos, como atletas profissionais ou pelo menos como atletas universitários. Se não ganharem dinheiro com o esporte, poderão pelo menos conseguir bolsas acadêmicas esportivas para atuarem no esporte e cursarem uma graduação superior. Conclusão Se conseguirmos que todas as crianças, adolescentes e adultos jovens pratiquem esportes, teremos uma sociedade muito mais saudável do corpo e da mente. A comunidade local e o poder público possuem papel fundamental nesse incentivo, de ofertar educação de qualidade em conjunto com o esporte, assim como previu o Barão de Coubertain 200 anos atrás.
As dificuldades de aprendizagem surgem bem cedo, em sua maioria antes dos sete anos de idade, mas nem sempre são ocasionadas por debilidades psicofisiológicas ou por imaturidade. Tais variações entre o potencial da criança e o que ela realmente consegue executar devem sempre ser avaliadas com cuidado por um profissional especializado em dificuldades de aprendizagem. Lembrando que estas dificuldades ocorrem em qualquer idade. O que muitos não imaginam é que estas dificuldades podem se apresentar no contexto esportivo também, onde, por exemplo, o atleta possui dificuldades em entender as instruções do técnico, e não conseguir executar corretamente e/ou adequadamente o que lhe foi instruído pela não compreensão adequada do que lhe foi passado. Seus sintomas podem se manifestar como: ansiedade, falta de motivação, dificuldades para dormir. Muitas crianças começam a roer unhas, chorar sem motivo aparente, apresentar distúrbios alimentares. Algumas se queixam de cansaço permanente e dores que costumam ser imaginárias. Estão sempre frustradas e insatisfeitas. Podem surgir problemas psicossomáticos e de agressividade em diferentes níveis. Se nada é feito para sanar os sintomas citados acima, quando as crianças ficam um pouco mais velhas, não demonstram mais curiosidade, se tornam apáticas e sem interesses pelas atividades, já que mesmo se esforçando não conseguem acompanhar seus colegas nos treinos. Sua autoestima comprometida faz aparecer comportamentos que demonstram insegurança e condutas de compensação, como a agressividade, a rebeldia, o pouco caso, o boicote ao treino, entre outros. O que se torna preocupante, pois além do atleta se comprometer ainda mais, começa a atrapalhar o professor e a evolução de seus colegas. A baixa autoestima produz sentimentos de menos valia e insegurança, que pode acarretar em fracassos e derrotas. Por esses motivos, aconselho pais e professores a estarem atentos aos seus filhos e alunos. A procura de um Psicólogo do Esporte com conhecimentos em psicopedagogia, oferece desde cedo a oportunidade de afastar importantes dificuldades de aprendizagem na vida de muitas crianças, tanto no ambiente escolar como esportivo. Possibilitando dessa forma seu crescimento em ambos os contextos. Um grande abraço!
Ao longo dos anos ouço e trabalho com muita frequência com o tema do namoro no contexto esportivo. Muitos pais de jovens atletas se questionam sobre se é bom ou não seus filhos atletas namorarem, assim como técnicos em que alguns são extremamente firmes e rígidos quanto ao tema e são categóricos ao dizerem que seus atletas não podem namorar. Temos também exemplos de atletas casados, e também exemplos de exatamente o oposto, atletas que não se relacionam amorosamente com ninguém. Principalmente quando falamos sobre relacionamento amoroso. Uma coisa que devemos ficar atentos antes de tudo, é sobre a pessoa, sobre o atleta em questão. Qual a necessidade que ele tem? O porquê. Ele ou ela está namorando? O que se busca? E se aí sim; a relação amorosa em que ele/ela está envolvido é boa? Ela é saudável? Algo que sempre falo, é que a vida do atleta tem que estar em equilíbrio. Então uma coisa sempre digo, o atleta sente quando tem alguma coisa que não está boa na sua vida, uma hora ela vai aparecer, uma hora ela vai estourar, isso ocorre com muita frequência nos relacionamentos sociais, amizades, assim como também nos relacionamentos familiares, principalmente com os atletas mais novos ainda crianças e adolescentes. Na fase de transição para início da adolescência, não possuímos apenas necessidades sociais, mas vão surgindo também outros desejos como de ser ter parceiros, de estarmos com pessoas com que queremos compartilham os principais momentos de nossas vidas, nossa intimidade de uma maneira muito mais profunda do que uma amizade. O relacionamento amoroso faz parte do ser humano. Nós humanos, somo seres biopsicossociais, e gostamos de amar e sermos amados. Então negar a nossa existência, negar a nossa genética, e negar os nossos instintos mais primários é o começo de algo que começa a nos corroer internamente. Será que não pode? Eu trabalho a bastante tempo, quase duas décadas no meio esportivo e há um consenso entre comissão técnica. O ideal é que não haja um namoro na fase da adolescência, mas ao mesmo tempo o técnico sabe que acontece. Existem melhores formas de se lidar com a situação, então o consenso hoje é que caso esses relacionamentos ocorram, que eles não atrapalhem os treinos, que não haja uma interferência negativa na produtividade do atleta tanto em treinos e competições. Se observarmos por esse ângulo poderemos perceber que não há um estímulo, mas sim há uma compreensão da necessidade que o atleta tem de se relacionar, de amar, de se sentir amado, de relaxar nos seus momentos de folga, isso é muito importante e faz parte do ser humano. Então quando pais veem um filho, uma filha que está namorando que está se relacionando devem começar a olhar primeiro o aspecto de se essa relação faz bem para o atleta como pessoa e aí depois se isso interfere ou não nos treinos e nos estudos. Relações soltas, superficiais no contexto esportivo são voláteis e perigosas por gerar instabilidade emocional e/ou na rotina do atleta, mas um namoro sólido pode ser interessante sim. No namoro pode-se criar uma estabilidade desde que também não haja um exagero nessa relação onde, por exemplo, o parceiro ou a parceira do atleta falem “poxa, oh!! você vai ter treinar de novo?”, “você vai competir e o nosso final de semana como fica?”, “a gente nunca pode fazer nada”, “a gente nunca pode passear”, “a gente não pode viajar”, etc. O parceiro/a devem entender que a vida e a rotina de um atleta é diferente, e o atleta tem por obrigação explicar isso, no “contrato inicial”, isso é, no início da relação. A vida, a rotina de um atleta é diferente. Os atletas deverão deixar claro para seus parceiros como será a relação, quais as limitações, e então verificar se aceitam que a relação seja dessa forma. O atleta deve deixar claro que possui um grande plano dentro do esporte e que não quer abdicar desse sonho. E caso seja aceito dessa forma, o atleta deverá inserir a relação na sua rotina, com momentos especiais pra estar com a pessoa, para, por exemplo, jantar fora, ir ao cinema, passear, viajar, mas tem que ser de acordo com o seu cronograma de treinos e calendário de jogos. Então vejam que a questão de ter parceiros dentro do esporte, namoros, relacionamentos mais sérios não é um problema. Mas se torna um problema, se o atleta não souber gerenciar, a família pode auxiliar o atleta nesse sentido, auxiliando o atleta a manejar corretamente o tempo investido nessa relação no seu dia-a-dia, conciliando treinos, estudos, tempo com a família e mais o namoro. O técnico deve ser muito firme. Primeiro, se esse relacionamento não está levando o atleta para os “maus” caminhos, por exemplo, onde o parceiro, a parceira gosta de sair no final de semana, e acaba consumindo bebida alcoólica, desvirtuando o condicionamento adequado de um atleta que deseja atingir alta performance. Nesses casos aí sim é interessante realmente o técnico pontuar sobre o relacionamento amoro e como está o comportamento do atleta fora dos treinos. O objetivo principal é que o rendimento do atleta não caia quando começa essa relação. E isso é um tipo de acerto que o atleta tem que fazer com técnico e o técnico tem que fazer com o atleta. A proibição é algo que vai gerando angústia, corrói realmente as relações, e o vínculo que há entre o técnico e o atleta, porque o atleta instintivamente se relacionará com alguém realmente quando quiser se relacionar, e muitas vezes acabará omitindo e/ou mentindo para seu técnico, mentindo para família e essa situação não se tornam boas para ninguém. Em casos específicos em que um namoro está de alguma forma inadequado o Psicólogo deverá trabalhar individualmente essa questão com o atleta. Mas de maneira geral o namoro ele agrega ao atleta, que se sente mais completo, com mais um aspecto da vida dele suprido com sucesso, com mais força e com mais potência pra poder realizar o que deseja. Lembre-se não estamos falando de se estimular os atletas a terem relacionamentos, não é isso. Mas sim, os atletas que desejam ter um relacionamento poderem se sentir no direito de tê-los, desde que é óbvio, controlando os aspectos que eu já comentei anteriormente, e mantendo eles em ordem, com compromisso e disciplina durante os seus treinos e competições. Um Grande abraço.
Em qualquer atividade em que uma pessoa está inserida para que ela seja produtiva, ela precisa estar com todas as peças da sua vida em equilíbrio, mas algo que tem sido muito negligenciado na nossa sociedade atual é o momento da pausa para relaxar, e no esporte funciona da mesma forma. Sem momentos adequados de descanso e relaxamento o atleta percebe que rapidamente sua produtividade cai. É tão que sejam reservados momentos para parar, descaçar, relaxar e se divertir. Não importa em qual local, o atleta deve encontrar momentos espaços e momentos para que consiga dar uma pausa, pode ser a noite toda, algumas horas no dia ou apenas alguns minutos, isso realmente não importa de forma significativa, desde que esse momento que o atleta reserve seja realizado com qualidade. Relaxado, o atleta consegue otimizar suas atividades. É importante entendermos o quanto relaxar é realmente importante, de fato é essencial. Meus atletas sabem que descansar e relaxar são algo que coloco como fundamental em nossas atividades, que o atleta deve colocar em sua programação de treino. Na programação do treino, colocamos o tempo de descanso, de sono, relaxar e se divertir, tudo na sua proporção correta, isso faz com que o atleta otimize as suas habilidades e capacidades, melhore a sua motivação e também se sinta com mais energia e resistência. Após o atleta relaxar, ele poderá, por exemplo, treinar com muito mais foco e energia, porque ele está se respeitando, ele começa a se entender melhor e compreender suas demandas internas, o que o seu corpo está “falando” e “pedindo” e muitas vezes essa pausa, esse pequeno descanso é o suficiente para melhorar os resultados em sua performance. Estamos em um mundo “Workholic”, e no contexto esportivo de “Overtraining”, pois muitos pensam que fazer aquele “pouquinho a mais”, aquele além do que foi planejado para o treino pelo técnico fará toda a diferença. E não, ao contrário, isso pode levar o atleta a um extremo estresse físico e emocional podendo inclusive levar a uma lesão. O atleta deve relaxar, descansar, isto é, se respeitar. Relaxar é preciso, esse relaxamento é essencial, e caso o atleta mesmo fazendo o necessário, reservando um tempo especifico e na hora que tenta relaxar não consegue o Psicólogo do Esporte poderá auxiliar esse atleta o ensinando técnicas de relaxamento, para fazer um bom uso desse tempo reservado. Coloque na programação de vocês e lembre-se, isso faz parte do caminho da vitória e do sucesso. Espero que tenham apreciado a leitura e estou à disposição. Um grande abraço.
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Formação de Atletas
Área reservada para a discussão de temas sobre a pedagogia, a psicologia, o treinamento e as demais áreas da formação de atletas
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Novembro 2024
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